De um comentarista do blog sobre a arquitetura do Palácio da Justiça.
A arquitetura nazista, bem como a do colonizador, impôe altas escadarias de acesso ao edifício, para dar a sensação de algo que está acima do homem comum.
Tem que ter aspecto sólido, estável, para dar a sensação de algo perpétuo e imutável no seu poder: vira ruína, mas não se desestabiliza,nem acaba, assim como as pirâmides do Egito.
O arquiteto Oscar Niemeyer na sua arquitetura moderna e democrática reagiu, contra essa arquitetura da opressão, criando os palácios de Brasília sem escadarias, mas com passarelas sobre as águas, no caso da Itamaratí; com rampas leves, no caso do Congresso e do Planalto; sem nada, com acesso direto,(viu senhores desembargadores?) no caso da Justiça e do Alvorada. Com relação ao aspecto, nada de sólido, ou estável,ou perpétuo, as colunas tocam o chão de leve, num ponto; ou estão flutuando sobre lagos; os edifícios com aspecto totalmente instáveis, como no caso do Senado, que é uma cuia assentada sobre um plano, se alguém se encostar, dá a sensação de se mexer.
Essa arquitetura, tão querida do povo brasileiro, encarna a vontade do povo, escravizado e colonizado, por tantos e tantos anos, de voar, se desprender do solo e alcançar alturas nunca atingidas.
Viva o Brasil!
7 comentários:
Juca, esse comentário deve ser de um arquiteto até ai neves,Niemeyer
também faz coisas ridiculas como o Monumento a Cabanagem é dessas coisas que por levar o nome de Niemeyer fica lindo.Nazista ou não o prédio que sempre foi muito bonito deixou a Almirante Barroso e porque não dizer Belém mais bonita.
Um abraço,
Até pareçe que o conceito de novidade, democracia, leveza e desprendimento, foi adotado pelos ocupantes dos palácios e cupulas de Brasilia.
Brasilia hoje é um sitio arquelogico, monumento ao que poderiamos ter sido, ruina de um sonho que não se realizou.
Em ambos os predios,em Brasilia e no TJ de Belém, habita o homem antigo, primitivo, barbaro e saqueador.
Nunca, enquanto foi para o uso e formação das crianças e jovens paraenses, o prédio recebeu uma reforma no padrão da que foi feita agora, para os desembargadores, com a grana do estado, não é seu simão?
Se o antigo Lauro Sodré houvesse sido restaurado com tanto esmero, para ser denovo uma instituição de ensino, equipada agora com modernas tecnologias e preparados profissionais de ensino, fazendo assim com que a rede privada tivesse que acompanhar seus padrões de alto nível...
a sua arquitetura, de marmores e escadarias, nada teria de nazista.
aos nossos olhos seria mais leve, democratica, moderna que Brasilia.
As impressões que o comentarista apresentou sobre o prédio certamente estão corretas e, por isso mesmo, não surpreende que sejam usadas pelo Judiciário. Afinal - sendo da área, posso assegurar -, o Direito usa e abusa dos símbolos e, sendo uma emanação do poder, representa acima de tudo o poder. Qual a razão das vestes talares (togas e becas), negras e longas, completamente alheias ao vestuário comum? Por que, no tribunal do júri - expressão máxima do simbolismo jurídico -, o réu se senta numa cadeirinha de cara para o juiz, este por trás de uma mesa, assentada sobre um tablado, para que o réu fique minúsculo diante do Estado?
O tema é interessante e relembra que uma das maiores discussões sobre o Judiciário, há alguns anos, é que se ele não puder se aproximar do povo a que serve, não serve para quase nada.
Vamos ser justos: o projeto do Niemeyer para o Entroncamento nunca foi executado em sua inteireza, incluía outras intervenções e construções para a área, que nunca foram realizadas.
O monumento que lá está, era parte do projeto maior, que infelizmente agora com o túnel/piscina/engarrafódromo, não sei como se pode executar.
Convoquem o velhinho, que acabou de casar, aproveitem que ele está bem animado e "sacudido" para dar uma olhada e ver se é possível fazer alguma coisa.
Mas que a arquitetura horrorosa, mezzo "neo-clássica", mezzo "belle époque", do nosso "Palais de Justice" é fascistóide, isso é.
O Yudice deve estar relendo a essa altura o Foucault, de "Vigiar e Punir", que desnuda bem o sentido que a arquitetura tem sobre os seus usuários.
hei! Yúdice, quanto a ter o judiciário junto ao povo, ou mais próximo, há que considerar que é o único poder constituido, no Brasil, sem eleições. Não vai estar nunca mais próximo do povo!
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