27.4.09

Não Se Vá

Da advogada Mary Coehn, presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB-PA, em resposta ao post Ou Eu, Ou Ele, de ontem.

Querido Walmir,

Somente agora, 1h15minutos do dia 27 de abril, vi sua mensagem. Acabei de chegar da DRCO, onde, juntamente com o Marco Apolo (SDDH), estava acompanhando os 18 trabalhadores do MAB – Movimento dos Atingidos pelas Barragens e da Associação dos pescadores, que chegaram presos em Belém após uma operação comandada pela polícia estadual e o Ministério Público do Estado, na sede da Eletronorte, no Município de Tucurui.
Primeiramente, quero lhe dizer que fiquei surpresa com o fato de o colega Paulo Barradas estar escrevendo como se vice-presidente da Comissão de Direitos Humanos - CDH da OAB fosse, não só porque o cargo é ocupado por você, conforme pode verificar no sitio oficial da OAB, como, também, porque sequer integra a comissão.
Registro que o Barradas é um colega por quem tenho carinho, até porque fomos contemporâneos no Curso de Direito. Todavia, temos posições ideológicas diferentes. Penso que, diante dos objetivos da comissão e do compromisso de defesa dos direitos humanos, falta-lhe o necessário perfil para integrar tal colegiado, sobretudo no formato atual, que, desde 2003, a partir do segundo mandato do advogado Ophir Junior, passou a trabalhar para resgatar a importância da comissão concebida em 1984, na gestão do presidente Ophir Cavalcante, sob o comando do advogado José Carlos Castro, mestre e amigo dileto, prosseguindo agora sob a gestão da advogada Angela Sales, que tem se destacado por uma gestão democrática e compartilhada na defesa da dignidade da pessoa humana.
Com relação ao artigo, confesso que ainda não o li, mas desde já deixo claro que a CDH respeita a opinião dos colegas que divergem da política de direitos humanos adotada, quer pela Seccional do Pará, quer pela CDH Nacional, esta, sob o comando do advogado Cezar Brito, grande defensor das causas populares, mas não poderá admitir a utilização do seu nome para veicular idéias contrárias à política de defesa da vida e da dignidade.
Quanto ao trabalho da comissão, quero registrar que tê-lo na comissão é uma honra, pois sei que a defesa dos direitos humanos tem pessoas certas, como você, o Batista, a Celina, a Rose, a Valena e tantos outros, para quem é uma opção de vida, muito mais do que uma opção política.
Tenho certeza de que vamos prosseguir juntos, para a honra da OAB/PA, instituição promotora e defensora dos direitos humanos.
Espero ter esclarecido o episódio, pedindo a você que continue a somar conosco.
Fraternalmente,
Mary Cohen

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Voce viu, caro leitor do Quinta?
O advogado Paulo Barradas, segundo Walmir Brelaz, vice presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB-PA, subscreve um artigo no IVCezal dizendo-se que ele, Barradas, é vice presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB-PA e sequer é membro da Comissão, segundo a presidente, Mary Cohen.
Francamente...

6 comentários:

Anônimo disse...

São coisas de advogados!

Anônimo disse...

Advogado que quer perder a credibilidade!

Anônimo disse...

Não conheço o Dr. Paulo Barradas, mas me parece um profissional competente, independente de suas posiçoes ideológicas, que aliás nem sempre são acompanhadas de postura ética. Quanto a este quesito me parece que acabou por escorregar feio!

Prof. Alan disse...

Juvencio, Mano Velho, e a Mary e o Walmir vão deixar por isso mesmo? Ninguém vai mandar uma carta ao IVCezal pedindo retificação?

Que existem jornais vagabundos a gente sabe. Importante mesmo é desmarcará-los...

Outra coisa, o gesto do colega não é passível de apuração disciplinar no âmbito da OAB?

Anônimo disse...

Fui aluno de barradas na Unama, sempre achei as idéias dele totalmente absurdas. É uma pessoa boa, porém totalmente alienada, carregada de preconceitos contra a esquerda, de uma ingenuidade política enorme, um símbolo da classe média brasileira que quer ser o que não é.
É uma pena que seus pensamentos retrógrados tenham transpassado as colunas da academia.

Anônimo disse...

Juvencio,campeão de audiência da blogosfera, usando uma imagem batida, nesse filme não há mocinhos. Agora, o estado como instituição, não pode ou deve tomar partido de qualquer dos lados. Essa atitude trôpega, hesitante no dar cumprimento ás decisões a pretexto de estimular uma reforma agrária que nunca vem, e não vem porque o governo federal não está interessado, e inaceitável. O sujeito vem da Bahia, Maranhão ou de onde for,promover arruaças, conflitos no Pará não há que condescender.Se há terras griladas, que o Estado as retome. Não se fomente a baderna que traz sérios prejuizos a quem não tem nada com isso.(barreira nas estradas, destruição de esfalto, interrupçao do tráfego, queima de veiculos e por ai vai).
Esquerda no Brasil de hoje? Brincadeira, quem se enquadra nesse perfil demodé? Pespegaram esse rótulo no Almir, como fazem com a Ana Júlia.
Você, que logo logo terá sua tese aprovada (esperamos que com louvor)mercê dos estudos das ciências humanas que empreende, explique o conceito (talvez superado no mundo)de esquerda e direita. Aguardo as lições.Eu e o das 11:38