17.7.07

Ana Julia Diz Não à Carajás

Um princípio de pânico tomou conta dos arraiais separatistas nos últimos dias. Depois das ameaças de violência aos "de fora da região", e substituição da bandeira do Pará nos ( prédios) próprios municipais da região - ainda não desmentidas cabalmente, o que onera o lombo das lideranças do movimento, comprometendo-as diretamente com a desordem e desclassificando o próprio movimento - ontem foi a vez de sentirem o peso do governo do estado na questão.
Em reunião na Associação Comercial do Pará, o secretário de Integração Regional, André Farias, disse, com todas as letras: a governadora é contra a divisão, e o vice governador (o transeunte Odair Correa), não está autorizado, enquanto tal, a trabalhar pela divisão.
André apresentou a estratégia do governo para enfrentar os desníveis intra regionais, e disse que a bancada do PT vai se reunir nos próximos dias para se posicionar sobre a questão.

15 comentários:

Anônimo disse...

Aposto um olho que este "secretariozinho" não demora muito vai ter que se desmintir Juva, pois não foi isso que a governadora pregou nos palanque do sul e sudeste do Pará na campanha política do ano passado. Aliás André faria foi secretario aqui em Parauapebas. Quanto ao vice Odair Corrêa quando encontrar com ele se é que encontra, é bom perguntar para ele se o mesmo precisa de autorização para se posicionar sobre este ou aquele assunto, por enquanto acho que com Ana ou sem Ana, a divisão é irreversível, minha bandeira do estado de Carajás já está pronta para ser asteada, sem é claro ferir o estado de direito como alguns pregoam, no mais estou lhe esperando por aqui para podermos saborear uma galinha caipira com um delicioso suco de cajá aqui na capital do minério.
Abraços do amigo
Flávio Sacramento

Unknown disse...

Bom dia, Dom Flávio, caríssimo.
Vamos aguardar este possível desmentido, então. Tenho certeza que sua bandeira está pronta e engomada, e que vc vai hasteá-la sem ferir o estado de direito, como pregam por aqueles cuja cabeça contém o que o gato enterra.
Penso sempre naquela galinha caipira...qualquer hora dessas aterisso aí.
Grande abraço, amigo, extensivo à toda a família Correio do Pará.

Anônimo disse...

...Da Silva disse ...

Vale a pena lembrar: durante a campanha, houve desmentidos, quando se disse que o vice da Ana Júlia queria dividir o Estado.
Até a , hoje, governadora amenizou a questão nos debates.
Taí o resultado.

Joao Carlos Rodrigues disse...

Meu caro amigo Juvêncio,

Permita-me uma opinião nesse imbróglio que marca todos os processos de divisão territorial neste país, e que não poderia ser diferente na discussão da possível reestruturação do território paraense, até pela maneira passional em que é feito o debate (?) sobre o assunto.
A posição do governo do Estado [leia-se Ana Júlia], oficializada ontem através do porta-voz André Farias, não surpeende a ninguém por aqui no sul e sudeste do Pará. Era exatamente o esperado da parte do PT, que sempre foi contra a criação do Estado de Carajás.
O PT nunca se declarou oficialmente contra apenas porque sua condição de partido da oposição permitia a fuga do debate, o que fazia seus membros agir com extrema covardia política, fugindo sempre dessa discussão como o diabo foge da cruz. O que muda agora é que os petistas passaram a ser governo (?) e têm, obrigatoriamente, que se posicionar de forma clara sobre a questão.
Ninguém aqui no sul do Pará, caro Juvêncio, contava com o apoio do PT à causa da região. Uma região, diga-se de passagem, sempre carente de ações governamentais e que se ressente há muito da completa ausência dos nossos governantes, sejam eles do PT, do PSDB, do PMDB, do DEM ou de qualquer outra sigla que tenha passado pelo poder.
Oposição ferrenha à criação do Estado de Carajás fez também o ex-governador Almir Gabriel, que pressionou seu partido, o PSDB, no Congresso Nacional, a votar contra o projeto do deputado Giovanni Queiroz (PDT), durante os oito anos em que governou o Pará.
Nem por isso, o desejo dos sul-paraenses de ver nossa região independente de Belém esfriou. Pelo contrário, o sentimento de emancipação está cada dia mais forte no coração das pessoas. Até porque todo mundo sabe que as promessas [ou planos] de integração do governo do PT não passam de engodo e não serão cumpridos.
Não porque não haja vontade do governo de integrar todo o Estado em suas políticas de desenvolvimento. Mas porque integrar um Estado-País como o Pará, com suas diferentes culturas e distâncias gigantescas, não é uma tarefa exeqüível. São séculos de discursos e tentativas de integrar este Estado. Tudo infrutífero, com gerações e gerações perdidas na esperança de ver o prometido desenvolvimento que nunca chegou.
Quanto a agressões contra os que não moram aqui no sul do Pará, fique tranqüilo, Juvêncio. Não é esta a pregação das lideranças do movimento separatista e muito menos a disposição de quem aqui mora, trabalha e constrói suas vidas, mesmo sem o apoio devido do Estado enquanto governo.
Quem conhece de perto os deputados Giovanni, Zequinha, Asdrúbal e outros líderes da causa separatista no sul e sudeste do Pará, sabe que jamais passou por suas cabeças a radicalização do movimento.
Há quase 20 anos a possibilidade de criação do Estado de Carajás vem sendo discutida por aqui e não me lembro de um só episódio de intolerância nessa caminhada. A não ser a intolerância do ex-governador Hélio Gueiros, que agredia verbalmente a todos os sul-paraenses, mostrando não ser capaz de debater o tema com educação e respeito.
Por fim, o fato de a governadora Ana Júlia se posicionar contra a criação de Carajás em nada, absolutamente nada, vai mudar a vontade e a disposição de luta de todos nós aqui pela emancipação política da região. Até porque um governo que em seis meses não conseguiu dizer a que veio e só comete asneiras, uma após outra, não mete medo em ninguém.

Um forte abraço,

João Carlos Rodrigues
Marabá - Pará

Unknown disse...

Da Silva, eu lembro. O Odair, justiça se faça, sempre foi a favor do estado o tapaj´po, e escondeu isso durante a campanha por conveniência.Como Maria "Databrain" do Carmo, na campanha de 2000, referiu-se indiretamente ao restante do Pará como a banda podre. Em 2002, no segundo turno da campanha ao governo, suas declarações foram veiculadas, e seu novo desmentido ainda foi pior. Mas a Maria "Databrain", vc sabe como é que é...
Abs

Unknown disse...

João, vc sempre um príncipe.
Concordo com vc. Não espero do PT nenhuma posição a favor ou contra.E sou inteiramente a favor do plebiscito.Não creio que este estado possa enfrentar e vencer os desafios que tem com uma pendência dessas no meio do caminho, que o impede de estabelecer um pacto regional verdadeiramente comprometido, de forma articulada, harmonica e consensual, com todos os "estados" que nele se inserem.
Este esforço nunca houve e já tarda.
Confio, também, que o movimento será mantido dentro da ordem.
Um grande abraço prá vc João e dê um outros aí no "seu" Eleutério e em toda a galera do Opinião.

Anônimo disse...

Chega a ser cômica a indignação dos separatistas com a posição da governador Ana Júlia, que está apenas mostrando coerência. Ela foi eleita governadora...do Pará, para administrar todo o Estado, como está constituído atualmente, não para promover a divisão em fatias e dividir a pizza entre os sedentos políticos ávidos por um naco e incentivados por uma massa orientada para gritar seus chavões por aí.
Se vai haver divisão ou não, é uma coisa que tem que ser discutida em vários planos, de preferência ouvindo pessoas naturais das regiões, não atendendo os anseios de forasteiros loucos por melhorar sua posição nas áreas que invadiram.
A posição de um governante sério, é ser contra a divisão, por princípio e por juramento à Constituição de um estado ainda uno.
Quem já está ganhando com este bafafá todo?

Unknown disse...

Vc temrazão, anônimo.Ana Julia foi correta e é essa a postura que se espera de uma governadora.Agora ela tem que dar essa passo: articular este pacto, de uma vez por todas.
Após o plebiscito, claro.Se ela for bem sucedida ganharemos todos.
Por enquanto ganham com este bafafá (ótima clasificação!) os organizadores do movimento, e alguns, digamos, fornecedores...rsrs.
Mas só por enquanto.

Anônimo disse...

Esse anônimo das 9:07 falou certo.Não gosto de anônimo, mas pela primeira vez tenho que concordar.
Além, do que falou, quero acrescentar que os separatistas pregam de fato a discriminação das pessoas que nasceram neste Estado.E na maioria das vezes não tem nenhuma moral, são forasteiros que desmataram e desmatam a floresta e deixam os pobres miseráveis que trouxeram largados no meio do nada.

Antonio carlos de andrade Monteiro

Anônimo disse...

Juvêncio, o procedimento de insurgência dos separatistas caracteriza sim, ofensa ao Estado de Direito. Não falo daqueles que simplesmente defendem a tese, e o fazem como cidadãos; estes podem se manifestar livremente, hasteando bandeiras ou tocando hinos onde quer que desejem. Quem esbulha a Constituição são os legislativos e executivos locais, poderes constituídos, que pretendem hastear em prédios públicos pertencentes ao Estado do Pará bandeiras de um ente federativo que sequer ainda existe.
Após o plebicito, como você bem disse - e que deve seguir as regras inscritas na Constituição, de acordo com o Estado de Direito - é que se devem tomar as medidas necessárias à configuração do eventual novo Estado (inclusive com a criação e utilização dos novos símbolos do novo ente).
Por isso, dizer que aqueles que entendem que há violação ao Estado de Direito na alardeada ameaça das prefeituras e câmaras municipais do sul do Pará tem "aquilo que o gato enterra na cabeça" é um pouco demais.
Bom dia pra você.

Unknown disse...

Certo, dr. democratizando.blogspot.com.Mas só uma minoria prega a discriminação.A minoria covardinha e tolinha.
Abs

Unknown disse...

....eheh. Hastear as bendeiras antes da hora, ferindo o estado de direito. Isto é ter na cabeça o que o gato enterra.Foi isto o que quis dizer, nobre procurador.
Bom dia prá voce, Francisco.

Anônimo disse...

Juvêncio

Dou um doce para quem apontar pelo menos um imbecil que queira "radicalizar" contra as pessoas de Belém por causa da luta pela criação do Estado de Carajás. Ou queimar bandeiras. Ou deixar de hasteá-las. Isso foi um "factóide" que, quem lançou, num gesto de bravata, não deveria ter lançado, pois leva o debate para o terreno do irreal e fortalece ainda mais o discurso preconceituoso contra a necessidade da criação de novos Estados.
O povo daqui é hospitaleiro. Você, casado com uma marabaense e que frequenta nossos arraiais, sabe disso muito bem.
Sou paraense de nascimento. Tenho o maior respeito pelo meu Estado. E por isso mesmo entendo que ele precisa de uma maior presença do poder público, para dar conta da pistolagem, dos "feudos" eleitorais e outras mazelas geradas pela absoluta ausência do Estado. Gosto tanto desse Pará que entendo que ele precisa de mais governadores. Mais próximos da sociedade.
Essa conversa do meu amigo André Farias de que agora a descentralização vai acontecer me lembra muito a história do Delfim Neto, do milagre econômico, quando pedia paciência aos brasileiros para primeiro deixar o bolo crescer e só então distribuir suas fatias.
Desde que o Pará é Pará temos uma elite predadora, ineficiente e parasitária encastelada no poder do Estado. A própria inércia da máquina já a faz funcionar a favor dos interesses dessa elite. As famílias que a habitam são as mesmas, mudando os nomes e as siglas partidárias, mantendo os sobrenomes. Infelizmente sinto que isso não vai mudar. Dos 17 secretários executivos do atual governo veja quantos são do sul do Pará. Nenhum. Faça uma retrospectiva dos governos anteriores. Os raríssimos personagens da região que chegavam lá era por absoluto compadrio com o governante de plantão. E não dá pra dizer que não existe pessoas qualificadas em nossa região. O dinamismo de nossa economia já responde por si só.
Isso não é culpa da Ana Júlia, mas de uma estrutura que ela não vai dar conta de desmontar. Por exemplo: a maioria das estradas da região metropolitana, que ligam municípios que merecem, mas de pouca importância econômica, estão asfaltadas. E enquanto a PA 150, principal rodovia de integração do Estado, vive aos buracos, nos últimos anos já investiram milhões no Mangueirão, Estação das Docas, Mangal das Garças, Hangar, Boteco das 11, etc. Claro que a capital merece essas e outras obras belíssimas, mas pelo menos poderiam conservar a principal rodovia do Estado e fazer um mini-Centro de Convenções em Marabá e Santarém. Não de 117 milhões, como o Hangar, mas de 20 milhões cada um, pelo menos. Não um Mangueirão, mas um estádio de pelo menos 20 mil pessoas em Marabá, onde tem gente que também gosta de futebol. Estou falando de duas cidades que possuem mais de 200 e 300 mil habitantes. Torço para que a governadora e sua equipe quebrem a castanha na minha boca: esses investimentos não vão acontecer. Não há disposição política para isso. O Estado, em termos de investimentos, é um tigre de papel. Tem pouco dinheiro. E a maioria fica na região metropolitana.
Enquanto a PA 150 ficou cinco meses para ter início uma operação tapa-buracos lenta e de qualidade duvidosa, nos três primeiros meses do ano colocaram 17 milhões no Hangar. E olha que esse obra foi duramente criticada na campanha pelas lideranças do PT. Claro que a obra precisava ser concluída, mas a prioridade estabelecida deixa claro como funciona a máquina do Estado.
No dia em que a governadora anunciou seu plano de investimentos ela citou a construção da Escola de Produção de Barcarena (na região metropolitana) para este ano. A de Marabá ficou de fora. Vamos abrigar o Projeto Salobo a partir de 2010. Somos uma das regiões mais violentas do país. A maioria dos presos são jovens sem qualificação. Mas o Estado só olha pra isso como prioridade no discurso. Quando fazem alguma coisa, como os Hospitais regionais de Redenção e Marabá, obras rigorosamente fundamentais, ainda tem uma boa parte da classe política da capital que critica, ainda que de maneira diversionista, falando de superfaturamento, gestão terceirizada, etc.
Boa parte dessa elite de Belém nunca passou da ponte do rio Guamá, na Alça Viária. Não conhece o Pará e nem tem disposição para conhecer. Gostam de se reunir na Fiepa e outras entidades para ver como o Estado pode ajudá-los a ganhar dinheiro por aqui. De preferência sem que tenham que colocar os pés em nossas estradas e ruas empoeiradas ou enlamaçadas. É comum ver lideranças de Santana do Araguaia, São Félix do Xingu e outras cidades que ficam a mais de mil quilômetros de distância, se deslocarem para a capital com audiências marcadas por secretários e serem recebidos com a agradável notícia das agendas canceladas.
Não vou enumerar os argumentos tantas vezes desfiados por lideranças sérias, inclusives renomados cientistas, sobre a necessidade de termos Estados menores, de maior eficácia no seu relacionamento com a sociedade. Nem responder a argumentos risíveis sobre o fato de liderança A ou B ter vontade de ser governador. Mas o fato é que essa chama multiplicacionista (e não separatista) não vai se apagar, até porque o Estado não tem instrumentos pra deter essa marcha conquistando os corações e as mentes dessas populações. Ao contrário.
Compreendo a postura da governadora Ana Júlia de ser contra a divisão. Desejo sucesso ao seu governo e tudo farei para ajudá-la. É uma mulher de boas intenções. Mas se a sua postura inicial, de aceitar o debate democrático do assunto, for substituída por uma posição militante contra a realização do plebiscito, só posso dizer que será um grande retrocesso. Não acredito que o PT trilhará esse caminho. Outros mais poderosos já fizeram isso e agora amargam o fel do ostracismo político. Como diria Pablo Neruda em seu célebre poema Os Comunistas: "A primavera é inexorável".
Forte abraço do amigo,

Deputado João Salame

Unknown disse...

Obrigado, amigo deputado , por aua atenção ao blog e seus leitores.
Casado com uma marabaense e pai de outra, dou meu testemunho sobre a hospitalidade dos filhos da terra de São Félix, porquanto beneficiário dela, até em doses imerecidas.
Também concordo: as ameaças partem de setores minritários, mas é preciso que as lideranças venham a público dizer isso, como voce está fazendo, impedidindo que o movimento saia dos trilhos, por assim dizer, e cpontinue arregimentando, convencendo, seduzindo.
Bravatas e ameaças de desordens, como bem observa o procurador do estado Francisco Rocha Jr. lá em cima neste mesmo post, não são boas conselheiras.
Vamos ao plebiscito, deputado. Não vejo mais chances para um convencimento que garanta a realização de um pacto político pelo recorte da questão regional - é tarde demais - lamentavelmente.

Estamos de acordo nas críticas ao encaminhamento da questão dos hospitais, da divisão das verbas, do excesso no Hangar que muito bem poderia ter sido rateado com mais dois centros de médio porte, e acho que Ana Julia tem um desafio:trazer seu discurso à prática.

Muito breve farei um retrospectiva das elites da região sul/sudeste, para compararmos com sua percuciente análise da elite da capital.

E desde sexta,após o almoço - fiz o repto no blog do Hiroshi - estou esperando que apareçam os organizadores do movimento que chancelem os gestos desabridos.
Serão dois doces, então, pra quem aparecer.

Um grande abraço, e volte sempre.

Val-André Mutran  disse...

Agora vamos ver se a ACP e a governadora têm dinheiro, competência e disposição, como parece que é essa a questão, de investir meio milhão na região, que é apenas o défict corrente coma região.
Aguardo com ansiedade e completamente cético quanto a isso.
O resto é política e conversa de comadres que ladram ao ver a caravana passar.