Era um quente início de dezembro em Caracas.
Havia chegado na véspera, para um pequeno encontro internacional, e já me deliciava com os frutos do mar na hora do jantar.
Um trio de música caribenha embalava o elegante restô, num ambiente que lembrava uma caverna, cheia de concavidades, tudo pintado de branco.
De repente o trio pára, agradece, e sob discretos aplausos, deixa o palco.
Sobem um pianista e uma cantora, louríssima, num longo preto.
E emendam uma longa e gostosa sequencia de músicas de Tom Jobim. Uma session com conhecimento de causa da dupla, arranjo e sotaque.
De volta ao hotel, encontro uma colega no lobby,que dá a notícia.
Voltei para o restaurante, e tomei todas.
Tenho quase toda a obra de Antonio, em bolachas e cd's. Adoro ouvir a coletânea que tem o titulo do post.E concordo com quem acha que junto com George Gershwin, Tom foi o maior compositor popular do século XX.
Será, Edyr Augusto?
Meu filho caçula, aprendiz de baixista e ouvinte de Tom, deu ao pai o link do americano, com várias cifras. Voce toca?
23 comentários:
Ontem, se estivesse vivo, nosso maestro soberano seria octogenário e seguiria compondo músicas inesquecíveis. Concordo com você, Juvêncio, ele Gershwin e Porter, complemento, são extraordinários. Que nos perdoe o Tinhorão, mas Tom é fundamental.
Boa lembrança,a de Cole Porter.E Tinhorão é assim mesmo.Um amigo comum, o historidor Vicente Salles, conta várias passagens da "intolerancia" do crítico, sempre ressalvando seu enorme conhecimento de causa.
Abs, cumpadi.
Apoiado!
Abs
Edyr
Pô, valeu aí!
Abs
Popular com toques de eruditismo: ou alguém duvida disso, após ouvir e prestar atenção nas harmonizações e orquestrações de Passarim, Olha Maria ou Águas de Março?
Como tocamos! O filhão chegou direto de Marabá para o 29.o Curso Internacional de Verão da Escola de Música de Brasília, Juvêncio. Tá tocando muito, mas, guitarra e bateria. Aqui são três divisões: Canto, Clássico e Popular. inacreditável a Escola. Dê uma olhada:http://www.emb.com.br
Que tal juntarmos os moleques para formarem uma banda?
Francisco, exemplos corretos. Arranjos de um mestre da harmonia.
Grande evento esse Val-André.Vamos botar os dois na roda...rs.
Abs e boa sorte ao herdeiro de parte de suas dívidas...rs
Nessa polêmica entre Tom e Tinhorão, este último sempre deve razão, mas o musak que Tom fazia agradava ao povo, às gravadoras, aos jabazerios das rádios e, por via direta, à crítica; as provas dos plágios descarados cometidos por Antonio Brasileiro acabaram na obscuridade, sepultadas por uma mídia que prefere seguir o gosto popular do que dar razão a quem a tem. Não ouço Tom Jobim porque não gosto de plagiários como não gosto de ladrões, corruptos e muambeiros. Considero que um maestro que rouba trechos da obra alheia é um péssimo exemplo para os meus filhos.
Marcelo Ledo, Maestro
Rapaz... vocês gostam de Tom Jobim? O que é isso, uma confraria de surdos? Ou de desinformados?
Tom Jobim é um exemplo de como dar certo roubando. Deveria entrar para o partido do Roberto Jefferson e com ele compor uma canção que tivesse um verso assim: "É peroba no campo... É o fim de carreira"
Comparar Tom Plagiário Jobim com Gershwin e Porter é um escárnio. Ou desinformação. Ou problema auditivo, mesmo.
O verso deveria ser:´"É peroba na cara", isso sim.
Maestro Marcelo Ledo, o surdo e desinformado aqui nunca ouviu falar de falcatruas de Jobim.Decerto o senhor nos trárá mais detalhes.
Obrigado pela visita, e bem vindo ao blog.
As "harmonizações e orquestrações de Passarim, Olha Maria ou Águas de Março" são cópias das obras clássicas e, por isso, demonstram-se impecáveis. O que faltava a Tom Jobim era originalidade. Mas como exigir isso de um Antonio Brasileiro?
Dê-se ao trabalho de estudar. Busque as críticas de Tinhorão, disponíveis em edições do JB ao longo de toda a década de 70. Há exemplos com as transcrições dos trechos "chupados" por Tom. Mas o Brasileiro tinha amigos demais na imprensa e Tinhorão foi proibido de continuar a escrever e publicar seus estudos sobre o maior plagário da História musical brasileira. Procure o trabalho de Tinhorão e veja que você está ouvindo canções que não passam de pequenos trechos, repetidos à exaustão, de obras clássicas.
Marcelo Ledo, Maestro
Já chega de transformar o jeitinho brasileiro em método. Alguém precisa dizer o que tem que que ser dito: Tom Jobim era uma fraude. Já foi tarde. O problema é ter que ouvir suas repetitivas canções quando se está almoçando na Estação das Docas.
Cláudio Cerqueira
Obrigado pelas trilhas fornecidas, Maestro.E dê-se ao trabalho de educar-se.
Costumo estudar outros temas, dos quais sua batuta passa longe.
O "maestro" Marcelo Ledo nao gosta de Tom Jobim. Pobre coitado! Nao compartilha da opiniao dos "surdos" Frank Sinatra e Stan Getz, dentre outros. Pois procure saber mais sobre o conceito de "influencia": voce sabia que Vivaldi influenciou Bach, que influenciou Villa-Lobos e varios jazzistas? Voce ja ouviu "Love me or Leave me", com a Nina Simone? Parece plagio, nao? Mas nao e`, sabia? Voce sabia que e` salutar beber em fontes anteriores? E` isso que diferencia o ser humano do animal: aprender com as geracoes passadas e delas extrair licoes; sem isso, nao haveria historia.
A acusacao do Tinhorao ao Jobim refere-se somente a "Aguas de Marco", e a obra supostamente plagiada nao era erudita, mas popular. Alem de estudar mais, voce bem que podia ser mais polido; nao doi e nao custa nada.
Francisco Rocha Junior
Para mim, de Tom, sons maravilhosos nunca dantes ouvidos.
Amo Tom, minha vida, com certeza, ficou mais bela, mais gostosa, mais alegre, com ele!
Águas de Março, além da música, a poesia é tocante e parece que sai da própria gente, do nosso dia a dia.
Tom e seus sons geniais, escreveu Caetano. Pode ser. Tem quem goste. Não discordo de quem gosta, mas vou insistir: vc gosta de obras de segunda mão. Uma música que repete seis acordes infinitamente, como Àguas de Março, e cuja letra não faz sentido algum e que encadeia lugares comuns e rimas pobres, não poderia "sair da própria gente". Não há senão arremedo de poesia na Bossa Nova inteira, com letras medíocres e melodias chupadas dos clássicos do Jazz, de Vivaldi e de outros menos cotados, como Stravinski. A Bossa Nova é o Jazz dos pobres, uma corruptela da grande obra dos negros norte-americanos. Nós temos nossa bossa, o samba, o chorinho. Mas fazer sucesso à lá Tom Jobim é fácil: você pega um trecho de uma obra clássica, recorta, aumenta dois tons ou dominui dois tons, altera o swing aumentando a sincopagem. E aí está uma obra nova. Àguas de Março, Passarim... Francisco Rocha parece conhecer, mas não a fundo, ao ponto de não perceber que comprou gato por lebre. Tom é ruim. Sua poesia é medíocre, sua musicalidade é requentada. Eu posso ser mal educado, mas sou estudioso de música, com dedicação exclusiva ao tema nos últimos 30 anos. Dizer que Tinhorão relatou apenas um caso de plágio é besteira. É porque você leu apenas essa crítica ou a assistiu na TV, que foi ao ar no programa Flávio Cavalcante, mas logo retirada do ar, sob ordens dos censores, amigos do Tom, o Brasileiro, e seu jetinho de se dar bem. Viva Tom! Viva a Lei de Gerson!
Marcelo Ledo, Maestro
Para finalizar: Frank Sinatra e Stan Getz não gostavam de Tom. Eles gostavam de vender discos. E o Brasil - como a américa latina em geral - ganhou grande destaque para a política dos Estados Unidos nos dez anos que correram entre 1955 e 1965. Era bom para a Aliança para o Progresso e para a política externa dos EUA fazer de conta que eram amigos, que assimilavam nossa cultura. Por isso as grandes gravadoras, como Verve, tomaram "gosto" pelo jazz terceiromundista que era a Bossa Nova: por estímulo do Departamento de Estado ianque. Rocha, vc está confundindo gosto musical com geo-política. Não demonstre, em público, tamanha ingenuidade.
Marcelo Ledo, Maestro
Marcelo Ledo tem razão: comer na estação das docas ouvindo Tom Jobim é pra lá de indigesto.
Postar um comentário