28.8.07

Avançar é Preciso

Sobre o post Candidato, de hoje, escreve ao blog o deputado João Salame (PPS), presidente da Comissão de Meio Ambiente da Assembléia paroara.

Conheço o Demétrius e a política de Marabá. Posso te afirmar: ele não era e não será candidato a prefeito de Marabá.
Sobre a decisão da Vale considero que foi unilateral e sem tempo para as duas empresas (Cosipar e Usimar) se adequarem. Concordo que as transgressões não são de hoje. Mas as dez guseiras que lá estão se instalaram com o aval da Vale e do Estado. Com todas as transgressões já sabidas.
Depois da pressão internacional, do Ministério Público e da sociedade civil organizada, já verificamos melhoras na questão ambiental e trabalhista.
Desde a criação do Instituto do Carvão Cidadão, pelas próprias siderúrgicas, já foram descredenciadas 316 carvoarias pela prática de trabalho degradante. Foi criado o Fundo de Reflorestamento, com as guseiras aportando 3 dólares por tonelada de gusa exportada.
E várias delas adquiriram fazendas para reflorestar.
Resolvido o problema? Não.
Ainda é preciso avançar muito mais.
Mas o caminho não é colocar 7 mil pessoas no drama do desemprego, numa cidade (Marabá) onde a violência atingiu índices alarmantes e os bandidos agem de maneira cada vez mais audaciosa e à luz do dia usando adolescentes do exército de desempregados existente na periferia da cidade. Não. O bom senso indica que esse não é o caminho.
A solução é continuar avançando na direção de dar conta do passivo social e ambiental. Que o Estado use sua força para isso.
Aliás, o Estado precisa titularizar as terras e mudar a imbecil reserva legal 20 x 80, que, na prátioca, incentiva o desmatamento ilegal e clandestino.
Sem isso não dá pra falar em carvão legal e muito menos em reflorestamento

6 comentários:

Anônimo disse...

O jornalista João Salame, agora deputado, é um velho conhecido nosso lá de Marabá, especializado na arte de se equilibrar em ondas calmas ou turvas, de acordo com seus interesses imediatos. Como presidente da Comissão de Meio Ambiente da AL, ele se joga agora em defender duas usinas de gusa comprovadamente distanciadas de compromissos com a questão ambiental, chegando o mesmo, inclusive, ao ridículo de se expor para defender a NÃO CANDIDATURA do empresário Demétrius Ribeiro.
Ele defende o industrial como se falasse pelo próprio, esquecendo-se de que em Marabá, a TV do empresário e seus funcionários, deixam claro isso abertamente. A TV, divulgando ele com intensa frequencia que somente um bobo acreditaria numa afirmativa tão despropositada. Os funcionários abertamente dizem, em bares, nas esquinas, em casa e em qualquer lugar, que o patrão deles (Demétrius) ja anunciou a candidatura a prefeito. Os jornais noticiam isso (o próprio Opiniao cujo proprietário é o próprio deputado), amigos mais chegados a ele idem.
A Assembléia Legislativa, ao ser representada em sua Comissão de Meio Ambiente por um presidente que expõe contradições em relação ao tema, corre o risco de ser desmoralizada. Como é que alguem que a preside pode vir a púbico defender empresas que cometem crimes contra o ecossistema?!
Quem conhece o senhor João Salame (em Marabá a maioria das pessoas sabem que ele é assim), não estranha dele ter esse tipo de comportamento. Como ele é candidato a prefeito de Marabá, certamente tenta angariar mais simpatias junto a Demétrius Ribeiro com objetivo futuro de ter apoio dele, pessoal e financeiro. Ninguem duvida disso.
Ao ferir de forma tão escandalosa os verdadeiros objetivos da Comissão de Meio Ambiente da AL, João Salame deveria ser pelo menos advertido pelo mal cometido no campo da ética e da moral.
Lamentável, muito lamentável isso, Juvencio. E somente o seu blog para deixar o povo expressar seu descontentamento com esse tipo de manifestação.
José Raimundo Oliveira

Observação - Faco o quarto ano de engenhearia na UFPA, nasci em Marabá e resido em Belém, na Pedro Alvares Cabral.
Meu nome é esse mesmo. Não tenho porque esconder minha identidade.

Unknown disse...

José Raimundo, o blog está sempre aberto ao contraditório, mesmo que contenha duras críticas, como a sua, explanada sem ofensas pessoais ou recheadas de palavrões e preconceitos.

Também tenho profundas e insuperáveis discordâncias da estratégia de tentar botar panos quentes em empresas que, à farta, especializam-se em decumprir a legislação ambiental, valendo-se, para tal, de argumentos como a manutenção do nível de emprego.
Já tive oportunidade de dizer isto pessoalmente ao deputado, com quem tenho o privilégio de manter um sincero relacionamento.
Quanto á sua capacidade de se movimentar em águas turvas,esta é própria de políticos.
E João diz o que pensa, e escreve embaixo. Melhor assim, não é?

Anônimo disse...

Algo que sempre leio e ouço em desfavor das atividades econômicas que alegam realizar o reflorestamento das áreas que utilizam é a impossibilidade de se restaurar uma floresta com a diversidade biológica da Amazônia.
Este fato também não é levado em conta, quando se defende a alteração da proporção da reserva legal.
É plausível a afirmação do deputado de que manter a exigência de 80% de cobertura natural em áreas na Amazônia incentiva o desmatamento clandestino. Mas esse desmatamento seria menos danoso se os percentuais fossem alterados? Creio que não.
O que nos parece faltar é a descoberta da verdadeira vocação econômica da região, que não pode se limitar ao uso predatório da floresta. O momento histórico de tal descoberta e dos investimentos neste setor é este. É preocupante não estarmos preparados (nem nos preparando) para aproveitá-lo.

Anônimo disse...

José Raimundo Oliveira, você acertou bem no alvo.Em Minas Gerais essa estoria de reflorestar de desemprego e coisas do genero só serviu para que a derrubada de áreas verde e a degradação de um modo geral aumentasse, são 10 como escreveu o Deputado, as guseiras, mas seram milhares os prejudicados pelo continuo e mafioso desmatamento do SUL DO PARÁ.
Parabens ao Juvencio por fomentar esse debate.
Mineirinho.

JOSE MARIA disse...

Prezado Juvêncio,
Meu caro Deputado Estadual.

1 Nos tempos atuais empresas que não praticarem, real e efetivamente, ética e responsabilidade socioambiental, são fortes candidatas a ficar de fora da festa do desenvolvimento sustentável.

2 O emprego a qualquer custo e sem preocupação com a qualidade do emprego - emprego decente, pelo menos - não nos interessa e nele insistir é condenar o Estado, notadamente o Sul do Estado do Pará, a pagar o preço mais alto da nossa desgraça.

Abraços do


JOSÉ DE ALENCAR

Anônimo disse...

Meu caro José Raimundo

Ratifico tudo o que disse. Estou convencido que o que mais devasta é a miséria. E o caminho para preservar é produzir. De forma sustentável, é claro. O problema é que existem pessoas, como você, que só enxergam o mundo em preto e branco. A polarização não é entre preservar e produzir.
Deixei minha posição clara ao Demétrius: última chance. A Vale deve dar um prazo, mas ele tem que reflorestar. Não acho que fechar seja o melhor caminho. É fácil dizer isso quem está na Pedro Álvares Cabral ou qualquer escritório com ar-condicionado. Diga isso aos 7 mil trabalhadores que seriam desempregados.
Sobre a candidatura do Demétrius reafirmo o que disse: ele não será candidato. Não tenho o poder de falar por ele, mas tenho o de analisar as tendências. O flanco dele é muito aberto para que seja candidato. O recente episódio demonstra isso muito bem.
Por último não navego em ondas calmas ou turvas. Minhas posições são claras, cristalinas, contundentes. E não se escondem sob o manto covarde do anonimato. Pelo menos nesse ítem estamos de acordo, José Raimundo Oliveira, que não conheço, mas parece que está plenamente identificado.
Atenciosamente,

João Salame