O blog recebeu, de um comentarista que se denomina Observador,um comentário sobre o post abaixo, que conta a história da expulsão do jornalista Ulisses Campbell do Orkut.
Pela sensatez e pertinência do comentário, submeto à consideração do todos os leitores, aqui na "ribalta".
Antes de sairmos atirando a primeira pedra no pessoal do Google acho importante uma reflexão madura e séria a respeito desse assunto.
Tenho acompanhado pela grande imprensa o desenrolar desse caso com relativo interesse e como profissional de TI gostaria de contribuir na discussão com as seguintes informações: o que o Google parece estar defendo, e com toda a razão, é o direito a privacidade (garantido em contrato) dos usuários do Orkut e sua liberdade de expressão.
Não há elementos justificáveis para a empresa quebrar contratos e abrir completamente o sigilo de todos os seus usuários simplesmente para facilitar o trabalho das autoridades brasileiras. Muito pode se perder com isso e abrir precedentes internacionais importantes.
Não vejo também estímulo ou endosso por parte do Google a atividades ilícitas e amorais de qualquer natureza.É importante percebermos o quão tênue pode ser a linha que separa essa tal colaboração com a lei brasileira da perseguição ideológica e cerceamento da liberdade de expressão.
Infelizmente nosso país ainda não possuí, dente outras coisas, tradição democrática e de respeito a liberdade de expressão consistentes sequer para justificar com segurança a instalação dos servidores da empresa em território nacional. Vide legislação eleitoral em discussão, tentativa de aprovar lei de mordaça da imprensa, etc.
Há nos círculos técnicos internacionais farto material temas diretamente relacionados como software livre, licenças de software, direitos autorais, liberdades civis, patentes de software, validade internacional de contratos, que deveriam ser cuidadosamente escrutinados por qualquer pessoa interessada em expressar uma opinião responsável, isenta e embasada sobre o assunto.
Não quero sair em defesa do Google (acho inclusive que ele pode dispor de qualquer ajuda que julgue necessária, recursos para isso não faltam) porem gostaria de citar algumas posturas da empresa em outros países.
Nos Estados Unidos, assumiu postura intransigente frente a demanda por revelar informações sobre pesquisas em seu mecanismo de busca e dados de seus usuários para o governo norte-americano.
Diferente de outras empresas como Microsoft e Yahoo por exemplo, não cedeu.
Na China dentro da limite da legislação chinesa talvez seja a empresa estrangeira do setor de Internet que mais respeita a privacidade de seus usuários, também diferentes de outros gigantes do setor.
Portanto muita cautela antes de sairmos classificando emocionalmente a postura da empresa diantes da solicitação dos promotores no Brasil.
Sobre nosso Ulisses Campbell, não podemos também sair simplesmente validando sua opinião sobre o caso, tampouco afirmar categoricamente que ele não cometeu um equívoco sobre o cancelamento de sua conta no serviço Orkut (erro facilmente justificável pelo desconhecimento técnico dele, assumido no próprio artigo) só porque ele é nosso conterrâneo.
2 comentários:
Concordo na totalidade com as afirmações do Observador. Simplesmente, a opinião do jornalista Ulisses Campbell é absolutamente indiferente ao Google/Orkut. Trata-se de uma hipótese extremamente inverossímel ele "ter sido expulso" do Orkut. Mas afinal de contas, o que de tão importante o ilustre jornalista escrevia a ponto do Orkut ter tomado esta atitude?????
Acho sim mais verossímel que o jornalista tenha se excluído (o que ele parece jurar de pés juntos que não o fez), ou que o Orkut tenha apresentado problemas de programação, que aliás são mesmo bastante frequentes, como bem apropriadamente afirma o observador. Aliás, sendo mais enfático, recentemente "matei" mesmo meu Orkut uma vez que além de servir como ferramenta de hiperexposição, vem sendo usado por bandidos para obter informações pessoais de vítimas potenciais. Mas parece ter um atrativo especial para a garotada.
Portanto, eu deixaria de "viajar na maoionese pois os problemas ocorrem com todos os usuários e não somente com os jornalistas. E eu, se fosse o Ulisses, daria graças a Deus que o fenômeno tenha acontecido.
Fazer mais do que isso, pode mesmo soar ridículo.
Meu nome é Paula Menna e sou amiga do Ullisses, que além de ótimo jornalista é um excelente DJ. Ele nunca excluiria o seu perfil do Orkut, que tinha mais de 400 amigos. Era justamente pelo seu perfil no Orkut que a gente fivaca sabendo os locais em que ele ia dar som. Ele até ficou chateado quando soube que seria expulso. Além do mais, como se explica a mensagem que ele recebeu da Google?
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