Do Setenta, hoje em O Liberal.
Ausência
Explicação do governador Simão Jatene por não ter ido a Marabá, ontem, receber o presidente Lula: “Eu gostaria muito de estar em Marabá, mas os interesses do Estado são maiores do que qualquer tipo de interesse. E o que eu estou fazendo aqui em Brasília é defendendo os interesses maiores do Pará”. Jatene nega, também, que tenha anunciado apoio ao governador Geraldo Alckmin na disputa pela candidatura tucana à Presidência da República, como noticiou o blog de Josias de Souza.
A ausência de Jatene em Marabá só tem uma explicação, e ele não vai dá-la.
Mas ele errou, e errou feio, em não comparecer e cobrar do presidente o que todos os paraenses queriam: a liberação dos recursos contingenciados, a grana das eclusas, o asfaltamento da Santarém Cuiabá.
Há muitas evidências dessa afirmação.
Os dois maiores jornais do interior simpáticos a Jatene queriam, e muito, que ele fosse.
O blog teve a atenção de registrar esse sentimento, ontem.
Não pelo desejo de seus editores- proprietários, senão pela interpretação do clamor popular pela cobrança do que deve Lula ao Pará. Estavam certos seus editores.
Não por acaso esses jornais estão nas mais importantes cidades da geopolítica estadual, Santarém e Marabá.
Na capital do estado, O Liberal disse que Jatene não iria, na edição impressa que começou a circular de manhã cedo. Mas às 11:00 horas a edição on line afirmava que ele iria.
Um encolhe-espicha.
Não cola essa conversa de “gostaria muito de estar em Marabá, mas tinha que cuidar de interesses maiores do Pará”.
Ora bolas, todo mundo percebe que com um jatinho na mão, a hora e meia de vôo de Brasília, Jatene poderia ter ido, e muito bem, receber o presidente e prestigiar a cidade, a UFPA - de onde é professor - o campus, os estudantes e professores.
E dizer prá ele,na frente de todo mundo, o que diz pelo Liberal, e com toda razão, como faz questão de frisar este blog.
Ao invés disso preferiu beijar as mãos do senador Sarney, essa ave de mau agouro que moureja na política brasileira e sombreia o Pará - como os programas eleitorais do PSDB já disseram na campanha da reeleição de Almir Gabriel -, a propósito de uma esdrúxula proposta de criação de zonas francas, intempestivas, anacrônicas, excludentes.
Preferiu agradecer a proposta de quintal do senador Sarney, a representar o sentimento dos paraenses nas cobranças ao governo federal.
Foi o único governador ausente dos estados que o presidente visitou ontem, e foram quatro.
E ainda tem a coragem de tentar emplacar uma estória furada dessas?
Foi ausente sim, num evento e momento cruciais numa das mais importantes e conflagradas áreas do estado.
Não cobrou do presidente não, as dívidas que ele tem com o estado.
Essa dívida Jatene não pagou aos paraenses. Ficou devendo.
E da próxima vez,governador, não pense em outras desculpas desse nível.
Crie coragem, e compareça. Sem conversa, que ninguém gosta.
Nem merece.
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Quanto ao desmentido de Jatene à nota do blog do Josias de Souza, este blog já mandou a nota para aquele, para retificação.Ou não.
2 comentários:
Acertou no alvo mais uma vez o poster. O dono da casa não pode se esconder de visitas indesejadas.
Lembro da altivez do Governador Alacid Nunes, que no auge das eleições de 1982 dirigiu-se até a Base Aérea, em plena ditadura militar, e recepcionou dignamente o presidente (em letras minúsculas mesmo) Figueiredo, que vinha ao Estado fazer campanha contra o candidato apoiado pelo Alacid ao Governo, o então deputado federal Jáder Barbalho.
O nosso governador só teria se engrandecido, mesmo aos olhos dos seus adversários, se comparecesse na recepção ao Presidente e afirmasse as prioridades do Estado; que só teve como porta-voz o seu aliado político e prefeito de Marabá, Tião Miranda.
Quanto ao sr. sarney (em minúsculas, como seu caráter) fico triste do governador não lembrar que ele sempre fez campanha sistemática contra o desenvolvimento de nosso Estado.
Provocar a sua fuga da mídia eleitoral em 1998 foi uma das maiores satisfações da nossa vida, lembra-se ?
Quanto a "zona franca", o nosso amigo comum Helenilson Pontes já desmistificou o conteúdo real do projeto-de-lei em artigo recentemente publicado no Diário Oficial digo, n'O Liberal, e a minha leitura do projeto vai no mesmo rumo da análise do futuro deputado mocorongo.
Um pouco de memória faz bem para a história,Cjk,e voce escreve nessa direção.Obrigado pelo elogio,voce sabe que escrevo sem dono.
Mas suas recordações são preciosas.A da postura pétrea do Alacid, naquela ocasião,e Jatene estava do lado dele naquela campanha,e o passa fora em sarney, delicioso.
O episódio da zona franca,cuja defesa é cabível em mentes como a do senador maranhense, merece o mais veeemente repúdio.Como o do futuro deputado santareno, que ainda não tive o prazer de conhecer, mas que apresenta suas idéias ao público,para discussão.
É bom sabe-lo seu amigo.
E quanto ao aliado de Jatene em Marabá,eu não tenho tanta certeza dessa condição, sobrou prá ele.
Com aplausos da galera.
Mas foi, ninguém poderá cobra-lo.
Já o Jatene...
Abraço,C.
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