28.5.06

Segurança: Um Plano Nacional

Comentando o post Diagnóstico, sobre o capítulo brasileiro do relatório da Anistia Internacional, um Anonimo opina.

É verdade. O problema da violência e do crime vem de longa data. A Anistia tem toda razão.
Os que ficam na superficialidade da matéria não sabem nem o que vem a ser Sistema Único de Segurança Pública. Nunca leram.
Certamente no assunto existem culpas e culpas, e atribui-las exige isenção de quem opina. É possível? Difícil em terreno tão armado, com o perdão do trocadilho.
Mas, é inegável a paresia do governo do sociólogo Fernando Henrique Cardoso em relação ao tema, mesmo estando chefe do executivo nacional por oito anos. Nele explodiu e se enraizou fortemente a violência no campo, superando o perfil de crime de encomenda para assumir o de crime organizado.
Se algum pecado pode ser atribuído a Lula sobre o assunto, tribute-se à escassez de recursos de financiamento conduzida a ferro e fogo pela ortodoxia do Ministério da Fazenda.Qualquer que seja a leitura por onde comecemos, certamente, terminaremos na culpa maior dos governos estaduais, habituados a fazer da lei potoca quando dela não tiram dividendos imediatos.
Não aplicam recursos na segurança pública, como não aplicam o que a EC-29 estabelece para a saúde.
E quando o jabá chia na frigideira, apontam para o Planalto como o grande culpado das mazelas a que eles próprios submetem o seus eleitores. Óbvio que o problema não é só de SP.
Mas, pela gravidade do episódio (leiam Época desta semana), está claro que o governo Alkmin não priorizou a segurança pública, do mesmo modo que ocorre aqui no Pará, ou alguém em sã consciência concebe que o nosso estado esteja com a agenda em dia sobre o assunto?
Também não dá para ficar na epiderme do combate ao crime, pregando mais e melhores cadeias para todos, mais carros vistosos assemelhados à polícia norte-americana, quando, sabe-se, não poucas vezes não existe combustivel para mover a frota do lugar, nem balas para abastecer o pente dos revólveres.
É necessário que os governos federal, estadual e municipal tenham um plano nacional de desenvolvimento que considere a criminalidade como elemento de inviabilização do país a curto e médio prazo.
Vamos assim por os pingos nos iis e dar a César o que é de César.
Sem isto ficaremos sozinhos com nossos botões, até quando esses existirem, pois haverá tempo, se nada for feito ou feito pela metade, até esses nos levarão.
E não adianta também financiar milícia particular e grupos de extermínio, porque eles também, tanto quanto os criminosos, representam a falência do Estado e o desespero da população.

Nenhum comentário: