24.9.07

A Sessão da Corrupção no TCM (3)

Depois do conselheiro Alcântara seguiram-se falas de deputados.
Vamos a elas.

Luis Cunha (PDT)

Afirmou que o TCM já passou batido em vários casos de corrupção em prefeituras do estado. Citou o caso do ex prefeito Milton Lobão( Augusto Correa) que comprava insumos para a cidade até em Marabá, e pela demora da Corte em julga-lo, passou 8 anos lavando a burra.
Sugeriu que o TCM alocasse um funcionário em cada município do estado, com permanência de um ano em cada lugar, fiscalizando as contas em tempo real.

João Salame (PPS)

Como já havia falado na abertura da sessão, Salame apenas perguntou o óbvio: quais as prefeituras do sul do Pará estão envolvidas nas denúncias de corrupção.
Alcântara respondeu que o conselheiro Zeca Araújo não as declinou.
Tá vendo como Zeca tem que falar?

Regina Barata (PT)

Encaminhou ao conselheiro Alcântara várias denúncias de corrupção e nepotismo contra o conselheiro Lula Chaves. Reafirmou sua certeza na ilegalidade da nomeação de Daniel Lavareda, e cobrou, do MPE, o ajuizamento de recurso contra a decisão do TJ paroara, que não acompanhou o voto da relatora da ação, a desembargadora Eliana Abufaiad (ver post abaixo)
O promotor Jorge Mendonça respondeu que não seria a sua promotoria quem caberia fazer o recurso, mas alfinetou: "O MPE tem que cumprir com a sua obrigação. Não vejo porque não fazê-lo" ( o recurso contra a decisão do TJ).
A deputada estranhou a ausência da OAB na sessão.
Parabenizou a coragem do conselheiro Alcântara, e mais uma vez demonstrou a sua.

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Nessa altura, por volta do meio dia, o deputado Martinho Carmona (PMDB) lembrou ao presidente Domingos Juvenil (PMDB) do almoço com a governadora, marcado para as 12:30. A sessão terminou por volta das 13:30.
Uma cena lamentável, que terá sérias repercussões mais adiante.
Naquele momento, no auge da sessão, o placar eletrônico do plenário apontava 28 deputados presentes, número inferior aos 30 convidados da governadora para o almoço.
Em seguida, Juvenil passou a chamar os deputados inscritos para fazer perguntas.
Vários declinaram de sua inscrição, com fome, certamente.

2 comentários:

Anônimo disse...

Vendo o nome do deputado Luis Cunha, lembrei de duas passagens de campanhas distintas que aconteceram com o pobre deputado e o ex governador Almir Gabriel.
Na campanha de 2002, quando o deputado estava no PDT, levou uma descompostura daquelas do então governador na porta da prefeitura de Bragança ao tentar entrar para um jantar em homenagem ao governador. Almir foi mais do que duro ao ver o deputado, e disse que Luis Cunha deveria se decidir em apoiar Jatene e não ficar em cima do muro, depois de tudo que ganhou do governo. E finalizou dizendo que seria melhor o deputado não participar do jantar.
A outra já foi na campanha de 2006, em Augusto Correa. Depois do comício, Almir deu outra descompostura em Luis Cunha, cobrando mais empenho na campanha, já que sua mulher estava dirigindo o Detran. E disse mais, bem alto por sinal, que vencendo as eleições, a mulher de Luis Cunha seria a primeira a dar no pé.
Pelo jeito, quem deu no pé não foi a patroa de Luis Cunha...

Anônimo disse...

Sou consultora da Assembléia Legislativa e conheço o deputado Luis Cunha há 17 anos, desde o seu primeiro mandato como deputado estadual, sempre no PDT, do qual é líder na Alepa e vice-presidente regional. Cedida ao Poder Executivo, trabalhei nos dois governos de Almir Gabriel e no de Simão Jatene, em várias Secretarias de Estado. Logo em janeiro de 1995, o então secretário de Transportes, Amaro Klautau, convidou-me para a Setran. Entretanto, meu nome sofreu restrições por ter, como servidora da Casa, assessorado o então deputado José Priante, quando líder do PMDB e do Governo, além de presidente da Comissão de Finanças da Alepa, no governo de Jader Barbalho. É claro que poupei o secretário do constrangimento e permaneci na Assembléia. Em abril do mesmo ano, o deputado Luis Cunha se licenciou para assumir a Fterpa – Fundação dos Terminais Rodoviários do Pará e, mesmo ante minha recusa, explicando o veto sofrido, fez questão de me levar como assessora da presidência. Todos sabem que, em sua gestão, Luis Cunha transformou a Fterpa – que era um antro de prostituição, aliciamento de adolescentes, tráfico de drogas, assaltos, um lugar literalmente imundo – em modelo de um novo conceito de administração pública. Mandou limpar e reformar as instalações físicas, chamou o Ministério Público, Juizado da Infância e da Juventude, Funcap, Funpapa e PM, celebrou um amplo convênio, deslanchou o projeto Guia dos Viajantes, e resgatou os meninos e meninas infratores que perambulavam no local como cidadãos. Eles ganharam alimentação, uniforme, capacitação, acompanhamento psicológico. Passaram a ter uma bolsa de estudos no valor de um salário mínimo. Retornaram para suas famílias e para os bancos escolares. E aprenderam um ofício, prestando informações, carregando pacotes para pessoas idosas ou ajudando na locomoção de deficientes físicos. Os traficantes foram expulsos e, com policiamento ostensivo reforçado, as ocorrências de furtos e assaltos foram praticamente eliminadas. Os passageiros passaram a ter um tratamento digno, num espaço condizente. Quando Luis Cunha deixou a presidência da Fterpa, o órgão estava saneado.
No início do governo Simão Jatene, Luis Cunha assumiu a Secretaria de Administração, onde também teve bom desempenho. Saiu de lá porque já tinha empenhado sua palavra com Martinho Carmona e o governador apoiava Mário Couto para presidente da Assembléia. Por uma questão ética e de dignidade, preferiu entregar o cargo, diante da incompatibilidade. No ano passado, sua mulher, Rosymary, presidente do PDT Mulher, assumiu o Detran. Durante a votação das contas de Jatene, no final do semestre passado, fez questão de manifestar sua aprovação e enfatizar que participara daquele governo. Luis Cunha está em seu quinto mandato e jamais se envolveu em atos ilícitos nem tem do que se envergonhar. Sou testemunha da sua retidão de caráter. Perdoe-me, Juca, pelo longo texto, mas senti necessidade de escrevê-lo em função do comentário do anônimo das 7:38. Parabéns pela sua cobertura. Sou sua fã.