O blog tem duas fontes brasileiras morando no Perú, consultoras internacionais que trabalham em projetos junto ao Pacto Andino, o bloco comercial dos sete países da região. Uma delas esteve recentemente em Nova Déli, onde sustentou a tese de que a Bolívia estaria caminhando para uma guerra civil, tendo a divisão territorial como um dos possíveis desfechos da crise.
Nos últimos dias, com a decisão de Evo Morales de nacionalizar os investimentos da Petrobrás naquele país, o assunto entrou na pauta brasileira, com a provável, e breve, ameaça de um "apagão" do gás.
A última edição do Observatório da Imprensa faz uma boa cobertura da questão, chamando atenção do imperialismo brasileiro na Bolívia, comparando o tamanho da Petrobrás ao PIB daquele país, e criticando a estratégia diplomática brasileira no affair .
Prá quem quer saber mais, vale a pena clicar aqui.
8 comentários:
Oi,
São 5 os paises da CAN (Comunidad Andina de Naciones), a saber: Colombia, Venezuela, Equador, Peru e Bolivia. Aliás, já se pode dizer até que eram, pois a Venezuela saiu e entrou para o Mercosul. Este que se cuide...
Na região de Santa Cruz de la Sierra - desenvolvida e mais próspera que as demais regiões do país - existe uma pretensão separatista antiga. O povo e o empresariado local tem muita descrença nos políticos de La Paz. Este sentimento talvez receba um novo impulso, caso a crise econômica se alastre.
Cjk, olhar internacional.
Quem sabe agora o continente ganha mais um país? O fato é que a Bolívia divide-se rapidamente,numa conjuntura global complicada para os interesses e práticas de Evo Morales.
Quem sabe a antiga pretensão vira realidade?
Acho que o Lula posa aqui no Brasil de "Lider da América Latina", mas esse fato com a Bolívia mostra como o governo tem sido incompetente nas conversas com os vizinhos.
Rafael, voce andava sumido.
Essa fama de Lula que voce aponta já vem se desbotando há algum tempo.A posse de Kirchner e a, digamos, exuberancia de Chavez roubaram uma parte da cena de Lula.
Mas, ao contrário de sua opinião, não acho que o governo tenha ido tão mal assim no episódio.
Por melhor que sejam as conversas com os vizinhos, a soberania boliviana se impóe a qualquer outra razão o estado brasileiro.Mesmo quando são razões altamente discutíveis, como foi o caso.
O governo de Morales vai enfrentar problemas.
Valeu a visita.
O separatismo na Bolívia não é de hoje e tem suas raízes estabelecidas em fatos históricos pré-Morales.
Com Evo Morales na Presidência, a expropriação das empresas petrolíferas estrangeiras aconteceria de qualquer forma , ou seja, com ou sem Lula na Presidência do Brasil, pois é parte do plano político que elegeu a liderança política cocalera.
O caso, contudo, é muito grave e requer todo o tato político-diplomático nas discussões multilaterais com os países que tiveram empresas expropriadas pelo ato presidencial.
Se considerarmos um raciocínio de respeito a auto-determinação dos povos o ato de Morales é irreversível, restando apenas discutir as reparações e rearranjos pertinentes ao que restar, visto não se conseguir por uma indústria petrolífera de pé num governo com duração indefinível, num país paupérrimo com formação de mão de obra precária e predominantemente artesanal.
Isto quer dizer que Evo Morales poderá ficar com um Bentley na mão, mas sem motorista para conduzi-lo e, pior, levado por si próprio ao desmoronamento de sua base econômica mais promissora, sem possibilidade de socorro por outro governos simpáticos ou aliados ao seu quixotesco projeto nacional. Por exemplo, em termos de mão de obra petrolífera, o Comandante Fidel Castro não dispõe de um exército de reserva, como possui em caso de médicos, que possa socorrer o colega boliviano (é inexistente, praticamente, em Cuba a indústria petrolífera). Chaves, por sua vez, também não encontrará mais que meia dúzia de técnicos disponíveis para ceder, em razão de que precisa manter mão de obra escassa, também escassa para ele, operando a indústria do petróleo venezuelana. Restaria o apelo "aos que se interessarem", que obrigaria o governo boliviano ao pagamento de salários diferenciados à estrangeiros, expondo o flanco às críticas de sua base política interna.
Por outro lado, nas esquinas do mundo, sempre há brutamontes interessados noutro tipo de ação que possa desmantelar a estratégia chavista na AL, e sem escrúpulos democráticos mandar um Morales as favas, invocando quem sabe algum "eixo do mal", mas indisfarçadamente para melhorar a posição de suas bandeiras num mercado onde o produto em questão é imprescindível e as reservas mais intactas já não estão mais no Oriente Médio.
Logo, lá no fundo, a fanfarronice do índio missionero o pôs numa posição de risco, o que lhe obriga, para sobreviver, passado os efeitos midiáticos de seu ato unilateral, a conduzir os negócios com o Brasil com a cautela que a delicada situação interna e externa da Bolívia exige. Em outras palavras, lembrando o genial Peter Sellers, Morales é um exótico rato que ruge e está aprisionado numa gaiola tropical.
Obrigado pelo seu comentário,Anonimo.Poucos blogs na blogosfera receberiam um comentário deste nível a respeito do assunto.
Valeu!
Excelente comentário do "anônimo".
Me interando mais sobre o assunto , também acredito que Morales terá problema, mas se isso já era previsível continuo achando que o governo foi incompetente principalmente porque foi pego de surpresa.
Juvenvio, eu não estava sumido hehe
Desde que o amigo Marcelio Leal "descobriu" e divulgou o blog , me tornei visitante frequente.
Parabéns pelo blog, e pela maneira como aborda todos os assuntos , principalmente política.
Postar um comentário