7.12.07

Dedo da PM

Mais um livro sobre o massacre de Eldorado dos Carajás vai entrar em produção.
Vai levantar a tese da urdidura, nos quartéis da Polícia Militar, da operação que culminou no assassinato de dezenove sem-terra na curva do S.
Vai provar também a existencia de pistoleiros, armados e vestidos de PM pela PM, dentre a soldadesca assassina.
Aliás, a prática era comum até bem pouco tempo. Alguns executores de mandados de reintegração de posse davam-se ao luxo de serem filmados na operações onde a pistolagem misturava-se com a soldadesca, como em Tailândia, em 2004.
O livro trará detalhes sobre os apelos dos políticos marabaenses ao ex governador Almir Gabriel pedindo o afastamento do sombrio coronel Pantoja do comando do policiamento de Marabá, dada as notórias relações do militar com a pistolagem e o crime de encomenda na área, dentre eles o serial killer Vavá Mutran, até hoje impune.
E trará novas informações sobre o assassinato, uma semana antes do massacre, de um tenente da corporação que desfrutava de respeito dentre os sem-terra, supostamente com o objetivo de aquecer os ânimos em litígio.

21 comentários:

Anônimo disse...

Ao que parece, o Haroldo Bezerra foi um dos políticos marabaenses que alertou o então governador Almir Gabriel para o clima potencialmente explosivo na região.

Diz-se que Haroldo sugeriu a substituição de todo o efetivo da PM sediado na área.

Unknown disse...

Parece, e foi.
Diz-se também que o ex governador sempre negou pedidos de substituição de delegados de policia e comandos da PM.Nesse caso pelo menos, deveria ter acedido aos apelos. Havia antecedentes do assassino Pantoja.

Hiroshi Bogéa disse...

Tudo aí procede, mano velho.
Apenas a expectativa quanto a biografia de quem está com a obra no prelo. Tomara não cometa desvios e nem o descuido da necessária pesquisa junto a fontes seguras.
O tema suscitou tantas versões, a maioria encomendada, que dá calafrios imaginar a procedência de mais uma.
O Haroldo Bezerra é um democrata. Sempre lutrou pelos direitos humanos. Nessa época, eu fui testemunha dos esforços dele para o governo proceder as substituiçõe nos comandados dos órgãos de segurança pública. Almir Gabriel não o ouviu.
E olha que o ex-governador tinha HB entre suas pessoas de extrema confiança.

Unknown disse...

Olá, Hiro.
Seu depoimento tem peso, testemunha que vc foi e é dos acontecimentos e bastidores da região.
A biografia tem boa procedência e uma trajetória de respeito, mas a obra ainda não foi ao prelo.
Abs

Anônimo disse...

Já está mais do que na hora do ex-governador Almir Gabriel receber os méritos pela chacina, que ele patrocinou e depois correu aos braços do STF pedindo habeas-corpus. Ele escapou da responsabilidade pelo crime hediondo mas a História não vai esquecê-lo.

Anônimo disse...

Essa história do Eldorado do Carajás, não tem mais graça. Tudo que tinha que se saber já se sabe, esgotaram-se todas as versões e argumentos. Além do mais, é só ver as imagens do dia em que ocorreu o que chamam de "massacre" para se confirmar a tese de que os sem-terra partiram, inconsequentemente, pra cima dos policiais não deixando nenhuma outra opção para eles a não ser a de atirar, ou seja, se defender. Qualquer um, no lugar deles, faria o mesmo.
É claro que tudo isso poderia ter sido evitado, a polícia poderia não ter ido até lá para cumprir o mandato de segurança e os sem-terra poderiam não ter invadido as terras de ninguém. Pra cada ação, existe uma reação, isso é velho.
O problema é que agora querem trazer esse assunto a tona pra desviar da governadora petista, que explora esse assunto até hoje visando colher frutos, a atenção do episódio da menor de Abaetetuba - o Eldorado da governadora petista.

Unknown disse...

Quanta sofreguidão, das 12:05.
Tentar publicar quatro vezes o mesmo comentário?!
Acalme-se e aguarde o livro.

Anônimo disse...

É claro que a edição do livro foi antecipada por conta do triste episódio de Abaetetuba.
Quanto as solicitações de substituição do coronel Pantoja de Marabá realmente aconteceram. Mas havia um outro motivo muito forte: o coronel Pantoja era ligadíssimo ao Jader Barbalho e seu grupo maior da região. Daí que ....

Unknown disse...

Vc está enganado. A edição do livro ainda nem começou, nem tem data para o lançamento. Creio que só virá ao mercado em 2009.

Anônimo disse...

Boa tarde, Juca querido:

para o anônimo das 12:00, declaro a minha concordãncia no que se refere à isenção e justeza da História.

Eldorado de Carajás comporá a biografia do Dr. Almir Gabriel, assim como a sua honrada e competente trajetória como profissional, como integrante de um grupo de médicos que fizeram a medicina preventiva avançar no Brasil, não só no Pará.

Com certeza será lembrada também a sua ilibada conduta na Comissão de Ordem Social da Constituinte de 1988.

Seu mandato no senado e seus dois gvernos no Pará merecerão a análise devida.

Seus biógrafos informarão que quando ele assumiu o governo do Pará, no rescaldo do governo Jader Barbalho-Carlos Santos, a polícia em Belém carregava corpos pelas ruas e, no interior, a população vivia aterrorizada pelos bate-paus.

Lembrarão que a Polícia Militar era uma corporação absolutamente desrespeitada, onde os pedidos de políticos para tirar um coronel daqui ou um delegado dali eram atendidos prontamente e hierarquia, mérito ou carreira eram balela. E aqui não faço a defesa do caso Pantoja. Naquele caso, Dr. Almir deveria ter transgredido a justa norma de não fazer da polícia - militar ou civil - brinquedo de interesses políticos.

Eldorado de Carajás comporá, junto com tudo isto, a biografia do Dr. Almir. É justo que seja assim. Mas a História permitirá também uma boa e honesta releitura do episódio, que inclua a irresponsabilidade de determinadas lideranças do movimento social,as artimanhas de Jader Barbalho (relatadas pelo jornal O Estado de São Paulo no dia 19 de abril de 1996, dois dias após o confronto, quando, não por acaso, Jader era estrela da imprensa nacional pelo rombo do Banapará)para impedir a desapropriação da Fazenda Macaxeira e outras "cositas más".

Repetindo a canção de Benedito Monteiro - apropriada pelo movimento católico sem lhe dar a devida autoria - " a terra é de quem trabalha, a história não falha, nós vamos ganhar."

Abraço, Juca.

E para não deixar dúvidas quanto à autoria do comentário, assino sem o simático pseudônimo roubado à minha neta:

Maria Adelina Guglioti Braglis

Unknown disse...

Obrigado Adelina.
Bjão prá vc.

Anônimo disse...

eu também tava lá e vi muita coisa:
vi os 17 corpos amontoados no caminhão n portão do SESP em Marabá;
vi o medo do então secretário de justiça que passou dias trancafiado no quarto, com medo - é um promotor de justiça;
vi HB, o Haroldo Bezerra, em Belém, sem querer voltar à terra;
vi um tal de coronel Melo, da PM inventando que fra atingido e por isso caíra embaixo do carro da PM, com uma faixa na perna - algo ris;ivel;
vi o Canetão olhando os corpos e o Seffer desdenhando dos fatos;
foi alo inédito e somente posso dizer que foi inesperado, mas nada me tira da cabeça que foi de fato urdido pelos reaça donos de terras, o Pantoja vivia com um copo de uísque na mão bebendo com os bacanas; para mim PM tem que acabar; os pistoleiros ainda continuam existindo dentro da corporação;
o maluco do comandante da PM em Parauapebas, na época, era e talvez ainda seja, um doido;
esse livro deve repor verdade dos fatos com isenção, agora passados tanto tempo, é assim que a História funciona;
Juva fale mais sobre ele, nossa região necessita.
abs

Unknown disse...

O livro também falará que o comando de Parauapebas era muito mais tarado que o de Pantoja.

Anônimo disse...

At� a� morreu neves ...

Anônimo disse...

Caro Juca,
Nesse exato momento um grupamento da PM e delegacia de roubo a bancos, encontam se na colonia Paulo Fonteles, e Flona Carajás, caçando os bandidos que assaltaram os bancos em Carajás. Até ai tudo bem; se não estivesse a serviço unicamente da Vale(gasolina, comida, carros e todo aparato logistico) e não estão perdoando nenhum colono que passa em sua frente, alem do abuso, o tratamento é só de vagabundo para cima, basta está portando uma foice ou um facão, e os bandidos até agora nada. E aqui em Parauapebas só no ultimo final de semana foram 22 assaltos e três assassinatos, agora pouco um adolescente foi ferido a bala depois de um assalto a uma farmacia.
Afinal pra que serve a "puliça"? É pra proteger a vida ou o lucro?
Um grande abraço

Unknown disse...

Imagine só...esta PM chamando um cidadão de vagabundo...
Abs

Yúdice Andrade disse...

Caro Juvêncio, dá gosto ler um comentário como o da Maria Adelina: informado, sério, sem agressões e elegantemente escrito. Consigo até concordar com ele, mesmo não gostando do ex-governador.
Acrescento à discussão apenas o que ouvi pessoalmente de um legista, que conhece o caso de Eldorado de verdade e não por ouvir dizer, já que ele participou das necrópsias: os sem-terra mortos levaram tiros da cintura para cima; os sobreviventes, da cintura para baixo. A ser verdade o que ele disse, a tese dos policiais cai por terra, como é fácil perceber. Teria havido, sim, execuções. Acredito que negar isso, além de espelhar o ódio generalizado ao MST, é defender o governo da época além do que os fatos permitem.
Como as pessoas ignoram essa informação importante, aí está ela. Aqui, não estou fazendo nenhum juízo de valor; apenas repetindo o que escutei. Espero que ajude o nosso bate papo.

Unknown disse...

Profesor, Maria Adelina é uma craque. Quanto às palavras de seu amigo legista, quem sabe o livro não traz detalhes dos laudos do perito da UFRJ, que descreve os retalhos à facão feitos pelos policiais-pistoleiros da tropa imunda?

Anônimo disse...

O assalto foi nos bancos de Carajás, a vila da Vale, onde reside seus trabalhadores. Bandido bom é bandido preso.

Mas ao pé da serra, em Parauapebas, tem uma outra que atua a mais de 11 anos sem ser incomodada. Entrou PSDB, saiu, entro PT, vai sair. Mas a dita tá fincada com os dois pés.

Aqui, aquele prefeito de Londrina, dos 100 milhões, é fichinha!

Anônimo disse...

Bom dia, Juca querido

o comentário das 9:49 remete ao que sempre será nossa sina: o governo real do Pará.

A CVRD distribui centros comunitários nos seus arredores e por onde caminham seus interesses, "organiza" as comunidades, atravessa áreas quilombolas com seu mineroduto usando a velha tática do dividir para reinar e enganar. Distribui dinheiro vivo entre as lideranças, sem nunca aceitar a palavra reparação. Ela prefere a "responsabilidade social".

Acende os olhos dos prefeitos com o ISS, domina comunidades com as migalhas que distribui, impõe o ritmo dos seus objetivos a todos, em todos os governos, de todas as maneiras que estão ao seu alcance. E trabalha sempre, rigorosamente, dentro da lei. A mesma lei que foi feita para privilegiar os que têm em detrimento dos que merecem ter.

A CVRD não é um demônio personificado em empresa. Ela é "apenas" a maior empresa com investimentos no Pará. Seus dividendos atendem interesses de acionistas poderosos, atendem o interesse da balança comercial brasileira.

O assalto aos bancos no núcleo da sua vila não será admitido, ainda que no seu entorno reine a bandidagem, a prostituição e a desordem. Foi assim quando o núcleo da serra foi implantado e bem ali ao lado existia Rio Verde, uma povoação expontânea que a Vale sempre ignorou. Cercada pela barreira da entrada da serra, a CVRD não vai admitir que baguncem a sua ilha da fantasia.

Devagarinho vai dando pra explicar porque foi lá que ganhei a única e sonora vaia da minha vida há exatos vinte anos....rsrsrs...

Beijão

Anônimo disse...

Ei, queria saber a opinião destes escritores de livros sobre Eldorado dos Carajas a respeito do ocorrido em Abaetetuba.
Será que eles também acham que foi a menina a culpada pelo que ocorreu em Abaete?
Será que também foi massacre o que aconteceu com a menor?
Será que tanto a "Governadora", tanto como o Almir Gabriel deu ordem para os delegados e policiais colocassem a menina com todos os homens na cela.
Tenham vergonha na cara e assumam que tambem, como o Lula, sofreram "metamorfose" depois de assumirem o governo.
Na minha cabeça a mulher é mais culpada ainda, pois deveria ao assumir o governo verificar a situação como são tratadas as mulheres neste estado.
Podia fazer isso antes de empregar todos os seus ex-maridos no governo.
Simone Campelo