Mais do que a honra, tive o prazer de ter sido aluno do economista Carlos Lessa.Foi no primeiro semestre de 1985,no Rio.Costumava repor aulas no sábado pela manhã.Só eu aparecia.
Recebia-me em sua sala no tri centrenário prédio da UFRJ na Praia Vermelha,ao lado do Iate,ou do famoso Pinel,como queiram.
Mes de maio,aquele sol cálido lá fora.Abria os janelões para o imenso jardin que circunda o prédio,acendiamos os cigarros.
Eram quase quatro horas em que ele me dedicava uma aula exclusiva,que passava na Economia Brasileira - sua disciplina -frequentava as cozinhas dos mosteiros peruanos,onde ficou um ano exilado,contava a história das Docas de Santos e do Barão de Mauá e,invariávelmente,terminava na análise da conjuntura política.
Encantava-se com a minha "tese" de que o velho PCbão carioca tinha as melhores cabeças do Brasil e os piores resultados na política.
Lessa é um sujeito apaixonante.Daqueles que só anda de paletó e gravata,peças velhas,rôtas até.
Não economiza palavrões na oratória vibrante,demolidora.
Fazia um sucesso enorme entre as mulheres,apesar de não haverem tantas bonitas assim na Economia.(Camile,a ex mulher do deputado Seffer é uma dessas raridades)
É o maior tribuno entre os economistas brasileiros.
Lembrei-me dele neste início de manhã, ao ler seu artigo em O Globo,comentando essa balbúrdia que se faz em torno de variações dentro de uma casa decimal nos indicadores da economia brasileira.Sempre polêmico,desta vez aquece outro economista,Afonso Celso Pastore,professor da USP e do querido colega Mário Ribeiro,nosso economista número 1 entre os que estão na ativa (pois Marcelino e Capela são imbatíveis) e atual presidente do Banco do Estado do Pará.
Mário,aliás,se ler este post, vai sentir saudades.
Dos bons tempos,e de outras cositas más ,né Mário?
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