12.4.06

Acordão

Rápido no gatilho, Parsifal Pontes comenta o post Sentido da Dança, publicado logo abaixo.
Com a fineza de outras vezes, honra o blog ao dialogar, na verdade, com todos os seus leitores.
Pena que não vai durar muito. Parsifal é um virtual deputado estadual em outubro deste ano e, com o onus do mandato, certamente vai ter dificuldades em acompanhar as atividades da blogosfera.
Sua ausência será sentida, na blogosfera em geral, e neste blog em particular.

Olá Juvêncio,

Obrigado pelos elogios, em seu comentário sobre o meu artigo. Vindos de você têm para mim sentido significativo.
Antes, digo-lhe que não me alinho à "Teoria da seringa", por achar que os fundamentos da mesma não são consistentes o bastante para dar-lhe crédito inconteste.
É de se crer, todavia, que a imprensa, em determinadas ocasiões, a guisa de ampliar repercussões, ou até em direção à consubstanciar pontos de vista, pinça fatos que, caso ao seu contentamento não servissem, passariam despercebidos à audiência.
É óbvio que houve uma correspondência entre o sentimento da imprensa e o da audiência no caso Guadagnin, portanto, um não influenciou o outro, mas, deram as mãos.
Não obstante, a imprensa deu um viés adjunto à dança da deputada: não a condenou ao se fazer feliz por um amigo, isto até foi ponderado; repeliu-a por ter dançado dentro do parlamento, de forma afrontosa ao decoro parlamentar.
Quando eu afirmei que a imprensa estabeleceu uma linha de atitude, eu não quis me referir a "Teoria da Seringa", mas, dar contorno a reações opostas da mesma sobre fatos que, sem análises de méritos, e dadas as premissas do primeiro, teriam que ter, como resultado, a mesma conclusão: quebra de decoro.
Se isto não ocorreu, reporta à parcialidade. Nada tenho contra tendências: eu tenho uma. Todavia, a imprensa não deveria tê-las, ou se as tivesse, deveria assumi-las.
Para concluir, caro Juvêncio, não festejei a absolvição do Deputado Magno, nem o relatório do Serraglio, por saber que os dois foram absolutamente fruto de negociações escusas.
O fato de o distinto público achar que o primeiro foi injusto e o segundo foi uma vitória é um lamentável equívoco: os dois padecem de vícios.
O Deputado Serraglio negociou com a oposição e com o governo para omitir fatos e pessoas. No final, tudo não passou de uma pantomima engendrada pelas conveniências das partes, da mesma forma que a absolvição dos deputados se está dando em acordo do governo com a oposição.
Esta turma só briga na forma. Para salvar as respectivas peles, eles não hesitam em protagonizar danças e blocos.
Um abraço,Parsifal Pontes

Um comentário:

Anônimo disse...

Parfisal,

Belo blog o seu.
Respeito sua opinião, discordo no ponto que não se deveria comemorar o relatório do Serraglio.
Acho que as negociações são necessárias, e mesmo que esta tenha sido escusa, foi "menos" ruim do que a outra alternativa.
Acho que de qualquer maneira, quando não se há um lado "bom", você mesmo assim tem que escolher um.
Já a questão da comemoração, acho natural, talvez se eu estivesse lá, estaria comemorando também, mas concordo que foi demasiada.
Agora, em hipótese alguma, dançaria sozinho no parlamento, festejando uma vitória da "voz do povo" contra o povo, no mínimo isso é falta de respeito.
Acho que a imprensa deve reportar os fatos com imparcialidade, mas também usar o bom senso.

Um abraço,

Marcelio Leal