Da Folha on line.
Depois de 32 anos de vida pública, o presidente nacional do PPS, deputado Roberto Freire (PE), anunciou que não irá mais disputar cargos públicos. Desanimado com as denúncias que abalam os poderes Legislativo e Executivo, Freire decidiu participar das eleições deste ano apenas como coadjuvante. Vai tentar ajudar Geraldo Alckmin (PSDB) na disputa presidencial.
Em 28 anos como parlamentar federal --foram seis mandatos consecutivos-- Freire disse que não tem mais motivações para disputar uma eleição. "Essa última legislatura foi muito constrangedora. Eu não estou mais com disposição de disputar uma campanha. Vou atuar [na campanha de Alckmin] para não permitir que se tenha no país o mensalão dois", desabafou.
O deputado tentou ser candidato a presidente, mas o PPS resistiu por causa da verticalização.Segundo Freire, a seqüência de uma série é sempre pior do que o original. "O Brasil não pode ver a repetição do filme o Exterminador do Futuro no ano que vem", disse.
O deputado também aponta uma "deficiência grave na formação do Congresso" como motivação para o seu desânimo. "Muitos se elegeram para fazer negócios pessoais, escusos. Isso ficou comprovado em vários aspectos", considerou.
"Meu desânimo não é com a política. É um certo constrangimento com alguns representantes. E não estamos tendo capacidade para reagir", complementou.
Mas as principais críticas são para o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
"Não é só responsabilizar o Congresso. Houve uma infeliz coincidência nesta legislatura. O Congresso, que tem várias deficiências de formação, encontrou um governo com graves deficiências do ponto de vista ético. Não existe corrupção de uma só parte", ponderou.
5 comentários:
Caro Amigo Jucão,
Fico triste com a decisão do deputado Roberto Freire por dois motivos:
1º- penso que o mesmo seja um dos poucos deputados respeitáveis ainda existentes;
2º - pelo mesmo ter declarado apoio incondicional ao ex-governador Alckimin, ou será que ele acha que no governo tucano não existiu mensalão, compra de votos etc....
Deveria o nobre parlamentar optar por uma alternativa diferente, sei lá....
Eu achei a minha e você?
Um forte abraço.
Bruno
Até parece que é um santo que se vai... vai nada, daqui a pouco vem com uma estória mixuruca de que o partido precisa de sua ajuda pra alcançar cota proporcional. Duvi-do-o-dó que largue o osso. Pode esperar.
direito & esquerdo,
Vc fica triste?! Com quê? Roberto Freire?! Peraí! Não serei nenhum puritano. Mas, chega de dissimulação barata...
Roberto Freire veio de uma tradição, comunista é claro, que preparava quadros.
Compare o discurso do Jordy e do Roberto, são ótimos na argumentação, justificam com uma seriedade (de espantar Paulo Maluf) porque apoiariam Sarney, Almir, Edmilson, Hélio Gueiros, Barbalhos & Cia... Resumindo, é o chamado socialismo de resultado, que quer dizer - NADA!
Não me iludo com Roberto Freire, como pode abraçar a causa de Alckmir sem pestanejar? Com um cinismo hitleriano?
Quais utopias? Sonhos? Qual Roberto, meu caro direito & esquerdo, vc faz referência? o de 1989 ou o aliado de FHC?
Não agüento tanto espanto de pessoas que julgo maduras o suficiente para discernir que o discurso Robertista já cansou...
Só falta vc dizer que considera também aquele cineasta tupiniquim(Arnaldo Jabor)uma figura respeitável...
O mal que os construtores do socialismo petista(Paulo Rocha, Zé Dirceu e outros) causaram à sociedade brasileira, se reflete nesse desavergonhado embotamento da criticidade de muitos intelectuais... Pensar? Pra quê? Se vai sair uma verbinha aqui e ali...
Desculpe-me, se fui ofensivo... Mas a realidade política tá difícil de levar sem desesperar.
Um abraço,
Ito Viegas
Na minha opinião essa crise de identidade será superada quando o PPS se assumir publicamente como partido auxiliar de centro-direita que é na prática, porque de esquerda não é.
Admirável a cara de pau do senhor Roberto Freire. Mostra-se indignado contra a prática do mensalão do PT e abre os braços para Geraldo Alckmin; por que? Por que? Porque os tucanos sabem distribuir mensalão sem cutucar onças como Roberto Jeferson e fazem caras de vestais, como o Opus Dei Geraldo.
A postura de políticos como Roberto Freire é talvez mais prejudicial ao País que as corrupções dos sucessivos governos que assumem o planalto.
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