31.7.08

Pesquisas Eleitorais e Sopa de Legumes

Por Jairo Nicolau.

É impossível pensar as atuais campanhas eleitorais sem as pesquisas de opinião. Pelo menos uma vez por semana, algum instituto apresenta novos dados sobre a corrida eleitoral. E esses números têm sido decisivos para a escolha do eleitor, para os correligionários dos candidatos e para os financiadores de campanha; afinal, concentrar doações para candidatos sem chances de vitória parece não ser uma decisão razoável.
A divulgação maciça de pesquisas tem gerado duas reações opostas. Para alguns, os números que são divulgados conquistam um status de verdade absoluta. Após saber dos dados, estes acreditam que se a eleição fosse hoje a candidata do PC do B em Belo Horizonte chegaria mesmo em primeiro com 20% dos votos, ou que a candidata do PT em São Paulo venceria o primeiro turno com 34 % dos votos.
A outra atitude é a de enorme desconfiança das pesquisas. Seja com relação aos métodos utilizados, seja com as possíveis manipulações dos resultados. A desconfiança com o princípio da amostragem que guia a pesquisa de opinião é clássica: como entrevistando 1000 eleitores posso acertar o voto de milhões? Os rumores sobre manipulação dos dados pelos institutos (e até pelos órgãos de imprensa) são sempre repetidos, mas até hoje nunca comprovados.
Esta coluna tentará ajudar o eleitor a olhar mais cuidadosamente as pesquisas de opinião. Além da análise do significado político dos números que serão divulgados nos próximos meses, meu propósito é responder uma série de perguntas, que sei, atormentam alguns cidadãos: O que é margem de erro? Como os institutos brasileiros fazem as suas pesquisas? O que é um empate técnico? É possível confiar nos resultados de uma pesquisa que ouviu um numero tão reduzido de eleitores?

Amostra representativa

Não é uma tarefa simples convencer alguém de que o tamanho da amostra de uma pesquisa não tem nada que ver com o tamanho da população a ser pesquisada. Como é possível que um instituto entreviste 1000 pessoas na cidade do Rio de Janeiro, que tem cerca de 4,6 milhões de eleitores, e as mesmas 1000 entrevistas em Niterói, que tem 354.000 eleitores? No Rio de Janeiro cada entrevistado representa 4600 eleitores, enquanto em Niterói representa 354. Não parece mesmo fazer muito sentido. Mas faz.
A inexistência de relação entre o tamanho da amostra e o tamanho da população já foi comprovada por rigorosos testes estatísticos. Uma imagem culinária pode-nos ajudar a entender o princípio que guia as pesquisas por amostra. Imagine um cozinheiro de um restaurante que prepara uma sopa de legumes. Ele precisa apenas provar uma ou duas colheres para perceber se a sopa está ou não no ponto, independentemente do tamanho da vasilha em que a sopa está sendo preparada. Como veremos, as pesquisas de opinião são sujeitas a uma série de erros, e isso pode comprometer os seus resultados. É como se o nosso cozinheiro acrescentasse sal, e tirasse uma prova da sopa sem antes ter mexido a panela. Ou se usasse uma pequena colher incapaz de conter todos os legumes utilizados na sopa.
As eleições americanas de 1936 ilustram bem os tipos de erros e acertos que podem ser cometidos em pesquisas eleitorais. Naquele ano o presidente democrata Franklin Roosevelt concorria a reeleição, contra Alf Landon, candidato republicano. Uma revista, a Literary Digest, era famosa por acertar o resultado de todas as disputas presidências desde 1916. Em 1936 a revista enviou por correio mais de 10 milhões de cédulas para as residências americanas, e recebeu de volta 2,4 milhões de respostas. O resultado da pesquisa era inquestionável: vitória de Landon por 57% contra 43% de Roosevelt. Na realidade, Roosevelt saiu vitorioso com 62% dos votos, contra 38%.
Por que Literary Digest errou desta maneira, justamente quando conseguiu realizar a maior pesquisa de opinião já feita até então? O problema é que as respostas obtidas pela revista não eram representativas do eleitorado americano. A lista de 10 milhões de nomes foi organizada a partir da listagem dos proprietários de telefone (na época apenas um em cada quatro americanos tinha telefone), membros de clubes e portadores de carteira de motorista (também um luxo). Ou seja, a listagem representava, sobretudo, os segmentos mais abastados da sociedade americana, eleitores de Alf Landon.
No mesmo ano, um jovem chamado George Gallup utilizou uma amostra bem menor (50 mil eleitores) e previu que Roosevelt receberia 56% e Landon 44%. Diferentemente da pesquisa da Literay Digest, Gallup utilizou uma amostra representativa do eleitorado americano. Talvez não seja coincidência que a revista encerrou suas atividades alguns meses depois, e o Gallup Institute tenha se tornado a mais prestigiosa empresa de pesquisa dos Estados Unidos. Desde então as pesquisas feitas no país tornaram-se cada vez mais sofisticadas e precisas. Para se ter uma idéia, os erros do Instituto Gallup nas três últimas eleições presidenciais americanas foi de no máximo 2,8 pontos percentuais.

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Jairo Nicolau é doutor em Ciência Política pelo IUPERJ, onde é diretor de Ensino. O IUPERJ, vinculado à Universidade Cândido Mendes, é o maior centro de estudos em Ciência Política da América Latina.
Também é professor convidado do Mestrado em Ciência Política da UFPA, onde esteve neste mes de julho, ministrando a disciplina Metodologia da Pesquisa em Ciência Política.
A coluna, publicada na Veja online, procura responder as dúvidas relativas à amostra. Nas próximas edições vai enfocar outros temas e o blog vai acompanhá-la durante as eleições.

País do Grampo

By Orlandeli, do blog do Noblat.

Jornalismo Afogado

Alyrio Sabbá, no Liberal de hoje.

Sem problemas
Está devidamente comprovado que o Marajó está muito bem servido com relação aos transportes fluviais. Neste mês de julho, quando o movimento de passageiros foi muito grande, não ocorreu nenhum problema, todos os passageiros foram atendidos com toda a regularidade, muito especialmente Soure e Salvaterra.


No Espaço Aberto, dia 24.

Quem esteve lá é que conta.Quebrou o pau – mas quebrou mesmo – no barco “São Francisco”, durante a viagem para a Ilha do Marajó na última sexta-feira (18).A pancadaria começou por causa de um celular. Voaram mesas, cadeiras e garrafas à vontade dentro da embarcação. Como pano de fundo, músicas – em decibéis estratosféricos - da catiguria de Créu e outras.O comandante, quando o procuraram, não foi encontrado no barco. Estava no barco, mas não foi encontrado. Achavam até que havia se atirado na baía. Chegaram inclusive a procurá-lo embaixo das mesas, mas como as mesas estavam todas de pernas para o ar, ficou claro que não estava embaixo de nenhuma.Há passageiro que não quer mais ir ao Marajó.Nunca mais.É assim que se promove o turismo no Pará.

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Está comprovado: Sabbá é o mais recalcitrante narigudo da imprensa paroara.

No Calcanhar de Mendes

A Procuradora da República Ana Lucia Amaral, do MPF em São Paulo, não desistiu do impeachment do presidente do STF, ministro Gilmar Mendes.
Veja porque.

Vida de Candidato

O candidato verde e blogueiro Zé Carlos Lima, que disputa uma vaga na casa de Noca da capital, tem enfrentado dificuldades em suas reuniões na periferia de Nova Déli. Lideranças comunitárias preferem encontros pela manhã, em razão da violência, prejudicando o quorum dos eventos. Noutro dia, um assalto acabara de acontecer bem na frente do local da reunião, pouco antes da chegada de Zé. Um carro da puliça ficou na porta do centro comunitário até o final do encontro.

Helder na Frente

Quatorze pontos de vantagem, de acordo com pesquisa IBOPE/Diário do Pará, separam o Sobrancelhudinho do tucano Manoel Pioneiro em Ananindeua.
Pena que o site da folha barbalhista está fora do ar desde ontem de tarde.

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Atualizada às 13:42.

O blog voltou a ter acesso ao site do Diário do Pará. A matéria sobre a pesquisa IBOPE em Ananindeua está aqui.

Vassalagem do Crime

No blog Página Crítica.

O Grêmio Recreativo dos Unidos da Grilagem pede passagem. Em nota pública, publicada nos jornais paraenses de hoje, a Federação da Agricultura, sindicatos rurais e outros congêneres cerraram fileiras na defesa da Agropecuária Santa Bárbara Xinguara S/A, da quadrilha de Daniel Dantas.
A nota cobre de elogios um empreendimento suspeito da prática de vários crimes, da grilagem de terras públicas até a lavagem de dinheiro através da compra, em larguíssima escala, de ativos no campo paraense. Em poucos mais de dois anos, o grupo Opportunity já se diz dono de 500 mil hectares e de um rebanho de meio milhão de cabeças. Coroados como os novos reis do gado, podem contar com uma tropa de fiéis vassalos, dispostos a defender a perpetuação dos crimes cometidos contra o patrimônio público.

Bandeira Branca

Teria sido no Hangar, faz uma semana, um papo molhado que reuniu o empresário Rômulo Maiorana Jr. e o chefe da Casa Civil, Claudio Puty. Objetivo: passar um azeite nas relações entre o governo do Pará e o grupo de comunicação que tem sentado a maçaranduba nas ações - e na falta delas - da gestão Ana Julia, não raro de maneira nada profissional.
Noutros tempos, não tão distantes assim, a belezura que comanda as organizações ORM jamais aceitaria encontros fora de seu gabinete, mas aperto é aperto, seja na Terra Firme ou no Lago Azul.
Não vazaram detalhes do suposto encontro, mas ontem aconteceu um gesto de boa vontade que pode indicar que o Prosecco desceu redondo. Uma equipe da TV Liberal entrevistou a coordenadora da Câmara Social, a médica Silvia Cumaru, e mandou a fita para o Rio de Janeiro, com pouso previsto na ilha de edição do Profissão Repórter, onde Caco Barcelos prepara mais uma de suas brilhantes reportagens, desta feita sobre o caso Santa Casa.
A configuração do mercado da mídia no Pará - altamente concentrado em dois grande grupos que rivalizam na política e na péssima qualidade do que produzem - é um dos problemas que enfrenta a comunicação do governo. Feito aquela história do tamanho do cobertor: se puxar muito pra cima, descobre o pé; se muito para baixo, mostra a cabeça.
Mas, nada nada, o governo dá uma respirada. Precisadinho está.

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Já pensaram se Puty abre um blog quando deixar o governo?

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Mestre em Matemática pela Unicamp, o candidato petista à prefeitura de Nova Déli, professor Mário Cardoso, treme nas bases ao pensar na inflexão da curva de satisfação do telespectador quando a governadora Ana Julia aparecer em seu programa no horário eleitoral.

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* Formulação algébrica da função decrescente.

A Sociedade Cobra

O secretário de Segurança Pública do Pará, delegado federal Geraldo Araújo, precisa ir à Santarém dar uma apertada nas investigações do atentado contra o jornalista Jeso Carneiro antes que, de tão maduras, possam apodrecer, abrindo espaço para a ação das bocas de Matilde da cidade, como já está acontecendo.
A demora no esclarecimento do crime que virou notícia internacional - já se foram onze dias - será a próxima cobrança contra o governo do estado.
Executores e mandante tem que aparecer .

Caminhando

O ex governador tucano Simao Jatene deve sair muito em breve pelas ruas de Nova Déli ao lado da candidata democrata à prefeitura da cidade. Ontem, no início da noite, Jatene convocou candidatos a vereador para uma reunião na sede do PSDB, com a presença de Valeria, quando a decisão foi anunciada.
Anzóis e iscas estarão de folga nesta temporada.

O Lobo Mau e Seus Chapeuzinhos

Quem se lembra das letras sórdidas publicadas na campanha de 1986, no engatinhante mas já ordinário Diário do Pará, algumas em versos de uma canalhice monumental atribuídos à um assumido pafúncio da política paroara, que espere o que vem por aí em blogs anônimos nesta campanha de 2008.
O Quinta Emenda não publica, não linka e nem aceita comentários que levem à essas webpocilgas.

30.7.08

O Caminho das Pedras

A pedido de um comentarista anônimo, na caixinha de comentários do post Transpioca, o poster foi atrás das informações sobre a declaração de bens da candidata democrata nas eleições 2008 em Nova Déli. Eis o resultado.

Digite http://www.tse.gov.br/.
Em seguida clique no ícone Eleições, no cardápio horizontal abaixo da identificação do site.
Depois, no rol vertical à esquerda, clike em Divulgação dos Candidatos.
Aí voce clika em Eleições 2006, que vai abrir um quadro de opções. Role a barra de rolagem até encontrar o estado do Pará. Nele clike em Governador, e verá que aparecerão os nomes dos candidatos ao governo paroara em 2006. Se voce clikar em cima do nome de Almir Gabriel abre-se um novo quadro, com a foto do ex governador. Embaixo da foto há o nome de Valeria Pires Franco. Clikando em cima aparece mais um quadro, menor que o anterior, com a foto da ex vice governadora. Abaixo, está escrito Declaração de Bens. Clike e veja.
Com este percurso, evitado pelo Diário do Pará, voce se depara com os bens declarados pela candidata democrata à prefeitura de Nova Déli e tira a limpo a polêmica que envolveu, no início desta semana, as informações dos bens da candidata.


MPF Denuncia Fazendeiro

O Ministério Público Federal (MPF) ajuizou ação criminal por desmatamento contra o fazendeiro Lourival Novaes Medrado dos Santos,ex-proprietário das cerca de 3 mil cabeças de gado apreendidas em junhona operação "Boi Pirata", em Altamira, no Pará.
Na ação, encaminhada àJustiça Federal nesta quarta-feira, 30 de julho, o fazendeiro é acusado pela destruição de 5 mil hectares de floresta na Estação Ecológica Terra do Meio, região central do Estado."Foram destruídos 50,4 quilômetros quadrados de floresta nativa, o que equivale a aproximadamente 25 vezes a superfície territorial do Principado de Mônaco, localizado na região centro-sul da Europa",denuncia o procurador da República Alan Rogério Mansur Silva, que pede a condenação de Santos por dano a unidade de conservação. A pena para o crime pode chegar a cinco anos de reclusão

Fonte: Assessoria de Comunicação do MPF no Pará.

Mais Prá Lá, Do Que Pra Cá

Informações da seara vermelha de bolinhas pretas, o PMDB, mostram sinais de preocupação com a campanha pela reeleição do Sobrancelhudinho em Ananindeua. E o desembarque em massa dos peemedebistas na campanha do filho, na cidade vizinha, vai fazer falta na do sobrinho em Nova Déli.
Mas o adversário tucano do atual prefeito vai enfrentar uma parada duríssima.
Qualquer que seja o resultado das urnas, seu impacto sobre a coalizão que governa o estado será considerável.

Cadáveres e Bundas

Outro membro da velha guarda da Portela, o jornalista Nélio Palheta, comparece na caixinha de comentários do post Houve Uma Tentativa, de hoje, com seu depoimento sobre os pontos de venda que abundam nas pocilgas da capital do estado.
Uma palinha:

A verdade é que não suportamos mais esse noticiário. Com todo o respeito que tenho pelos colegas de profissão e muitos amigos que estão nas redações, estamos comprando um “produto” ruim, um jornalismo que desconheço se é uma instrução superior na sua estratégia de vender mais jornal ou se é uma decisão involuntária (nada é involuntário numa redação) das editorias – sejam cadáveres ou bundas o material que fechará páginas e páginas.

Na íntegra aqui. (role a barra de rolagem)

Rezando Fora da Cartilha

No blog do Bogéa.

Antecipado pelo poster na coluna do Diário do Pará de ontem, 29, saiu, hoje, a publicação da exoneração do secretário municipal de Meio Ambiente ( de Marabá ), Antonio Rosa. Decisão unilateral do prefeito Sebastião Miranda (PTB) ao tomar conhecimento de que o seu ex-auxiliar estava trabalhando contra a candidatura de João Salame.

Temperatura

No blog de Charles Alcântara.

REPERCUSSÃO

A edição de hoje (30/07) de O Liberal (caderno “Poder”, seção “Blogosfera”, página 9) reproduziu trechos do meu artigo publicado neste blog (“Enquanto há tempo...”).

REAÇÃO

Ao tempo em que acompanho a repercussão da matéria, aguardo, parcimoniosamente, a rebordosa.Ao invés de perderem tempo com apurações inócuas e reações irascíveis contra delatores ou traidores imaginários, aqueles que se sentiram atingidos (sem qualquer razão) pela matéria deveriam dedicar-se a enfrentar as causas da doença.
Adianta quebrar o termômetro?

Jornalismo Investigativo

A Carta Capital divulga o mais completo dossiê contra o quadrilheiro Daniel Dantas.
A Justiça dirá a que veio.

Justiça no Boteco

No blog do Alaílson Muniz.

Em alguns municípios do oeste paraense, os juízes receberam os pedidos de impugnação dos candidatos da situação e, em seguida, foram tomar umas cervejas com os impugnados em mesa de bar.

Pití

Ninguém fale em IBOPE ou em Vox Populi perto da governadora Ana Julia.

Houve Uma Tentativa

Do publicitário Orly Bezerra, em comentário ao post Galeria dos Horrores, de ontem.

Pôxa, Juca, lendo esses comentários sobre essa questão das páginas policiais dos nossos jornais, a essa hora da noite, depois de um dia muito pesado por conta das campanhas, me veio à lembrança um episódio acontecido no saudoso Estado do Pará, que fez época no final dos anos 70. Vou tentar ser fiel ao ocorrido, mas, por favor, me perdoem os contempladores se houver alguma falha de memória.
Fazíamos parte de uma redação muito jovem, outros nem tanto: eu, Ronaldo Brasiliense, Carlos Queiroz, Luís Otávio Barata, Afonso Klautau, Natsuo, Raimundo Pinto, Jaime Beviláqua, Carlos Mendes, Ana Célia Pinheiro, Ruth Rendeiro, Beth Mendes, Rosaly Brito, Rosa Leal e mais, e mais, e mais. Aí surge uma idéia genial: mudar radicalmente o noticiário de policia do jornal, que passaria a ter um aproveitamento jornalístico normal.
A diagramação seria sóbria, sem títulos em letras garrafais; o número de páginas reduziria de quatro para duas ou uma; deixaria de ocupar o espaço nobre de contra-capa; a redação das matérias seria criteriosa, pondo fim ao tradicional repórter de polícia; e por aí iam as recomendações.
E a mais importante: quando houvesse um crime qualquer ou mesmo um roubo por mais escabroso que fosse, o tratamento dado ao autor era de acusado e nunca de criminoso, bandido ou ladrão. A não ser quando houvesse a condenação pela justiça. E o repórter ainda recebia uma orientação da pauta: descobrir o endereço do acusado e fazer um perfil da situação familiar, a condição social, o que teria levado a pessoa àquela situação. Ou seja: a causa social originária daquele problema policial.
À frente, o jornalista Jaime Beviláquua, que editava economia, mas pelo seu perfil, sensibilidade e cultura, encaixava como uma luva nesse novo projeto.Era ou não era uma proposta muito bacana para o jornalismo policial?
Pois bem: no terceiro dia dessa nova fase de jornalismo policial, adentra na redação, logo cedo, o chefe da baderna, o responsável pela distribuição do jornal entre os jornaleiros, esbaforido, muito zangado mesmo, com uma pilha de jornal encalhado e grita bem alto: - o que eu faço com essa porra aqui?
Eu era ao chefe de reportagem e estava naquele momento complicado de fechar a pauta do dia. Fiquei sem entender direito qual era o problema. Ele continuou me olhando com os olhos bem arregalados, semblante de quem tinha passado a noite sem dormir, e com as mãos fixas na mesa sentenciou: - ou vocês mudam essa página de polícia para voltar como era antes, ou não pego mais nenhum jornal pra vender na rua!
Infelizmente, no outro dia, o Gouveão, repórter policial que fez escola, voltou a sorrir com àquelas páginas terríveis. E o Beviláqua voltou para a economia. E a redação viu seu sonho de verão passar feito um vulcão.
Não sei se essa história dá pra rir ou pra chorar.
Mas acho que deveríamos ter enfrentado o baderneiro...

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Pra quem não quiser ir tão longe no tempo basta ler os principais jornais do sul do país, que há muito deixaram pra trás a prática nefasta de expor cadáveres nas edições de polícia. Mas cada jornal dá o que tem, e O Liberal não é diferente.
Na edição de hoje, 30, o número de imagens de arquivo de instituto médico legal caiu de 9 para 3 - uma delas com 4 corpos - o que garante a permanência do odor de clorofórmio na pocilga.
Na edição de ontem da pocilga concorrente, o Diário do Pará - antecipando-se às críticas da jornalista Dedé Mesquita - eram 5 fotos. Hoje são 2. Na primeira, o close de um braço calcinado e na outra, o tronco da mesma vítima.
No rodapé da página desta última foto, um anúncio com imagens de espetos de churrasco de um restaurante desavisado.
Bom apetite.

29.7.08

Leão em Perigo

A festa estava pronta no Palácio dos Leões, sede do governo do Maranhão.
Presentes a diretoria da Suzano Papéis, controladora do empreendimento de R$ 3,4 bilhões numa fábrica no sul do vizinho estado, e todo o alto escalão do governo maranhense.
Mas o governador Jackson Lago (PDT), como diz o cabôco, deu pra trás e não foi a cerimônia, não assinou o protocolo de intenções com a empresa.
Leia aqui, num dos blogs de Política do imirante.com.br, o portal do jornal Estado do Maranhão.

Sombras, Nada Mais

Há uma tese, segundo uma fonte do blog, que explicaria o forte stress político que acomete o governo paroara, além das questões de gestão, é claro.
Tudo começou no final do ano passado, quando as articulações de alianças e enfrentamento em todo o país entraram na fase de definição.
De olho em 2010, Lula teria optado pela reeleição dos atuais governadores da base aliada e não pela sorte dos senadores ou postulantes. Como aqui no Pará tanto lhe fazia ser o Sobrancelhudo, Duciomar ou Paulo Rocha, o presidente teria topado crismar uma aliança em que o PT indicaria o vice de Duciomar, que sairia para o Senado dois anos depois e entregaria a Prefeitura de mão beijada para o PT, de preferência para alguém da DS, claro, contrariando expectativas de Brasília. Talvez até mesmo na DS nacional.
Jáder ficaria com a outra vaga para o Senado e Paulo Rocha seria descartado.
Sabendo do arranjo, Paulo enfrentou Ana Júlia na eleição do diretório municipal do partido, quando articulou um ampla frente, derrotou a DS, e implodiu a aliança com Duciomar.
Ana Júlia então teria lavado as mãos e concentrado seus esforços nas candidaturas da DS nas prefeituras e vereanças. Acertou-se com Ganzer e seguiu limando Paulo Rocha.
Se a limagem for bem feita, o deputado federal petista pode ser prejudicado a ponto de ensarilhar as armas. Mas, dependendo de fatores como o resultado da eleição em Ananindeua, Jader pode querer que Paulo seja seu companheiro de aliança, alternativa que as bases peemedebistas adorariam.
Neste caso, há uma rasteira a vista. Na governadora Ana Julia.
Enquanto isso, em Nova Déli, o candidato petista Mário Cardoso pode estar se encaminhando em direção à cruz.

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No outro lado do balcão da política paroara, as interrogações ficam por conta da suposta aliança entre o senador tucano Mário Tapiocouto para o governo, Vic Pires Franco na vice, e de novo Duciomar para o senado. Ou, alternativamente, Jatene recuperaria a maioria perdida no PSDB e assumiria o lugar do senador na cabeça da chapa majoritária, sem alterações no restante da composição.

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Cenários sombrios continuam espreitando o estado do Pará.

Perfil da Juventude

Eles abortam, consomem principalmente álcool (embora o uso de drogas ilícitas seja elevado), consideram de grande utilidade o que aprendem na escola, gostam dos professores e têm opiniões semelhantes às dos adultos sobre temas polêmicos. São politizados, acompanham o noticiário em geral sobre política. 37% dizem-se de direita, 26% de esquerda. Têm medo da morte violenta e de assalto.

Trecho do post do blog Juventude em Pauta, que analisa a pesquisa Datafolha sobre os jovens brasileiros.

É Julho

A campanha pela sucessão na UFPA andou relativamente morna neste mês de julho. Carlos Maneschy, numa ação inteligente, percorreu alguns campi do interior. Luis Carlos Silveira ainda não retornou da Alemanha, onde se encontra em atividades acadêmicas.
Ana Tancredi manteve-se em ritmo discreto nas atividades em Nova Déli.

Galeria de Horrores

Deve haver gente doente na redação e no comercial de O Liberal, a maior pocilga do norte e nordeste. O caderno de Polícia da edição de hoje traz nada menos do que nove - isto mesmo, nove - fotos de cadáveres, nas mais indignas posições.

Disponível e Dispensável

Com base nas pesquisas que atestam sua popularidade, Lula autorizou o uso de sua imagem a todos os candidatos aliados em seus programas eleitorais, contrariando o PT, que na Bahia já havia entrado na Justiça exigindo exclusividade na careta do presidente.
Aqui no Pará procura-se um candidato a vereador que queira usar a imagem de Ana Julia nos santinhos.

Reta Final

Faltam três semanas para o início do horário leitoral gratuito, hora da onça beber água.

Diário do Pará: Cadê o IVC?

Por Lucio Flavio Pinto, no site Pará Negócios.

Tiragem

É paradoxal a posição do Diário do Pará.
Com razão, proclama seu orgulho de ser o único jornal da terra filiado ao Instituto Verificador de Circulação. Mas na hora de divulgar sua vendagem, recorre ao Ibope, que é fonte de pesquisa muito menos autorizada em matéria de impresso do que o IVC. O Ibope mede audiência, enquanto o IVC atesta a circulação realmente paga.
O que deduzir dessa contradição? De que muitos exemplares do Diário circulam como cortesia ou por alguma forma de comercialização que o IVC, muito rigoroso na aferição, não concordaria em computar, provavelmente porque a receita da venda não cobre o custo de produzir o jornal. O Diário paga caro para manter-se no IVC, mas não usufrui seu principal serviço, que é o selo atestando a circulação vendida.
Quando teremos a divulgação do primeiro boletim do IVC sobre o jornal do deputado federal Jader Barbalho? É a pergunta que a empresa, se quiser impor respeito, precisa responder. Quanto mais cedo, melhor.

Ôba,Ôba, Charles

Sobre a performance de Charles Alcântara em seu blog diz, por e.mail, um leitor do Quinta:

Que bela contribuição está dando o Charles para a compreensão do Governo Ana Júlia.Ficamos devendo essa a ele. Que aliás está se saindo melhor como blogueiro do que como Chefe da Casa Civil. Com todo o respeito, claro. Pelo menos como blogueiro basta mandar um comentário para a caixinha e fala-se com ele. Quando ele era Chefe da Casa Civil não retornava nenhuma ligação, trocava de celular constantemente e não dava um pio sobre tudo o que agora pia.
Mas é melhor que fale agora do que calar-se para sempre.

Espelho Meu

Não é verdade que a governadora Ana Julia vai contratar o Brasmarket para medir sua popularidade.

28.7.08

Narciso

Do comentarista Plebe Rude, sobre o post abaixo.

Narciso é um personagem caro à psicanálise.
De tanto olhar-se no espelho, de tanto supor que aquilo que via era a imagem da perfeição, e de que tudo o que fizesse estaria na medida exata de sua "bela" imagem, Narciso não suportou as brechas, as falhas, as fraturas d'alma.
Assim é o Governo Ana Júlia: narcisista, prepotente, solitário.
O Sr. Charles Alcantara descreve os sintomas da doença narcísica que acomete nosso governo popular: isolamento, prepotência, insegurança, desconfiança.
Doentes e sós querem, eles, nos contaminar com a linguaguem da hiprocrisia, nos seduzir com o velho discurso de que suas estórias de luta e sacrifício os colocaram na condição de visionários, de ungidos, de "salvadores da pátria".
Mas não passam de vendilhões, de pequenos burgueses, todos agarrados nas tetas de seus empregos, de seus carros, de seus interesses privados. Não querem governar para os públicos que os elegeram, querem negociar o curto prazo, manter a funcionalidade de seus cargos, acumular, usufruir, gozar.
Gozar, gozar, gozar.....este é o mundo de Narciso.

Governo da Crise

O blog do Charles Alcântara traz uma análise da crise em que mergulhou o governo Ana Julia. Charles, auditor fiscal do estado e ex chefe da Casa Civil até abril passado, acha que ainda há tempo de salvar o governo.
Ao se referir à estratégia de condução dos negócios da comunicação governamental, Charles confirma as conversações secretas do governo com o grupo Liberal, antecipadas aqui no Quinta no dia 20. Sobre isso, diz Charles:

...;Ora (o governo) incrementa a participação do Diário do Pará nas contas de publicidade oficial, ora tenta selar acordos com os donos de O Liberal, em encontros tão secretos quanto o encontro do jogador Ronaldo com travestis, no Rio

Na íntegra aqui.

OMO FM

É alva, branquíssima mesmo, a programação da Rádio Cultura, emissora mantida pelo governo do Pará.
Mais chapa branca impossível.

Transpioca

O senador tucano Mário Tapiocouto comprou um ônibus.
Não é um busão comum, nem vai ser usado como coletivo em qualquer linha ou cidade paroara. Vai trafegar pelas Pa's e Br's do estado, levando a campanha do senador ao governo do Pará em 2010, sonho de consumo do elemento. Dispondo de suites e escritório, o veículo desfilará em breve na espoliada malha viária paroara, conduzindo sua excelência, o candidato.

Fala Aí...

No blog de Marcelo Marques, o Bacana, de volta da temporada européia.

A licitação do Banco da Amazônia, segundo fontes do blog, ainda vai dar o que falar.

Um Ano Sem Lauande

O tempo passou depressa, não a dor da perda.
Hoje completa um ano da morte do sociólogo e blogueiro Eduardo Lauande, tombado pelas balas ao defender a esposa de um assalto na porta de casa.
Hoje, às 19:00, num culto ecumênico na Catedral Anglicana da av. Serzedelo Corrêa, em frente ao Cemitério da Soledade, parentes e amigos vão lembrar a partida do mocajubense.

27.7.08

Invertendo os Fluxos

Os jornais maranhenses anunciaram ontem a decisão da Petrobras de construir uma refinaria em Bacabal, a 60 km de São Luís, investimento de R$ 20 bilhões. Trata-se do maior investimento público da história do Nordeste. Sozinho, equivale ao total dos investimentos - públicos e privados - anunciados para o período 2008-2011 no Pará.
Os jornais paraenses anunciam hoje a decisão da Suzano Papéis em localizar em solo maranhense uma fábrica de celulose.
A secretaria de Comunicação do Pará deveria divulgar as boas novas maranhenses em todo o sul/sudeste...do Pará.
Inclusive nos trens da Vale, verdadeiros corredores de exportação de minério e importação de miséria. O milhão de nascidos no vizinho estado que se mudou para terras paroaras no último quarto de século precisa tomar o caminho de volta.
A propósito das conveniências, ou nem tanto, da instalação de mega projetos como esses, vale a pena dar um pulo no Blogue do Colunão e ler o post Petrobrás no Continente e MPX na Ilha, publicado ontem, 26.
Nele, Walter Rodrigues, editor do blog, mostra o que realmente precisa a capital maranhense, ou a pequena Bacabal, necessidades semelhantes às da região metropolitana de Nova Déli e do sul paraense.
Leitura obrigatória aos licenciosos licenciadores ambientais paroaras, que em nome da covardia - ou, quiçá, de outros predicados mais graves feito a desídia, a ignorância e a má fé - avalizam a entropia que marca a história econômica e social recente do Pará.

Café Sem Torradas

Tomava café na sexta de manhã, no Grand Hotel São Luís, o marketeiro Duda Mendonça. Ele avalia os possíveis estragos na candidatura do tucano João Castelo à prefeitura da cidade, ameaçada de impugnação em decorrência do não pagamento de multas eleitorais dentro do prazo legal.
Na opinião de quem entende do assunto, a pendência se arrastará até a primeira semana de setembro.

Problemas de Caixa

Na coluna Radar, de Lauro Jardim, na Veja.

A Operação Satiagraha está neste momento fazendo minguar as contribuições de campanha – tanto as doações oficiais quanto as de caixa dois. Empresários tradicionalmente generosos estão com medo de grampos e de acabar caindo em alguma operação da PF. Há campanhas paradas por causa disso.

Só o Tempo de TV

Só três vereadores tucanos apareceram até agora nas caminhadas da candidata demo-tucana Valéria Pires Franco. São eles: Heitor Pinheiro, Samuel Aflalo e Amaro Klautau.
Pra completar, os santinhos dos candidatos tucanos saem da gráfica sem o nome da candidata majoritária.

O Debate Fugiu

Reiterando sua velha prática de escafeder-se dos debates, a prefeita de Santarém, Maria do Carmo (PT) passou longe dos estúdios da Rádio Rural na quinta feira. Mas nada foi aproveitado do debate entre os outros tres candidatos.

Meia Volta

No blog do Charles Alcântara.

O modelo de gestão implantado desde o início do governo de Ana Júlia, que teve na extinção das secretarias especiais o seu principal mote, deve sofrer alteração.Fonte graduada antecipa ao blog que as atuais câmaras setoriais serão mantidas, mas podem ser realinhadas.Caberá aos próprios secretários de estado a coordenação das câmaras setoriais, e não mais aos coordenadores de câmaras (função criada no âmbito da reforma administrativa aprovada na ALEPA).
Esta mudança, por certo, altera sensivelmente o papel, tanto das câmaras setoriais quanto dos secretários que as coordenarão, além de esvaziar o sentido original da função de “coordenador de câmara setorial”.Os efeitos colaterais da mudança são os seguintes:
1. Retorno, na prática, à idéia de secretários especiais ou “super-secretários”;
2. Reconhecimento de que a SEGOV não cumpriu o papel de coordenar a gestão administrativa do governo.
A gestão da máquina administrativa tem sido, de longe, o desafio mais inquietante do governo.

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Vamos combinar: tanto o desenho estabelecido antes dos governos tucanos, quanto o implantado por eles, ou o atual, petista, poderiam dar conta da gestão do governo.
O problema é outro, o mesmo que marca as tres etapas: competência e decisão política. Discute-se o sexo dos anjos nesta questão enfadonha de modelo de planejamento, que equipara, na chatice e no embuste, economistas a pedagogos.

Desvio

No Repórter Diário de ontem, sobre o padrão da prestação de serviços da Rede Celpa.

Novas denúncias de ação delituosa de prestadores de serviços da Celpa. Na última segunda-feira, na rua Manoel Barata, em Outeiro, dois funcionários que utilizavam um automóvel Fiat Strada, de placas HHP 4960, foram surpreendidos pelos seguranças contratados pela Agência Distrital do Outeiro quando retiravam um refletor que pertence à Divisão de Iluminação Pública da Prefeitura Municipal de Belém. A dupla, ao ser flagrada, saiu em disparada tentando fugir com o equipamento. Alcançados pelos seguranças, foram obrigados a colocar o refletor no local. Não foram presos por alegarem que estavam “em serviço”.

UTI

Pesquisa após pesquisa, o governo Ana Julia permanece entubado junto à opinião publica.

A Maior Mina e o Pior Trabalho

Por Lucio Flavio Pinto, na mais nova edição do Jornal Pessoal, já nas bancas, e na web pela página de O Estado do Tapajós.

O Ministério Público do Trabalho de Marabá deverá ajuizar uma ação civil pública para apurar o acidente que matou um trabalhador na mina de Carajás, em Parauapebas, no sul do Pará, há um ano. Entre 3 e 4 horas da madrugada de 28 de julho de 2007 o auxiliar de serviços Thiago Santos Cardozo, de 20 anos, foi esmagado por um caminhão de 140 toneladas, que operava na jazida N4 Norte, onde a Companhia Vale do Rio Doce produz minério de ferro.O inquérito instaurado já está em fase de conclusão e fornecerá os elementos para o Ministério Público propor a ação na justiça. A demora deve-se ao reduzido número de procuradores, atualmente três, atuando numa área com demanda explosiva. Há também uma resolução do Conselho Superior do Ministério Público do Trabalho que recomenda a conversão de todas as representações e procedimentos preparatórios antigos em inquérito civil, arquivando-os ou ajuizando a ação devida, de acordo com o que for apurado na análise.Um dos pontos principais em relação a Carajás é a excessiva terceirização das atividades na mineração, que tem dado causa a acidentes e reclamações dos trabalhadores. Há mais dois acidentes com mortes em Carajás que o MPT de Marabá está apurando. Duas varas da justiça trabalhista já foram instaladas em Parauapebas, mas as reclamações contra as condições de trabalho em Carajás, que já passaram de oito mil, sobrecarregam a tramitação dos processos. Das 23 mil empregadas na produção de minério em Carajás, apenas 10% são contratadas pela Vale. A empreitada e subempreitada se disseminaram tanto que possibilitam acidentes, como o que vitimou Thiago Cardoso, um raro nativo de Marabá, a mais importante cidade na área de influência de Carajás.Ele estava na hora errada, no lugar errado, numa relação de emprego errada e o caminhão que o esmagou procedia erradamente ao não contar com câmera e luz traseira. Essa é uma realidade que enodoa uma das maiores minas de ferro do planeta e sua proprietária globalizada. Mas parece-se mais a um cenário de dois séculos atrás em matéria de relação trabalhista.

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Ninguém dá tanto trabalho para a Justiça do Trabalho no Pará quanto a Vale e sua empreiteiras. Ninguém, nem perto, o que é um absurdo.

25.7.08

Até Domingo

Novas postagens somente a partir de domingo.
Com as desculpas do poster.

23.7.08

Contra o Consumidor

Transformados em arautos da democracia e da "livre expressão", os publicitários defendem no seu manifesto que "é a publicidade que viabiliza do ponto de vista financeiro a liberdade de imprensa e a difusão de cultura e entretenimento para toda a população. É a publicidade que torna possível a existência de milhares de jornais, revistas, emissoras de rádio e televisão, assim como de outras expressões da mídia." (!!!)
Ou seja, para os publicitários estamos num cenário em que os mediadores são os protagonistas todo-poderosos da sociedade! Para eles, é a publicidade o esteio da democracia e não o contrário, a radicalização da democracia que vai democratizar inclusive a publicidade corporativa! Que vende quase qualquer coisa, que cria necessidades, fidelidades, hábitos e valores, estilos mais ou menos predadores...
É essa publicidade que quer se "auto-regulamentar"? Os publicitários escamoteiam que é o espectador, a audiência, o público, a sociedade que produz valor simbólico e real, conteúdos, opiniões, produtos, mídia, inclusive de graça e de forma colaborativa, hoje, com as novas formas de produção e difusão da cultura livre pós-internet, produtos que podem ser acessados diretamente, sem a mediação da publicidade tradicional, inclusive!

Por Ivana Bentes, da Carta Capital.
Na íntegra aqui.

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Até sexta.

Campeão

Fiel ao estilo, e ancorado na completa desordem editorial que caracteriza a pocilga, a coluna de Alyrio Sabbá em O Liberal continua mentindo descaradamente aos seus leitores, dizendo que tudo corre as mil maravilhas na travessia do Marajó e no serviços de balsas do estado.
Sabbá é, de longe, a coluna mais nariguda de uma folha igual.
Matérias do próprio jornal, além das reportagens do jornalismo da tv do mesmo grupo - comandadas por um editor chefe enviado pela Rede Globo - desmentem continuadamente o ridículo Pinochio.

Agenda

Quando Ana Julia caiu do caminhão no comício de Canaã de Carajás, em setembro de 2006, o Quinta registrou a ausência de seus concorrentes numa visita de solidariedade, ou o envio de flores, ou um gesto do tipo.
Quem visitará Marinor Brito, operada nesta manhã em razão de um fratura da rótula direita?

Produção das Campanhas

Começa a definição das produtoras que farão as campanhas de Nova Déli. A Imagem e a Tv Norte foram as escolhidas por Duciomar Costa( PTB). Valéria Pires Franco (DEM) fechou com a 3D. Priante (PMDB) vai de Walter Jr. O petista Mário Cardoso estará com a Amazon Filmes e negocia as inserções e os candidatos proporcionais com a Digital. Arnaldo Jordy (PPS) contratou a produtora da jornalista Mariluz Coêlho.
O blog ainda apura as produtoras das campanhas de Marinor Brito (PSOL) e João Moraes (PSL).

Não é Bem Assim

A propósito do post Terras de Dantas, de ontem, comenta o advogado e ex presidente do Instituto de Terras do Pará, Ronaldo Barata.

Não havia nenhum impedimento legal que criasse obstáculo para a venda da fazenda Cedro, do Benedito Mutran Filho. Um título de aforamento pode ser transferido para outrem, desde que haja prévia autorização do Estado, o que deve ter acontercido.
É importante ressaltar, ainda, que o Benedito Mutran Filho, já havia ingressado em Juízo, contra o Estado, para requerer o resgate do aforamento, o que é permitido por lei, muito antes de ter efetuado a venda de sua fazenda.
A postura da Governadora pode estar certa, entretanto é necessário muita cautela para tentar desapropriar as terras, pois esta é uma prerrogativa exclusiva da União, e só pode ocorrer se comprovar a improdutividade da área. O que o Estado pode fazer é analisar todas as transações efetuadas com o grupo Santa Bárbara, para verificar se as mesmas estão de conformidade com os ditames legais, e se as fazendas compradas estavam acobertadas por títulos de propriedade regularmente expedido pelo Estado.
O resto é pirotecnia.

Juízos de Valor

Em nota ao blog, que voce pode ler na caixinha de comentários do post abaixo, a candidata do PSOL à prefeitura de Nova Déli, Marinor Brito, reclama que a divulgação da lista suja pela AMB não separa o joio do trigo. Diz a nota que não podemos igualar os candidatos que são acusados de corrupção, de improbidade administrativa, de enriquecimento ilícito (como o atual prefeito Duciomar Costa) com dirigentes sindicais processados por assumirem a luta por causas coletivas e justas.
Marinor tem meia razão. Do ponto de vista do erário, não há comparação entre aliviar os cofres públicos e invadir e ocupar prédios públicos. Na perspectiva da ordem pública, ou do direito de ir e vir, não há comparação entre uma invasão de prédios públicos e uma metida de manzorra na cumbuca dos recursos públicos.
A AMB foi rápida na resposta à esse tipo de questionamento, nas palavras de seu presidente: não fazemos juízos de valor, disse o juiz Mozart Valadares.
Tem razão por inteiro o magistrado. É a sociedade quem o fará, nas eleições de outubro. Mas, para isso, precisa ter acesso à lista, com a devida tipificação do delito. Aí escolherão os eleitores, se concordam com quem rouba os cofres públicos ou quem invade e ocupa prédios públicos.
O poster, por notório, repudia as duas ações.
O PSOL pode alegar que procede de maneira diferente do nacional Duciomar Costa, e com razão, mas não pode se achar acima da lei, ou julgar que sua notória preferência pelas invasões de próprios públicos não enfrentaria, um dia, a exposição pública do devido enquadramento legal.
Marinor não está na lista suja só por assumir causas coletivas e justas, como afirma a nota, mas também por fazê-lo em desacordo com a lei e contra as mais singelas normas de sociabilidade e civilidade.
Se roubar é péssimo, querer se afirmar na marra também é.

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Boa sorte à Marinor Brito no procedimento cirúrgico ao qual se submete, neste exato momento, num hospital da cidade, e que em breve ela possa retornar às lides de sua campanha.

22.7.08

AMB Começa a Soltar a Lista Suja

"Que vergonha, que infelicidade,
Ouvir meu nome na Patrulha da Cidade"

Refrão da vinheta de abertura do programa Patrulha da Cidade, do radialista e ex deputado Paulo Ronaldo, líder de audiência no horário do meio dia no rádio paroara dos anos 70.

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Estouram em inúmeros blogs e sites os primeiros nomes da lista suja. Vou linkar aqui.

Os Crimes e Seus Desvios

Da Redação de Carta Capital.

Há cerca de dois anos, a Procuradoria de Milão iniciou uma investigação de executivos da área de segurança da Telecom Itália acusados de espionar políticos, empresários e celebridades. Pelas contas dos procuradores, cerca de 300 mil cidadãos italianos podem ter tido a vida bisbilhotada pela turma da operadora de telefonia, assessorada por espiões recrutados em serviços secretos nacionais e internacionais.

É um escândalos monumental. Mostra o estilo de uma banda que tomou o controle da empresa no período em que ela foi dirigida por Marco Tronchetti Provera. Mas seus desdobramentos têm muito menos a ver com o Brasil do que alguns querem fazer parecer.

Desde que o caso veio à tona na Itália, o banqueiro Daniel Dantas tenta usá-lo a seu favor em processos em terras brasileiras. A tese é simples: Dantas nunca mandou espionar ninguém e nem contratou a Kroll para praticar arapongagem ilegal. Tudo foi plantado por executivos da Telecom Itália, que corromperam policiais, políticos e jornalistas para atacá-lo. O banqueiro brasileiro é uma vítima do processo.

É uma tese recorrente, repetida inúmeras vezes pelos assessores de Dantas, infelizmente (para o banqueiro) desmentida pelos fatos. E que volta e meia, sem que se acrescente uma linha a mais de informação, reaparece na imprensa. Desta vez, foi a vez de O Estado de S. Paulo, na edição desta terça-feira, 22, cair na esparrela. Narra a reportagem do Estadão que a procuradoria de Milão denunciou oito pessoas ligadas à Telecom Itália por espionar Dantas. Segundo o jornal brasileiro, o pessoal da operadora teria plantado provas falsas no inquérito da Kroll. Pelo serviço sujo no Brasil, Dantas e executivos da empresa norte-americana são réus por formação de quadrilha e espionagem internacional. O processo corre na 5ª Vara Federal de São Paulo.

A leitura dos jornais italianos dos últimos dias oferece uma análise bem diferente. Os promotores italianos denunciaram 34 por espionagem de milhares de cidadão italianos. O Brasil é mencionado. Diz-se que os arapongas da Telecom Itália capturaram emails de um funcionário da Kroll e da Carla Cicco, ex-presidente da Brasil Telecom, aliada de Dantas. Mas nenhum dos acusados está sob investigação pelo que aconteceu no Brasil. Segundo a imprensa italiana, os promotores não solicitaram nenhuma informação a autoridades brasileiras a respeito do caso. Tratam-se de crimes cometidos na Itália.

Há um problema de lógica na tese de Dantas. A descoberta de que a Kroll espionava autoridades brasileiras chegou à Polícia Federal por um erro dos arapongas da empresa norte-americana e não pelas mãos dos italianos. Em 2002, eles confundiram o então presidente do Banco Central, Armínio Fraga, com o ex-ministro Andrea Calabi, que prestava consultoria à Telecom Itália. Fraga, ao perceber que era seguido, acionou os federais. Mero acaso, portanto.

Quanto à suposta “plantação” de provas falsas no inquérito brasileiro sobre a Kroll, é outra linha de defesa também desmentida pela realidade. De fato, ao saber da espionagem, a Telecom Itália acionou seu setor de segurança no Brasil para um trabalho de contra-espionagem. Houve coletas de informações, inclusive depoimentos de ex-funcionários da Kroll. Pelo que revela agora a Promotoria de Milão, houve a captura ilegal de emails de um executivo da empresa americana e de Carla Cicco. Mas o Ministério Público Federal brasileiro já declarou mais de uma vez que nenhuma das informações prestadas pelos italianos no curso das investigações foram anexadas à denúncia acatada pela 5ª Vara Federal. Foi um procedimento para evitar, inclusive, a contaminação do processo.

Outro ponto: como Dantas explica a atuação de Frank Holder, ex-CIA e ex-executivo da Kroll, na confecção do dossiê com contas falsas do presidente Lula, ministros e do então diretor-geral da PF Paulo Lacerda? É outra história inventada pela Telecom Italia? Segundo a Veja, o dossiê foi confeccionado por Holder a mando do banqueiro e entregue à revista em 2005. DD acabou indiciado pela Polícia Federal por crime de calúnia.

Sobre o pagamento de policiais, políticos e jornalistas, que teriam sido corrompidos para prender e atacar Dantas, é outra tese da defesa do banqueiro a carecer de indícios mínimos. O banqueiro insinua a história a tanto tempo que, imagina-se, faria um estardalhaço se tivesse as provas. Alimentar as suspeitas lhe é, porém, sempre muito útil. Toda vez que está em apuros, como agora, DD saca da tese para tentar desviar o foco de seus crimes.

Luz Negra

Já tarda uma ação mais dura do Ministério Público Federal contra as práticas de corte do fornecimento de luz sem aviso prévio ao consumidor. A farta jurisprudência estabelecida, que já condenou concessionárias em praticamente todos os estados do país, não tem impedido a continuidade de abusos e destratos no atendimento ao consumidor.
A Celpa não é exceção na prática abusiva e bem faria se fiscalizasse melhor a atuação dos aboçalados contratados para cortar contas pagas, que sequer tem atualizado em seus palm tops o sistema de pagamentos de contas.
No link podem ser observados procedimentos idênticos na Cemat, a concessionária de Mato Grosso, outra empresa do grupo Rede.
O abuso e a violência decorrem dos evidentes desvios éticos que presidiram a privataria de serviços públicos no Brasil, e se acentuam pela captura progressiva das agências de regulação pelos mais sórdidos interesses e posturas empresariais.

1/2 Dúzia

O ex secretário de Saúde do governo Jatene, Fernando Dourado, voltou a ter os bens disponibilizados na ação que lhe move o MPE por danações com os recursos públicos da Sespa. E a vida caminhava bem, até que Dourado resolveu candidatar-se à vereador em Nova Déli. Pronto! Veio o Ministério Público Eleitoral e pimba!, impugnou sua candidatura.
Na mesma parada caiu o malandro Ademir "Cais do Porto" Andrade.
Agora são seis na barca da ausência de moralidade pública: Dourado, Ademir, Bené, Kaveira, Antonio Neto e...ele, claro, o falsário Duciomar Costa, o prefeito.
Todos tem até o dia 27 pra se virar do avesso e conseguir o registro.

Com informações de O Liberal.

Terras de Dantas

Mais novidades no caso Daniel Dantas e as terras no sul do Pará, na terceira chamada de capa em quatro edições da folha sobrancelhuda.
Mostrando que quando quer faz direito - ou melhor do que o abuso verificado na edição de sábado, 19 - o Diário do Pará, na edição de hoje, conta a história da possível desapropriação das terras do marginal. Desta vez o governo falou, por meio de seu Procurador Geral do Estado, Ibrahim Rocha, e pelo secretário de Comunicação, Fábio Castro. Em tese, mas falou.
Até o proprietário anterior de parte das terras, Benedito Mutran Filho, pode ser chamado a explicar como vendeu terras se não tinha o título definitivo de posse, mas só a cessão de uso.
Mas que almoço indigesto aquele entre o lobista de Dantas e a governadora Ana Julia, hein?

Aqui Não

A visita do presidente Lula à Marabá, no dia 12, para anunciar a siderúrgica da Vale, pode dar um gás à candidatura da deputada petista Bernadete ten Caten à prefeitura daquela cidade. Há uma discreta torcida no PT para que Lula estenda o périplo até Santarém, mas as fontes petistas do blog descartam a presença do presidente em Nova Déli, por causa das candidaturas do falsário e de Pirante.

Investigações Avançam em Santarém

No blog do Jeso Carneiro.

Uma das descobertas pela Polícia Civil de Santarém ontem, 21, em que o trabalho de investigação foi bastante intenso na busca dos dois homens que atentaram contra a família do signatário do blog, foi a de que o casal de jovens que assistiu ao crime era parte integrante da quadrilha.
Eles estavam no local - sentados na parada de ônibus localizada no cruzamento das ruas Rui Barbosa e Silva Jardim - para agir em favor dos bandidos que estavam na moto. E entraram em cena tão logo os incendiários fugiram do local, pela Rui Barbosa em direção à periferia da cidade.
O casal, então, se aproximou da casa em chamas, assistiu ao socorro dos vizinhos, e começou a disseminar informações falsas. Como, por exemplo, a compleição física dos motoqueiros, a cor da moto e hora do crime. Além disso, “plantaram” que moravam nos bairros do Amparo e Mapiri.
Ainda hoje de manhã, o delegado regional Jardel Guimarães, em entrevista à imprensa, promete revelar novas informações sobre o caso.

21.7.08

Contas em Desordem

O escândalo no governo tucano do Rio Grande do Sul, que derrubou quatro secretários da governadora Yeda Crusius, bate nas portas do TCE daquele estado. Semana retrasada foi o TCE de Minas Gerais que teve sua porta arrombada por denúncias de grossas falcatruas envolvendo ministros da Corte.
Por aqui, além de uma gastança na festa de São João, e dos passeios al mare do carro do gabinete do conselheiro Cipriano Sabino, os maiores problemas parecem residir em outro tribunal, o de Contas dos Municípios, onde conselheiro emprega até cachorro de madame, ou brigam e fazem cara feia, denunciam-se uns aos outros, e depois mergulham no mais completo silêncio.
No silêncio das contas.

Nos Corredores da Blogosfera

Completou uma semana de postagens na sexta, 18, o blog do auditor fiscal Charles Alcântara, comemorando a moderação positiva de todos os comentários que recebeu. Antes que o galo cantasse tres vezes, a festa acabou.
Mais adiante pouca coisa - quem aposta está há tres anos na lida - vai festejar a curta duração do record, cuja quebra foi encarada com simplicidade e sinceridade.
Enquanto isso o blog revela-se atento, gentil, e bem humorado.
Aqui, provocado por um comentarista agressivo, declina sua visão sobre uma parte do episódio de sua exoneração da chefia da Casa Civil em maio deste ano. É um bom começo para o desvendamento de uma parada ainda nebulosa.
By the way, névoas que mal podem encobrir o alvo da crítica contida na responsabilização pela exoneração de Humberto Cunha da assessoria da governadora Ana Julia, cuidadosamente tratado pelo eufemismo "os corredores".
Blog do Charles Alcântara: pra ficar de olho todos os dias.

Opinião

No site Pará Negócios, 95% dos leitores acha que a desembargadora aposentada Ana Murrieta deveria estar presa. No blog do Noblat, 80% dos votantes desconfia que nada vai acontecer com Daniel Dantas. No Portal ORM, 92% dos internautas diz que depois de 18 anos o Estatuto da Criança e do Adolescente não cumpriu com a meta de ajudar no tratamento de adolescentes infratores.

Especial do Círio

A Xingu Comunicação, do jornalista Nélio Palheta, prepara suplemento de Veja sobre o Círio. Será a primeira publicação sobre o Círio, com estutura independente, isto é, fora do corpo da revista semanal, que circulará junto com a revista dos Civitas.
Integralmente produzida em Nova Déli, terá informações exclusivas sobre a festa paraense. Além das tradicionais informações sobre a história da devoção nazarena no Pará, a revista terá informações para os turistas do Círio e reportagens fora do Pará - uma delas em São Paulo.

Fácil Solução

No blog do Jeso Carneiro.

O delegado-superintendente da Polícia Civil no Baixo Amazonas, Jardel Guimarães, colocou dois delegados - Jamil Casseb e Herbet Farias - para comandar as investigações do atentado sofrido pela família do signatário do blog na madrugada de domingo.
Os dois estão nas ruas da cidade atrás de pistas que possam levá-los aos autores do incêndio criminoso.
Jardel Guimarães, em contato há pouco com o blog, disse que o caso não é difícil de elucidar em função das inúmeras pegadas deixadas pelo incendiários no local do crime - tênis, isqueiro, carote etc.
- Vamos colocar atrás das grades os autores e, não tenha dúvida, desvendar a faceta do mandante ou mandantes - declarou Jardel.


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Atualizada às 10:50.

Do jornalista e professor doutor Manoel Dutra.

Não deixar esfriar. O mandante Já!
Mandar botar fogo na casa de um jornalista é um crime que extrapola a sua segurança pessoal e a de sua família! Estes merecem imediata proteção do Estado - da Polícia e da Justiça. E do Legislativo também.
Mas a questão é mais profunda: atentar, na escuridão da noite, contra quem quem age às claras, pois o papel do jornalista é agir às claras, é atentar contra todos nós, contra toda a sociedade, é atentar contra a Democracia que a tanto custo procuramos construir neste País.
O atentado à casa e à família do Jeso atinge a todos nós jornalistas.
Se agora nos omitimos, se calamos, amanhã a vítima poderá ser qualquer um de nós que vivemos de produzir notícias, boas e más, como bons e maus são os procedimentos das pessoas, dos políticos, do homem e da mulher comum, das autoridades.Por isso é que esse episódio não pode esfriar.
E não cabe só ao Jeso procurar a solução. Somos todos nós, jornalistas e todos os cidadãos os responsáveis, por pressionar por uma solução imediata. Nesta segunda-feira tudo deve ser feito: acompanhar de perto a investigação policial, procurar e instigar uma ação firme do Ministério Público, exigir um pronunciamento da Câmara de Vereadores e da Assembléia dos Deputados, mesmo em férias, a fim de pressionar a máquina estatal a encontrar, já, o mandante desse crime que não é o primeiro.
É preciso envolver a governadora do Estado para que, do alto de sua autoridade, determine imediatas e eficazes ações para trazer a público o nome desse ou desses inimigos públicos que, se hoje tentam destruir um jornalista e a sua família, amanhã poderão fazer muito mais, do muito que, provavelmente, já fizeram contra a ordem pública e contra o bem público, inimigos que são da convivência democrática.
Ao mesmo tempo, é hora, e já passou da hora, de todos os jornalistas de Santarém e do Pará inteiro se unirem, a despeito de suas eventuais diferenças político-partidárias, e denunciarem essa selvageria e exigirem a investigação completa até chegar à cara do mandante ou mandantes. Cada jornalista que se calar ou será conivente ou estará criando a possibilidade de também virar vítima amanhã.

Embora não tenha mandato por eleição, o jornalista é uma pessoa pública pela natureza de seu trabalho. Atentar contra um desses profissionais é atentar contra todos e ferir a liberdade de expressão. Se alguém não gosta das coisas que o Jeso ou qualquer outro jornalista escrevem, que vá se queixar na Justiça.
Fazer diferente, merece a repulsa geral.
Por isso, sugiro aos colegas jornalistas de Santarém que não deixem a peteca cair: comecem hoje a coletar assinaturas de colegas e de todas as pessoas de bem de Santarém, a fim de remeter essas assinaturas de repúdio e pedido de sérias providências à governadora, aos presidente dos tribunais, aos parlamentares locais e estaduais, aos órgãos de imprensa nacionais.
A ação deve envolver o Sindicato dos Radialistas, o Sindicato dos Jornalistas do Pará, a OAB, as igrejas, os demais sindicatos, associações empresariais e populares, os dois cursos de Jornalismo de Santarém, as Universidades, Ongs, enfim, todos os grupos da sociedade civil organizada no sentido de botar na rua a cara de quem fez e de quem mandou tocar fogo na casa do jornalista.
EU GOSTARIA QUE ESTE MEU MANIFESTO SAÍSSE DAS PÁGINAS DO BLOG DO JESO PARA OUTROS BLOGS, PARA AS REDAÇÕES DE TODOS OS JORNAIS DE SANTARÉM E DE BELÉM, PARA AS RÁDIOS, PARA AS TELEVISÕES, QUE FOSSEM FEITAS CÓPIAS E DISTRIBUÍDAS NAS RUAS, NAS FEIRAS, NOS MERCADOS, NAS IGREJAS. SUGIRO QUE, NO PRÓXIMO FIM DE SEMANA, ESTAS FORÇAS SOCIAIS PROMOVAM UMA CONCENTRAÇÃO EM LOCAL PÚBLICO, PARA FINALIZAR O DOCUMENTO CONTRA ESTE CRIME E CONTRA A CORRUPÇÃO DE MODO GERAL, COLETANDO ASSINATURAS PELAS RUAS DA CIDADE.
Assim, demontraremos, todos, que não mais aceitamos o mandonismo daqueles que querem continuar impunes, traindo a confiança do povo.
Façamos um cruzada contra o crime e a corrupção. O MANDANTE, JÁ!

Ass: Jornalista Manuel Dutra

Ladeira

A avaliação negativa do governo de Ana Julia em Nova Déli, segundo a pesquisa IBOPE/Democrata, chega a ser 30% pior que a do prefeito falsário.

Educação Internacionalizada

Seguindo uma tendência observada em várias universidades particulares brasileiras, a UNAMA pode abrir seu capital para a Universidade Anhanguera, de São Paulo, que por sua vez já tem sócios estrangeiros em seu controle acionário.

Almoçando Com Greenhalgh

Longas matérias de agências nacionais na edição de hoje do Diário do Pará, com manchete de capa, voltam à carga: a governadora Ana Julia recebeu o lobista Luis Eduardo Greenhalgh para um almoço e ouviu pedidos para favorecer interesses escusos do marginal Daniel Dantas no Pará.
Segundo a matéria, a assessoria da governadora tergiversou, limitado-se a responder:

A governadora não respondeu às indagações sobre o almoço. A assessoria de Ana Júlia limitou-se a dizer que a governadora, “ao lado da senadora Ideli Salvatti (PT), apresentou voto em separado no Senado, denunciando o banqueiro Daniel Dantas à CPI dos Correios”. “Foi esse voto que a Procuradoria da República e a PF aproveitaram para iniciar as investigações (Operação Satiagraha) contra o banqueiro” (SÃO PAULO /AE).

É Vera

O Repórter Diário, na edição de hoje do Diário do Pará, corrige erradamente nota da colunista Vera Cardoso na edição domingueira. O geofísico José de Seixas Lourenço é sim o coordenador da Comissão que vai impantar a UFOPA em Santarém.

Pesquisa Publicada

Foi divulgada, enfim, a pesquisa IBOPE/Democrata na capital paroara.
Detalhes aqui, no blog do Bemerguy.

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A publicação da pesquisa foi resultado de intensas gestões da coordenação da campanha de Valéria Pires Franco (DEM) com a direção da pocilga nariguda. Reticente no primeiro momento, O Liberal cedeu diante das evidências: é ruim o prognóstico da candidatura Duciomar Costa, que se movimentou o quanto pode para que o jornalão não publicasse a pesquisa.

20.7.08

O Crime Bate à Porta

Não é nada boa a situação em Santarém. Nesta madrugada, a casa do blogueiro Jeso Carneiro foi alvo de atentado. Veja os detalhes do caso, com foto, aqui.

D + D

Pelo segundo final de semana seguido, o prefeito falsário de Nova Déli vai à Salvador encontrar-se com seu marqueteiro Duda Mendonça. Não deve esquecer o candidato de pedir a Duda que crie inserções exclusivas para sua campanha, pois esse negócio de requentar comerciais não dá certo. Nunca deu. Além do que o falsário é único, né não?

Flores do Mal

É difícil a situação de uma jardineira que precisa regar dois jardins e não tem água que chegue para um deles.

19.7.08

Recado Sobrancelhudo

É interessante a manchete do Diário do Pará de hoje: Lobista de Dantas Fez Contatos no Estado. Abaixo, um pequeno texto identifica, no condicional, o contato do lobista: a governadora Ana Julia.
Em seguida a chamada para a matéria? Não.
A manchete chama, veja só, para a coluna de Ilimar Franco, de O Globo, que conta a recusa da governadora em ceder ao assédio do lobista e ex deputado federal petista Luis Eduardo Greenhalgh, para que a empresa agropecuária do marginal Daniel Dantas não fosse notificada pelo Estado, pela suposição que estariam localizadas em unidades de conservação.
O Diário do Pará mancheteia que a governadora recebeu um achaque do lobista de Dantas e não confirmou a notícia com a governadora. Será verdadeira a notícia?
Se verdadeira, por que a governadora não denunciou a proposta indecorosa que teria recebido para agir contra os interesses do estado?
E, cá pra nos, qual teria sido o interesse do Diário Barbalhudo com essa parada? Qual foi o recado que ele mandou para a governadora?
Mais um pouco e a folha aliada publica uma foto da governadora de cabeça pra baixo, pra demonstrar o afeto que se encerra.

TSE Libera Pesquisa IBOPE

O TSE acaba de liberar a pesquisa IBOPE/Democrata em Nova Déli, decisão do ministro Arnaldo Versiani. Os resultados, entretanto, ainda não chegaram ao blog, nem ao site do instituto, onde as últimas informações de pesquisa referem-se às cidades de Cubatão e Praia Grande, no litoral santista, publicadas hoje na Tribuna de Santos.

A Inês Morreu

Por Idelber Avelar, do blog O Biscoito Fino e a Massa.

Sobre o papel do subjuntivo no mascaramento da bandidagem

É oficial: Protógenes Queiroz e o Juiz Fausto de Sanctis viraram réus. O inacreditável aconteceu. Uma operação policial que revirou os intestinos da maior quadrilha do capitalismo brasileiro se transformou numa novela sobre como Protógenes usa o subjuntivo (Johnson estava errado; o último refúgio do canalha não é o patriotismo: é a gramática); sobre se houve vazamento ou não; sobre se deveria haver filmagem ou não; sobre se De Sanctis desrespeitou o STF ou não; sobre se Dantas pode ser algemado ou não. Revirem as manchetes dos jornais. Procurem informações sobre o conteúdo do que as investigações revelam sobre Dantas, a privatização das teles e seus bilionários negócios. Não há.
Protógenes vai fazer um “curso” e De Sanctis vai tirar férias. A conclusão é inevitável: o lado de lá, a corja, venceu. Em parte, pela
covardia do governo Lula, que incrivelmente escala um Ministro da Justiça para dizer que o afastamento de Protógenes era um ato de “rotina”. Calculou errado, por medo da avalanche da mídia, que só quer saber da parte em que a maracutaia respinga no PT. Quando se deram conta de que a opinião popular já não se pauta pela mídia -- coisa que o governo Lula deveria ter aprendido com sua própria vitória em outubro de 2006 –- tentaram voltar atrás e era tarde demais.
Nélio Machado, o advogado de Dantas, agora pauta a Folha de São Paulo. É inaudito: as frases do advogado de um criminoso sobre o Presidente da República ganham primeira página nos jornais. Deve ser inédito na história da imprensa brasileira. Até manchete com ameaças de Nélio Machado ao PT foram publicadas. Aliás, é boa coisa que meu caríssimo e admirado Mário Magalhães tenha abandonado a função de ombudsman do jornal antes do estouro deste escândalo. Porque a lama da Folha neste episódio ultrapassa os limites do ombudsmanizável.
Sim, estou estuprando a língua portuguesa, em homenagem aos cães de guarda que enfiam vírgulas entre sujeito e predicado e escrevem matérias zombando do “português truncado” de Protógenes.
Sou de família de advogados. A minha paixão pelo Direito é antiga, apesar de eu ter escolhido Letras. Fucem por aí: juízes federais, procuradores da república etc. O que mais tem é Avelar. Nunca li um relatório policial em que o português não fosse “truncado”. Jamais me incomodou. Agora, de repente, o uso do subjuntivo num relatório policial que desvenda a maior quadrilha do capitalismo brasileiro virou tema de comoção na mídia nacional. E o conteúdo do relatório sumiu. Ninguém diz nada.
As gravações reveladas nesta semana demonstram claramente duas coisas: as de Dantas mostram um bandido que quer chegar a Lula,
quer atingir Lula (maior êxito aqui, menor êxito acolá). As gravações da PF mostram um grande brasileiro – Protógenes Queiroz – seguindo à risca, rigorosamente, uma tarefa na qual ele sabe que está cercado de inimigos por todos os lados. Mesmo assim, o governo Lula não teve a coragem de dizer: Truco! Querem colocar todas as cartas na mesa? Querem revelar tudo? Vamos fritar toda a bandidagem, de todos os partidos, mesmo sabendo que a mídia escolherá a fritura que mais lhe convém? O governo Lula não apostou no discernimento da população brasileira neste episódio. Quando se deu conta disso, Inês já era morta.

Legalidade e Democracia

Por Cristovam Buarque, senador pedetista pelo DF, em seu artigo quinzenal no blog do Noblat.

Tenho amigos que sentem orgulho por terem sido algemados por causa de suas idéias. Que teriam gostado se, naquele tempo, a televisão tivesse divulgado sua prisão: teriam tornado pública sua luta pela democracia, e o registro da prisão seria uma forma de protegê-los. Mas eles não conseguiram sequer gritar. Foi preciso que mães, esposas, entidades como OAB, ABI, CNBB e outros grupos se mobilizassem, tentando fazer o País saber o que acontecia e onde estavam presos.
Quando assisti o noticiário destes dias, em que a Polícia Federal prendeu acusados de formação de quadrilha, tráfico de influência, enriquecimento ilegal, lavagem de dinheiro, imaginei o que pensariam alguns desses amigos que foram presos lutando para que isso não voltasse a acontecer. O que pensariam da ação da polícia na democracia pela qual eles tanto lutaram.
O primeiro pensamento foi que, desta vez, havia um mandado, assinado por um juiz, que autorizava a prisão. Os policiais tinham levado meses juntando provas, fazendo escutas telefônicas autorizadas pela Justiça. Não escolheram aleatoriamente quem prender.


Continua aqui.

Lula e Ana Julia em Parauapebas

Trecho do relatório do IBOPE sobre a pesquisa na capital do minério.

Na pergunta referente à influência de apoio na intenção de votar em algum candidato a prefeito, o apoio do presidente Lula representa 74% das intenções de voto (21% votariam com certeza neste candidato). Outros 18% dos entrevistados declaram que não votariam em um candidato apoiado pelo presidente da República. Já a influência do apoio da governadora Ana Júlia Carepa é um pouco menor: 64% dos entrevistados votariam no candidato apoiado por ela, sendo que apenas 9% votariam com certeza. Vinte e seis por cento dos entrevistados não votariam em um candidato apoiado pela governadora.

Darcy Larga na Frente

Tem IBOPE registrado e liberado em Parauapebas.
Veja aqui, no blog do Waldyr.

À Fórceps

O IBOPE montou plantão até às 9 da noite de ontem no TSE mas a liberação da pesquisa de Nova Déli não saiu. Calculam que de segunda feira não passa.

Notícia Retida

Prossegue o silêncio do Diário do Pará sobre o caso da impugnada pesquisa IBOPE/Democrata em Nova Déli. É pirante a má conduta da pocilga na subtração de informações a seus leitores, a esta altura noticía em coluna nacional.
Quando a pesquisa for divulgada saberemos as razões do silêncio da folha sobrancelhuda. Razões pouco diferentes calam O Liberal.

Prensa

O Ministério Público pediu a impugnação, nesta sexta-feira (18), da candidatura do nacional Duciomar Costa (PTB) à prefeitura de Nova Déli. Segundo os promotores eleitorais Leane Barros Fiuza de Mello, Cândida de Jesus Ribeiro do Nascimento, Maria Luiza Loureiro de Borborema, Rosa Maria Rodrigues Carvalho e Rosangela Chagas de Nazaré , o prefeito falsário é acusado de utilizar o dinheiro público para se promover pessoalmente; de desviar veículos adquiridos com recursos federais e de dispensar, sem razões plausíveis, licitação pública para aquisição do Hospital Sírio-Libanês, entre outras paradas.
O prefeito falsário aparece como réu em diversas ações judiciais por atos de improbidade administrativa, muitas delas ainda em trâmite na Comarca de Belém e na Justiça Federal da 1ª Região.
Também sobrou para a candidata a vereadora Benedita de Souza Almeida, conhecida como irmã Benedita, da coligação “Unidos por Belém” (PR, PRTB e PSC) que teve suas contas rejeitadas pelo Tribunal de Contas do Estado do Pará em convênios firmados com a Associação Casa de Débora, da qual é dirigente.
O ex vereador Kaveira (PV) também teve suas contas rejeitadas pelo TCE. André Lobato, segundo os promotores, ainda responde a várias ações na Justiça comum, inclusive pelos crimes de estelionato e divulgação de imagens pornográficas envolvendo crianças ou adolescentes.

Com informações do Portal ORM

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Fica o registro positivo da atitude das promotoras, e nada mais. O TSE já decidiu que qualquer meliante poderá se candidatar a continuar delinquindo com os cofres públicos.

18.7.08

Vendaval a Caminho

Por Mino Carta.

A máxima do príncipe de Salina, “muda-se alguma coisa para não mudar coisa alguma”, no Brasil tem uma versão peculiar: “Deixa como está para ver como fica”. A primeira é vincada pelo cinismo e pela certeza na afirmação perene da lei do mais forte. A verde-amarela contém na receita uma larga pitada de medo. Sabemos o que, entre nós, significa amarelar.
Muitos graúdos nativos estão com medo neste exato instante, basta um mínimo de interesse para senti-lo. Esperam que tudo fique como está, que o amarelo se sobreponha ao verde, e isto vale sobretudo para quem conhece o significado das cores. CartaCapital faz sua aposta na linha contrária, e reforça a idéia de que alea jacta est, os dados estão na mesa. A esta altura, é impossível voltar atrás no processo precipitado pela operação que incrimina Daniel Dantas e Cia.
O medo é traço marcante da índole brasileira. Os donos do poder o sofrem porque temem qualquer alteração nos seus privilégios, provocada, quem sabe, por algum sinal de rebeldia partida de um povo que traz no lombo o sinal do chicote da escravidão. Tal é o fundo musical do enredo tradicional. Mas a ameaça parte de outro canto. Daniel Dantas e Cia. pertencem legitimamente, digamos assim, ao establishment nativo, e o caso monumental, a crise recém-deflagrada, revela uma dimensão de longe maior do que poderia parecer.
Está em jogo a mentalidade predatória do país da minoria branca. Quem se supunha impune ad aeternitatem tem de repensar suas convicções e a si mesmo. É disputa soturna e por ora em boa parte encoberta. Há quem a apresente como desafio no arrabalde, entre mocinhos e bandidos contingentes, sem que fique claro quem é quem de um lado e de outro.
Permito-me dizer, de saída, que, no entendimento de CartaCapital, o juiz De Sanctis e o delegado Protógenes são atípicos e galgam corajosamente a poeira da rua principal. Se o relatório já conhecido de autoria do delegado, capaz de embasar as primeiras decisões do juiz, não tem a necessária substância na parte que diz respeito aos envolvimentos da mídia, em compensação é mais do que suficiente para exibir a profundidade do mal, a gravidade da situação, as responsabilidades compartilhadas pelos donos do poder.
Recordo um dia de novembro de 1998, quando pude ouvir trechos de uma gravação ilegal de telefonemas grampeados na sala da presidência do BNDES. O grampo remontava a alguns meses antes, quando Luiz Carlos Mendonça de Barros, então ministro das Comunicações para, tempos após, assumir o próprio BNDES, diz a quem substituiria, André Lara Resende: “Temos de fazer os italianos na marra (leia Telecom Italia) que estão com o Opportunity, eu vou praí para fechar o esquema”. E acrescenta: “Vamos fechar daquele jeito que só nós sabemos fazer”.
Eis a semente do enredo que chega agora ao auge. Pois é, só eles sabem fazer. Nada a ver com mortais comuns. Quem fica em xeque são os semideuses, situados de um lado e de outro, nas facções contrapostas, acostumados com a impunidade e treinados para a chamada conciliação das elites, o entendimento entre desafetos quando a paz dos graúdos se faz necessária.
Este conúbio forma uma pasta de súbito uniforme, na qual os componentes se mesclam à perfeição de sorte a não permitirem discernir uns dos outros. É isto que avulta no relatório do delegado Protógenes, a mistura compacta e aterradora. O documento com suas 240 páginas é parcial, há outro de 7 mil, cartapácio disposto a destruir criados-mudos, e com ele chegaremos ao fundo do poço.
CartaCapital insiste: estamos só no começo. Nada impede que a máxima do príncipe de Salina vingue como sempre. O homem não é um bicho confiável. Mas antes, acreditamos, virá um vendaval.

Alvo?

Tem mais intestinos do Brasil aqui, por Bob Fernandes.
Cada vez mais fundo. Perigosamente fundo.

IBOPE Apavora Duciomar

No blog Espaço Aberto.

O prefeito Duciomar Costa (PTB) está muito, muitíssimo preocupado com o resultado da sondagem do Ibope, a primeira que o instituto faz sobre as opções de voto para prefeito de Belém depois de homologadas as candidaturas.
Não é à toa que foi o próprio PTB, partido do prefeito, que impugnou a divulgação da pesquisa, questão que no momento é objeto de uma reclamação que está sendo apreciada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em Brasília.
Conforme foi registrado nos levantamentos pré-eleitorais, mas ainda feitos por institutos locais sob encomenda dos partidos, a pesquisa do Ibope confirma que a eleição para prefeito de Belém está no momento polarizada. Polarizada e tecnicamente empatada. Empatada muito de perto.
Mais do que o cenário presente, no entanto, o que preocupa mais, muito mais o prefeito-candidato é o cenário futuro. E por cenário futuro, leia-se segundo turno. E por segundo turno, leia-se um cenário que teria como protagonistas a ex-vice-governadora Valéria Pires Franco (DEM) e o próprio Duciomar.
Não apenas isso. O prefeito está preocupado com os números revelados na pesquisa do Ibope sobre rejeição, ou seja, sobre candidatos que o eleitor, sob hipótese alguma, admite votar.
É principalmente por isso tudo que o PTB de Duciomar impugnou a pesquisa. Por isso é que o prefeito-candidato prefere que ninguém veja os números.
Por enquanto.

IBOPE Recorre ao TSE.

Enquanto o IBOPE tenta liberar a pesquisa realizada em Nova Déli lá no TSE, cuja divulgação foi suspensa pelo TRE a pedido do partido do prefeito falsário, o PTB, vale a pena conhecer a loja virtual do instituto, que oferece produtos de pesquisa em consumo, internet, opinião pública, telefonia, tv por assinatura, relatórios estratégicos e mercado financeiro.

MPF Quer Apuração Geral na Saúde

A Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão decidiu nesta quinta-feira, 17 de julho, solicitar ao Ministério Público do Estado e às Procuradorias da República no interior do Pará que abram investigação para apurar as condições de prestação dos serviços de saúde, na atenção básica, de todos os municípios paraenses.
Em ofício, a Procuradora Regional dos Direitos do Cidadão, Ana KaríziaTeixeira, sugere a promotores e procuradores que verifiquem a existência e a regularidade dos Conselhos Municipais de Saúde. Também foram encaminhados questionamentos às Secretarias Municipais de Saúde e ao Ministério da Saúde sobre as condições do atendimento no interior doEstado.
A proposta surgiu após a análise de relatório elaborado pelo Departamento Nacional de Auditoria do SUS (Denasus). O relatório foifruto de vistorias realizadas na Santa Casa de Misericórdia no final dejunho e início de julho. A íntegra do documento está em http://www.prpa.mpf.gov.br/noticias/Documentos-Caso-Santa-Casa.pdf ,onde também podem ser encontrados levantamentos estatísticos apresentados esta semana pela direção da Santa Casa ao MinistérioPúblico Federal.

Fonta: Assessoria de Comunicação do MPF no Pará.

Fale Pra Ela, Por Favor

Toda vez que pode - e sempre está podendo - o deputado federal petista Paulo Rocha pergunta aos seus interlocutores o que estão achando do governo Ana Julia. Ouve com atenção as invariavelmente severas críticas aos problemas graves que a gestão apresenta, e pede que repitam a avaliação à governadora Ana Julia. Diz que ela está isolada e precisa ouvir vozes para além de seu círculo mais direto.
Encerra a conversa afirmando que não briga por cargos, está interessado em melhorar as ações do governo, e reeleger Ana Julia.

Direito de Regresso

Por e.mail, jurista leitor do blog comenta o post Em Defesa (Verdadeira) do Estado, do Procurador do Estado Francisco Rocha Jr.

O Doutor Francisco Rocha tem razão.
O Tribunal de Justiça do Estado é uma fração, uma parte, do Estado. Ele é responsável - responsabilidade objetiva, diz a Constituição, para deixar claro que independe de culpa ou dolo - pelos atos de seus agentes e se desses atos resultar prejuízo a quem quer que seja, é dever do Estado indenizar. Indenizar e ressarcir-se, pela via denominada de ação regressiva, no exercício do chamado direito de regresso.

É neste passo que entra a Procuradoria Geral do Estado, pois a ela, por seus Procuradores, incumbe ingressar com as ações regressivas. E é neste exato ponto que a porca torce o rabo, pois a Procuradoria, desde que foi criada até o dia de hoje - e lá se vão 25 anos - nunca ingressou com uma única ação regressiva contra quem quer que seja. Pelo menos que eu tenha conhecimento. O Doutor Francisco Rocha pode esclarecer melhor.
No caso - ou casos, já que foi crime continuado - não entendia por que até agora o Tribunal não honrou essa dívida para com as vítimas, inclusive porque se tratava de dinheiro sob a guarda dessa fração do Poder Judiciário e sob a responsabilidade de uma de suas agentes (juiz é agente político). Não entendia até ontem, quando tomei conhecimento - finalmente, ignorante que era - do montante desse débito.

É grande o bastante para comprometer o orçamento do Tribunal, que para fazer retornar às cadernetas de poupança os valores delas retirados ilicitamente teria que alocar recursos no seu orçamento. E como o Tribunal tem direito, digamos assim, a um determinado percentual da receita do Estado - fixado anualmente na Lei de Diretrizes Orçamentárias (é um dos raros Estados da Federação que assim procede) - não pode espetar essa conta no orçamento do Poder Executivo e, claro, não quer comprometer seu próprio orçamento com essa bolada toda.
Por isso preferiu empurrar o assunto com a barriga e obrigar as vítimas a buscar uma demorada solução judicial, da qual resultará um precatório requisitório que, pelas regras do jogo, não comprometerá o orçamento do Tribunal.
Compromete a imagem da Corte, mas isso é outra história e outros quinhentos reais. E ainda tem uma, digamos, vantagem, que é apostar no desalento das vítimas, pois algumas delas não procurarão a via judicial, inclusive porque não acreditarão nela, compreensivelmente.

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Atualizada às 11:25.

Por e.mail, Francisco Rocha Jr informa que a Procuradoria Geral do Estado já ingressou com várias ações regressivas, contra ex prefeitos e funcionários do estado malversadores de recursos públicos e/ou responsáveis por contas reprovadas. Disse ainda que a PGE, há pouco tempo, inclusive, firmou entendimentos com o TCE para instruir e acelerar os processos administrativos de prestação de contas em que há condenação de administradores públicos, e que em breve muitas ações decorrentes deste entendimento PGE-TCE serão ajuizadas.

Impugnada Pesquisa do Democrata

O partido do candidato falsário à prefeitura de Nova Déli, na segunda tentativa, obteve junto ao TRE a impugnação da pesquisa IBOPE realizada na capital. O juiz eleitoral José Rubens Barreiros de Leão concedeu a liminar impedindo a publicação da sondagem.
O instituto de pesquisas corre para levantar o impedimento.
Desde que o mundo é mundo sabe-se porque se tenta impugnar pesquisas eleitorais.
Pirante também a-do-rou a impugnação.
As pocilgas da capital, embora soubessem, sonegaram a informação aos seus leitores nas edições de hoje.

Caçador

Não é verdade que o delegado Protógenes Queiroz viria para Nova Déli investigar o prefeito falsário.

17.7.08

Calmaria

No site do TRE-PA.

O Prazo para impugnação dos registros de candidaturas de Belém encerra no próximo Domingo, dia 20, e até as 16 horas desta quinta-feira (17), nenhum pedido foi registrado pelo Ministério Público, candidatos opositores, partidos políticos ou coligações que concorrem às eleições municipais deste ano. O pedido de impugnação deve ser peticionado no cartório da 98a Zona Eleitoral, responsável pelos registros de candidatura do município.

Em Defesa (Verdadeira) do Estado

No blog Flanar, por Francisco Rocha Jr.

Arvoro-me a dar uma sugestão ao Poder Judiciário, mesmo fazendo parte de um órgão ligado à defesa do Estado: o mais correto, no caso da desembargadora Ana Teresa Murrieta, seria o Tribunal de Justiça reconhecer a responsabilidade objetiva da Administração Pública e pagar aos 157 lesados pelos crimes da magistrada os mais de 3 milhões de reais surrupiados de contas judiciais abertas no Banpará.
Afinal, como sustenta a sentença condenatória de Murrieta, não há, por parte da defesa desta, a negativa dos crimes ou de sua autoria. O leit motiv da contestação do advogado Osvaldo Serrão é tão somente a inimputabilidade da ré, que estaria acometida de mal psiquiátrico que tornou-a incapaz de reconhecer a extensão e a natureza de seus atos ilegais. Logo, não há como negar que uma agente pública, investida na função, apropriou-se indevidamente de valores que estavam submetidos à sua administração.
A medida reforçaria a imagem do Judiciário junto à população e daria provas de que o Poder está atento à realidade dos fatos. Negar a responsabilidade da Administração e evadir-se da obrigação de pagar os valores devidos aos jurisdicionados é tão nocivo quanto tudo o que já fez a desembargadora aposentada.

Independência

No blog do Alencar, esta pérola.

Um dos mitos fundantes da magistratura ocidental - do Extremo Ocidente inclusive - é o do moleiro de Sans-Souci. Ou dos juízes de Berlim.Conhecidíssimo, pode ser contado com mais ou menos graça. Aqui vou contá-lo com a graça possível.
Em 1745 Frederico II, Kaiser da Prússia, resolveu construir um palácio de verão nas cercanias de Berlim, em Potsdam. Deu-lhe o nome de Sans-Souci (em francês, sem preocupação, vida mansa mesmo). Era mais um que emulava o palácio de Versailles, numa época que todo monarca que se prezasse queria ter ou seu próprio Versailles.
Concluída a obra Frederico foi conferir a paisagem do entorno e, da janela, viu que o moinho de um vizinho poluía a paisagem. Digamos, não se harmonizava com a leitura arquitetônica do novo palácio.Chamou o moleiro e, escalando a durindana, ordenou que ele demolisse o moinho. O moleiro rebarbou. Frederico, agora subindo nas tamancas, disse que o moleiro não estava entendendo e que ele, sendo soberano, poderia confiscar a propriedade e demolir o moinho, sem indenização.
Foi então que o moleiro, tranquilão, disse ao imperador:- Vossa Alteza é que não está entendendo. Ainda há juízes em Berlim.
Essa confiança do moleiro na independência dos juízes é o mito fundante que anima - no duplo sentido, de dar ânimo e de dar alma - os juízes da tradição romano-germânica, na qual nos incluímos aqui no Extremo Ocidente.
Todo juiz quer ser - ou pensa ser - um juiz de Berlim.
No Brasil a independência é um dever do magistrado. Mais precisamente, o primeiro dever dele. Para quem for leigo mas se interessar pelo tema, está no art. 35, I, da Lei Orgânica da Magistratura (LOMAN, para os mais chegados). Esse dever é uma garantia não só do próprio magistrado, mas sobretudo - e principalmente - dos cidadãos (dos jurisdicionados, como gostamos de dizer) e do Estado Democrático de Direito.
Sem juízes independentes não há democracia e Estado Democrático de Direito (assim mesmo, com iniciais maiúsculas, nome próprio que é).Em sendo dever do juiz, o juiz que o cumpre não pode ser punido por isso. Punido pode ser o que não cumpre esse dever.
Capisci?

Justiça Federal Aperta Prefeitura

Decisão do juiz federal Arthur Pinheiro Chaves obriga a prefeitura falsária de Nova Déli a pagar as clínicas que realizam serviços de hemodiálise na capital, que passam por períodos além da conta sem receber a dita.
Segundo o magistrado, o Município de Belém não apresentou, nem durante o procedimento administrativo instaurado pelo MPF, nem no âmbito judicial, qualquer dado concreto e específico que justificasse, de forma cabal, que são necessários 60 dias para a efetivação do repasse das verbas. Ao contrário, acrescenta o juiz, o Município “limitou-se a afirmar, de forma lacônica, que os repasses estavam sendo feitos regularmente.

Informações do Portal ORM.

Vota Nele,Vota

O presidente da casa de Noca de Marabá, vereador Miguel Gomes Filho, o Miguelito, pontifica na lista suja do trabalho escravo no Pará.
A informação está na edição de hoje de O Liberal.

Dança das Cadeiras (2)

Em tres posts de ontem, 16, o blog do ex chefe da Casa Civil, Charles Alcântara, especula sobre a saída da médica Laura Rosseti do comando da arrombada Secretaria de Saúde do Pará.

Dança de Cadeiras

A demissão do diretor de Fiscalização da SEFA, Jorge Tachi, é notícia no blog do Bogéa. Notícia ruim, é claro.

A Penitenciária Espera Murrieta

O blog Espaço Aberto, num post que resume o esforço do juiz Pedro Sotero na condenação da 157 vezes peculatária Ana Teresa Murrieta, desembargadora aposentada do TJ paroara, classifica como histórica a decisão que poderá levar, pela primeira vez, uma ex integrante da Corte paroara a usar o uniforme listrado.
Embora beneficiada por um habeas corpus corretamente concedido pela vice presidente da casa, não se pode fazer reparos à sentença do juízo singular. Não se poderia, aliás, pois foi o que tentou fazer uma desembargadora na sessão de ontem do Pleno, quando pediu para conversar baixinho com seus pares, propondo que fosse feita uma repreensão ao juiz Pedro Sotero, por ter-se atrevido a decretar a prisão de Murrieta. Um deboche à justiça, claro, por escancarar que as amizades e honrarias à uma nacional com o perfil de Murrieta estão acima do dever, da lei, da ética e de tudo que tenha algum valor.
Uma questão de honra acossa o TJ paroara: impedir que as manobras jurídicas do advogado da ré, Oswaldo Serrão - que sequer titubeou em arguir a orientação sexual da médica forense que julgou sua cliente capaz e sã, a modo de tentar descredenciar seu laudo - levem o caso até a prescrição.
Murrieta precisa ir para a penitenciária e pagar pelos seus crimes.
Lá é o seu lugar. Ou isso, ou a lama espera o TJ.