30.11.08

Tudo de Bom

Na agradável companhia de Walter Rodrigues, o poster flanou pela festa de San Genaro. Conheci esta festa quando morei pela primeira vez em São Paulo, em 1982. Era a oitava edição do evento, no bairro da Mooca.
Hoje, em Nova Déli, foi a 11ª.
Debalde os esforços dos chefs, as oriundi foram o destaque.
Con tutto il rispetto, è chiaramente.

Negócios no Pará

Já está na web o número 2 da coluna Interesse Público, do jornalista Lucio Flavio Pinto.

Sábado a Noite

A repórter Ana Célia Pinheiro colocou o dossiê Hangar na mesa do diretor de redação de O Liberal por volta do dia 19 de novembro. Um sorriso, foi a reação de Walmir Botelho, que em seguida disse à repórter que não iria publicar.
No dia 2o, quinta feira, em seu blog, A Perereca da Vizinha estampou o levantamento das verbas que o governo do Pará aterrissou no Centro de Convenções em pouco mais de um ano e meio: R$ 25 milhões. Record de comentários no blog da cheirosa jornalista.
Dois dias depois, no sábado, 22, foi postada a nota do Hangar que justificava as verbas. A caixinha de comentários bombou novamente.
E a semana atravessou sem que outra notícia fosse veiculada, até a edição de hoje, 30. Neste período, duas informaçõs relevantes foram acrescidas à postagem inicial da Perereca: a possibilidade de uma tomada de contas especial pelo TCE na OS que administra o Hangar e as supostas falas de dois promotores.
O governo garante que já pagou 80% das faturas de 2008 na área da Comunicação - informação também relevante- mas o fato é que a manchete pegou o governo de surpresa, apesar de que todo mundo espera alguma coisa de um sábado à noite.
Inclusive o dono do jornal mudar de idéia.

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Será que vai ser preciso reforçar os estoques de prosecco, inda mais agora, com o esgarçamento das relações na coalizão?

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Teve gente, muita, que interpretou como dirigida ao Hangar uma nota do Seventy no domingo anterior, 23, que chamava atenção da PF e do MP para uma lavanderia em ação. Não era não. A nota mirava uma conhecida rede varejista do estado.
O Hangar entrou na mira hoje.

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Quem também entrou na mira da folha que fraudou o IVC foi o ex governador tucano Simão Jatene, depois das notícias da adesão maciça do PSDB ao candidato barbalhista na AL. Diz o simpático Bernardino Santos na edição de hoje:

Os éticos começam a sentir saudade de Almir Gabriel, no ninho tucano.

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"O Sol é o melhor detergente"
sabedoria popular

27.11.08

Só Amanhã

O Quinta pára um dia, para manutenção.
Voltamos amanhã.

26.11.08

Pelo Desarmamento

A Comissão de Justiça e Paz (CJP), da CNBB Norte 2, reúne nesta sexta-feira, 28, na Sede da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, às 9h, para traçar novas estratégias da 'Caravana do Desarmamento'. A reunião faz parte das atividades da 'Caravana Comunidade Segura', da Rede Desarma Brasil, que integra organismos da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, Ministério da Justiça e SENASP. Devem participar do encontro representantes da CJP, SDDH e outros órgãos de justiça e defesa dos direitos humanos.
Informações na Coordenadoria da Comissão Justiça e Paz/CNBB, pelos fones 8167-1502, 3246-8666 e 3266-0062.

Fonte: CNBB.

Alô? É do Detran?

A renovação dos serviços de call center do Detran vai atrasar. É que um despacho da desembargadora Marineide Merabet, em agravo de instrumento interposto por uma das empresas que concorre no certame, determinou a suspensão do edital até que o mérito da inicial seja apreciado pelo juízo a quo, ou seja, a Vara da Fazenda Pública da capital onde a querela foi iniciada.
( Processo N° 200830106230)

Concorrência

Começa a superlotar, por assim dizer, o condomínio eleitoral em Santarém. Veja por que bem aqui, no blog do Jeso Carneiro.

Factóide

Através de seu operador político, advogado Raul Meirelles - um curioso do processo eleitoral na UFPA - o prefeito falsário de Nova Déli pediu uma renião com os reitores da UFPA e da UFRA, para tratar de questões relativas ao Forum Social Mundial.
É que a governadora Ana Julia está pressionando o falsário para que ele cumpra suas obrigações, atrasadas ou simplesmente paralisadas, pra variar.
Na reunião, Meirelles vai ouvir que a UFPA já providencia as devidas licitações e que as obras sob responsabilidade da instituição estão perfeitamente enquadradas no cronograma previsto.
Como se vê, nada que Duciomar/Meirelles não pudessem saber com um simples telefonema ao prefeito do campus, Luis Otávio Mota Pereira, ex secretário de Duciomar Costa, que de lá se pirulitou quando viu a sem vergonhice que campeia no malsinado projeto Orla.
Há uma outra versão disponível no always available Seventy, edição de hoje de O Liberal. Escolha a sua.

Lost

Martinho Carmona procura Martinho Carmona.

Audiência

Jader Barbalho ( PMDB ) lê blogs, assegura-me uma fonte vermelha de bolinhas pretas. A governadora Ana Julia ( PT ) não dorme sem fazer uma ronda básica na blogosfera, desde os tempos em que era candidata ao governo. Jatene ( PSDB) diz que não, mas lê sim. Vic Pires Franco ( DEM ) não desgruda da blogosfera. Zé Carlos ( PV) e Edmilson ( PSOL ) e Giovani Queiroz (PDT) são blogueiros. Gérson Peres (PP) sabe lá o que é isso.
As outras lideranças, menos votadas, votam em suas assessorias de comunicação para saber das informações que não tem vez nos jornais. Todas, sem exceção, gentilíssimas.

Chove no Carnaval

O Carnaval começa a esquentar as quadras das escolas de samba. Neste final de semana acontece a primeira fase da seleção do samba enredo do "Quem São Eles", que em 2009 vai levar para a avenida o centenário de Dalcídio Jurandir. Entre os concorrentes, o samba de Miguel Cabeça Branca e Grupo Coreto, do médico Dionísio Bentes.

25.11.08

Ele

Walmir Botelho é o atual diretor de redação de O Liberal. Profissional experiente e bem formado - é da escola do saudoso jornalista Claudio de Sá Leal - começou como diagramador e tem uma longa trajetória na direção de redações pelo país, onde pontificam o Correio Braziliense e a Última Hora carioca. Sua experiência e bom gosto também na área gráfica são reconhecidos. Entre os empreendimentos bem sucedidos de sua carreira está o famoso caderno D, o suplemento dominical do jornal Estado do Pará nos anos 70. De lá, convidado pelo jornalista Oliveira Bastos, ganhou as redações do centro-sul do Brasil.
Walmir sempre trabalhou para sustentar os quatro filhos, o mesmo tamanho do time pelo qual este poster peleja.
De perfil discreto e introvertido - passa as férias na pacata Maracanã - Walmir é quem fecha o Seventy aos domingos.
Durante a semana, depende.
Mas o padrão é garantido: o patrão é o mesmo.
Standard, a coluna torna-se previsível, como alertaram a nota da reitoria, na segunda, 24, e o post Vícios de Origem, no domingo, 23. E hoje a tarde, numa incontida alegria que aparentemente pode furar o próprio jornal-patrão, avisam-me: amanhã tem mais.
É assim.

Desfecho

O líder do governo na Assembléia, Airton Faleiro, ao lado do chefe da Casa Civil, Claudio Puty, anunciam neste momento o apoio do governo à reeleição do presidente Domingos Juvenil, do PMDB.
Numa sala ao lado, o G-8 deve seguir o caminho do governo e os conselhos de Jatene.
O PSDB também apoiará Juvenil, já adiantou o blog Espaço Aberto.
Ou seja, todos correram digamos, para a vitória.
Todos menos o outro candidato, o peemedebista Martinho Carmona, que leva, assim, um dos mais sensacionais dribles da vaca que se tem notícia na história recente da política paroara.
Então fica combinado que 2010... só em 2010.
Jader não cabe em si de contentamento.

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Atualizada às 16:25.

Nascido na política, Cjk mostra como a política é dinâmica e os acordos, voláteis. À Mesa, agora, o banquete.

Costurando

A governadora Ana Julia e o chefe da Casa Civil, Claudio Puty, tiveram uma longa conversa no domingo, 23, com o deputado Luís Sefer (G-8/DEM). Os resultados, garante uma fonte do blog, deverão ser conhecidos ainda nesta semana, mas os três teriam saído sorridentes do encontro.

Na Mira

A Sejudh, sem titular desde a saída da secretária Socorro Gomes, do PcdoB, em junho, seria o novo palco de disputa entre alguns partidos da base aliada do governo. São citados como candidatos ao cargo o antropólogo Luís Romano e o advogado Jorge Farias, ex Delegado Regional do Trabalho.

No Jogo

Faltariam tres votos, de acordo com uma fonte do blog, para que a reeleição do presidente da Assembléia Legislativa do Pará, Domingos Juvenil, não seja consumada. Na mesa, não a que está em disputa, estão sentados a governadora Ana Julia, o deputado federal Jader Barbalho, o governador Simão Jatene e o G-8.
Jader chama para uma conversa o concorrente, deputado Martinho Carmona, também do PMDB. Na pauta, segundo o blog do Zé Carlos, um Detran de compensações. O tucano Simão Jatene recebeu uma procuração de toda a bancada para negociar em nome do partido e já conversou com o G. E a governadora, como antecipou o blog do Cjk, está com a caneta cheia de tinta.

Meia

O deputado Carlos Bordalo, do PT, comanda hoje à tarde uma sessão na AL para discutir a meia passagem em viagens intermunicipais.

Abusos Continuam

O juiz Marco Antonio Lobo Castelo Branco, da 2ª Vara da Fazenda Pública da capital, indeferiu a liminar contra a doença que atinge os cadernos de Polícia das folhas paroaras, e chamou novos atores à lide.
Aqui, no Espaço Aberto.

24.11.08

Paroxismo no Limite

Comentando o post Vícios de Origem, de ontem, escreve Lucio Flavio Pinto. Ao trazê-lo à ribalta, agradeço a todas as manifestações de apoio e solidariedade- menos ao poster, alvo menor da artilharia do Liberal - mas aos valores enunciados por Lucio e pela nota oficial da reitoria, logo abaixo.

Meu caro Juvêncio,

O R-70 adota a pior forma de jornalismo, como, de resto, o jornal inteiro, quando o que publica é efeito da ordem "de cima". Os fatos, ah, os fatos: não interessam. Palavras foram feitas para serem usadas como arma para faturar, consumar vingança, mandar recados, impor medo, sujeitar vassalagem.
Esse paroxismo atingiu o limite da inconseqüência, como se o poder voltasse a ser dom divino. Por isso, inquestionável. O Liberal quer fazer o novo reitor, ponto. Quer mandar o atual reitor para o quinto dos infernos, ponto. Quer afastar do caminho as pedras, sem o menor humor drummondiano, ponto. São os éditos do trono. Todos têm que se curvar a eles. Só que as coisas mudaram e continuam a mudar, independentemente dos que se julgam donos das mudanças e, até, sem se poder assegurar que sejam mudanças para melhor.
Se O Liberal ainda pudesse praticar jornalismo quando os temas envolvem os interesses dos "lá de cima", responderia à sua resposta com jornalismo. Teria que demonstrar o que, em magras linhas e rápidas palavras, insinuou no R-70. Assim surgiria uma salutar polêmica, mesmo que demarcada por uma regra elementar: quem for podre que se quebre.
Mas dessa forma intolerante e covarde, de condenar sem processo, de impor uma "verdade" que não foi submetida à prova da demonstração, é condenar o jornal a nunca convencer sobre o que proclama o editorial dos 62 anos, no dia 15, assinado pelo reizinho apedeuta: de que possui credibilidade. Sem essa, dotô. Se não sair dessa bolha de fantasia e desfaçatez, o jornal vai chegar ao grau máximo de autismo, adquirido por vontade própria.
A notinha infame, porque refratária ao contraditório e arrogante, revela o grau da irresponsabilidade do jornal. Chamá-lo de liberal virou esquizofrenia.
Felizmente, ainda há quem considere que a missão da imprensa não é essa depravação, mas ser escrava dos fatos, missionária da verdade, pregoeira da decência, defensora da dignidade humana, mesmo quando não deixar de ser (nem poderia deixar) um negócio.
Negócio de jornal, porém, não é quitanda. Todo louvor e respeito ao quitandeiro, que nos entrega alimentos. Mas cada um com seu cada qual, se assim consigo ser entendido lá pelos fundos do bosque (perdão, jardim botânico edmilsoniano).

Um abraço do Lúcio Flávio Pinto

Fora da Moldura

Diretamente interessado nos resultados eleitorais da UFPA, por vínculos sobejamente conhecidos e motivações suspeitas, o citado veículo de comunicação ( O Liberal ) novamente não mede conseqüências em mentir e caluniar despudoradamente, veiculando inverdades com incomparável desfaçatez, num desrespeito não tanto à pessoa física do reitor e de seus colaboradores, mas à própria instituição universitária e à sua autonomia constitucional, matéria que, por desvio de caráter, parece definitivamente desconhecer e menosprezar.
O mínimo que se espera de um jornalismo de respeito é a fundamentação da notícia e o lastro, testado, da informação. Não é o caso. Há muito, infelizmente, O Liberal se afastou desse caminho e, não por menos, segue, notoriamente, um destino tortuoso e descendente. Pela mentira, macula o instituto democrático da liberdade de imprensa; pela irresponsabilidade, vilipendia os princípios mais nobres da cidadania e da república.

Trecho da Nota Oficial da reitoria da UFPA sobre as investidas do Seventy no processo eleitoral daquela universidade.
Na íntegra aqui.

Interesse Público

Mais online do que nunca, Lucio Flavio Pinto estréia uma coluna no site Pará Negócios, do irmão e também jornalista Raimundo José Pinto.
Aqui o número 1.

Redistribuição e Reconhecimento

No blog do Alencar.

Foi posto nos trilhos e começou a andar mais um vagão de cotas raciais e sociais, que ontem ( quinta, 20 ) partiu da Câmara, agora vai para o Senado e o destino final será as Universidades Públicas.
A medida é simpaticíssima e politicamente correta.
Mas, com todo o respeito, é um remendo aplicado por uma sociedade política - e civil também - que não quer - e não quer mesmo - resolver o problema de fundo, que é a brutal desigualdade social e regional, bem medida pelo índice de Gini.
Claro que qualquer crítica que se faça a essas cotas expõe o crítico ao risco de maldição imediata e perpétua.
Prefiro correr o risco de receber de volta pedras - ou até uma pedreira inteira - do que deixar passar essa oportunidade de colocar o dedo na verdadeira ferida, que é a desigualdade social e regional.
As bolsas e cotas são remendos que não dão a solução completa e definitiva para esse problema de fundo, sem a qual continuaremos onde estamos, embora possamos progredir economicamente e posar de BRIC ou membro do G-20.
E como muitos já disseram antes - e por isso mesmo estão ou foram para o ostracismo - nenhuma dessas duas ações afirmativas apontam a porta de saída.
Assim, corremos o risco de perpetuar a desigualdade e seus remendos, as bolsas e as cotas.

Exterminator

No blog Idéias Antigas.

Schwarzenegger, governador da Califórnia. À esquerda, ao menos geograficamente, Blairo Borges Maggi, observado por Ana Júlia Carepa (de terninho verde, veja só).
Meu amigo pergunta: "Qual dos dois será o exterminador do futuro?"

Local Incerto

É de 101% a probabilidade do marginal Paulo Castelo ter pinado de Nova Déli.

23.11.08

Vício de Origem

Inadvertidamente, excluí esta postagem dos qruivos do blog. Recuperei-a no Google e volto a postá-la em 29 de avril de 2009, desta feita com todos comentários.

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No Seventy, edição de hoje de O Liberal.

Coordenador da campanha de Regina Feio à Reitoria da UFPA, o blogueiro Juvêncio Arruda foi afastado do cargo por decisão do atual reitor Alex Fiúza de Melo.Na avaliação da campanha, o reitor entendeu que as balas usadas por Juvêncio na campanha eram de festim. Se é para atrapalhar, melhor Juvêncio ficar em casa, de onde nunca saiu para trabalhar.

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Juvêncio de Arruda é servidor público há quase trinta anos e não tem, em sua ficha funcional, nenhuma anotação que o desabone. Muito pelo contrário.
Coleciona portarias de elogios e medalhas de reconhecimento pelo trabalho realizado. Com apenas 10 anos de serviço público, alcançou o enquadramento máximo da carreira funcional de técnico da Sepof.Em várias ocasiões foi ordenador de despesa, ou autorizou compras e contratações de serviços. Todas sofreram as necessárias fiscalizações e auditorias.
Nunca respondeu ou responde a qualquer tipo de inquérito.
Parte de seu trabalho na UFPA, inclusive, durante anos foi veiculado na TV Liberal. Nada mais público.
Não pode dizer nada parecido o Seventy, que escreve em suas páginas, todo santo dia, uma história de perversão, como todos sabemos, e que dispenso-me de repeti-las.
As mais recentes estão nos arquivos do Quinta Emenda.
Juvêncio de Arruda não coordena a campanha da candidata Regina Feio à sucessão na UFPA, e não atira balas, mas argumentos e fatos, todos indesmentidos.
Então por que o festim do IVCezal contra Juvêncio de Arruda?
A resposta já foi adiantada aqui, há seis dias, no post Cabroeira Ordinária: as pesquisas de opinião trazem péssimas notícias ao Seventy, que reage, a partir da nota caluniosa em epígrafe, tentando criar a idéia - muita atenção comunidade universitária! - de que há um clima de desorganização na campanha da candidata, num claro e desesperado recurso de influenciar a decisão do voto na UFPA, principalmente depois que começaram os debates eleitorais, derradeira esperança de furar a laje que desde janeiro deste ano impede o crescimento de certas candidaturas, segundo pesquisas destas candidaturas.
A dez dias das eleições, gasta suas últimas balas o degenerado jornal, nacionalmente conhecido por fraudar o IVC , e na esteira, seus anunciantes e leitores.
Nada indica que a patologia que acomete o Seventy tenha cura, e não volte a recair.
É difícil, muito difícil, livrar-se dos vícios de origem.

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Ao redator da nota caluniosa, mero executor das ordens da coluna, os meus cumprimentos. Está muito bem escrita. Conseguiu até convencer o candidato Ricardo Ishak que seria verdadeira, tanto que convidou-me, através de seu filho, amigo de minha filha, a coordenar o marketing de sua própria campanha.
Agradeço sua atenção, prof. Ricardo, e desejo-lhe que prossiga em sua campanha até o último dia, preservando sua reputação acadêmica e pessoal.
Ai de quem não a tem, ou não consegue esconder que não a tem.

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57 comentários:
morenocris disse...
Caramba, que coisa...a situação está desesperadora, você não acha, Juca? Como disse o Lúcio, no 'Jornalismo na linha de tiro' - os inimigos não mandam flores. É isso.Conte comigo, amigo.Beijos.
6:42 PM
Bia disse...
Boa noite, Juca querido:sua resposta não precisa de reforços. E o jornal dos "caminheiros do mal" só reforça o que é.Beijão.
7:12 PM
CJK disse...
Juvêncio, eu não sou membro da comunidade uefepeana, não tenho direito a voto, sinto-me totalmente isento para comentar, até por circunstâncias que outro dia eu lhe conto.Acho apenas que tentar atingir o suposto coordenador de campanha de uma candidata a reitor de uma IES, utilizando a força de um grupo de comunicação, em vez de atacar a própria candidata, nos dá um grande testemunho, reincidente, aliás.Testemunho da força do seu blog, em primeiro lugar. E, para quem assiste de fora ao processo, passa recibo de que o quadro eleitoral não está definido, longe disso, e que a expectativa para uns e outros não está boa.É um baita equívoco, não entendi.Abraços.
7:51 PM
Juvencio de Arruda disse...
Muito obrigado, Cris, Queridona e Cjk.Abs a todos.
8:07 PM
Anônimo disse...
Juvêncio,O panfleto de ficção dos Maiorana não poderia ter outro arremedo que melhor o representasse. É odioso ver um jornalista, com a suprema missão de manter a sociedade bem informada, preocupar-se apenas com seus interesses e utilizar as facilidades da comunicação para disseminar mentiras com o único intuito de atingir alguém.Foi-se o tempo em que vozes de pessoas dignas nos vinham das redações. Não há mais a preocupação salutar com o nome e honra dos outros. Vale tudo para manipular ou ferir um desafeto. Infelizmente o 70 usou, usa e usará sempre tal artifício. E a dita redação continuará a disseminar o veneno do seu jornalismo mau caráter. Em tempo: o seu blog, Juvêncio, por ter espaço para que cada um possa expor suas posições, talvez seja um dos poucos nichos democráticos do jornalismo paraense para combater esses urubus da comunicação. Que me perdoem os urubus pela comparação...Augusto Nunes
8:08 PM
Juvencio de Arruda disse...
Muito obrigado, Augusto. Mas não vejo a "redação" neste episódio, ou em outros de igual vileza. As redações estão cheias de pessoas dignas, como aqui fora.Apareça sempre.Abs
8:12 PM
Juvencio de Arruda disse...
"De dentro da redação", muito obrigado pela anotação. Já foi para o caderninho, conforme sua sugestão...rsAbs
8:23 PM
silvana disse...
Parceiro, somente agora tomei conhecimento da "nota" do 70. De tão desprezível, mede exclusivamente a gravidade de uma doença sem cura que acomete a folha já faz tempo. Entre o chiqueiro e o horizonte, há fronteira claramente definida, aqui tão bem representada na sua elegante resposta. Os amigos te louvam.Abs
8:54 PM
Juvencio de Arruda disse...
Muito obrigado, Silvana. Eu é que louvo os amigos...da dignidade nas relações, pessoais e profissionais.Abs pra vc.
8:57 PM
Luciane Fiuza disse...
Processa eles, Ju!Arrasou na resposta e (nossa!!!) que currículo invejável. Beijos e estamos aí, sempre! Lu.
9:08 PM
Juvencio de Arruda disse...
Lu, caríssima, não vou processar não. Estou no espaço público e me contento em responder às calúnias.Tenho coisas mais urgentes e importantes com o dinheiro que ganho honestamente.E tenho muitos companheiros, a imensa maioria, no funcionalismo público estadual, que tem currículos tão bons ou melhores que o meu.Bjs e também estamos sempre aí.
9:13 PM
Luciane disse...
Entendo, Ju. Mas que ia incomodar, isso ia. Por outro lado, nem a população mais tem perdido tempo com o jornal que fraudou o IVC... Por essas e outras que vc sempre será rei!!! E com PHD em blog -isso seus amigos não têm... rsrsrs Levei o post para o Simplesmente. Bjs!Lu.
9:23 PM
Juvencio de Arruda disse...
Obrigado, Lu. Fui lá e vi a consignação, em ótima companhia.Tento aprender as boas lições, com os bons exemplos.Bjs
9:55 PM
Hiroshi Bogéa disse...
Juvêncio, tempo faz sabemos que a folha trabalha assim. Faz isso com a grosseria dos bolcheviques. Ou como se fosse um longa-metragem de terror. Atiram para todos os lados, fulminando o Jornalismo. Verdade não podemos dizer tratar-se de uma cegueira coletiva da Redação, tal como acontece aos personagens fictícios de um ensaio de Saramago. Isso, inclusive, você rechaça também, prontamente.Mas, ainda que muitas pessoas não conheçam as reais motivações dessa “nota” do 70, elas vem, sim, de seus vícios de origem. Desgraçadamente, os negociantes de notícias prosperam.Meu abraço amigo.
10:16 PM
Juvencio de Arruda disse...
Isso, Hiroshi.Todo mundo sabe como a folha trabalha....ehehMeu abraço pra vc, amigo.
10:23 PM
Prof. Alan disse...
Juvencio, não perdoa não. A canalha não merece perdão. Tasca um processo na costa desses mequetrefes, cujo pasquim não serve nem pra embrulhar peixe. Não deixa barato. Declare guerra!
10:25 PM
Juvencio de Arruda disse...
Boa noite, prof. Prazer em revê-lo.Cada um faz a guerra à sua maneira.Mesmo não sendo jornalista, empresto as palavras de Lucio Flavio Pinto para esta situação:...O jornalista precisa estar preparado para enfrentar não apenas o bom combate, mas as escaramuças mais sórdidas, iníquas, injustas. E estar em condições éticas e morais para superar todas elas, inclusive aquelas nas quais lama lhe é lançada – ou material ainda pior...Frequentemente o jornalista independente é surpreendido por manobras rasteiras e golpes baixos. Sua arma de resistência, porém, é poderosa: ele não teme ser colocado diante dos fatos. Os fatos são seu oxigênio. Como na frase bíblica, repetida mais do que praticada, a verdade o salvará! É assim que vou lutar.Grande abs e obrigado por sua solidariedade.
10:33 PM
fábio pereira disse...
Grande Juca!Tenha meu apoio irrestrito e incondicional. A folha fraudadora alucinou de vez.Pergunto, embora me desculpando pelo desconhecimento: qual o interesse (i)mediato deles lá pelas bandas da perimetral, fora o dinheiro, é claro?Quanto ao processo, acho que deveriam sim pensar na possibilidade. E ainda me atrevo a te sugerir o Juizado, cujo teto é 60 salários mínimos (quase R$25mil) e não necessitas desembolsar qualquer valor de custas, além de não correres o risco de ser condenado, caso eles fraudem por lá também.E ganhando, que a possibilidade é muito grande, caso não queiras fazer uso do dinheir, utilize-o em alguma ação assistencial.Abs.,O Vigiador.p.s - quase o Águia chega lá... Acho que o time está de parabéns, sopesando toda a sua estrutura e adversidades encontradas, o que deveria servir de espelho para os dirigentes da capital.p.s 2 - tentei encaminhar uma duas mensagens ultimamente, mas não as vi no post. Será que fui barrado? hehehehe
10:58 PM
Juvencio de Arruda disse...
Obrigado, Fábio.É, quase o Águia chega lá. Não foi barrada nenhuma mensagem sua. Não sei o que pode ter acontecido.Abs
6:00 AM
Pinky disse...
ok, gente, no mundo da web existe um bordão para os foruns "não alimentem os trolls", ou seja, a gente dá só um tapa nos bagunceiros de fórum e se eles continarem, a gente os ignora. Pois bem,não alimentemos os trolls da ORM. E mais, Juca arrasou na resposta!! Vc sabe como é esse mundo de disputa por informação, né? o Estadão fez uma campanha no "último verão" contra os blogs. Ah, sim, eles não falaram no teu blog, mas é óóóbvio que o a vontade era essa...rs.. "juvencio arruda, aquele blogueiro =*&¨%$" rsrs. bjs
6:40 AM
Juvencio de Arruda disse...
rsrs...coitada de minha santa mãezinha, Pinky. Obrigado.Bjs
6:44 AM
Jeso Carneiro disse...
Juvêncio, sei que nunca esperaste elogios do R70 ou da folha que o abriga - pelo contraponto louvável e cheio de méritos que tens adotado no teu-nosso blog desde o amanhecer. Também tenho quase certeza que já esperavas essa bala de "festim" da ORM - mais dias, menos dias ela viria. Certo? E nem por isso, minha certeza é granítica quanto a isso, vais te abalar com a melosa nota - como ficou bem claro com a tua pronta-resposta. Tua contribuição como blogueiro é inestimável para a VERDADE que não chega às bancas neste estado. Avante, e triture novas batalhas mediáticas que ainda haverão de raiar nos teus caminhos... sem perder a ternura.
8:07 AM
Anônimo disse...
Como assim fala o velho ditado:"Quem está na chuva é pra se molhar".Mas desde que não joguem baldes de lixo pra cima esperando cair na cabeça dos outros.Êta IVCezal trapalham!!!
8:14 AM
Juvencio de Arruda disse...
A ternura que sempre te recebe em teu-nosso blog, Jeso.Grande abs e obrigado pela presença.
8:16 AM
Lafayette disse...
Agora já sei de onde saiu o bordão daquela campanha: "Deixa o homem trabalhar." rsrsrsrsÉ certo que jornais impressos irão acabar. A web fica e eterniza o momento. A notícia rende, reaviva e se tranforma a cada acesso, comentário, debate.Mas (lá venho com meu contra-ponto), o eco do R70 é maior ou menor que o do Quinta? Ou não interessa? Ou o que interessa é qualidade no debate? Ou ou ou...
8:31 AM
Juventude em Pauta disse...
Juca,Vi a nota no sábado, estranhei essa conversa de "coordenador da campanha". Creio que nem preciso desenvolver minha solidariedade a ti ante esse episódio, minha admiração, confiança e carinho por ti são exlícitas, beiram a militância.A honestidade e a dignidade, meu caro, não são nem pratos servidos a qualquer um, nem uma imagem que possa ser contemplada por todos à frente do espelho. São como as mulheres da música de Caetano: "a uns a que tal graça se consente é dado lê-las". Neste caso, tê-las.Grande abraço,
8:49 AM
Anônimo disse...
Meu caro JuvêncioO R-70 adota a pior forma de jornalismo, como, de resto, o jornal inteiro, quando o que publica é efeito da ordem "de cima". Os fatos, ah, os fatos: não interessam. Palavras foram feitas para serem usadas como arma para faturar, consumar vingança, mandar recados, impor medo, sujeitar vassalagem. Esse paroxismo atingiu o limite da inconseqüência, como se o poder voltasse a ser dom divino. Por isso, inquestionável. O Liberal quer fazer o novo reitor, ponto. Quer mandar o atual reitor para o quinto dos infernos, ponto. Quer afastar do caminho as pedras, sem o menor humor drummondiano, ponto. São os éditos do trono. Todos têm que se curvar a eles. Só que as coisas mudaram e continuam a mudar, independentemente dos que se julgam donos das mudanças e, até, sem se poder assegurar que sejam mudanças para melhor. Se O Liberal ainda pudesse praticar jornalismo quando os temas envolvem os interesses dos "lá de cima", responderia à sua resposta com jornalismo. Teria que demonstrar o que, em magras linhas e rápidas palavras, insinuou no R-70. Assim surgiria uma salutar polêmica, mesmo que demarcada por uma regra elementar: quem for podre que se quebre. Mas dessa forma intolerante e covarde, de condenar sem processo, de impor uma "verdade" que não foi submetida à prova da demonstração, é condenar o jornal a nunca convencer sobre o que proclama o editorial dos 62 anos, no dia 15, assinado pelo reizinho apedeuta: de que possui credibilidade. Sem essa, dotô. Se não sair dessa bolha de fantasia e desfaçatez, o jornal vai chegar ao grau máximo de autismo, adquirido por vontade própria. A notinha infame, porque refratária ao contraditório e arrogante, revela o grau da irresponsabilidade do jornal. Chamá-lo de liberal virou esquizofrenia. Felizmente, ainda há quem considere que a missão da imprensa não é essa depravação, mas ser escrava dos fatos, missionária da verdade, pregoeira da decência, defensora da dignidade humana, mesmo quando não deixar de ser (nem poderia deixar) um negócio. Negócio de jornal, porém, não é quitanda. Todo louvor e respeito ao quitandeiro, que nos entrega alimentos. Mas cada um com seu cada qual, se assim consigo ser entendido lá pelos fundos do bosque (perdão, jardfim botânico edmilsoniano). Um abraço do Lúcio Flávio Pinto
9:24 AM
JOSÉ DE ALENCAR disse...
Meu caro Juvêncio.Bela resposta.Nela, creio.Abraços solidários.
9:30 AM
Anônimo disse...
Tudo isso é desespero para fazer caixa. Eles estão se acertando aos poucos com o governo do estado, mas, contrataram a super/ultra jornalista que tem assinado as matérias especiais de domingo, as que prometem maravilhas, como se morassemos na Suiça ( a Terra Firme é mara). A mesma que mantém um blog, que denunciou as maracutaias do Hangar. É estranho. De um lado fere e do outro abana.
9:55 AM
Anônimo disse...
É Juca, não espere flores. Essa reação do jornal fraudador é a prova inconteste de que a blog(o)sfera é hoje a alternativa de informação que abre espaço ao contraditório, coisa que a "grande imprensa" nunca aceitou. Se algum jornal tem prestígio não é porque vende muito, mas é porque "faz a cabeça" da chamada galera "formadora de opinião", só que hoje essa mesma galera já faz a cabeça através da internet e o jornal tende a desaparecer no futuro. Como disse o Marcelo Nova (da banda de rock camisa de vênus): "ô, criança, isso é só o fim".Força, Juca, continue nos informando.
10:06 AM
Anônimo disse...
Fossem os Maiorana grandes mecenas da Universidade, fossem colaboradores da educação, haveriam de que querer ser reitor, diretor. Ocorre que nehum Maiorana tem cabeadal para ser nem ao menos professor assistente, adjunto ou coisa parecida, mas tentam apadrinhar candidaturas acadêmicas só pra fazer valer um poder que pensam ter. É o caso da campanha contra Alex Fiúza de Melmo. Se por eventualidade um diretor de Departamento da UFPa desgostar os Maiorana, também na cozinha da Universidade eles vão querer meter o bedelho. A comunidade acadêmica deveria analisar melhor esse pepel e acabar com essa intromissão idnevida. Que os veículos opinem, reportegm, critiquem esclareçam, denunciem... tudo bem que esse é o papel da imprensa, mas transformar questões pessoais em assuntos políticos com interferência na vida da Universiade, patuasdas pelos veículos da empresa, já é para lá dos papéis institucionais da imprensa para se tornar em política barata e resteira.
10:21 AM
Levi disse...
JuvêncioConte com minha solidariedade neste momento de indignação. Ataques gratuitos como estes atingem nossa moral imediatamente, mas em seguida aumentam a sua fortaleza. Depois, dão como frutos boas risadas...absLevi Menezes
10:31 AM
Francisco Rocha Junior disse...
Juca,Pode acrescentar ao teu ilustrado currículo a nota do R70. Ser atacado pelo O Liberal é ponto positivo para qualquer pessoa.Solidarizo-me irrestritamente contigo, amigo.Abração.
10:48 AM
Val-André Mutran disse...
A resposta foi na medida mestre.O desprezo é o melhor remédio para um paciente irremediável e contumaz viciado na mentira.A cangalha tarda mas não faltará ao dissimulado veículo.
11:37 AM
Anônimo disse...
Juca:Qual seria o interesse de um poderoso grupo de comunicação nas eleições em uma instituição federal de ensino a ponto de de publicar notícias típicas de um jornalismo marron ???Na oportunidade, apresento minha solidariedade ao Quinta. 1 E-leitor
12:14 PM
Anônimo disse...
Se não fosse improvável, poderíamos lançar a campanha "DIA SEM LIBERAL" - assim como se faz contra drogas e outras coisas nocivas à sociedade, que matam, alejam, causam danos em geral.Algumas empresas locais - entre elas o Grupo Maiorana - são parece drogas. E sendo drogas, devem ser combatidas. Seguinte: uma vez por semana não compraríamos o tal jornal. Bastava isso. Mas o problema é que não dá para ficar consumindo a droga concorrente.
3:16 PM
Anônimo disse...
Irrestrita solidariedade ao Quinta e ao querido editor do Quinta, meu prezado Juca. O Lib é o Lib de hoje e antanho, meu caro.Tu tens biografia e seriedade. Vai em frentebjsFonte de responsa
3:32 PM
Anônimo disse...
Caro Juca,Nós não nos conhecemos, mas saiba que sou leitor constumaz de seus posts neste blog criterioso e veraz. Espero "ver" você cada vez mais firme e forte nesta tarefa de informar, analisar e manter um canal aberto para o debate público sobre as grandes questões da agenda pública paraense.Prof. Ludovico
4:17 PM
Anônimo disse...
Mr.Juket, o dito popular alerta :"Ninguem joga pedra em mangueira que nao da mangas".Risivel a noticia tal qual mentalidade obscena e patologica de quem desconhece o significado de decencia, indisfarcavelmente impresso nas convenientes linhas desse cancro do Para e latente parasita dos paraenses.Abs.Romulo Sampaio
4:21 PM
Juvencio de Arruda disse...
Fonte de responsa, muito obrigado. Penso sempre em ti ao editar este espaço.Bjs
4:32 PM
Juvencio de Arruda disse...
Prof., de fato não nos conhecemos nesta relação de sociabilidade formal, o conhecimento pessoal.Mas temos várias identidades comuns,como o apreço pelos temas do desenvolvimento, da política, a preocupação com a segurança e tantos outros.Por isso nos "veremos" sempre, pode acreditar.Abs e muito obrigado.
4:35 PM
Juvencio de Arruda disse...
Romulo, muito obrigado por suas palavras. E vamos em frente, protegendo as mangas desta pedradas solertes.Abs
4:36 PM
Rosinh@ - Sou como você me vê. (C.L.) disse...
Caro JuvencioNão o conheço, por isso não vou ficar puxando-saco, mas conhecemos o famigerado jornal(?), que revela-se dia-a-dia extramemente parcial, e ataca sem dó nem piedade pessoas, instituições, etc. que não rezam pela sua cartilha.Fico indignada ao ver o quanto eles atacam a UFPA,pois sou servidora pública da mesma. Ao atacarem a instituição, eles nos atacam diretamente, pois nós é quem a construímos diariamente.É por essas e outras que já abandonei o mau hábito de ler este jornal e preservei o bom hábito da leitura!Estou solidária com você e adnirando-o cada vez pela leitura do seu blog e como você responde a esse tipo de inverdade.
5:28 PM
John Charles disse...
O triste fim dos depravados -Pobre do jornal (e do jornalista) que perde a mínima noção de ética, responsabilidade e hombridade: deprava-se. Pior do que uma afirmação parcial é uma afirmação não comprovada, aquela cujo único objetivo é disseminar a boato, para que, a partir da boa-fé e da desinformação, ele ganhe ares de "notícia". Pior ainda, é quando tais afirmações podem atingir a honra e a imagem das pessoas, exigindo destas um esclarecimento que os verdadeiros jornalistas tomam antes de transformá-las em notícias, o que se chama de apuração. Infelizmente, nem todos os jornalistas podem cumprir todos os estágios de produção da notícia, quando o jornal em que trabalham abrem mão de preceitos básicos do jornalismo. Aí, o que vale é a vontade do dono do jornal, único critério que sobra como política editorial, principalmente aos que trabalham com a "opinião" da empresa jornalística.É o que está por trás das notas inverossímeis no jornal dos Maiorana que tentam lhe atingir da forma mais abjeta possível. Digo tentam, porque mesmo o leitor mais mediano e incauto tem todas as condições de desconfiar de sua inconsistência, mesmo ignorando vossa biografia: sua marca (das notas) intrínseca é a inverossimilhança. Portanto, meu caro, fique tranqüilo, pois o povo não é mais tão ingênuo assim. De resto, a sincera solidariedade dos seus fiéis leitores.
6:20 PM
El Cid disse...
Professor Juvencio,Os maioranas investiram muito em máquinas, pensaram que um bom jornal se mede pela tecnologia. Se enganaram, pois um jornal só será um JORNAL, se for posuidor de credibilidade, dignidade e ética. Jornalismo se faz com profissionalismo, competência e verdade. Não importa o tamanho e a qualidade da sua estrutura física se os profissionais que integram seus quadros funcionais não reunem as qualidades necessárias e indispensáveis a um bom veículo de comunicação.Parabéns, Professor! Voce continua incomodando os "maiorais" com sua competencia e inteligêcia.
8:18 PM
Anônimo disse...
Juca,O nível da sua resposta, a solidariedade das pessoas e a repercursão do caso, nos levam a uma conclusão: JUCA PARA ........Tá eleito.AbRoberto Souza
8:47 PM
Ana Célia Pinheiro disse...
Querido Juvêncio:Aceite minha solidariedade, embora que tardia.Sou sua leitora assídua, visito seu blog várias vezes por dia, pra ver se tem alguma informação “quente”. E só lamento é que você não entre assim na Perereca...Vi a nota no Repórter 70, estranhei os termos, mas não dei muita atenção ao fato – pra falar a verdade, Juvêncio, não me interesso muito por essas disputas na Academia...Creio que ainda procurei alguma manifestação sua, no sábado, mas não vi nada – parece que você só postou sua resposta no domingo.Pra falar a verdade, li rapidamente, assim como fiz com a nota – é que, me perdoe a franqueza, mas a universidade, rrrealmente, não é a minha praia, tanto assim que ainda agora ignoro os bastidores de todo esse episódio... Pra mim, a Academia é um hospício e os senhores “dôtores” uns lunáticos, ainda mais alucinados que eu...Além disso, Juva, ando pra lá de atarantada com o trabalho. Agora que voltei a trabalhar em jornal, depois de um ano de afastamento, estou me matando pra recuperar fontes e retomar o ritmo da pedalada...Daí que só hoje, à noitinha, é que fui alertada para o fato de essa história estar pegando fogo (na verdade, de as forças democráticas da terrinha estarem se “aquartelando” ao seu redor...)É que um anônimo, leitor da Perereca, me mandou um desaforos, por não ter me solidarizado com você, até insinuando que haveria algo mais por trás disso... Aí é que fui abrir a caixinha de comentários do seu blog...Mas, creia que não houve, aqui, nada de intencional – eu dormi no ponto, mermo... E só acordei com as trombetas da guerra...É certo que trabalho, agora, em O Liberal. Mas, assim como acontecia quando trabalhava no Diário, o que vendo aos patrões é apenas e tão somente a minha força de trabalho.Lamento, profundamente, tudo isso.E creio que o fato de terem atacado você dessa forma, tão somente por coordenar uma campanha adversária, só demonstra o quanto o seu trabalho está no caminho certo.É claro que você está incomodando – portanto, não se deixe abalar.E ria, ria muito!... Porque não deixa de ser engraçado, irônico, que um jornalão, com o poder de fogo de O Liberal, se sinta tão incomodado com o alcance da baladeira do nosso blogueiro-mor...Quanto à nota, lamento, como cidadã e jornalista, que esta seja a prática de todos os jornalões deste País: tanto o ataque feroz e covarde aos eventuais adversários, quanto a supressão de notícias que não interessem, em determinada conjuntura, aos patrões da comunicação.É essa, aliás, a importância de espaços como o seu: repor a verdade dos fatos.Quer dizer: permitir que os cidadãos tenham garantido o direito a uma informação decente.Receba, portanto, a minha solidariedade e conte comigo para o que precisar.Sim, queridinho, eu também estou com você nesse “aquartelamento” democrático – nem poderia ser diferente, né mermo?Beijinhos, Ana Célia Pinheiro
12:12 AM
Anônimo disse...
O vício é realmente "de origem", e O Liberal , apenas se utiliza de uma legislação que buscou sufocar a informação e formação da opinião na sociedade.Em qualquer sociedade democrática, nada mais danoso para eses bens do que o monopólio das " redes de comunicação". Não é correto um grupo privado possuir jornal, rádio e televisão! é muito poder! Porque não se aproveita a deixa, e se inicia um debate público em torno disso? porque não colocar medidas restritivas aos conglomerados ( tipo tributos progressivos ou outros tipos de medidas desetimulantes desse tipo de "negócio"?) A quem interessa esse quadro? aos políticos, aos concessionários que parecem senhores feudais haja vista , que possuem o "latifúndio da verdade"_ Brizola já nos alertava isso na campanha de 1982). O Escândalo da Proconsult "nada mais foi do que o alerta que esse tipo de configuração do sistema de concessões, não se coaduna com a democracia e engessa o fluxo de opiniões na sociedade.
9:14 AM
Anônimo disse...
Olá, Juva! Somente agora pude me manifestar, e a respeito de tudo o que já foi dito, gostaria de acrescentar o óbvio: por conhecer o seu trabalho,a sua competência, a sua inteligência e o seu caráter, temos certeza que essa nota do R-70 não passa de um ataque sórdido, mentiroso e maldoso. Faço questão de aqui deixar minha solidariedade, e fique tranquilo, porque nada que essa imprensa marrom, incompetente, despreparada e tendenciosa diga, pode macular a imagem e o conceito que possui com seus amigos. Grande abraço do seu amigo. Cap
11:48 AM
Juvencio de Arruda disse...
Ana Célia, minha querida, uma Perereca nunca está atrasada...rsObrigado por suas palavras, e espero revê-la em breve, quem sabe nas Festas que se aproximam.Isto se o seu namorado deixar, é claro. Com todo o respeito.Bjs
11:54 AM
Juvencio de Arruda disse...
Cap, obrigado e grande abs pra vc!Veja se aparece antes do final do ano.
11:56 AM
Juvencio de Arruda disse...
John, valeu! Obrigado por suas palavras.
11:57 AM
Juvencio de Arruda disse...
El Cid, vc é da área da política e sabe bem o que é isso.Obrigado e uma abs.
11:58 AM
Juvencio de Arruda disse...
Rosinha, obrigado e um abs, colega.(E ponha seu blog pra andar...rs)
11:58 AM
Rosinh@ - Sou como você me vê. (C.L.) disse...
é falta de tempo, caro Juvencio.... mas aceito o conselho, obrigada.... vou colocar pra andar o bichinho... rsrsrrs
5:59 PM
Jota Ninos disse...
Juveníssimo,Sempre atarefado no trabalho do Judiciário, ainda assim arranjo um tempinho para ler os blogs dos amigos jornalistas (já que o meu não consigo mais atualizar).Só agora li sobre a nota infâme do R-70, de O Liberal. Aliás, pensei que esse jornal nem existisse mais... Não me faz falta, assim como a Veja.O Liberal não aprende a velha máxima de que quanto mais se tenta atingir aquele que tenta expressar uma opinião (por mais esdrúxula que seja), mais se eleva o caráter desse "opinador".Você tem sido um grande "opinador", e com seu tom sarcástico, caustico, acaba atingindo estes senhores do Olimpo Maiorânico, tal qual Prometeu, que trouxe o fogo para o homens e foi condenado pelos deuses da mitologia grega a viver eternamente pendurado, tendo seu figado comido por um abutre... Ou ainda como o velhaco Sísifo, que de tanto aprontar contra os deuses - inclusive sequestrando a Morte para não mais levar almas humanas - acabou condenado a carregar eternamente ladeira acima uma imenbsa pedra que ao final rolava ladeira abaixo, reiniciando a mesma jornada.Continua tua jornada, Juva-Sísifo. Não te importa com teus inimigos figadais, Juva-Prometeu. Precisamos da astúcia de teus textos e da luz do fogo desta quintaemenda, para que nos libertemos de falsas "Liberalidades"...Como serventuário da Justiça, não posso me furtar a incentivá-lo, também, a meter um processinho neles, nem que seja só para encher o saco...
5:59 PM
Anônimo disse...
É verdade, sim, que o valor do patrocínio do governo do Estado ao Águia foi menor, em relação a Remo e Paysandu. Mas também é verdade que o governo do Estado ajudou nas despesas de locomoção e hospedagem do Águia na fase decisiva, isto é, no Octogonal. E não deve ter sido pouca coisa. O time foi à capital de Sergipe, ao interior do Rio Grande do Sul, à capital do Acre, ao interior do Rio (Duque de Caxias), ao interior da Paraíba, à capital de Goiás e ao interior de São Paulo, Campinas, que, diga-se de passagem, tem um PIB maior do qie o de 19 estados juntos, inclusive o Pará. E sabe quem falou sobre essa ajuda? O presidente do Águia, Ferreirinha, ao agradecer à governadora pela "grande ajuda". O melhor técnico do ano no Pará, João Galvão, também agradeceu à governadora. E sabe onde eu ouvi isso? Na rádio Liberal, após o jogo contra o Guarani. O mais curioso é que essa rádio só mandou o narrador e ele mesmo fez as entrevistas com dirigentes e jogadores. Nenhum jornal de Belém deu essa informação, que é necessária para não se cometer injustiças contra o governo, como muitos estão fazendo por aí, principalmente entre os dirigentes dos fracassados RE e PA e que acaba virando verdade para as torcidas. Sou marabaense, funcionário do Estado morando há 34 anos em Belém e um remista decepcionado. Ainda bem que o Águia é azul...Lucivaldo AmorimPS - Sou solidário a você, que não o conheço, no caso da nota no R70.
2:25 AM
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21.11.08

Pureza e Desconfiança


Por Renato Lessa.

Corria o ano de 1996 e dois professores de direito norte-americanos – Frank Anechiarico (então no Hamilton College) e James Jacobs (idem na New York University) – publicaram um livro notável. Trata-se de The Pursuit of Absolute Integrity: How Corruption Control Makes Government Ineffective, editado pela Universidade de Chicago. No livro, os dois autores chamam a atenção para o fato de que durante o século XX a cabeça dos reformadores institucionais esteve tomada pela visão de um corruption-free government, uma espécie de governo ISO 9000 e não sei quanto em matéria de eliminação de qualquer indício de corrupção. Um dos efeitos dessa obsessão teria sido uma reorientação de foco, pela qual leis e prioridades de governo concentram-se mais no controle dos ocupantes de cargos do que naquilo que governos ordinária e supostamente devem fazer: governar.
O livro segue uma deliciosa inclinação cética e sustenta, para ir ao ponto, o seguinte argumento: o projeto contemporâneo de uma república corruption-free implica a adesão a formas de controle disciplinar que acabam por alimentar e exacerbar patologias burocráticas e inviabilizar reformas fundamentais na administração pública. O espírito de investigação suplanta a criatividade e disposição para a inovação. Adeptos de crenças utilitaristas podem bem dizer: é mais vantajoso, para fins de recompensa pública, estar a perseguir malfeitores supostos ou reais e a denunciá-los com ímpeto e estardalhaço do que a propor inovações legislativas e administrativas.
Anechiarico e Jacobs exumam em seu texto um belo ensaio do jurista Bayess Manning, publicado em 1964 no Federal Bar Journal, publicação oficial do equivalente da OAB naquelas plagas. No ensaio Manning – na altura Deão da Stanford Law School - falou da presença de um “potlatch da pureza” em operação naquele país, uma obsessão por assepsia nos costumes e nas almas que teria feito com que o vocabulário da política se adaptasse estilisticamente à semântica de um drama moral.
Sounds familiar, certo? Em parte. Na verdade, há, pelo menos, uma importante diferença. Os juristas mencionados tiveram como campo de observação uma experiência cultural fundada na crença na presunção de inocência. Por mais que os Pais Fundadores norte-americanos – James Madison à frente de todos – sustentassem que os homens não são anjos e que, portanto, o governo é necessário, havia neles uma crença básica de que a natureza humana, mesmo falível, merece o benefício da dúvida. É isso que constitui a rationale da presunção de inocência. Para voltar aos dois autores, com um pouco mais de ênfase: eles indicam exageros, absurdos e patologias presentes em políticas de controle dos gestores da coisa pública, nos limites de uma cultura de presunção de inocência que, procedimentos legais cumpridos à risca, acaba por constituir um limite à fúria punitiva e investigativa.
Agora, o que dizer de ânimos puristas semelhantes, ou ainda mais dilatados, em contextos nos quais as ficções nacionais mais fundamentais estão assentadas na desconfiança? Uma das características mais salientes da vida brasileira pós-ditadura tem sido a presença asfixiante de narrativas sobre a experiência do país nas quais metáforas do direito penal e uma perspectiva de suspeita têm papel preponderante. Baseados da observação sagaz de que os liberticidas que nos governaram até 1985 não podem ser excluídos do rol dos suspeitos usuais de danos à coisa pública, alguns otimistas julgam que a centralidade adquirida pelo denuncismo a partir de fins dos anos oitenta resultou da liberdade de imprensa. Com efeito, esta parece constituir parte da resposta. Mas não elimina o fato de que a atmosfera da república exala desconfiança e a sensação de que, por vezes, estamos metidos em um mistifório de sicários.
O imenso e recente sarilho que envolve o STF, a Abin, a Polícia Federal, em torno da chamada Operação Satiagraha – há poesia e humanismo místico na coisa, então não? – reencena e dá vida a essa tradição. O suspeito original é preso por um delegado federal, tido como suspeito, a pedido de um juiz, também ele suspeito e desqualificado pelo presidente do STF. Há quem diga que o ânimo punitivo da chefia da Polícia Federal sobre o delegado suspeito de ter exagerado no tratamento do suspeito original é muito...suspeito. Não quero ser tomado por blasfemo, mas há até quem estranhe a presteza do presidente do STF na concessão de dois habeas corpus ao suspeito original. Suspeita-se, ainda, que os advogados do primeiro suspeito estejam entupindo a Vara do juiz suspeito com dezenas de petições, para que este enlouqueça ou pare de tomar atitudes suspeitas. (Antes de terminar o parágrafo, o releio e vejo que omiti a menção ao comportamento suspeito dos agentes da Abin e de seus chefes no imbróglio).
Uma república de paranóicos? Nem tanto, pois é forçoso reconhecer que há imensa plausibilidade nas estórias que sustentam as suspeitas. Este é o ponto: cada uma dessas suspeitas constitui um fragmento de uma interpretação a respeito do que é o país: um experimento suspeito a ser investigado.
Em outros termos, trata-se de uma imagem do país como entidade opaca a si mesma. Como um depositório de enigmas que só podem ser elucidados pela lógica da investigação policial e da desconfiança promovida à política pública. Como não ver aí a produtividade de uma crença de que o país só terá de si uma imagem esclarecida a respeito do que é e poderá ser, se os “culpados” forem encontrados e presos? É claro, essa utopia da prisão final e generalizada de todos os malfeitores não poderá interromper a tara investigativa: há que investigar os juízes que os condenaram, os carcereiros, os advogados de defesa e, se calhar, os que se calam e não estão nem aí para isso, pois disso tudo, quem sabe, pode germinar uma nova geração de inimigos da coisa pública.
Como a malta ignara percebe tudo isto? Suspeito que ela esteja a desenvolver uma atitude cognitiva e existencial de forte complexidade, uma espécie de mescla de confusão e credulidade absoluta, temperada com uma descrença dotada de tinturas cínicas e fatalistas. Confusão, pelos pormenores sombrios e sofisticados dos enredos e pelo abismo investigativo sem fundo, posto que incapaz do esclarecimento final: afinal, quem são os bons, nessa história toda? Credulidade, posto que à desorientação original sobrevém a certeza de que tudo que está a ser dito é verdadeiro, mesmo quando os fragmentos do drama se contradizem. Em outros termos, trata-se de um fideísmo da desconfiança: não entendo o que se passa, só sei – i. e, tenho a certeza de - que todos são, no mínimo, uns aldrabões. Por fim, a mescla entre cinismo e fatalidade e, por vezes, uma revolta ressentida por não desfrutar dos benefícios dos suspeitos.
Ainda assim, há otimistas. Boas almas que crêem na existência de um processo de depuração de hábitos predatórios e republicidas. Conheço algumas que já se dispuseram à imolação pelo advento da sociedade sem classes e que, hoje, não contém sua admiração pela Polícia Federal. Torço, mais uma vez, para que estejam certas, mas o travo cético acaba por escapar: afinal, qual o estado da arte de uma república na qual a polícia é tida como a principal guardiã do interesse público e responsável pelo esclarecimento de nossos mais fundos enigmas?


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Renato Lessa é professor titular de Filosofia Política do Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro ( Universidade Cândido Mendes ) e da Universidade Federal Fluminense e Presidente do Instituto Ciência Hoje

O Leviatã-Quasímodo

Por Breno Rodrigo de Messias Leite*


Em De l’Esprit des Lois, Montesquieu constrói um modelo político-institucional que revolucionou o modo de se pensar e de se fazer as instituições políticas no Ocidente: inaugurou o princípio – já em curso na Inglaterra – da separação dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Para Montesquieu, os poderes seriam interdependentes e teriam como desígnio o exercício do controle mútuo. E mais ainda, a separação dos poderes seria a única forma de se evitar o absolutismo e a autocracia.
Inspirados diretamente em De l’Esprit des Lois, Madison e os Federalistas, os pais fundadores do modelo político-constitucional dos Estados Unidos da América, construíram os mecanismos de “freios e contrapeso” (checks and balances). Este tinha como princípio o estabelecimento de instrumentos capazes de manter e de conjugar os padrões de interação entre os poderes Executivo e Legislativo; dotar o poder Judiciário de autonomia e força constitucional; e inviabilizar a ditadura da maioria legislativa, possibilitando, dessa forma, a participação política das minorias, o revezamento da situação e da oposição.
De forma bastante clara, o modelo madisoniano “está apoiado na idéia de que uma ambição pode ser neutralizada por outra ambição. A partir dessa perspectiva, se idealizou uma estrutura institucional na qual o Executivo e o Legislativo deviam ser escolhidos de forma independente um do outro. O pressuposto era o de que, desse modo, seriam criadas duas instituições independentes entre si, capazes de se controlar mutuamente”. (Ver, Mariana Llanos & Ana María Mustapic, O Controle Parlamentar na Alemanha, na Argentina e no Brasil, 2005).
É claro que a realidade é dinâmica e o modelo de democracia dos Estados Unidos não funciona necessariamente assim. O sistema partidário tornou-se dual e majoritário; inviabilizou, de certa forma, a participação de minorias políticas relevantes; e o presidencialismo tornou-se imperial.
Ao sul do equador, no caso latino-americano e brasileiro, em especial, a construção da República inspirada nos modelos dos Estados Unidos, da França e do próprio poder moderador monárquico conservou, no plano prático, a essência da separação assimétrica dos poderes. Para os construtores do Brasil republicano, a conjunção dos três poderes, entendidos de forma administrativamente autônoma, dentro de uma unidade político-institucional comum, só poderia ser colocado na prática a partir da construção de um Estado de Direito que fosse constitucionalmente eficiente e estruturado em um poder executivo forte e centralizador.
Ocorre que, por outro lado, a auto-regulação e a separação dos poderes sempre foram problemas inerentes às instituições políticas no Brasil. Dessa forma, a construção da república criou as condições objetivas para um funcionamento mais autônomo do poder Executivo e uma retração dos demais poderes, o Legislativo e o Judiciário. Uma relação desigual entre os poderes constituídos.
A idéia de um Brasil moderno, onde a separação dos poderes pudesse estruturar uma trajetória dependente de instituições políticas democráticas, deu lugar a existência de um Brasil de instituições, paradoxalmente, fortes e robusta, e ineficientes e precárias do ponto de vista do universalismo de procedimentos.
A construção e separação dos poderes seriam, portanto, instrumentos de democratização das relações políticas, partindo do princípio de que as instituições importam no contexto da responsabilização e da participação da cidadania, bem como na construção de um Estado Democrático de Direito capaz de responder a demandas econômico-sociais através do processo decisório legítimo. Mas a dinâmica tem funcionado no sentido de sobre-determinar assimetricamente os poderes e radicalizar as suas contradições, dificultando, dessa forma, um projeto republicano de democracia.
Além do mais, os paradoxos do presidencialismo podem não só comprometer seu próprio funcionamento – num processo de autofagia –, mas corroer todas as outras instituições políticas que se sentem acuadas pelo excesso de poder do presidente. Uma vez que o presidencialismo tem “um Executivo com consideráveis poderes constitucionais e geralmente com o controle completo da composição de seus ministros, e seu governo é eleito pelo povo por um mandato fixo, que não está em função de um voto de confiança dos representantes democraticamente eleitos no parlamento. Além disso, o presidente não é somente o proprietário do poder executivo, mas o Chefe de Estado que não pode ser demitido, exceto em casos de impeachment” (Ver, Juan Linz. Presidential or Parliamentary Democracy: does it make a difference?).
Dessa forma, é necessário superarmos os paradoxos do presidencialismo tropical. Construir uma transição institucional capaz de equacionar a importância da participação popular sem deixar de lado a eficiência governativa; uma forma de representação republicana que responda às pressões sociais, respeitando a construção do sistema multipartidário, a plena separação dos poderes e inviabilizando, portanto, a paralisia decisória.
Eis os desafios do nosso Leviatã-Quasímodo.


* Mestrando em Ciência Política (PPGCP) pela Universidade Federal do Pará.

Opinião Pública

No site Pará Negócios, do jornalista Raimundo José Pinto, 91% diz que os jornais de Nova Déli abusam do uso de imagens de cadáveres e outras situações constrangedores à dignidade humana. Que eu me lembre, só a enquete que sondou se a desembargadora aposentada Ana Murrieta deveria puxar uma cana foi mais consensual: 94%.

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Um bom final de semana a todos e até segunda.

20.11.08

Chapa

O PSOL prepara suas estratégias para 2010.
Segundo uma fonte do blog, bem instalada no partido, estariam sendo costuradas as candidaturas do ex prefeito Edmilson Rodrigues para deputado federal, e as de José Nery, atual senador, e Araceli Lemos, ex deputada estadual, para a Assembléia Legislativa.

Tá Bacana

O jogo do bicho bombou pelo segundo dia após a espetaculosa ação do Estado versus contravenção. Pra quem não sabe, deu Touro, de novo, na cabeça, no milhar 9682.
Nossos amigos radialistas deram o resultado no horário de sempre.
Parece que está tudo normal, a ponto dos apontadores, com aquela naturalidade do popular, dizerem: "Meu irmão, eles se acertaram".
Maldade.

Sem Volta

O deputado Martinho Carmona, do PMDB, estaria irredutível em sua disposição de candidatar-se à presidência da Assembléia Legislatival pela terceira vez. Se o acordo que teria feito com o Sobrancelhudo não for cumprido, ameaça, sai candidato de qualquer jeito. Um contador de votos na AL disse ao blog que ele pode levar entre seis a sete votos, com a bancada petebista pelo meio e o pedetista Luís Cunha no final.
Aí o G volta a ficar excitado, mais do que já está, agarra-se ao PSDB, e tentaria levar a Mesa da casa.

Gasolina de Avião

A Perereca da Vizinha estacionou no Hangar.

Freio

A taxa de juros do Banco Itaú para o cheque especial atingiu hoje a marca de 204% ao ano.

Testemunha Ocular

Uma jornalista - e cidadã- participou da vigília de 12 senadores, todos os paroaras entre eles, que começou na terça de tarde e só acabou na manhã de quarta. Os parlamentares protestavam contra o governo na questão da reposição das perdas salariais dos aposentados.
O depoimento é assinado pela especiaista em Ciência Política e assessora de comunicação do senador José Nery (PSOL-PA), Rita Soares.
Aqui, no Espaço ( sempre) Aberto, do Paulo Bemerguy.

20/11: Dia da Consciência Negra

Alma Negra


Minh'alma negra
Inda chora...
Chora a crueldade do Preconceito.
Que há muito o mundo,
Miseravelmente,
Tem feito.


Meus olhos choram
Lágrimas de sangue
Pois só vêem dor
e Maldade...


Irmãos negros,
pela cor Subjugados,
Mundo afora humilhados.


Meu coração negro
Clama justiça ao meu povo
Milhares morrem de fome
E infinitas doenças...


Esmagados no esquecimento
Por preconceito e violência
Minh'alma negra e forte
Grita por respeito e igualdade


Não apenas
Um dia de consciência
Direitos a dignidade...
Por toda a nossa existência!



Sirlei L. Passolongo

19.11.08

Toque Certo

Em reunião terminada há pouco mais de uma hora, entre o chefe da Casa Civil do governo do Pará, Claudio Puty, e os presidentes do diretórios municipal e estadual do PRB, vereador pastor Raul Batista e deputado Roberto Santos ( ex G-10), foi selado o acordo que traz o PRB para a base aliada do governo.
O G nunca mais vai ser o mesmo.

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Amanhã o Quinta começa a postar depois do meio dia.

Bote Fé


Apesar da ação do GEPROC/MPE , Polícia Civil e PF, ontem, o bicho funcionou normalmente hoje em Nova Déli, conforme a imagem da fezinha acima, de um apostador amigo do poster. O estouro do Parazão - um condomínio integrado por Zé Manoel, Jango do Rancho, Bosco Moysés, Luizinho Drummond e outros menos votados - não impediu a continuidade da contravenção, que já exige uma discussão sobre seu enquadramento legal. Sob pena de desmoralizar a autoridade, o Estado.
As rádios que normalmente divulgam os resultados, a Marajoara e a Clube, ambas AM, emudeceram a respeito.
Para quem não sabe, deu Touro na cabeça, no milhar 5482.

Porteira

No blog do Cjk, sob o título Hora da Merenda

Já está marcado o dia do frege (*).
A data escolhida para a eleição da Mesa Diretora da Assembléia Legislativa foi 2 de dezembro, terça-feira. Vamos ver se o poder de conjurar sortilégios da Casa Civil do governo do Estado e do gabinete da presidência da Alepa, trabalhando em conjunto, impedem o estouro da manada que alguns anunciam.

(*) barulho de vozes acaloradas, discussão, gritaria, baixaria.

Só Dois

O PSDB decidiu "fechar o voto" da bancada. O G também. Só aí são 18 votos entre os 41 da merenda. Não há espaço para um terceiro candidato. Talvez um terceiro nome, no lugar de Martinho Carmona(PMDB).

Balanço

O deputado federal Paulo Rocha (PT) subiu ontem,18, à tribuna da Câmara e elencou os pontos de destaque da viagem da governadora Ana Julia à China: a atração do Sinopacific Shipbuilding Group, que poderá resultar na instalação de um estaleiro de grande porte em Outeiro, que viabilizaria a construção de uma escola técnica de alto nível, e a visita às instalações da Vale em Xangai, em especial numa termelétrica semelhante a que será construída pela mineradora em Barcarena.
O governo do Pará espera agora a vinda de uma missão chinesa ao estado para "colocar em prática os acordos firmados nas várias rodadas de negócios, realizadas nas quatro cidades visitadas pela missão paraense”, disse Rocha.

18.11.08

Dano Moral

No blog do Alencar.

A Primeira Turma do Tribunal Regional do Trabalho da Oitava Região (Pará e Amapá) acaba de julgar um caso bem interessante.Um jovem empregado dos Supermercados Nazaré deu uma entrevista a uma televisão local e nela defendeu o fechamento dos supermercados aos domingos. O dono do supermercado foi também ouvido. As opiniões eram contrárias. Um cliente também foi ouvido. A matéria foi ao ar e depois disso o reclamante foi chamado à presença da psicóloga da empresa, que comunicou-lhe sua - dele, trabalhador - dispensa.A Turma, por maioria, entendeu que houve dano moral e condenou o supermercado a pagar uma indenização.

De Volta

O artista plástico Simões abre hoje à noite a exposição "Redesenhos", 12 trabalhos em técnica mista sobre papel, na Taberna São Jorge.

Reconhecimento

O Prêmio Verde das Américas 2008, categoria Direitos Humanos, vai ser entregue ao bispo prelado do Xingu (PA) e presidente do Conselho Indigenista Missionário (CIMI), dom Erwin Kräutler, no próximo dia 27, às 9h30, no Memorial dos Povos Indígenas, em Brasília.
O objetivo do Prêmio Verde das Américas é homenagear personalidades e instituições que têm, ao longo dos anos, contribuído para o desenvolvimento, a preservação ambiental do planeta e a melhor qualidade de vida. Apenas uma personalidade ou instituição em cada categoria, recebe o Prêmio. O bispo do Xingu foi indicado por diversas autoridades e comunidades indígenas.
Dom Erwin Kräutler nasceu na Áustria. Em 1980 foi consagrado bispo prelado do Xingu pelo Papa João Paulo II. Em 1981 recebeu a cidadania brasileira. Atuou com a irmã Dorothy Stang e prossegue no mesmo trabalho em defesa dos direitos das comunidades camponesas e indígenas, além da preservação ambiental na região amazônica

Cabroeira Ordinária

Fraudador irremediável, o Seventy volta a atacar o reitor da UFPA, Alex Fiúza. Na mesma linha das perseguições e favorecimentos. É que as pesquisas eleitorais não trazem boas notícias para a pocilga. Nem poderiam.
Até para difamar, o Seventy é incompetente.
Ele e os outros bodes que lhe acompanham.

Presença de Anita

É possível que o MP não tenha gostado das inserções do governo do Pará que cobriram a viagem da governadora Ana Julia à China.

Terra Fértil

Do comentarista Plebe Rude, na caixinha do post A Não Política, de ontem.

Renato Lessa faz uma reflexão muito importante sobre a política, notadamente quando se refere à semelhança entre os partidos políticos. A Política está cada dia mais sendo trabalhada na dimensão de uma "gestão administrativa".
É certo que é muito mais fácil diluir os conflitos sociais dando-lhes tal perspectiva, mais difícil é realizar ações que dignifiquem a representação deste imenso eleitorado brasileiro.
A ideologia há muito deixou de ser abordada apenas na ótica da luta de classes, é bem mais complexa e muito mais eficaz, seus usos e finalidades.É claro que para muitos dos "cientistas políticos" as fórmulas de bolo da "escolha racional" permitem maior desenvoltura na explicação de alguns "fenômenos políticos", e ajudam a esconder o grau de cinismo e instrumentalização com que explicam os cenários eleitorais.
Como bem percebeu Pero Vaz de Caminha, "aqui em se plantando tudo dá".

17.11.08

Ciência e Técnica

No embalo da notícia da incorporação de uma inovação tecnológica pelo Judiciário amapense, o desembargador trabalhista José de Alencar faz considerações deveras interessantes sobre, digamos, status científico. Interessantíssimas, aliás.
Aqui.

Liberdade e Igualdade

Tres excelentes seminários contaminaram, por assim dizer, a hora do recreio hoje, no mestrado. O melhor deles, apresentado por dois alunos do mestrado em Direito que cursam Teoria Política II na Ciência Política, versou sobre redistribuição e reconhecimento - apresentados como dilemas do pós socialismo - com base nos trabalhos de Nancy Fraser.

A Não Política

“A política está sendo varrida . Existe uma cultura há anos no Brasil repetindo a idéia de que o bom candidato é aquele que responde a problemas práticos. Esquerda e direita acabaram. O eleitor pensa nas questões práticas, escola do filho, transporte e esgoto”, diz o cientista político Renato Lessa.
Ele critica o cenário que levou ao que atribuiu a um certo “enfado” com relação aos políticos e critica a “tendência crescente do eleitor pragmático, aquele que vota com foco na administração o que, na sua avaliação, vem se repetido à exaustão em todos os níveis do Executivo.
O professor do Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (Iuperj) diz que neste universo do voto racional, “outra coisa terrível é a idéia de que esse eleitor vota no candidato que é amigo do prefeito, governador e do presidente”. diz. E frisa que há tendência de um corte deste processo com a provável vitória de Gilberto Kassab, em São Paulo, e a disputa acirrada no Rio e Belo Horizonte, mostrando o questionamento do eleitor à força do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e dos governadores Sérgio Cabral e Aécio Neves
Em conversa com o Valor, o professor falou do perfil do eleitor que cresceu mas pouco se politizou depois do golpe de 1964.
Abaixo os principais trechos da entrevista:

Valor: As prefeituras hoje com mais recursos financeiros permitindo maiores realizações estão influenciando a reeleição? O eleitor está cada vez mais deixando a política de lado?

Renato Lessa: Primeiro, acho que se trata de uma hipótese com tinturas mitológicas, que por todo o Brasil os prefeitos que tiveram mais dinheiro foram bem avaliados e o eleitor votou neles. Não acredito que as coisas funcionam desse jeito. Política é mais complicada. E também não acredito que exista um eleitor médio. Tenho colegas que acreditam nessas ficções estatísticas. Eu acredito em eleitores reais. E os casos são diferentes. A mesma motivação que podem levar os eleitores de Salvador (João Henrique, PMDB) a reeleger um prefeito não são necessariamente as mesmas motivações que levam os paulistas a reeleger o (Gilberto) Kassab (DEM), embora em ambos os casos você tenha um prefeito bem avaliado. Há fatores locais que não podem deixar de ser levados em conta porque as eleições não são coordenadas nacionalmente.

Valor: Mas o senhor concorda que os eleitores estão partindo para o voto mais pragmático?

Lessa: A hipótese do eleitor pragmático está posta. Merece algum tipo de atenção. Pode também estar decantando na cabeça do eleitor a maneira correta de votar diante de um certo enfado com relação a questões de política. Há décadas vem sendo repetido que política é uma coisa ruim, horrorosa, que só interessa a gente corrupta e que tem relações escusas. Então política é tudo aquilo de que devemos nos afastar e a gestão é tudo aquilo que devemos apreciar.

Valor: Mas ao mesmo tempo o número de candidatos a cada eleição só cresce…

Lessa: No Brasil, dois em cada três brasileiros votam. É um eleitorado imenso. São 138 milhões de eleitores para 183 milhões de habitantes. Na última, foram 350 mil candidatos a vereador, 17 mil a 18 mil para prefeito. O tamanho disso não é brincadeira de dois em dois anos temos uma multidão incalculável que se mobiliza e vai às urnas. Esse eleitorado teve dois piques de crescimento na fabricação de um eleitor mas despolitizado. Depois do golpe de 64, foram dois momentos de expansão forte. O eleitorado disparou mais de 180%. É uma coisa extraordinária que é um caso de crescimento eleitoral sem política. Foi a única ditadura do mundo com aumento exponencial do eleitorado.

Valor: Por que cresceu tanto?

Lessa: A população cresceu mas entre as razões estão o aumento da alfabetização e da urbanização. E aumentou nesse eleitorado o número imenso de eleitores desqualificados em termos educacionais, com os analfabetos funcionais que entraram nisso. Outro espasmo se deu depois da Nova República.

Valor: E a redemocratização de 1988?

Lessa: Se pegarmos a Carta de 1998 duas grandes novidades institucionais vamos ver uma mudança de papeis. Uma é do Ministério Público e do Judiciário. O MP deixou de de ter as funções tradicionais do promotor, acusador e passou a defensor da cidadania. E a partir daí toda uma difusão de uma ideologia, uma mentalidade, um imaginário de que os brasileiros são portadores de direitos.

Valor: Foi a busca dos cidadãos em fazer prevalecer seus direitos que diferenciou as instituições?

Lessa: Os direitos dos brasileiros não são expressos através dos partidos. E não é apenas porque o Legislativo está asfixiado e insulado pelas medidas provisórias do Executivo. O eleitor hoje vai buscar os direitos no Judiciário. O Congresso hoje é um conjunto de pessoas eleitas que ficam à disposição do presidente para fazer maiorias, para compor maiorias de governo, muito distante da população aqui em baixo. E a população está aprendendo, cada vez, a mobilizar o Judiciário e o sistema de Justiça para defender suas causas.

Valor: O senhor fala em um eleitor focado em questões práticas. A candidatura Gabeira, no Rio, se enquadra neste perfil?

Lessa: O Gabeira nessa eleição no Rio está tentando animar a questão da grande política. O Rio é uma cidade global, uma das maiores metrópoles do mundo, não pode ser pensada como um problema local tem a ver com o pais e o mundo. A candidatura dele é teste interessante para ver se há espaço na cidade do Rio para quem se apresenta de uma maneira mais politizada no sentido mais amplo. Diz que vai pensar a cidade, as milícias ilegais, o meio ambiente. Contrapõe o estilo completamente asséptico sem política, do gestor, do prefeitinho da Barra (função que foi ocupada pelo opositor a Gaberia, Eduardo Paes, do PMDB, no início da trajetória política) contra a idéia que uma cidade dessa complexidade tem que ter estadista.

Valor: Em São Paulo não está sendo posto em questão a capacidade de Lula tranferir voto?

Lessa: O que está acontecendo em São Paulo é o que sempre aconteceu. Não está acontecendo nada novo. O PT em São Paulo tem o que a Marta (Suplicy) tem. Não é que Kassab é o administrador bem sucedido e admirado. É que o PT tem teto eleitoral. A Marta só ganhou quando disputou com o (Paulo) Maluf. Só ganhou quando Mario Covas desembarcou do consultório médico, quando estava proibido de sair, e foi fazer campanha para ela, colocou o PSDB ao seu lado. Marta com Covas ganhou do Maluf, mas sozinha não ganhou do (José) Serra e não ganha do Kassab. É questão do tamanho eleitoral que o PT tem em São Paulo. É imenso mas é menor do que a metade. Pode até existir transferência de voto em tese, mas em São Paulo o que está acontecendo é a repetição de um padrão eleitoral que está consolidado.

Valor: E para presidente da República, transfere?

Lessa: Depende muito, é totalmente circunstancial. Depende de quem é a pessoa e de quem é o inimigo. Não há uma teoria geral. Mario Covas transferiu para Marta porque o inimigo era o Maluf. (Leonel Brizola) transferiu voto no Rio para Lula quando o inimigo era (Fernando) Collor. Se o candidato que disputasse contra Lula fosse Mario Covas ou Ulysses Guimarães dava para transferir aquela quantidade toda de votos? Não sei, a ver. É muito circunstancial.

Valor: O que sai dessa eleição agora já permite projetar a tendência do quadro partidário para 2010?

Lessa: Tendência para 2010 é complicado mas força é algo a considerar. É força partidária para disputar eleições que virão. Três grandes partidos PT, PSDB e PMDB. Pegando a distribuição de votos nas cidades com mais de 200 mil votos no primeiro turno esses três partidos são os campeões. Mais abaixo vem o DEM. Nas 80 cidades maiores, o DEM teve desempenho quase de pequeno partido, ficou lá em baixo. Perdeu as lideranças e o palanque. O partido foi comido no interior pelo PT que entrou nos grotões e o PSDB se consolida como o principal partido de oposição. Mesmo com a vitória do Kassab, em São Paulo, ninguém vai acreditar que será uma vitória do DEM. Os três maiores partidos com escala nacional são o PMDB, PSDB e PT tem base e densidade eleitoral. O Lula não sai enfraquecido. Há uma teoria que com uma derrota da Marta elimina a Dilma (Rousseff). Eu não entendi essa dialética.