17.12.05

O Jogo dos Sete Erros

Sempre defendi a tese de que o erro é a mais importante “passagem de nível” da construção da ciência. Sem ele inexiste a comprovação, resta hipotética a refutação, e a ciência não avança.
Nada, rigorosamente nada, pode ser afirmado sem o erro e suas correções.
Mas a “administração Jacob” da Adufpa certamente é baseada em outra metodologia, jamais científica. O erro é, neste caso, uma infeliz e irreversível vocação.
Conseguiu desta vez a Jacob lembrar-me Stanislaw Ponte Preta: chegou ao limite da ignorância e não obstante prosseguiu.
É a nota da Adufpa, esquartejada abaixo, em negrito, que não me dá alternativa.

VOTAÇÃO ON LINE
Mais de 86% dos docentes boicota consulta

Erro número 1. Jacob confunde boicote com não comparecimento, na tentativa de conferir à Adufpa um sucesso que não obteve. Suas assembléias mostram que o comparecimento não corresponde ao suposto “boicote”. A ausência é a maior prova do sucesso do “não trabalho” da associação: uma categoria desmotivada, ausente politicamente, que nem pelo computador quer se manifestar sobre questões centrais de sua atividade.

Após mais de 110 dias de resistência e luta

Erro número dois.Quem dera que fosse. Professores nem apareceram na UFPA durante a greve, não havia programação regular de atividades durante e greve, simplesmente sumiram da UFPA.
À exceção do enterro nada fizeram os coveiros.

a Associação de Docentes da UFPA (Adufpa) e o Comando Local de Greve (CLG) agradecem aos professores da UFPA que atenderam uma orientação do movimento docente e das assembléias gerais da categoria,

Erro número três. Os docentes atenderam às suas próprias convicções a respeito da greve, do plebiscito e da própria letargia em que se encontram, apesar da justíssima demanda salarial.
Nenhum docente decente na UFPA atende “orientações” de uma associação de trinta membros. Toda a sociedade já percebeu isso.


e boicotaram a consulta eletrônica que o reitor Alex Fiúza promoveu para tentar encerrar a greve dos professores

Erro número quatro. Não foi o reitor o responsável. Foi o CONSUN, entidade máxima da UFPA que a Adufpa insiste em desconhecer, embora a Jacob dela participe, sem respeitá-lo, é verdade.

O boicote de 86,69% mostra a disposição dos docentes em discutir e debater, democraticamente, os assuntos referentes à categoria.

Erro número cinco. Os docentes não estavam nem estão dispostos a discutir coisa alguma. A abstenção é a prova. Ademais essa afirmativa colide frontalmente com o “erro número 1”, pois quem boicota não quer discutir nada.E “democraticamente” pode ser tudo,menos a prática da Jacob.

ao mesmo tempo em que reafirmam as assembléias gerais como espaço e fórum legítimo para deliberação de entrada e saída de greve.

Erro número seis. Mas só rindo mesmo da Jacob. O tamanho das assembléias da Adufpa desautoriza-lhe como fórum de qualquer coisa, a não ser, é claro, como palanque da Jacob e seus sequazes.

A decisão dos professores da UFPA fortalece o movimento docente autônomo e democrático.

Erro número sete. Então ta, Jacob. Vamos esperar a próxima greve. As liminares da Justiça Federal, os cortes nos salários e a pressão da sociedade vão mostrar pra vocês a autonomia desse “movimento docente”.
E tem uma informação que a Jacob convenientemente esqueceu. Dos 14% que foi às urnas o placar foi de dez a um. Contra a Jacob.
A nota também tem muitos outros erros, de português. Esses deixo ao Liberal a tarefa de apontá-los, esquecido que foi nos agradecimentos da nota da Adufpa.Que injustiça!

Nenhum comentário: