Ladra ou Louca?

Os autos dizem uma coisa, seu advogado outra.
Certo mesmo foram os furtos praticados pela desembargadora aposentada do Tribunal de Justiça do Pará, Ana Sereni Murrieta, nas contas de depósitos judiciais das causas sob sua custódia.
Entre dois e três milhões de reais, fora as desgraças que assolaram as famílias furtadas, são as contas da ação criminosa.
Ninguém arrisca um prognóstico sobre o caso.
A favor da imparcialidade da Justiça estão a competência e seriedade do juiz Paulo Jussara, que vai julgar o caso.
A estratégia da defesa é caracterizar a ré como depressiva.
Mas como assim? Todo mundo fica deprimido quando está liso e nem por isso sai por aí tirando dinheiro das contas dos outros.
E não se tem notícia que ela rasgava o dinheiro que sacava pessoalmente.
O que todos concordam é que haverá recurso ao Pleno do TJ.
Aí é que o julgamento vai ficar interessante.
A atitude da desembargadora maculou a imagem do judiciário paraense, que não pode compactuar com quem agiu contra um dos pilares da Justiça, que é proteger os cidadãos.
Ademais, se prevalece a tese da loucura premeditada, serão passíveis de anulação as sentença anteriores da ré.
Vai o TJ assumir esse ônus?
O mundo jurídico acompanha o caso. A sociedade idem.
As famílias lesadas pelas mãos ligeiras da desembargadora aguardam sua condenação e querem vê-la na penitenciária, onde consideram que ela se encontrará com seus verdadeiros pares.
Acham que os desembargadores do Pleno do TJ paraense não o são.
No que o blog concorda plenamente.