É estranha a nota do governo do Pará que estranha a ação da Polícia Federal no hospital que fraudava plantões para desviar verbas públicas.
Classifica como "invasão" uma diligência amparada num mandado de busca e apreensão expedido pela Justiça Federal e questiona, nas entrelinhas, a atitude da PF em realizá-la sem aviso prévio ao governo estadual.
Ora, as verbas são federais, do SUS, o que tipifica o desvio como crime federal.
E não há o menor vestígio de agressão do "pacto federativo" na ação da PF.
Também é estranho que uma auditoria realizada há seis anos, motivada por denúncias de servidores do hospital, não tivesse chegado ao conhecimento das autoridades estaduais.
Deveria a Divisão de Auditoria do SUS ter comunicado o fato sob investigação, conforme indicava o parecer da auditoria
Pelo menos, na nota, o governo estadual concorda com a apuração e punição dos responsáveis.
O excesso de sensibilidade talvez se explique pela conjuntura política acirrada, o que explicaria, também, a repercussão imediata do fato no Senado, veja só, pelo presidente do PSDB, o cearense Tasso Jereissati.
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