A sucessão paraense, ao que tudo indica, se definiu neste fim de semana. Devem ter candidatos à sucessão de Jatene o PMDB,PT,PSOL, além do PSDB. O projeto das oposições, operadas a partir de Brasília, é forçar um segundo turno
O PMDB deve ir de Priante ou Jader, se tiver coragem de correr o risco de ficar sem mandato.
Até pessoas próximas a ele dizem que, em caso de derrota, o ex senador pode voltar à Mato Grosso num lento e sacolejante bimotor, fretado pela Polícia Federal.
O PT precisa ir com Ana Júlia; não tem jeito de Mário Cardoso funcionar como facilitador do segundo turno.
E o PSOL vem que vem de Edmílson.
Essa forças detém hoje a metade dos votos no Pará, talvez um pouco mais, um pouco menos. Falta mais um reforço, que pode vir a ser o prefeito de Nova Déli, segundo a folha peemedebista cada vez mais próximo dos oposicionistas.
Seriam tão pequenas as chances de Duciomar emplacar alguém na chapa majoritária da União Pelo Pará, que até O Liberal duvida, segundo o Quiquiqui na edição de hoje.
Esta mesma coluna, um Seventy dominical e mais mundano, se isto for possível, acaricia o vice prefeito Manoel Pioneiro, dizendo-o feliz pelo convite de Almir para disputar um mandato estadual, e tenta aplacar sua antiga e notória sensação de degredo na administração petebista. Assanha-o até com a presidencia da Assembléia Legislativa, agradável sinecura com a visibilidade necessária para catapulta-lo, no ano seguinte, à sucessão de Elder Barbalho, em Ananindeua.
Dudu poderia então forjar um álibi para não ser acusado de traição, e já são muitas as evidências desses movimentos do prefeito de Nova Déli.
A única alternativa que vislumbra, para adiar seu réquiem político, seriam os recursos de Brasília. O governo estadual não teria dinheiro prá bancar o Portal da Amazonia, o projeto midiático número 1 de Duciomar.
O programa político do PTB, na semana que passou, foi comandado diretamente por Edmilson Rodrigues ( homonimo do candidato do PSOL) o marqueteiro de sua estrita confiança, em que pese a alternativa de duas agencias muito maiores e experientes à sua disposição, a Griffo e a DC3.
O programa foi morno, no quesito alianças políticas.
O maior jornal do mundo tem brindado Dudu com notas e matérias pouco mimosas, quase todos os dias, e na edição que já está nas ruas de Nova Déli, em nota malina do Quiquiqui, chega a dizer que Dudu tenta emplacar o
"amigo" Paulo Castelo Branco, seu assessor especial e par constante nas viagens do alcaide
,"inclusive as internacionais".Antes disso, contudo, Dudu tratou de montar uma comissão do seu partido, a quem teria delegado poderes para conduzir os interesses petebistas na sucessão. Poderá dizer, mais tarde, que foi uma decisão do partido. E sair à francesa.
De quebra, resolveria uma questão particular: se vingaria da campanha que um solitário Almir fez em 2004, na pequena Tracuateua, onde um irmão de Dudu foi candidato a prefeito, e venceu o adversário tucano, apesar do apoio do então orquidófilo.
Já que um pouco de história faz bem prá memória, Paulo Castelo vem a ser aquele elemento que foi preso no Aeroporto de Brasília, poucos anos atrás, com meio milhão de reais na algibeira, sob acusação de te-los extorquido de uma madeireira, quando ocupava a direção regional do IBAMA.
Dias antes da prisão, o ex delegado da polícia civil Castelo teria sido visto com Dudu, à meia luz, conversando baixinho num restô da cidade. Castelo pode ser o álibi de Dudu.
Sutil como um elefante, mas enfim...
Tudo isso deve precipitar um segundo turno no Pará.
Um bom sinal, leitores do Quinta, que deve andar sobrando muito dinheiro por aí.
E vai sobrar humor também.
Dá prá imaginar um palanque com Ana Júlia, Jader e Duciomar Costa contra Almir?
E Edmílson, se passar para o segundo turno, deixa essa galera subir junto com ele?
Parece que desta vez tudo será possível, desde que se evite o quarto mandato seguido dos tucanos paroaras, um recorde nacional de permanencia no poder, nos tempos da Nova República.