Não há nexo de causalidade alguma, também, na correspondência que alguns articulistas quiseram elaborar, entre a crise pela qual passa o parlamento e a invasão.
Ao contrário da opinião deste blog - viva as diferenças! - o artigo semanal de Parsifal Pontes analisa a invasão do congresso pelo MSLT.
Já um especialista da UNESP, em entrevista O Globo, alerta para a possibilidade de novas invasões e faz sim, um paralelo, entre a frustração dos excluídos e a representação desequilibrada no congresso nacional,e a invasão da casa.
Afirmando que "dez deputados defendem os sem terra e a metade do congresso defende o agronegócio", o professor Bernardo Fernandes e Parsifal - e o blog - concordam num ponto:
o ataque é injustificável.
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Parsifal, e a pesquisa, sabes de alguma coisa? Queres dividi-la conosco?
10 comentários:
Todas esses exercícios açodadps de futurologia política ficam meia sola diante da manifestação de João Pedro Stédile, o condottieri do MST. Afirma ele que o movimento apoia a reeleição de LULA, mas tudo está condicionado ao compromisso de uma política agrária efetiva no segundo governo. E PT saudações!
Atente-se para a manifestação de João Pedro Stédile, o condottieri do MST. Afirma ele que o movimento apoia a reeleição de LULA, mas tudo está condicionado ao compromisso de uma política agrária efetiva no segundo governo.
Há, portanto, uma possibilidade de equilíbrio, se e somente se, gente que vive direta ou colateralmente do agronegócio reconheça o inflamável da mistura que circula no campo, e façam um pacto que não seja aquele que remete a cerveja caracu. Óbvio que nesse caso a turma do agrobusiness entra com a cara de pau de sempre e os andarilhos do MST com o que lhes resta, enquanto a pátria em chuteiras se ajoelha agradecida nos gramados germânicos entontecida de hexa.
Quanto aos artigos citados, aquele assinado pelo professor da UNIFESP é superior a qualquer comparação com outros de lavra menor, ou quem sabe inspirados pelo sonho de uma vaga na APL.
Tens razão,Anonimo.Mas não trate mal o Parsifal, pô.
Diferenças á parte, ele já deu várias demonstrações de respeito, cordialidade e disposição de dialogar, com o blog e seus leitores, como voce, coisa rara na política.
Pergunto: qual o candidato, ex prefeito ou deputado que voce já viu aqui no Quinta?
Nenhum, não é?
Então vamos trata-lo bem,por gentileza.
Conto com a sua compreensão.
Olá Juvencio,
Obrigado pela referência ao meu artigo.
Permita-me fazer breves considerações sobre a entrevista do Professor Fernandes, sem dúvida alguma um dos maiores teóricos da questão agrária nacional.
Entendo que, quando o Professor Fernandes alerta para o fato de que a representação político-formal dos camponêses é de apenas 10 parlamentares, quis ele demonstrar o desnível elementar que a questão campesina tem no Congresso Nacional, e não estabelecer nexo de causalidade entre este fato e a invasão cometida pelo MLST.
Até mesmo, se tomassemos isto como o elo que alguns quiseram estabelecer, ainda não teriamos a correspondência que eles tentaram demonstrar: aí a invasão ter-se-ia dado porque a representação parlamentar que defende a questão agrária é mínima e não porque o Congresso Nacional passa por uma crise. Todavia, este também não foi o motivo.
Nota-se que a entrevista do Professor Fernandes, concorda com o meu artigo, no momento em que afirma o viés revolucionário do MLST, cuja finalidade é a mudança do sistema. Tal afirmação remete então a ratificação de que a invasão foi uma atitude pontual, desprovida de qualquer remetimento fático às mazelas do Congresso Nacional.
Tudo o que o MLST quis foi jogar uma bomba, já reinvicando a autoria no próprio flagrante.
Do ponto de vista estratégico, o movimento conseguiu o seu intento: quem não sabia da sua existência, agora sabe.
É claro, não obstante, que o plano de fundo é a questão agrária, o que eu não subtrai do meu artigo: abordei-a, ao afirmar que a causa é legítima e os governos têm sido incompetentes em abordá-la.
O final da entrevista do Professor Fernandes é um lúcido chamado à sensatez. Depois de observar a corrupção da esquerda e da direita, e a fraqueza daquela, dianta da violência desta, como um óbice para promover mundanças sistemáticas, o Profesor Fernandes chama o MLST, e os movimentos afins, a disputarem competência política formal.
Impossível isto não é: o PT, que começou como um movimento sindical, chegou ao poder. O que fez com ele depois é outra história.
Ao final, dois "quantos":
01. Quanto à pesquisa, saber eu sei, todavia, infelizmente, não posso tornar público o que ainda não foi feito por quem deve fazê-lo. Realmente, até o momento, não sei o que levou o Diário do Pará a não publicá-la.
02. Quanto ao nosso amigo anônimo, ele tem razão: a minha lavra é bem menor que a do Professor Fernandes. Quisera eu ter o conhecimento que ele tem da questão agrária. Um abraço a você, anônimo, se um dia eu for para a APL, coisa que eu acho difícil, eu lembrarei de lhe convidar aqui pelo blog.
Cordialmete
Parsifal Pontes
Agradeço eu,Parsifal,mais uma demonstração de apreço ao blog e seus leitores.
Compreeendo seus motivos em não esclarecer a não publicação da pesquisa,quem sabe anunciada com uma certa pressa.
Vou aguardar sua divulgação, ou o porque de não faze-lo.
Mas algo de grave parece ter acontecido.
E as questões agrárias, seculares, não serão resolvidas sem pressões.
Lamentávelmente.
O assunto nunca atraiu minha atenção quando era economista. Minha formação é na área industrial.
Entretanto, as notórias consequencias políticas e midiáticas - que voce anotou em seu artigo - do ato chamaram atenção, de resto, de toda a sociedade.
Um "quanto", por fim:
Se "não der certo" a APL, voce está convidado a dividir um blog,mais adiante, com este poster e mais alguns personagens da terra.
Onde estarão presentes todas as cores, correntes e cenários.
O espectro todo.
Acho que vai ser um sucesso.
Abraço.
Nada contra o seu amigo, Juvêncio. Atenho-me ao texto e à crítica que a mim pareceu adequada. A APL foi um chiste, parece que bem aproveitado. Se sou duro com relação ao agrobusiness é porque, francamente, não tenho mais paciência nem para eles, nem para quem os defende, tanto quanto para o MSLT.
Infelizmente, em pleno século XXI, o problema agrário é gravíssimo, mais ainda no Pará, pelas razões que as cores, correntes e cenários reunidos nesse blogue estão cansados de saber. Contudo, será necessário fazê-la em razão desse nosso atraso na agenda social. E mais difícil será sustenta-la se não houver um novo pacto social nesse país, que não seja aquele da cerveja mencionada.
Nesse sentido, estou como Diógenes, de lanterna em punho ao meio dia em busca de homens que ponham fim a esse assunto. Você os conhece?
Olha, Anonimo, inda outro dia defendi um post, criticado por um anonimo, dizendo que era uma "boutade" para a construção da nota...e não percebi o mesmo em seu comentário.Queira me desculpar.
Também não tenho paciencia com esse embate, também concordo que ela virá, e se as cores ,cenários e correntes forem essas, virá do jeito que está vindo.
Não acredito mais em pactos, e não conheço esses homens que Diógenes procurava.Será que ele os achou?
Valeu o comentário,e deixe seu canal para irmos comemorar a posse do Parsifal, a quem nunca fui apresentado,na APL.
De lá podemos, quem sabe, tomar outra cerveja, não aquela...eheh.
Olá Juvencio,
Será um prazer colaborar com o blog que você planeja construir, juntamente com outros. Acredito que a sua idéia deverá ser bem-vinda: o Pará carece disto.
Obrigado.
Parsifal
Olá anônimo,
Eu sou paciente com tudo. Acho que não vale à pena perder a tramontana. A questão agrária é um processo. Qualquer de nós que sair com a lanterna atrás de um homem que lhe ponha termo, terá, como Diógenes, um destino frustante: apenas irá aumentar a sua coleção de inimigos (foi só o que ele encontrou com a dita lanterna, Juvencio).
Concordo com você: o agrobusiness apenas aproveita aos agrobusinessmen, que, no momento, pautam o pacto e a agenda, e, de quebra, ainda pagam a cerveja. Mas, acredito que um dia, talvez bem depois de eu já ter pagado o óbulo à Caronte, o Brasil encontrará uma equação para estas variáveis e aí, todos, terão cumprido o seu papel, inclusive este blog.
Cordialmente,
Parsifal Pontes
O prego enferrujado, li sim. Apesar do forma jocosa (dele e da resposta ao anônimo), você fez um comentário bem sinuoso sobre o irmão da Prefeita de Santarém. Claro que a graça existe, mas certamente não é para o homenageado, que as têm decerto como sacanagem e nunca "boutades". Logo, o humor é sempre dialético independente da inspiração que o mova.
Mas, afora esse parêntesis, não é da minha conta discutir as razões de sua desinteligência com o Sr. Everaldo Martins. E nesse aspecto observo que ele tem ignorado com elegância as boutades semanais em que comparece nesse blogue como personagem pouco edificante .
Ele é um personagem pouco edificante, é não é elegante.
O humor, como tudo, é dialético sim, Anonimo.
Obrigado pelo comentário.
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