Depois da absurda matéria de capa de O Liberal de domingo,objeto de nota aqui no Quinta,aguardava a resposta do prof. Alex Fiúza,reitor da UFPA.
E ela veio na veia,chamando a atenção da população,acadêmica ou não,sobre os perigos de alianças movidas a interesses pessoais,subalternos e inconfessáveis.
Alianças como a que produziu a matéria citada,libelo da fofoca e da degradação,humanas e jornalística.
Uma vergonha,mais uma,protagonizada por setores que se entregam abertamente à difamação continuada do reitor que agora,com esse artigo que voce vai ler a seguir,deverá mudar a estratégia com que tem pautado sua conduta .
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PARA ENCERRAR O QUE NÃO VALE À PENA
(breve resposta à presidente da ADUFPA)
Alex Fiúza de Mello
Reitor da UFPA
Sempre que publico meus artigos em jornais, procuro distinguir crítica política de ataque pessoal. A primeira, considero um direito e um dever de cidadania; a segunda, uma atitude fascista.
A tentativa de desqualificar-me, como pessoa, perante a opinião pública, a partir de informações descontextualizadas e parciais, é um ato de oportunismo e deselegância que, em si, desqualifica, isso sim, uma liderança sindical – que demonstra não estar eticamente à altura da função (esta também passageira) – e recoloca na ordem do dia, infelizmente, táticas e recursos utilizados pela extrema direita (quem não se lembra?), com suas aleivosias acusatórias típicas de regimes ditatoriais e totalitários.
Como toda uma geração de docentes, em todo o Brasil, só não entrei na UFPA por concurso público porque ele não havia à época; logo, por contingência histórica e não por privilégio. A conquista do enquadramento dos professores colaboradores por meio de uma greve não dá o direito de mal julgar os beneficiados, mesmo porque, em seguida, todos foram julgados por bancas internas, constituídas para tal fim.
Como estudante, fui o primeiro colocado no Vestibular de 1974 para o Curso de Ciências Sociais da UFPA. Só fui chamado pelo Titular de Ciência Política para exercer a função de professor colaborador, logo que formado, em função de meu desempenho acadêmico. Fiz concurso público nacional para mestrado (tendo obtido o primeiro lugar na UFMG, em 1979) e para doutorado (UNICAMP, 1994), obtendo, com a tese de doutoramento, nota 10 com distinção e louvor, de uma banca extremamente exigente e de notáveis professores. Fiz pós-doutorado em Paris, na principal Escola de Ciências Sociais da França e uma das melhores do mundo, tendo obtido aprovação em língua em exame público e aceitação como visitante por reputado professor daquele Centro. Além de inúmeros artigos em revistas indexadas, publiquei oito livros, em renomadas editoras paraenses e nacionais, dois deles na segunda edição. Meus trabalhos acadêmicos são citados nacional e internacionalmente, e tenho reputação entre meus pares, seja em âmbito nacional, como internacional (caso da França). Como professor, meus alunos, de graduação e pós, são a minha testemunha. Como pesquisador, meus trabalhos publicados idem. Ajudei a criar instituições universitárias – como o Núcleo de Arte da UFPA; o Programa Academia Amazônia; a nova fase do Programa de Interiorização da UFPA; o Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais do CFCH, só para citar alguns. Quando Pró-Reitor de Extensão da UFPA, fui eleito duas vezes Presidente do Fórum Nacional de Pró-Reitores de Extensão das IFES públicas. Como Diretor do Centro de Filosofia e Ciências Humanas e como Reitor, fui eleito por voto direto da comunidade acadêmica – na última eleição para reitor, com dois terços dos votos, tendo vencido nas três categorias, na capital e no interior. Em nível nacional, por reconhecimento de trabalho (nunca por conchavos políticos), fui recentemente nomeado para o Conselho Nacional de Educação, designado para ser o Coordenador Geral do Fórum das Estatais pela Educação Pública e para integrar o Conselho Doutoral da Cooperação Brasil-França, pela CAPES.
Pergunto: não me submeti a processos públicos de avaliação?
A minha biografia acadêmica responde à professora Vera Jacob.
E a sua? (talvez sua orientadora de doutorado saiba responder...)
Lamento, pela categoria docente, a matéria publicada em O Liberal de domingo passado. Um jornal, aliás, que sempre me honrará com suas aleivosias e calúnias, pois não vendo a minha consciência (como na solidariedade a Lúcio Flávio Pinto pela agressão recebida) em troca de fama (ou por medo). A citada professora, exatamente por ser do Centro de Educação, deveria ser, pelo menos, mais educada, honesta e pedagógica em suas críticas.
Criticar um reitor – e não a sua pessoa física! –, desde que sem calúnia, é um direito de qualquer um. Jamais desqualifiquei qualquer pessoa – nem a professora Vera Jacob – em meus artigos. Reafirmo o que sempre disse – e a raiva de professora Jacob, expressa na matéria, confirma a observação: a ADUFPA, há muito, está sendo mal dirigida, manipulada por interesses partidários que, menos que defender os interesses de categoria, usa do sindicato para fazer política contra governos (de FHC ou de Lula), iludindo a opinião pública, prejudicando os estudantes e a imagem da Universidade.
Desafio a ficar demonstrado em meus artigos que, alguma vez, desqualifiquei as greves. O que fiz foi denunciar a sua má condução, a sua manipulação, fatos que acabam justamente prejudicando as negociações sérias com o Governo e os ganhos da categoria. Lideranças, como a atual da ADUFPA, prejudicam a Universidade Pública, pois são fascistóides, infantis e levam a lugar nenhum. Precisamos de líderes mais sérios, éticos e competentes. Talvez então possamos conquistar o que os Governos estão a nos dever (e à nação brasileira).
Como reitor, tenho, sim, responsabilidade pública pelos interesses de alunos e da sociedade em geral. Divulgar que uma decisão do CONSUN, colegiada, é tão-somente de meu cunho pessoal significa, no mínimo, desqualificar aquele Conselho, superior ao reitor e autônomo em suas decisões. Mas essa é a tática da professora Jacob; alguém que, apesar de concursada, há muito está a dever o que produz, com qualidade, no meio acadêmico – pois ganha salário para isso. No sindical, já sabemos...
Os desafios da Universidade Pública me obrigam a não perder mais meu tempo com querelas domésticas, muito menos pessoais. Dou assim por encerrada minha participação neste episódio, deixando ao tempo e ao tribunal da história – como ensina Hegel – que julgue cada um por suas obras.
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