27.1.09

Meu Bairro, Meu Paradoxo

Por Rogério Costa, servidor público ( Polícia Civil), em comentário ao post Estilo Duvidoso, de hoje.

Sra. Rejane Barros,

Moro em um bairro cercado de duas universidades, nas quais está ocorrendo um Fórum de Dimensão Mundial (você deveria participar), e um centro de pesquisa que é referencia em todo país.
No bairro que moro há engenheiros, jornalistas, médicos, advogados, arquitetos, etc. Acredito que estes estão seguros caso não freqüentem o centro da cidade ou morem nele. Afinal nos últimos meses, morreu um médico, um advogado, um empresário, e outros mais que a mídia mostra.
No bairro que moro uma escola estadual ganhou o premio de gestão da UNESCO, unico em todo Brasil.No bairro que moro há Boi Marronzinho, Boi da Terra, Hip-Hop, Caravana da Paz (união de várias religiões), e vários movimentos artísticos e culturais.
No bairro que eu moro meus vizinhos ainda sentam na frente de casa no final da tarde.No bairro que moro sou vizinho do padre Bruno Sechi, fundador do Movimento de Emaús, referencia em trabalho social.
No bairro que moro a juventude se organiza, e entre outros montamos a única Comissão de Justiça de Paz de Bairro, em todo Brasil. Talvez vejas um dos membros na TV, afinal em tempos de Fórum Social estamos em ênfase.
No bairro que eu moro há jornalistas sérios com os quais podemos dialogar, inteligentes suficientes para saber o que é “determinismo” e não acreditar no mesmo.
O bairro que moro precisa apenas de uma mídia menos preconceituosa e políticas publicas sérias.
A Paz!

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E o jornalista Lucio Flavio Pinto antecipa aos leitores do blog a reportagem de capa da mais nova edição do Jornal Pessoal, que deverá estar amanhã nas bancas da cidade.

Na nova edição do Jornal Pessoal, que espero colocar amanhã nas bancas, o assunto é matéria de capa. Nela, explico por que Campina é um bairro proporcionalmente mais violento do que o Guamá (vizinho da Terra Firma e ainda mais estigmatizado), que aparece no topo da estatística criminal, até recentemente escondida pelo governo da terra de direitos. Fantasia que o levou a desencadear uma "operação sanitária" sobre a vizinhança do Sórum Social Mundial, como se ali fosse a Faixa de Gaza.
Lúcio Flávio Pinto

16 comentários:

Anônimo disse...

Belo texto, sr. Rogério. Parabens por morar na TF!

Anônimo disse...

Rogério,
Tapinha de luva, ela merece... Parabéns e viva a Terra Firme, ou será Montese...
Oswaldo Chaves

Anônimo disse...

Oswaldo,
É Terra Firme mesmo. Montese não pegou e a Câmara voltou atrás.
Quanto ao texto, parabéns, Rogério. A TF é tudo isso e muito mais.
Lúcio, meu professor querido... cedinho vou à cata do JP nas bancas.
Paz e Bem!

Jecyone

Anônimo disse...

O FÓRUM SOCIAL MUNDIAL NO GUAMÁ!

GUAMÁ FORA DO FÓRUM SOCIAL MUNDIAL?



Enquanto outdoors na cidade desejam boas vindas aos visitantes do Fórum Social Mundial, as comunidades vizinhas são presenteadas do Fórum com repressão, discriminação, descaso e exclusão.

No território do FSM nos campus universitários só entram credenciados; fechamentos de arenas de futebol, proibição de festas, fechamento de bares e restaurantes depois das dez da noite, policiamento agressivo (ostensivo), para citar alguns das medidas para o bairro do Guamá.



Criou-se um clima anti Fórum Social Mundial, colocando a população da periferia como ameaça ao Fórum Social Mundial e as medidas anti-comunidade como necessárias para a realização do Fórum.



Quem não se lembra do lançamento do Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci) no bairro do Guamá, prometendo áreas de lazer e esporte, uma abordagem diferenciada pelos policiais, mais próximos à comunidade? Quem não leu as promessas que os bairros onde vai acontecer o Fórum Social Mundial, Terra Firme e Guamá, iriam ser beneficiados com infra-estrutura?



Na semana antes do Fórum Social Mundial se decidiu fechar todas as arenas de futebol como medida de segurança, argumentando que estes espaços seriam lugares onde a violência e criminalidade se concentram. Não foi criado, até agora, nenhum espaço público de lazer e esporte nos bairros. Se for por irregularidades detectadas em algumas arenas, deve se notificar estas para resolver a situação. Nunca se pode aplicar uma medida a todas para regulamentar algumas. Seguindo esta lógica deve-se fechar todas as delegacias, postos de saúde, escolas etc. até que estas, focos de violência e irregularidades, se reestruturam. Investimentos em espaços de lazer, fiscalização das arenas e policiamento nas arenas para garantir a segurança e direito a esporte parecem medidas mais adequados.



Além de esporte, a realização de festas foi proibida nos bairros de periferia próximos ao território do Fórum Social. A restrição cita especificamente as festas de "aparelhagens", apelido de equipes que tocam em geral tecnobrega (mistura do antigo brega com elementos eletrônicos) em grandes sistemas de som. Onde há o encontro dos povos e culturas do Fórum Social Mundial?



Os poucos restaurantes e bares no bairro precisam fechar antes das dez horas da noite. Os milhares de hospedes e moradores no bairro precisam ir ao centro ou outros bairros para comer e beber. Os comerciantes do Guamá sem ganhos e as ruas desertas depois das dez.



O que sobrou, sem festas e sem lazer? A rua talvez? Não, a rua se tornou espaço de risco para a população. A polícia ganhou o rosto de exército nos bairros do Guamá e Terra Firme. Força Nacional e Rotam são as polícias que mais se vê nos bairros. Estas, fortemente armadas, rodam em carros grandes para intimidar a população. Eles abordam jovens de boné, de bicicleta, andando em grupos, principalmente os "mais escuros".



Policiamento ostensivo, com policiais de bairro, investigação permanente para identificar os lugares de concentração e organização do crime e uma abordagem respeitosa seriam mais num espírito de um mundo melhor.



Falta de água, alargamentos, transporte público caótico, postos de saúde sem médicos, lixo se acumulando... Melhoria de infra-estrutura? Será que se fala da duplicação de 200 metros da Perimetral? A reforma da estação de ônibus da universidade?





UM OUTRO GUAMÁ É POSSÍVEL: RESPEITO, PARTICIPAÇÃO, E INVESTIMENTOS.

Franssinete Florenzano disse...

Parabéns, Rogério. É justamente a partir do resgate da auto-estima da população e de iniciativas exemplares que frutificam na Terra Firme que poderemos mudar essa situação. Você foi muito feliz em seu comentário.

Anônimo disse...

Como diria o Capitão Nascimento, do Tropa de Elite, Rejanes, pede pra sair!!!

Anônimo disse...

Olá, boa noite

Como estudante de jornalismo, e estagiário em um AI, vejo o quanto é vergonhoso certas situações que circulam pelo meio da imprensa. Mas fazer o que?
Esses tipos de coisas que a jornalista Rejane cometeu, acaba ficando como exemplo par nós que estamos entrando agora no meio jornalístico. Acredito que ela não deve ter tido uma chefa como a minha quando estagiou, que além de linda e inteligente possui uma puta ética profissional, onde ñ se deixar misturar trabalho com benefícios. Acho que ela deve voltar a freqüentar as aulas de ética do jornalismo.

Anônimo disse...

Não é a primeira vez que esta jornalista mostra o quanto [é preconceituosa, seja em relação à beleza das pessoas, à classe social e por aí vai. Concordo com o Rogério: quem sabe se ela participasse do FSM ainda seria possível um mundo melhor para ela, pois assim ao menos escreveria menos baboseiras?...
Todos agradeceriam!

Anônimo disse...

Juvêncio,

O mais engraçado nesse imbróglio é ver que a indigitada colocou em seu blog um texto sobre a mãe de Barack Obama que, em certo trecho, assim diz: "Essa era basicamente a sua filosofia de vida: não nos limitarmos por medo de definições estreitas, não erguermos muros à nossa volta e nos empenharmos ao máximo para encontrarmos a afinidade e a beleza em locais inesperados” (Stanley Ann Duham, mãe de Barack Obama). Acho que não lê nem o que posta no seu blog.

Anônimo disse...

Caríssimos frequentadores do Quinta: alguém aí tem o e-mail dessa infeliz? Eu queria falar a ela pessoalmente as minhas impressões sobre a monumental idiotice que ela escreveu...

Anônimo disse...

Ela tem um blog

http://colunadarejane.blogspot.com/

Anônimo disse...

Retratação, foi de péssimo tom o que ela escreveu.

Anônimo disse...

o email dela é rejanecbarros@uol.com.br

Anônimo disse...

Com a palavra a jornalista!
Fala Rejane, Fala!

P.S.> Juca, o Lola não falou nada mesmo no processo do falasario! Deve estar com os bolsos cheios!!

Anônimo disse...

Caro amigo, Rogério Costa
Sua alto estima me faz lembrar dos tempos em que nos sentavamos em frente a nossas casas, na Nossa Senhora das Graças, ou na Brasilia, para interpretarmos MPB/MPP. Por aí se tira que naterra firme, existe muito mais do que possa caber dentro de uma cabeça doente e preconceituosa, como é da dessa fulana!

Anônimo disse...

Dr.Rogério,
Como nos velhos tempos, um abraço. Minha sintonia à bela da emoção textual e à ira voltada à indigesta.
Um abraço.