No blog do Jeso Carneiro.
O delegado-superintendente da Polícia Civil no Baixo Amazonas, Jardel Guimarães, colocou dois delegados - Jamil Casseb e Herbet Farias - para comandar as investigações do atentado sofrido pela família do signatário do blog na madrugada de domingo.
Os dois estão nas ruas da cidade atrás de pistas que possam levá-los aos autores do incêndio criminoso.
Jardel Guimarães, em contato há pouco com o blog, disse que o caso não é difícil de elucidar em função das inúmeras pegadas deixadas pelo incendiários no local do crime - tênis, isqueiro, carote etc.
- Vamos colocar atrás das grades os autores e, não tenha dúvida, desvendar a faceta do mandante ou mandantes - declarou Jardel.
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Atualizada às 10:50.
Do jornalista e professor doutor Manoel Dutra.
Não deixar esfriar. O mandante Já!
Mandar botar fogo na casa de um jornalista é um crime que extrapola a sua segurança pessoal e a de sua família! Estes merecem imediata proteção do Estado - da Polícia e da Justiça. E do Legislativo também.
Mas a questão é mais profunda: atentar, na escuridão da noite, contra quem quem age às claras, pois o papel do jornalista é agir às claras, é atentar contra todos nós, contra toda a sociedade, é atentar contra a Democracia que a tanto custo procuramos construir neste País.
O atentado à casa e à família do Jeso atinge a todos nós jornalistas.
Se agora nos omitimos, se calamos, amanhã a vítima poderá ser qualquer um de nós que vivemos de produzir notícias, boas e más, como bons e maus são os procedimentos das pessoas, dos políticos, do homem e da mulher comum, das autoridades.Por isso é que esse episódio não pode esfriar.
E não cabe só ao Jeso procurar a solução. Somos todos nós, jornalistas e todos os cidadãos os responsáveis, por pressionar por uma solução imediata. Nesta segunda-feira tudo deve ser feito: acompanhar de perto a investigação policial, procurar e instigar uma ação firme do Ministério Público, exigir um pronunciamento da Câmara de Vereadores e da Assembléia dos Deputados, mesmo em férias, a fim de pressionar a máquina estatal a encontrar, já, o mandante desse crime que não é o primeiro.
É preciso envolver a governadora do Estado para que, do alto de sua autoridade, determine imediatas e eficazes ações para trazer a público o nome desse ou desses inimigos públicos que, se hoje tentam destruir um jornalista e a sua família, amanhã poderão fazer muito mais, do muito que, provavelmente, já fizeram contra a ordem pública e contra o bem público, inimigos que são da convivência democrática.
Ao mesmo tempo, é hora, e já passou da hora, de todos os jornalistas de Santarém e do Pará inteiro se unirem, a despeito de suas eventuais diferenças político-partidárias, e denunciarem essa selvageria e exigirem a investigação completa até chegar à cara do mandante ou mandantes. Cada jornalista que se calar ou será conivente ou estará criando a possibilidade de também virar vítima amanhã.
Embora não tenha mandato por eleição, o jornalista é uma pessoa pública pela natureza de seu trabalho. Atentar contra um desses profissionais é atentar contra todos e ferir a liberdade de expressão. Se alguém não gosta das coisas que o Jeso ou qualquer outro jornalista escrevem, que vá se queixar na Justiça.
Fazer diferente, merece a repulsa geral.
Por isso, sugiro aos colegas jornalistas de Santarém que não deixem a peteca cair: comecem hoje a coletar assinaturas de colegas e de todas as pessoas de bem de Santarém, a fim de remeter essas assinaturas de repúdio e pedido de sérias providências à governadora, aos presidente dos tribunais, aos parlamentares locais e estaduais, aos órgãos de imprensa nacionais.
A ação deve envolver o Sindicato dos Radialistas, o Sindicato dos Jornalistas do Pará, a OAB, as igrejas, os demais sindicatos, associações empresariais e populares, os dois cursos de Jornalismo de Santarém, as Universidades, Ongs, enfim, todos os grupos da sociedade civil organizada no sentido de botar na rua a cara de quem fez e de quem mandou tocar fogo na casa do jornalista.
EU GOSTARIA QUE ESTE MEU MANIFESTO SAÍSSE DAS PÁGINAS DO BLOG DO JESO PARA OUTROS BLOGS, PARA AS REDAÇÕES DE TODOS OS JORNAIS DE SANTARÉM E DE BELÉM, PARA AS RÁDIOS, PARA AS TELEVISÕES, QUE FOSSEM FEITAS CÓPIAS E DISTRIBUÍDAS NAS RUAS, NAS FEIRAS, NOS MERCADOS, NAS IGREJAS. SUGIRO QUE, NO PRÓXIMO FIM DE SEMANA, ESTAS FORÇAS SOCIAIS PROMOVAM UMA CONCENTRAÇÃO EM LOCAL PÚBLICO, PARA FINALIZAR O DOCUMENTO CONTRA ESTE CRIME E CONTRA A CORRUPÇÃO DE MODO GERAL, COLETANDO ASSINATURAS PELAS RUAS DA CIDADE.
Assim, demontraremos, todos, que não mais aceitamos o mandonismo daqueles que querem continuar impunes, traindo a confiança do povo.
Façamos um cruzada contra o crime e a corrupção. O MANDANTE, JÁ!
Ass: Jornalista Manuel Dutra
8 comentários:
Q absurdo! Deveria haver um manifesto público, a classe inteira deveria protestar.
Quando pensávamos que esse tipo de prática já estava abolida, eis que as ameaças contra a imprensa ressurgem da forma mais torpe, cruel e violenta.
Típica ação de períodos da ditadura, quando adversários políticos de jornais e jornalista tocavam fogo (caso de A Província, hoje Instituto de Educação do Pará - IEP); escorraçavam os inimigos (Antônio Lemos)e se jogava balde de fezes nos jornalistas (Paulo Maranhão).
Apesar disso, ninguém deve ter medo de se manifestar solidariamente ao Jeso.
Não precisa ser policial para elaborar teses que levam ao atentado promovido por políticos santarenos. Ato premeditado. Os sinais já eram latentes há muito tempo com as investidas judiciais. Miguel Oliveira que se cuide.
O atentado contra família do Jeso em Santarém é a pior prática que políticos podem adotar. Mais do que uma ameaça a cidadãos, foi atentado contra a Liberdade de Imprensa e a Demcoracia.
Quem tocou fogo na casa do Jeso provavelmente não acompanhou o noticiário das últimas semanas sobre as ameças à liberdade de expressão promovido por empresários, políticos, Polícia Federal, Promotores e Juízes.
E os mandante, provavlemnte, são pessoas truculentas que, sem a competência para cotestar o jornalismo do Jeso, apelam para a ameaça, intimidação e atentado contra uma família inteira.
O Brasil precisa acabar defintivamente esse tipo de político não elegendo-os para mais nada.
Nélio Palheta
Oi, Juca.
Fico tão preocupada com todos, principalmente com vc, amigo. Deixei o meu apoio lá ontem, coloquei o seu post no morenocris. Hoje novamente. Acho que o Dutra está correto. Não deixar esfriar.
Beijos.
ADENDO
Acho que todos nós jornalistas, puxados pelo sindicato, deveríamos sim - concordando com o comentarista aí de cima - lavrar indignado manifesto público.
Acredito que o Sindicato da categoria já deve estar providenciando uma ação dura, necessariamente judicial, com denuncias preliminares à Fenaj e entidades internacionais da categocia.
Enfim, devemos por a boca no trombone isto é, o dedo nos teclados.
E vigiar a polícia para rapidinho, rapidinho mostrar a cara dos safados.
Nélio Palheta
Olá, minha querida.
Obrigado por sua preocupação.
É claro que o professor Dutra tem toda razão.
As investigações tem que chegar ao(s) mandante(s), e já, como pugna o manifesto.
Bjs pra vc.
Juva, estranho que, pelo que li, o atentado tenha sido tentado com óleo diesel.
Não é comum.
Acho que estão engandos, ou o meliante não entende nada ou nunca leu uma cartilha sobre atentado.
De todo modo, tem-se que encontrar o malfeitor e, principalmente, o ou os mandantes.
Agora, será que terá a mesma repercussão e apoio que o Lúcio teve, naquele caso com o Ronaldo?
Tanto lá (mas, vejo mais cá) como cá, o fato é grave e deve ser levado bem a sério.
Sim, Lafayete, não é comum mas queima. Vamos torcer para que a puliça resolva o caso, gravíssimo.
É claro que queima.
De qualquer modo, ficando, ou não, configurado que o atentado tem conotações políticas e é decorrente da atividade de jornalista do Sr. Jeso, a questão não pode ficar em mais um daqueles não-solucionados.
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