21.11.06

Urso Brabo

No fragor da campanha, o candidato à presidencia da OAB em São Paulo, Luiz Flávio Borges D'Urso, eleva o tom e ameaça quem desrespeitar as "prerrogativas" dos advogados.
Excelente oportunidade para dirimir a questão no lugar certo: nas barras da Justiça.
Para além da querela da hora, contudo, uma revisão se faz necessária: a que possa varrer os resquícios do Estado Novo no sindicalismo brasileiro, inspirador de uma cidadania regulada, (para tomar emprestada a categoria de Wanderlei Guilherme dos Santos), onde a hierarquização e a seletividade geraram cidadãos e corporações cujas funções ou profissões - e as "prerrogativas" delas decorrentes - os induzem a agir e pensar que são mais importantes que outras.
Ou de se sentirem, como no caso em questão, acima da Lei e da Constituição, tentando instituir, na prática, uma repulsiva "república dos advogados".
Este é um péssimo exemplo diante da República, sobretudo quando parte de uma categoria que em tese deveria preserva-la, sendo exemplo e modelo, pela humildade, no respeito ao tratamento da lei e aos princípios da cidadania.
Menos OAB, menos.

7 comentários:

Anônimo disse...

Mais um pouquinho só e os "doutores" vão propor a excomunhão dos seus "inimigos de prerrogativas", entre as quais entrar no TRT de Belém sem passar pela porta com detector de metais, como se advogado também não pudesse surtar e sair atirando por aí, sem falar em outras situações, mais vexatórias para qualquer carreira.

Unknown disse...

Sou...

...contra a mistura estado & religião
...contra qualquer regalia para políticos & juízes & advogados
...contra a prisão especial para quem tem curso superior
...contra a mídia que idiotiza

Unknown disse...

Alex, acordando cedo,essa polêmica vai longe.Só posso garantir que começou a "temporada de caça" a essas prerrogativas, embora a categoria tenha razão quando se queixa do tratamento por poarte de algumas autoridades públicas.Então, como propõe o ajuizado artigo do advogado Eduardo Mahon, linkado no post, que se tomem as providencias legais cabíveis, e não arrotos de grosseria, incabíveis para operadores do Direito.
Abs

Unknown disse...

Marky, prazer com sua visita.E tanbém concordo com o que voce não concorda.Em todas.
Já começou a subir o nível das águas por ai?
Abs

Anônimo disse...

Tem que começar com os advogados deixando de lado, nesse país tropical, seus ridículos uniformes: os ternos e gravatas em quaisquer ocasiões,( a menos da
sala, refrigerada, do Juri,por uma questão de ritual ).

Anônimo disse...

Juca, a propósito da polêmica iniciada em S. Paulo, com respeito a reação da OAB quanto ao tratamento dispensado aos advogados por parte de juízes, membros do MP, e outros, quero lembrar a opinião um criminalista atuante em Belém.
Uma vez estávamos a esperar o início de uma audiência que seria presidido por um(a) juiz(a) famoso(a) tanto pela sua irascibilidade, quanto pelo seu relativo descaso pelo estudo do Direito ou pela redação mais atenta de seus despachos ou decisões.
Naquele papo de advogados, tipo "navalha-voadora", abrindo lanhos em todo mundo, este ilustre amigo afirmou que quando vê um juiz ou procurador muito sorridente e cumpridor de seus deveres de urbanidade e civilidade com as partes, "isto é sinal de que ele já está pensando em se aposentar, e gostaria de 'cavar' uma vaguinha de sócio, em nosso escritório".

Unknown disse...

Ahah...feia a coisa.
Mas fico com a opinião de Eduardo Mahon: tem onda?
Então represente contra a autoridade.Mas lista?
A lista é um sinal de fraqueza da instituição.