O que teriam em comum a China, Uzbequistão, Zimbábue e Brasil?
Ao menos para os jornalistas interessados em proteger a liberdade de expressão, a intercessão estaria na magnitude e surrealismo das tentativas de intimidação ao livre exercício... da 5ª Emenda.
Ao lado de profissionais daqueles países, Lúcio Flávio Pinto, um brasileiro, acaba de ser informado que recebeu o Premio Internacional de Liberdade de Imprensa.
Lúcio é jornalista há 34 anos.
Homem de poucos amigos e muitos admiradores, eu no segundo grupo, também coleciona desafetos. Costumam arrastar com ele quem se declara ao seu lado. Que tédio.
É discreto, retraído e educado. Muito estudioso e profundo conhecedor da Amazônia, uma “avis” raríssima do jornalismo paraense. Quiçá a mais rara delas. Por isso é invejado por dez entre dez medalhões do jornalismo local.
Não livra nem a mãe, gostam de dizer esses invejosos, só reafirmando as qualidades do premiado, e revelando dores antigas, uterinas talvez...
Olha o brilho das lantejoulas com benevolência. Sua vaidade é do umbigo para dentro, se dá ao respeito.
Não usa drogas, não passa cheques sem fundo, não assedia mulheres.
É probo e seu imposto de renda confirma seus compromissos profissionais. Mantém a duríssimas penas o mais antigo jornal alternativo da imprensa brasileira.Forma opinião,é professor da Universidade Federal do Pará.
Como explicar então, o premio recebido?
A resposta é de uma simplicidade arrasadora, mas devasta a consciência de quem acha que o mundo mudou.
Leia o que ele diz sobre as razões do prêmio, muito antes de saber que seria premiado, e tire suas conclusões.
Lúcio não vai comprar o sobretudo para ir receber o premio,dia 22 de novembro,numa Nova York gelada,apesar do salão climatizado do Waldorf Astoria.
A fria por aqui é maior.
Muito maior.
6 comentários:
Cara, ele foi meu professor de História da Imprensa em 1992. Lembro pouco do que ele dizia... todo mundo ficava babando de ter aula com o "mito"...rs. E pasme (ai, agora eu me lasco) um dia, eu pedi pra ir na casa dele conhecer a biblioteca. Ele disse que sim... só que eu nunca fui.. (sem brincadeiras, hein?)
Eu e ele temos algumas coisas em comum, vc sabe, né? Por exemplo: ter poucos amigos e colecionar desafetos..rs. bj
Dinda,voce devia tomar Memorex.
Devia ter ido conhecer a biblioteca.Devia ter menos desafetos.E mais amigos,como eu,que adoro voce.Bj. fessora!
Alguém que não usa drogas, não passa cheques sem fundos e não assedia mulheres (ou homens) hoje é um herói nacional!
Eh eh,voce sacou bem Jana.Mais é mais ou menos como vejo o Lúcio,embora seja cada dia mais difícil pensar e até falar em heróis.
Não sei se acredito plenamente na justça, pura, íntegra, como deveria ser. Sempre achei que de Brasília para cima, a situação é mais complicada...
Aqui acontecem coisas do arco da velha,Milton.Mas só é mais complicada porque ainda não temos
Nicolaus e Rocha Matos nos presídios daqui.Mas tem gente na fila.Só não sei quando ela começa a andar.Um abraço.
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