5.1.06

Rasgou o Tumor

A cobertura de O Liberal de hoje sobre a sessão de ontem da convocação extraordinária da Assembléia Legislativa do Pará, que dá um banho no Diário, revela novos detalhes das absurdas declarações dos parlamentares.
Pasmem.

Martinho Carmona (PDT)

“Os desembargadores ganham fortunas, saem de férias para a Europa, gastam rios de dinheiro e ninguém diz nada”

Os desembargadores tem direito a passar as férias onde quiserem e bem entenderem,que estória é essa deputado? O senhor acha que eles “ganham fortunas”? Então apresente projeto de lei para diminuir-lhe os salários, se tiver coragem. É para isso que o senhor recebe, deputado.

Carmona chegou a reclamar da “miséria” que é ter um mandato parlamentar

O senhor acha o seu mandato “uma miséria”?
Então abra mão dele em favor de alguém que saiba dignifica-lo, mas que falta de respeito!

A “população se sente dona do mandato”

Errado, deputado. A população é dona do mandato. Ainda bem que ela se sente assim.O senhor é que não tem a menor noção do que é a representação na qual está investido.

Um dia desses, na igreja, uma eleitora se aproximou e foi logo dizendo ‘meu filho continua sem emprego, deputado’. Nem me desejou feliz ano-novo antes, veio logo pedindo ajuda”

O senhor não gosta do assédio dos eleitores? É bom que eles saibam, para não “assedia-lo” mais com seus votos em outubro. O que estarão dizendo seus irmãos agora, perplexos?

Se isso não é quebra de decoro, então não há decoro no parlamento estadual.
Deve o deputado Martinho Carmona explicações à sociedade paraense. Deve voltar à tribuna, hoje ainda, e se retratar enfáticamente, pedindo desculpas aos paraenses, aos seus irmãos e aos membros do Juduciário
Suas atitudes foram simplesmente intoleráveis.



Paulo Roberto Matos (PFL)

“Chega o fim de ano, não temos dinheiro nem para quitar nossas dívidas”.

É de morrer de pena a situação deste deputado que vem lá de Santarém. O blog dá um simples conselho de economia doméstica: não contrair dívidas que não pode pagar, ou, para pagá-las, não se expor a vexames como esse.
A tibieza do argumento de Paulo Roberto precisa ser lembrada em outubro.


Alessandro Novelino (PSC)

Não dá para pagar todas as dívidas”, lamentou

O deputado, muito bem de vida - há poucos anos pilotava uma Ferrari pelas ruas de Nova Déli - refere-se às “despesas com eleitores carentes” para justificar o recebimento. O problema não é esse, deputado, e sim o modelo assistencialista usado em seu mandato, à falta de outras condições para exercê-lo de maneiras diferentes.


Artur Tourinho (PMDB)

“Só quem pode nos julgar é o cidadão que nos elegeu. E ninguém mais”

Errado, deputado. Além da sociedade – onde está incluída (e neste caso muito bem representada) a imprensa – que vai julgá-lo sim, pode esperar, ainda tem o julgamento da Justiça Federal, que o aguarda. É bom guardar a saliva para a devida hora.

6 comentários:

Anônimo disse...

Perfeita a seleção de 'notáveis' parlamentares citadas pelo blog: Martinho Carmona, que enriqueceu usando o nome de Cristo, Paulo Roberto Matos, barão de Santarém, Alessandro Novelino, magnata dos combustíveis, e, last but not least, Arthur Tourinho, cuja fotuna foi alicerçada pelo Basa, pela Sudam e pelo Payssandu, que ele conseguiu afundar.
Que falta de vergonha na cara desses senhores!

Unknown disse...

O blog usou as informações do Liberal e do Diário - que enfim captaram as vozes das ruas - e reproduziu,comentando,o que foi publicado.E olhe que foi o que eles disseram em público.Imagine voce o que não dizem "no privado".
Mas seja otimista,Anonimo.Os irmãos de Carmona vão se aborrecer sim,a situação de Paulo Roberto não é nada boa em Santarém e o Tourinho é a Terror Bicolor quem vai decidir,se a Justiça não chegar antes.Obrigado pelo comentário.

Anônimo disse...

Juvêncio,

a coisa tá preta lá pros lados da Alepa. A repercussão da sessão de ontem foi tão negativa que eles resolveram fazer a reunião com Teresa Cativo a portas fechadas. Provavelmente, para poder ficar mais à vontade para criar novos DAS. Também deve ter sido uma nova oportunidade para os nobres deputados reclamarem dos seus "pobres" salários, já que o assunto era plano de cargos do salários do Estado, onde um engenheiro agrônomo do Iterpa ganha a nababesca remuneração de R$ 300,00 (salário-base).

Unknown disse...

Mas os jornais de hoje não dizem palavra sobre isso Marcelo,dando mais força pro Carmona acusar a imprensa.
E os salários ó...

Anônimo disse...

Infelizmente, a cobertura política ainda é insuficiente. É o que penso que aconteceu, neste caso. Embora, nem sempre seja isso.
Mas, agora já sabemos o motivo do mistério com a Cativo. O desconto do Plano de Saúde dos Servidores vai aumentar de 2% para 6%. Pra o governo começar 2006 com o pé direito e a mão no bolso alheio.

Unknown disse...

Marcelo,esse seu comentário - além da minha concordancia com a ineficiencia da cobertura da imprensa,que hoje não disse palavra sobre as acusações de Cramona - merece um post "lá em cima".
Vou faze-lo assim que esse "tumor" for lancetado. Mas adianto,defendo a tese de que o direito é gerado pela contribuição, e que sejam oferecidas alternativas,diferentes planos aos participantes da parada.
Esse é um assunto altamente polemico.Foi ótimovoce ter levantado.Aguarde.
E o Carmona,hein marcelo?
Que coisa,como diz o Ismaelino...rs