Do noblog, o blog do nominimo, por Sérgio Rodrigues
Os blogs, uma revolução? Conta outra…
O problema da mídia hoje não é justamente que mal temos tempo para ler um jornal, que dirá atravessar os pensamentos de um milhão de bloggers?
A promessa democrática dos blogs (…) só produziu mais fragmentação e segregação numa época em que enxergar a totalidade das coisas – o que sempre esteve no horizonte da velha imprensa – é provavelmente muito mais importante.
Os blogs – com perdão da filosofia de cartum – trouxeram o Iluminismo europeu para os Estados Unidos. Cada blogueiro era seu próprio editor, espontaneamente exercitando seu direito de crítica. O que é ótimo. Só que ao longo do caminho a opinião se tornou a nova pornografia da internet.
A longa reportagem de Trevor Butterworth publicada pelo “Financial Times” (acesso livre, em inglês) é recomendada para quem desconfia de pensamentos únicos, principalmente quando eles vêm embalados em oba-oba e vamulá. O ponto de partida é: certo, os blogs são legais à beça, mas serão mesmo toda essa revolução que andam apregoando?
Butterworth acha que não, longe disso. Conservador? Talvez: não se deve perder de vista que o “Financial Times” é – ou seria – um dos “dinossauros da velha mídia”. Mas o repórter constrói seu argumento ouvindo gente que trabalha ou trabalhou na vanguarda da expansão da chamada blogosfera, alguns deles, curiosamente, de um ceticismo impressionante. No mínimo, uma leitura que areja a cabeça.
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