17.6.07

A Conta Gôtas

O cronograma apresentado pelo governo Ana Julia para o funcionamento do Hospital Regional do Oeste é mais uma estocada na população da região.
Mostra, ainda, um atestado de falência da rede básica de atendimento, ao condenar um hospital do porte e destinação do HR à mera extensão, em grandes dimensões, do que deveriam ser as unidades de saúde.
A rigor, a governadora vai inaugurar um laboratório no dia 11 de julho, com funcionamento no horário comercial, e de segunda a sexta. Em seguida, por partes, mediante agendamento e definições de especialidades ainda não detalhadas, e até dezembro, os outros setores do HR. A rede hospitalar do Oeste perdeu seu centro de média e alta complexidade, e vai continuar drenando pacientes graves para hospitais de Nova Déli, Manaus e, para quem pode, o centro sul do país.
Nem o MP foi capaz de entender o drible que levou, de experientes players na, digamos, política pública. Lamentável, mas não surpreendente.
A pressão política, admita-se, não foi pequena. Uma fonte do blog afirma que o vice governador Odair Correa - que anda aprontando menos últimamente - é um dos que conspiraram contra o projeto anterior.
Decisões como essa transformam a governadora - anotem para conferir - na maior eleitora do oeste paraense. Pela divisão do estado, claro.
E vamos aguardar as aulas de prestidigitação que o triângulo publicitário que atende ao governo vai veicular para comemorar o feito: o feito de transformar o maior hospital da Amazonia num pronto socorrão.

7 comentários:

Anônimo disse...

O pior é que este "projeto" parece que ameaça ser importado para o Metropolitano.

Unknown disse...

É possível.
As informções publicadas por mauro Bonna no domingo que passou, dando conta de uma renegociação já acertada de R$ 4 milhões mensais para R$ 2,5 milhões não é verdadeira. na realidade ela foi proposta à OS que não aceita discutior redução de valores sem revisão de metas.
Aposto que a OS vai sugerir a rescisão do contrato, sem brigas mas sem perdas de direitos.
Aposto também, a curto prazo, numa sensível queda da qualidade do serviço e, a médio prazo, da abrangência dêle.
Ana Julia pagará um custo político alto pelos, digamos, equívocos que protagoniza a equipe da SESPA, comandada pelo grupo do ex deputado Priante, a esta altura claramente descolado e independente do Sobrancelhudo.
Eu também não esperava performance melhor deste grupo, e a saúde pública do Pará vai continuar devendo à sociedade paroara.

Anônimo disse...

Esta mulher é uma louca

Joao Carlos Rodrigues disse...

Amigo Juvêncio,
É realmente lamentável o que o "governo do povo" está fazendo com os hospitais regionais, projetados para atender os casos de alta e média complexidade das regiões em que foram implantados, desafogando o atendimento nos hospitais de Belém e retirando o Pará da condição de pedinte perante os Estados do Piauí e Tocantins.
No sudeste do Estado, o que se ouve são reclamações diárias sobre o funcionamento do Hospital Regional do Sudeste, que não atende às carências de saúde dos municípios de sua área, sobrecarregando o Hospital Municipal de Marabá, já que os pacientes vêm das demais localidades e, não encontrando guarida no HR, acabam buscando atendimento na unidade do município, que se transformou num verdadeiro "inferno" após a inauguração do Regional.
Do Hospital Regional do Araguaia, construído e inaugurado por Jatene em Redenção, não se ouve mais falar. A exemplo do HR do Oeste, virou um elefante branco que consumiu milhões de reais, mas de nada adianta à comunidade, que tanta esperança tinha de obter, na nova unidade, atendimento médico de qualidade.
Moral da história: estão mudando o projeto do governo Jatene, muito provavelmente pela velha e condenável prática política de não querer continuar o que vem do governo anterior, sem apresentar alternativa viável para o sistema estadual de saúde.
O problema, Juvêncio, é que seres humanos estão morrendo por falta de atendimento adequado, enquanto o governo brinca de fazer saúde pública em um Estado tão carente como o Pará. E vidas humanas deveriam ser o bem mais precioso para uma governadora que foi eleita pelas camadas mais pobres da população, que depositaram em Ana a confiança de que o Pará poderia ser melhor com um governo que se auto-intitula "popular". Que Deus salve os paraenses e dê juízo aos nossos governantes.

João Carlos Rodrigues
Marabá - Pará

Unknown disse...

João Carlos, é um prazer recebê-lo aqui no Quinta, meu amigo. De fato, é esta a situação.
Em Santarém a coisa está difícil e a revolta contra o encaminhamento é grande. E tudo indica que este governo poderá repetir a velha "sina" de reabrir as portas do poder a quem por ele foi destronado. Uma pena.
Um grande abraço, João, extensivo ao pessoal da redação.

Anônimo disse...

O MP deveria se manifestar em relação as imposições e posturas inadequadas ao tratar da saúde pública, inaugurarão o HR de Santarém com laboratório ?? è absurdo e atestado de incompetência, população sofrida necessitando de atendimento com o HR todo preparado é uma lástima. Pelo comentário da redução de custso estão com certeza querendo sucatear o sistema público e o povo que sofra...Queria saber como foi a escolha para a OS do Hangar ?? ALguém pode dfizer??

Anônimo disse...

o que se está vendo é uma postura de início de namoro, quando até um pum da namorada é digno de elogios. Mas, PACIÊNCIA! Isso não é um pum. Isso é brincar com a saúde do povo. O Ministério Público que existe para, e se diz defensor dos direitos do povo ficar calado diante dessa atitude desrespeitosa para com a população da tranzamazônica, do oeste e sul do Pará é demais. Acho que essa situação é a maior demonstração de desrespeito com o povo existente, atualmente, no Brasil.
Acho que uma parte do MP, também, entrou no jogo.
E não venham me dizer que não tem dinheiro para tocar os hospitais, afinal, a promessa não era que sendo amiga e companheira do Presidente Lula não iria faltar dinheiro no Pará?
Não vou nem falar da unidade da Rede Sarah. Como paraense não posso deixar de me sentir culpado, também, por essa coisa.
Qualquer dia desses nova matéria triste no Jornal nacional, com certeza.