7.8.07

Bobagem Record

Um conhecido artista plástico se preparava para dar uma entrevista para uma emissora de tv, em frente a uma igreja da Nova Déli.
Local escolhido, retoques na maquiagem, perguntas ensaiadas, tudo pronto, até que a jornalista percebeu que o cinegrafista não saía do carro da reportagem.
Questionado, ele respondeu:
"Voce está na frente da Igreja do Carmo. Ainda não sabe que não gravamos fachadas de igrejas católicas?"
Mudaram o set. Mas a orientação(?) segue.

13 comentários:

Anônimo disse...

Engraçado, não filmam fachada de igreja católica... Mas bunda de mulher pode. Vai entender...

Unknown disse...

Convenhamos, as calipígias são belas. Eu filmaria as duas...rs

Anônimo disse...

Caro Juvêncio,

Desculpe usar esse espaço para um desabafo mas minha idéia nem é que vc publique esse lamento, mas apenas que vc se sensibilize para meu apelo e redija um post seu sobre o tema. Sugiro mais: vá até o local que cito e fotografe o abandono. Chore, porque é de chorar. Depois publique. Segue o meu apelo, que já foi enviado para todos os jornais da cidade e não foi publicado por nenhum.

Atenciosamente,
Cristina.


Caro editor,

A Rua Leão XIII, no centro comercial de Belém, é um sítio patrimonial importantíssimo para a história da cidade. Prédio e casarios ainda preservam os traços clássicos da arquitetura colonial. Azulejos centenários ornamentam as fachadas. O piso ainda é de paralelepípedo, colocado ali há três séculos.
Mas a cidade não olha nem vê aquele pedaço de nossa história, que se desfaz diante de nossos olhos.
Árvores começam a brotar nas paredes e cumeeiras. Azulejos estão sendo roubados à luz do dia. Carros estacionam na via, destruindo os meio-fios feitos em pedra sabão e, o que é pior, agora a rua tornou-se depósito de entulho de uma obra feita pelo SESC – Serviço Social do Comércio – em um prédio que tem a frente pela Gaspar Vianna e os fundos pela Boulevard Castilho França.
O que mais espanta é que isso tudo se dá diante dos olhos de nossas autoridades que nada fazem para preservar aquela área.
A obra do SESC, cotada em R$ 4 milhões, segundo anuncia uma placa em frente ao prédio, não pode ser feita à custa de sujar e depredar o entorno.
Muito se fala em preservação do patrimônio histórico, mas absolutamente nada está sendo feito para preservá-lo. Ações isoladas, como a reforma da Igreja dos Mercedários ou a transformação do complexo do Forte do Castelo em restaurantes privados ou ainda a recuperação do Presídio São José, são dignas de nota, mas em nada mudam o cenário mais geral. Enquanto isso, a Rua Leão XIII, retrato ainda vivo de nossa formação colonial, agoniza a céu aberto, sem que nada seja feito.
Onde está o inepto IPHAN, cuja função seria cuidar para que cenários ainda erguidos não tombassem diante do tempo e da ignorância? Onde está o Ministério Público, que fecha os olhos diante de uma ação lesiva promovida por uma entidade como o SESC, que tem a palavra “social” inscrita em seu nome e que suja sua tradição ao jogar entulho e dejetos no leito de nossa história. Onde está a prefeitura de Belém, que com um baixo investimento poderia ter um cartão postal a mostrar fazendo pelo menos uma ação que dignificasse a passagem do atual Alcaide pelo posto que tanto almejou?
Impedir o estacionamento de carros na via, fazer uma iluminação pública que impeça o agrupamento de marginais à noite, punir quem coloca entulho e dejetos na via pública e calçada e fazer uma campanha para que empresários abonados assumam, junto com o poder público, a recuperação da área, já seriam passos no sentido de solucionar a questão. A um passo da estação das Docas, a área poderia se tornar um centro gastronômico ou cultural, rendendo lucro para quem investisse na área.
Alguém precisa fazer alguma coisa para que a cidade não perca para sempre seu maior e mais completo sítio arquitetônico da época em que Belém era conhecida nacionalmente como a mais bela cidade colonial portuguesa no além mar.


Cristina Heick, arquiteta

cristinaheick@yahoo.com.br

Anônimo disse...

"Bunda de mulher tem mesmo que filmar... Mas igreja católica, nem as que valham a pena..." Com esse raciocínio, a Record está criando para si o limitador que a Globo espera que seja criado, para impedir que a escalada do terceiro colocado em audiência chegue a ameaçar sua hegemonia.

Unknown disse...

Olha...pode ser uma tese interessante.

Anônimo disse...

Depois se ofendem quando se diz que religião é sinônimo de ignorância. Os evangélicos proibindo mostrar fachadas de igrejas católicas, o inquisidor-mor Joseph Ratzinger registrando patente de Jesus Cristo e todos idolatrando o deus dinheiro. E o povo dopado de ópio dizendo amém...

Anônimo disse...

Juva, essa Cristina matou a pau. Agora tem que chamar na "xinfra" as autoridades constituídas, o Iphan e o Diretor geral do Sesc - que está dando sua contribuição nociva para sujar Belém. A Rua Leão XIII é linda e deve ser preservada. Pode surgir aqui no seu blog um movimento com esse fim. Darei todo apoio.

Maristela Lima, estudante

Anônimo disse...

Caro, Juvencio.
Não existe nenhuma determinação para que fachadas de Igreja Católica não sejam filmadas. O que houve é que a repórter achou melhor outro enquadramento por conta própria. E o fato não ocorreu da forma descrita no blog (que por sinal conta com minha admiração e respeito): foi apenas uma sugestão ao cinegrafista que já estava fora do carro. A nossa cobertura em relação ao Círio deste ano, vai ser mais uma prova de que o jornalismo da Record é imparcial. Questões religiosas não tem "nutrido" nossas pautas,bem como a questão política, comum na concorrência.
Abraço
Roberto Munhoz
gerente de Jornalismo da Record Belém.

Unknown disse...

Olá Roberto, prazer em revê-lo.
Obrigado por sua palavras e esclarecimentos ao blog, que serão levados á ribalta amanhã, pois entendo que uma atulização, a esta hora, e depois de tantos outros posts, deixaria sua palavras "distantes" e em posição desfavorável, pois os visitantes de hoje não retornam mais.
Amanhã sim, na ribalta, seu comentário será observado na mesma medida do post de hoje.
Mais uma vez obrigado por sua atenção.
Um abraço.

Unknown disse...

Maristela, a Cristina matou a pau mesmo. Pode aguardar que muito breve a situação será esclarecida.
Infelizmente o blog não tem estrutura para deflagrar mais nada além destes poucos posts, que já me custam muito, pode acreditar.
Mas aqui terão sempre, os defensores do patrimonio arquitetônico da cidade, todo o apoio e carinho.
Obrigado pela visita.

Anônimo disse...

Grande Roberto Munhoz. Coisa rara de se ver um diretor de jornalismo que vem ao blog mais estrelado dessas plagas para dar esclarecimentos. Só prova que ele está do lado certo da notícia. Por enquanto. No Círio, veremos.

Ademir Braz disse...

Professor:
Parabéns ao Munhoz pela "limpada" do terreno. Daqui do cu do mundo eu já estava pensando alguns horrores tipo "vamos fazer do Brasil uma grande Irlanda do Norte" a partir, claro, do que anda rolando por aqui no baixissimo clero. Intolerãncia pura, lições mal assimiladas e luta acirrada para ver quem enche as "igrejas", de todas as denominações, que surgem entre nós da noite para o dia. Há alguns anos esse negócio já deu em morte: dois 'pastores" vieram montar uma "igreja" na Cidade Nova, encomendaram aqueles bancões para os fiéis, depois não quiseram pagar o marceneiro. E não pagaram mesmo: deram-lhe um tiro de espingarda calibre 12, na porta da sua oficina e diante de seus filhos. Depois desapareceram. Até hoje o crime vai impune.

Anônimo disse...

a Globo não está nem aí para os evangélicos, é só conferir, quantas reportagens da Católica sai em seus jornaiszinhos? Confere agora quantas reportagens sai sobre evangélicos? Quando sai, é falando mal.
Não tem que existir é indiferença, a Globo odeia os evangélicos, essa que é a verdade! Talvez seja o QG subterraneo montado em uma de suas instalações, que dá a ordem de desmoralizar os evangélicos.
Não acredito na teoria do anonimo das 11:24!

Record, a caminho da liderança!