No Blogue do Colunão, de Walter Rodrigues.
Foi apenas especulativa e semi-informada a notícia do iMirante de que a Vale do Rio Doce teria comprado a Alumar, consórcio transnacional formado pela Alcoa (EUA), Billiton (Grã-Bretanha) e sócios menores, para produção de alumina (bauxita refinada) e lingotes de alumínio em São Luís do Maranhão. A Alumar desmente.
Na verdade, Vale e outras empresas, entre as quais a Billiton, vêm tentando comprar não a Alumar, mas a própria Alcoa, mediante oferta direta aos acionistas do gigante do alumínio. Mas a direção corporativa tem resistido ao assédio.
Horizonte paraense
“A empresa vem sendo alvo de ofertas hostis de compra feitas pela Companhia Vale do Rio Doce, sua sócia na MRN [Mineração Rio do Norte, produtora de bauxita em Oriximiná, no Pará), e por outras empresas mundiais”, informou recentemente Lúcio Flávio Pinto, no seu Jornal Pessoal. “A hostilidade se caracteriza pelo método de aquisição adotado, com oferta de compra apresentada aos acionistas através da Bolsa.”
Segundo o jornalista, a Alcoa articula a montagem de um grande projeto de alumínio acabado no Pará (mais avançado industrialmente que o da Alumar no Maranhão), justamente como parte de uma estratégia de crescimento e resistência aos que pretendem adquiri-la.Leia a íntegra do artigo do JornalPessoal.
Um comentário:
MPF se mete até em atraso de empresário
Paulo Leandro Leal
Parece brincadeira, mas não é. A Procuradoria da República no Estado do Pará divulgou nota acusando a Alcoa de desrespeitar os ribeirihos da região de Juruti, onde a empresa implanta um projeto de extração de bauxita. Mas a empresa não deixou de cumprir qualquer lei. O crime foi que o seu presidente chegou atrasado e um encontro com ribeirinhos que são contra o projeto e chegaram a ameaçar, no ano passado, invadir e queimar as instalações da empresa.
O MPF diz que o presidente da empresa na América Latina, Franklin Feder, atrasou-se em mais de duas horas para uma reunião à qual cerca de 80 pessoas tinham ido para discutir problemas gerados pela instalação da empresa na região. "Foi um desrespeito com a associação, com as 40 comunidades que ela abrange, com o Ministério Público e com os governos Federal e do Estado, que também estavam representados lá", critica o presidente da Associação das Comunidades da Região de Juruti Velho (Acojurve), Gerdeonor Santos.
Gerdeonor, para quem não se lembra, é aquele que ameaçou invadir, depredar e queimar as instalações da Alcoa em Juruti. Na época, ele não sofreu qualquer repreensão por parte do Ministério Público. Pelo contrário, é tido como procuradores e promotores como uma espécie de herói da resistência contra o projeto da Alcoa.
A declaração mais absurda partiu da promotora de Justiça Eliane Moreira, que atua no caso. "No nosso ponto de vista, esse tratamento desrespeitoso da empresa para com a população tem se repetido sempre. Não é um desrespeito só com os moradores de Juruti, mas sim com toda a dinâmica social da Amazônia", disse a promotora.
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