25.1.06

Arquivo 5a

Homem Centenário. Obra Imortal

Lá pelos idos dos 60’s, uma livraria se destacava na paisagem intelectual de Belém.
Chamava-se Dom Quixote e pertencia a uma curiosa sociedade: o escritor Haroldo Maranhão e o ex senador Juvêncio Dias.Com o apoio do escritor e filósofo Benedito Nunes, à unamidade o maior intelectual paraense em atividade, os livreiros pegaram uma carona da passagem de Jean Paul Sartre pelo Brasil trazendo-o, Simone de Beauvoir a cotê, até Belém.
Deixo que Bené Nunes conte a história e as repercussões acadêmicas e políticas dos cinco dias em que se demoraram na cidade, alertando para a sutileza de seus comentários.
Mas acrescento alguns detalhes que Bené não revelou.
Sartre já não exibia o brilho do filósofo inexpugnável de antes, tinha um ar alquebrado e Simone, além de não despertar muita simpatia, não seria exatamente o que poderia se chamar, sem sutileza, de uma mulher cheirosa.
Essas observações me foram passadas há poucos dias, quando comentava com Juvêncio a mesa redonda que comemorou o centenário do nascimento do filósofo existencialista.Juca, meu querido tio, pouco entende de filosofia, mas é um profundo conhecedor da existência humana e, por acaso, um excelente médico otorrinolaringologista.
Uma boa fonte, n'est-ce pas?
Ta vendo como Sartre tinha razão?
O inferno são os outros

4 comentários:

Anônimo disse...

huahuahua. exatamente. o inferno são os outros, os outros malas, os outros egoístas, os outros invejosos, os outros seres do mal.
que inferno!

Unknown disse...

Sartre adoraria completar seu axioma com seus acréscimos,dear Fran.b

Anônimo disse...

Enquanto ouço David Gray - "life in slow motion"... (minha cara até o fim de semana ainda), fiquei no que Simone diria a esta observação sobre a velhice dela...

Unknown disse...

Reflexão interessante Alê, benvindíssima de volta.
Simone com certeza não irira gostar.Ninguém gosta das imagens que ve no julgamento dos outros,o inferno.b