12.12.06

Vitória? Só do Interesse Público!

O blog acaba de receber um comentário do reitor da UFPA, Alex Fiúza, a respeito do post O Juízo Prevaleceu.

Caro Juvêncio,

Pela segunda vez - infelizmente raras têm sido elas - e em poucos dias eu lhe dirijo a palavra em razão de matérias publicadas nesse seu, hoje, lidíssimo e respeitadíssimo blog.
Desta vez para tecer alguns comentários sobre o post "O Juízo Prevaleceu", cujo teor é também tema de manchete - ainda que por viéses diferentes - dos dois maiores jornais de nosso estado.
Lamento que um assunto tão sério, delicado e de interesse público seja tratado com pouco cuidado e sensacionalismo, fato que mais confunde que informa a opinião pública. Isso porque é natural - e desejável - que, numa democracia, tais tensões e contraditórios se instalem, cabendo a cada ator, individual ou institucional, compreender a ação do outro e contrapor as suas teses.
Nesse sentido, entendo perfeitamente normal - e louvável - que a Defensoria Pública questione a Universidade pública sobre taxas de Vestibular; e perfeitamente normal, da mesma forma, que a reitoria de uma Universidade pública defenda a Instituição por uma outra lógica - já exposta em artigo no Diário do Pará -, estabelecendo-se, assim, o bom contraditório e bases de reflexão sobre a questão e um estimulante debate público.
O que não se pode aceitar é que, de um lado, a imprensa crie um clima de tensão artificial e inadequado, acirrando desnecessariamente os ânimos, como se Defensoria e Universidade fossem adversários e estivessem numa "cana-de-braço", num suposto "ringue", com um "vencedor" e um "vencido" - inclusive os "estudantes pobres".
Não é assim a realidade.
Seja a Defensoria Pública, seja a Universidade defendem, de seus pontos de vista, o interesse público. Não há - espero - outros objetivos em jogo.
Apenas o interesse público e assim deve ser!Se a Justiça tivesse dado ganho de causa à Defensoria, a UFPA jamais a condenaria pela ação - ela está no seu papel - e estaria no dia seguinte devolvendo as taxas cobradas aos candidatos e revendo, em definitivo, a forma de ingresso na Instituição - para não penalizar os seus orçamentos futuros.
Igualmente, e democraticamente, cabe agora à Defensoria Pública acatar a decisão judicial e continuar a lutar pelo que julga direitos população, como é seu dever.
Esta é a ordem das coisas.
É assim que funciona o estado democrático de direito.
Como reitor de uma Universidade pública não aceitarei, em hipótese alguma, provocações de quem quer que seja para posar como mocinho ou bandido, vitorioso ou derrotado, porque tal postura, por tantos desejada, só ajuda aqueles que quem têm compromisso com um único produto: vender notícia, lucrar sobre a ignorância (não importa o meio e o mínimo de ética).
É por isso que trabalho na área educacional: para ajudar o meu país a elevar a qualidade da educação e transformar todos os brasileiros em cidadãos críticos e bem formados.
Somente então, clientela qualificada, restarão no mercado tão somente jornais - e jornalismo - sérios, porque o leitor saberá distinguir verdade de mentira, fato de fatóide, isenção de manipulação.
Como são ainda tantos os ingênuos, aposta-se na confusão.
De tudo,porém, deve restar uma boa lição: os órgãos públicos (seus dirigentes) devem conversar mais, preventivamente, de forma direta e não aceitando versões de outrem, utilizando-se da razâo comunicativa, interessando-se pelas razões do outro, antes de qualquer ação definitiva. Isto facilita a realização dos objetivos comuns - o interesse público - e prejudica menos a população - esta sim, ao final, sempre a mais prejudicada.
Receba minhas saudações,

Alex Fiúza de Mello

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O blog gostaria muito, e seus leitores idem, decerto, que a Defensoria Pública da União pudesse comentar a questão, não sob o mérito, que ainda não foi julgado ontem, e ainda passível de recurso, mas pela abordagem da imprensa sobre os fatos.

8 comentários:

Anônimo disse...

O texto resposta do Pror. Dr. Alex Fiúza me fez voltar aos tempos idos de minha formação universitária. Lúcida, inteligente, sagaz, correta e transparente é a inteligência, que bem demonstra sua qualidade como reitor da nossa UFPA.

Propõe a todos nós, homens e mulheres, que administram a " coisa pública o " inteiro entendimento do papel do administrador os diversoss frente aos mais diversos e conflitantes interesses.

Dá-nos a lição do entrosamento entre os vários setores da administração pública, por sua fina e acurada formação humanística.

Nesses momentos de reflexão convidanos a sentar à mesa (como se propõe o Natal) para abaixar as bandeiras, desarmar os espíritos e buscar a melhor saída quando a decisão de gabinetes inteferem em muitas pessoas.

Belíssimo tratado de como cuidar do intesse público. Belo exemplo de lucídez administrativa e intelectual.

Que todos da mídia repercutam essas palavras.

Viva o interesse daqueles que não podem, diretamente, se defender.
Viva o diálogo. Viva e este espaço para que possamos sentirr as boas palavras e interagir com pinceladas do entusiasmo de estudante.

Bom dia a todos ...

Anônimo disse...

AMEM!

Anônimo disse...

e a defensoria? e o sinjor?
cadê?

Unknown disse...

15 horas... e nada.
Que legião de equivocados, que bando de covardes!

Anônimo disse...

E O SINJOR? E A DEFENSORIA?
SEGUNDA CHAMADA!!!!!!!!!!!!

Unknown disse...

Boa, Anonimo.
Amanhá vou cantar uma segunda chamada em cima dessa galera!
Quero ver quem vai dizer ai ai ai.

Anônimo disse...

BOA!!!

Yúdice Andrade disse...

Quem conhece o histórico de perseguição daquele jornal contra a UFPA (basta ver as manchetes) sabe que "estudantes pobres" é uma apenas um golpe retórico para reagir às verdades irrespondíveis que, mais de uma vez, foram ditas. Lamentável!