8.12.06

Problemas de Montagem

Ana Júlia vai atrasar o anúncio da composição do governo, que muita gente (inclusive este blog) esperava para amanhã, no máximo segunda, 11.
O vazamento de nomes cotados para os cargos, que teria chegado a perturbar a governadora eleita, é apontado como a justificativa para o adiamento.
Mas quem convive com as entranhas do poder sabe que, de fato, são as reações a alguns nomes, e a disputa - legítima e saudável, frise-se - entre as várias facções do partido, e entre elas e os aliados, que vão atrasar o processo.
E o estopim foi a entrevista do presidente regional do PT, Zé Geraldo, a um programa de rádio da capital, onde botou a boca no trombone.
Disse, com todas as letras, que o processo de composição estava muito concentrado e não estava havendo consenso, reinvidicando mais espaço para a corrente que fez toda a bancada estadual e federal petista no estado.
Convenhamos, não é pouco, a reclamação pública e o cacife do grupo.
Aí Ana Júlia sentiu o tranco, e puxou o freio de mão.
São profundas as reações ao nome da prof. dra. Edilza Fontes para a SEDUC, por exemplo, o que traz de volta à cena o nome da deputada eleita Bernadete Ten Caten, de Marabá, abrindo uma vaga para a subida de Aírton Faleiro à Assembléia.
Outra área de fricção é a SESPA, onde a corrente do psicólogo Paulo de Tarso luta pelo comando, mas deve ficar com a secretaria adjunta.
E por aí vai.
Ontem o poster conversou com o pessoal do carnaval e perguntou quem iria para a SECULT.
Imediatamente um sorriso ornamentou a resposta: "nos estamos indicando o fulano".
Só que muitas setores da sociedade, parlamentares e grupos estão indicando"fulanos".
Todo mundo tem candidato. É aí que a coisa pega.
E ainda tem a pressão dos aliados, PMDB à frente.
Que vazamento, que nada.
O governo de Ana Júlia, do ponto de vista dos problemas e encargos, já começou.

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Interessante nessa história toda de "vazamento" é a percepção da reflexividade, categoria sociológica da lavra do ingles Anthony Giddens, que descreveu a concepção e renovação permanentemente das verdades e consensos na sociedade da informação, criando e recriando reações e comportamentos de maneira dinâmica, alterando o curso da própria sociedade.

5 comentários:

Anônimo disse...

A Ana Jùlia devia convidar o Simao Jatene para a Secretaria de Produção, o Sèrgio Leão para a Secretaria de Gestão e o Orly Bezerra para a Coordenadoria de Comunicação.Aí o governo dela ia funcionar.

Anônimo disse...

Quando a Ana Júlia NÃO vai convidar alguém para um cargo, comenta com a pessoa, ou manda algum recado, dizendo mais ou menos assim: "ofereci o cargo para seu partido, pensando em você, mas que seu partido não aceitou...".
Esperta, não?

Anônimo disse...

Tudo bem, ainda é tempo de reflexão. 12 anos de governo é muito, quase um império, se considerarmos que Dom Pedro II reinou por quase sessenta anos e a última ditadura por cá se estabeleceu por vinte anos.
Então querer engatar dezesseis e emendar para os vinte é um abuso e tanto, cansa, principalmente porque o PSDB e seus aliados não refletem mais a expectativa da sociedade brasileira.
Foi esse o recado que as urnas trouxeram nas últimas eleições, apesar de todo o bombardeio estabelecido sobre o governo Lula, alguns com fundamento, outros simplesmente arranjados para lavagem na bacia das almas eleitorais.
Na minha opinião deve haver limites de longevidade para os governos, quaisquer que sejam eles.
Então, cidadão, aposte na modenização reflexiva e deixe estar no sentido betleano.

Unknown disse...

Cjk,Ana está aprendendo com quem tem prá ensinar, nessa área do empurra com a barriga: Tancredo.
Bom feriado.

Unknown disse...

Anonimo das 5:47:
ótimo comentário.