16.2.07

MPE Quer Mudanças na Propaganda

Da coluna Ronda Política, do marabaense Correio do Tocantins.

O prefeito de Marabá, Sebastião Miranda Filho, convocou esta semana reunião com o chefe da Comunicação, Agenor Garcia, o diretor da agência de publicidade que atende à prefeitura e um membro da procuradoria jurídica da PMM.
Na pauta, a "sugestão" do Ministério Público do Estado para que sejam mudadas as propagandas oficiais do governo "O Trabalho Continua", que, na visão dos promotores, contêm propaganda pessoal.
O MPE destaca a necessidade de obediência as normas para veiculação de mídia de governo, as quais incluem entre outras o caráter educativo e de interesse público e avisa que irá monitorar a veiculação de peças publicitárias nas emissoras de TV locais.

Bem, se a moda pega, vai ter que mudar a propaganda de muito nêgo por aí.
E bem que podia pegar mesmo. Tem que cumprir a lei e, ao mesmo tempo, pode-se iluminar a administração.
Mas tem que ter humildade prá mudar, e trabalho prá mostrar, caso de Marabá.
Quem não tem, caso de Nova Déli, fica veiculando filmetes esotéricos, patéticos mesmo.
O problema é que não tem um concurso Hot Top às avessas - tipo um Hot Sheat - para escancarar a nudez das porcarias que faz(em) a(s) agencia(s) que atende(m) o nacional Duciomar Costa.
Ponto para o MPE.

5 comentários:

Val-André B. Pereira disse...

Juvêncio. Trabalhei com o Hiroshi e Agenor no mesmo tempo. São estilos diferentes, dois mestres prá mim.
A comunicação de Marabá onde esses dois - na assessoria-operam é vitoriosa; de maneira que minha missão aqui entre cobras e lagartos, no meião de jacarés, ficou sobremaneira mais fácil...Juva. Sem medo de errar: Eu era feliz e sabia!!

Anônimo disse...

O MPE precisa monitorar também a propaganda da prefeitura de Ananindeua, inclusive ela patrocina programações da rádio que pertence ao próprio prefeito.

Hiroshi Bogéa disse...

Val,
Em razão da tempestade que desabou desde inicio do segundo mandato de Geraldo Veloso (sua abrupta doença que logo o levaria à morte), ficamos impedidos de executar o que se pretendia na área de comunicação de Governo: sua democratização. Em linhas gerais, você o sabe, pretendíamos instalar cinco Tendas Populares para funcionamento gratuito de cinco cybes com 15 computadores cada um, todos financiados pelo setor privado (Usimar e Revemar, por exemplo, já haviam se comprometido manter os citados projetos). Em outro plano, acabar de vez com a propaganda personalista, sempre evidente nos governos anteriores e subseqüente;

O lançamento da Arena Democrática era a grande novidade. Nesse espaço, o prefeito participaria, a cada 30 dias, de debates com presidentes de entidades populares, num local em forma de Arena, para ser questionado e responder às demandas da cidade.
Mensalmente, essa Arena coberta seria montada num bairro, com os veículos de comunicação apenas registrando para uso posterior do material, sem interferir nos questionamentos.

Havia ainda a idéia aprovada de implantação da Ouvidoria para que o prefeito e seus secretários avaliassem o desempenho da administração, que seria formada por dez membros, inclusive um representante do Ministério Público.

A propaganda institucional, aquela dos VTs e Spots veiculados na TV e rádio, seria distribuída equânime em todos os veículos – inclusive nas “ Bocas de Flande” ( caixas de alto-falantes) existentes em alguns bairros e na zona rural.
Na visão da secretaria de Comunicação, a mensagem mais eficiente e carregada de credibilidade seria levada pelo próprio prefeito nos contatos com as associações, escutando esculhambação, mas com a oportunidade de se defender, sem mentiras – e com amplo espaço para falar de suas realizações e seus projetos. Recordo do que disse doutor Geraldo Veloso, a respeito dessa proposta: - “Pode me colocar na boca do leão, se eu não tiver disposição para falar cara a cara com quem me elegeu melhor renunciar”. A morte tiraria seu mandato antes de executarmos o programa de comunicação.

Você, que comigo esteve ali, lembra de quanto valorizávamos a participação da comunidade nas ações de comunicação. Hoje, quando cada vez mais se fala em democratização da comunicação de governo, já via naquele tempo, nessas simples ações, alternativas sadias para se fazer frente a "mídia de poucos", que viola diariamente os direitos humanos, constrói valores que servem a interesses privados em detrimento do público e influencia diretamente a formação da opinião pública.

Você deve lembrar que chegamos a debater a necessidade de articular com os setores progressistas a organização da formulação de um projeto de comunicação, porque o setor reacionário da sociedade tem o seu projeto de comunicação que é o que está em vigor e funciona que é uma beleza. Só que o povo não participa e gera, em seu atual modelo, fortes desvios de recursos que poderiam ser aplicados no aperfeiçoamento de uma comunicação mais aberta e participativa.
Além dessas ações, imaginávamos envolver a juventude e os mais idosos, com palestras a serem ministradas semanalmente por secretários, e a implantação de TV de Bairros. O Agenor Garcia, até hoje na assessoria aturando a insensibilidade do Tião Miranda, coitado, nada pode fazer depois. Uma pena.
Às vésperas do governo estadual escolher as agências que irão trabalhar sua comunicação, o momento para se abordar o assunto é oportuno. Nesse clima de mudanças tão sadio e necessário, tomara que Ana Julia divida realmente em regiões sua estratégia de divulgação. A centralização em Belém das ações de marketing e comunicação não funciona com a eficiência que se busca devido a diversidade de culturas e suas manifestações cada vez mais distanciadas do centro do poder.

Quebrar esse monopólio é abrir caminho para uma verdadeira construção de uma comunicação democrática, plural em conteúdo e diversa em meios. E servirá também para que se possa, com habilidade e conhecimento de seus costumes e aspirações, arrefecer os ânimos separatistas que se avolumam pela ausência do Estado em seus extremos, mas também pela inexistência de uma comunicação eficiente.
Não adianta mais se apegar ao modelo falido de tentar “ manter as aparências” , ou criar um “Pará virtual” , como fez a gestão tucana com o insucesso mostrado nas urnas, investindo pesado na mídia do horário nobre, com objetivo único de massificar a propaganda.
É fundamental questionar como a informação é produzida hoje, e algumas agências teimam em seguir a lógica de tratar a comunicação como mercadoria.
Quando imaginamos a comunicação de um governo pensamos também em transformação social, para além do direito individual. Se realmente, Ana Julia decidir criar pólos de comunicação em seu governo, ela pula de dez reivindicando a pluralidade de pensamento. Bom para todos. Uma mudança histórica.

É isso.
Abs, seu amigo.

Val-André Mutran  disse...

Tudo relatado com maestria Hiroshi.
Lembro ainda que apresentamos um rascunho de Comunicação interna via internet centralizando na Assessoria de Comunicação cada passo de cada secretário.
Nesse plano havia ainda a sugestão para a criação da Imprensa Oficial do Município, outro avanço que colocaria Marabá na vanguarda da tranparência administrativa.
Ou seja, o conjunto de ações tornaria a partir daquela gestão, um marco, quabrando o paradgma de tudo esconder e só mostrar o que o prefeito quer.
Transparência, interatividade, conceituação de novas relações com os munícipes, quebra de paradigmas...Puta projeto que foi angavetado.
Mas, Hiroshi, note que quem perdeu não fomos nós, não é mesmo cumpadre!?
Abs e bom carnaval.

Hiroshi Bogéa disse...

Ih, cara! Lembrei de outra:
O coreto da praça Duque de Caxias para onde havia projetado uma Tenda Popular com 15 computadores está no mesmo lugar, frequentado por marginais noturnos e sem nenhuma utilidade.
Na Era do Asfalto, esses valores sao " de menas", "de menas" para a atual gestao.
Deus te proteja, rapaz.
Abs