6.8.06

As Crianças e as Guerras

De um comentarista anonimo do blog, a propósito do post Jóia Judia.

As maiores vítimas das guerras são as crianças. Sempre. Contudo, a recrudescência do conflito no Oriente Médio exige alguma perspicácia para além de bandeiras queimadas de Israel e EEUUAA.
Uma das questões é saber que o Hirszbollah não é nenhum grupo guerrilheiro/terrorista amador, é o terceiro maior exército da região, que usa o meio urbano como forma de camuflagem (daí porque ataque a eles resulta necessariamente em grande mortandade entre civis)e tem entre seus objetivos estratégicos tomar o poder político no Líbano (já possui legitimidade social onde tem influência), pois assim retoma a pauta da guerra entre estados e conflagra de vez a região (é sintomático o silêncio dos estados árabes sobre o assunto).
Há muito dinheiro financiando essa atual etapa do conflito (não é barato lançar quinhentos mísseis por semana sobre o inimigo), maior parte dele parece que chegando via Irã, mas não exclusivamente.
Em síntese: Israel está numa arapuca bem armada e a reação que tiver necessariamente será vista negativamente, pois resultará em imagens como essas. Tenhamos certeza, contudo, que nesse momento há outros conflitos tão sangrentos quanto este, e que não têm merecido a atenção do mundo, exatamente porque não possuem importância geoestratégica para o bloco ocidental

Enquanto isso os foguetes Katiuscha, disparados pelo Hizrsbollah, estão caindo a apenas 40 km de Tel Aviv.

6 comentários:

Anônimo disse...

Muito incrível a cortina de fumaça jogada pelos sionistas na questão no Oriente Médio. A resistência árabe é a responsável pela violência constante e sem trégua de Israel, o seqüestro de 2 soldados justificam a mortandade de centenas de civis, com a desculpa de se tratar de um grupo terrorista urbano - logo os civis têm mesmo que morrer. Mais curioso é que as vítimas são sempre crianças, numa ação planejada para evitar o crescimento populacional dos palestinos - Hitler foi um bom professor. A ocupação criminosa do território palestino, a construção de um muro - campo de concentração - que permite a Israel o controle efetivo sobre quem vem e quem vai, isso tudo permanece debaixo do tapete. E os interesses de Israel, EUA e Inglaterra na venda de armas também.

Anônimo disse...

Os dois lados são loucos e inconsequentes. É triste ver o berço da humanidade nesse turbilhão de sandices e guerra entre irmãos.
Resta rezar para que isso tudo termine.

Anônimo disse...

Com relação ao comentario " As crianças e as guerras" é preciso fazer alguns adendos.Hesbollah é um movimento Xiita com participação de mais de 500 milhões de pessoas em varios paises do Oriente Médio e pelo mndo.Não se vai acabar com o Hesbollah.Israel nao entrou numa fria mas jogou a população do Libano em uma desgraça sem precedentes.As crianças são usadas apenas como apelo emocional para se desvirtuar a atenção de todos para a desgraça maior que está ocorrendo, que é a destruição da vida jovem o que resultará em diminição das populações como ocorreu tantas vezes na historia, quando varões foram eliminados para contrôle de populações.Os Judeus de Israel pedem misericordia pelo Holocausto na Segunda Guerra mas estão promovendo algo pior sem dó e nem piedade motivados apenas pelo odio.Ao lado disto a desunião Arabe e as ambições pessoais desmedidas estão sendo ferramentas importantes na matança de gente que não tem nada diretamente com isto.Todas as guerras são insanas.Esta é a mais insana de todas porque usa tanques e jatos de ultima geração contra populações desarmadas incluindo crianças.Que se matem Judeus e Hesbollah mas que gente inocente dos dois lados sejam poupados do odio e da estupidez.Em Tempo:Nâo sou Árabe e nem anti-Semita.Sou Brasileiro e ser humano.Não ha justificativa para o que está ocorrendo no Oriente Médio nêste momento com outros conflitos pelo mundo porque todas as guerras são insanas e matam sempre mais civis que militares.Esta arapuca é criação dos EEUU e Israel para forçar o Irã e em seguida a invasão ao pais dos Aiatolás justificada e politicamente correta.Esta é a verdade.

Anônimo disse...

Para qualquer conflito bélico vale a máxima de que nas guerras não existem vencedores, só derrotados.
Qualquer aproximação entre o que acontece no conflito árabe-israelense com o banditismo hitlerista na Alemanha não é mera coincidência, é a tomada de uma das mais equivocadas e perigosa posição em relação aos fatos.
Hitler incluiu no programa de governo do nacional-socialismo o extermínio físico e cultural de alguns povos, dentre eles o judeu, o cigano, as Testemunhas de Jeová, e o fez com a elaboração de um aparato jurídico e estatal que conduziu manu militari até o limite de suas forças.
Ao que conste inexiste qualquer publicação ou diretriz do Estado de Israel recomendando a expropriação de famílias árabes; que estimule a queima de mesquitas e de seus símbolos religiosos; que promova a expulsão de professores árabes das universidades (a Universidade de Telaviv é uma das mais laicas de Israel, e uma visita a ela identifica claramente a inexistência de um apartheid econômico e racial comumente visto em algumas brasileiras)e a consequente substituição por apaniguados do regime vitorioso; que determine o uso de crescentes de variados matizes sobre as roupas árabes; que promova a realização de experiências biológicas eticamente condenáveis, ou, institua a exploração de mão de obra escrava árabe com destino certo a algum forno crematório após não serem mais úteis a linha de produção, como forma de aquecer a economia e mover a máquina de guerra.
Ora, sem muita viagem, o que temos é uma guerra duradoura das mais sangrentas, tendo como objetivo o domínio de um espaço vital, tanto pelos árabes quanto pelos israelenses e seus aliados, tendo como modulador importante a importância geopolítica da região e a intolerância religiosa. Não cabe assim inocência de um lado e culpa do outro.
Nesse sentido, lembremos que é o Hizrsbollah quem altissonante recomenda a destruição do Estado de Israel, e, consequentemente, do povo que ali habita e pratica uma vida cultural e religiosa que o distingue. Ainda, nessa linha de raciocínio,lembremos que Arafat, lá na II Guerra Mundial, trabalhou no Egito (andava fugido dos ingleses)uma aliança estratégica com os nazistas alemães, para obter ao final do conflito um estado palestino, originário da divisão do espólio colonial da Inglaterra que seria derrotada.
Òbvio, escolheu o lado errado e submergiu nas sombras da Guerra Fria, escrevendo uma longa história pessoal e de seu grupo político na história do século XX, onde não economizou o sangue de civis em sua guerra pelo Estado Palestino e a Destruição do Estado de Israel.
Mas, no quesido violência política, cabe referir que a História também registra, nesse tempo, que Béguin foi guerrilheiro e fazia atentados contras os ingleses (mandou pelos ares um hotel inteiro), com o intuito de enfraquece-los e criar o estado judeu com base na doutrina sionista de Herzl (que, aliás, palestrou em Belém numa conferência no Teatro da Paz, sob vigilância policial, quando de sua cruzada mundial pela criação do Estado de Israel bem antes da Segunda Guerra).
Portanto, o pouco aqui escrito dá a dimensão da complexidade desse conflito, que, em última análise não pode ser explicado pela anedótica divisão do bem x mal, nem pela cegueira das esquerdas com respeito ao fascismo islâmico como alguém irá conferenciar em Parati. Mas, esse é outro assunto, e não menos explosivo.
Por fim um último e necessário reparo:
É incorreto dar a dimensão do Islã, que é a dimensão política da religião islâmica (islamismo), ao Hizrsbollah ou ao Talibã, por exemplo, que são grupos políticos relacionados especificamente a uma região, ainda que recebam financiamento árabe estatal ou privado, explícito ou não.

Anônimo disse...

Mazel Tov, anônimo das 10:59!

Unknown disse...

Aos leitores do Quinta:

Mazel Tov é uma expressão judaica que quer dizer Boa Sorte, muito usada em cerimonias como casamentos.
Estudei anos com um colega judeu, meu querido amigo (até hoje)Jaime Soares, único filho varão entre seis ou sete irmãs, todas lindas, com todo o respeito, é claro.
Ouvia-os dizerem Boa Sorte, uns aos outros,todas as vezes que um
deles saía de casa.
Acabei "pegando" esse costume, abandonadojá há alguns anos.
Mas é forçoso reconhecer que, ao encontrar a expressão no blog há pouco,e recorrer a outra querida amiga judia,Marianne Kogut,senti uma gostosa nostalgia em lembrar daquela época.
De todo modo, saúdo a discussão no Quinta, com a costumeira dose de sensatez e equilíbrio que marca os comentaristas, ao menos os das questões internacionais, raramente tocadas aqui no blog.
Assim, Mazel Tov a todos os que praticam, com generosidade e temperança, o exercício do contraditório.