29.1.07

Modelo de Responsabilidade

Na tarde de sexta, o blog recebeu um longo e atencioso comentário do ex secretário de Saúde do Pará, o médico Fernando Dourado, a propósito do post S.O.S. (vale a pena ler na caixinha de comentários)
O poster entrou em contato com suas fontes da Acepa, mantenedora do Hospital Metropolitano, fez muitas perguntas, e ouviu os esclarecimentos, que resume a seguir, na mesma moeda.

O Começo.
Nem todos os equipamentos previstos no projeto foram entregues. A unidade entrou em funcionamento com desfalques.

Economia
Deve ser minimizada a economia de 12% apontada pelo secretário.
Metade dela está no balanço de 2006 como pendências, e a outra metade consumida em multas e penalizações por redução de grau nas compras em pregão eletrônico, elevando o preço dos insumos.

Repasses
Todos os repasses apontados pelo secretário, de fato, foram cumpridos, menos um, acertado para o dia 30 de dezembro. Ficou claro para a mantenedora, naquele dia, a decepção do secretário pela impossibilidade de cumpri-lo, deixando a impressão que estava acima de sua alçada honrar a transferencia acertada.

O início da crise
Remonta a setembro do ano passado o início das dificuldades de manutenção do hospital, cuja situação atual é gravíssima, pelos atrasos inclusive, no pagamento de pessoal - ressalte-se - de propfissionais que lidam com atendimento de casos de média e alta complexidade.
Nesta época começaram as pressões de fornecedores, inclusive de gás, sem o qual um hospital fecha as portas.
De tudo tinha conhecimento, formalmente, o ex governador Jatene.

O novo governo
As negociações com o novo governo - secretários de Saúde e Planejamento - prosseguem, e a mantenedora tem esperanças de encaminhar os problemas para solucioná-los, não para agravar a situação ou expor-se à novas situações embaraçosas, já que é a mesma mantenedora do CESUPA, o segundo maior grupo educacional superior particular do Pará.

Quebra do contrato
Se não for possivel regularizar as pendências, e manter o fluxo financeiro contratual, não há problema algum. O contrato é de cinco anos, e só um ano decorreu. Discute-se uma repactuação.

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O blog não fala de desvios, senão os de responsabilidades.
A ameaça que paira sobre a unidade é o escândalo.
E acha que o Ministério Público deveria se interessar em investigar as origens do problema, antes que alguém o provoque.
De preferência antes que o hospital paralise suas atividades.

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Atualizada às 12:37.

O blog errou. Não são 12%, e sim R$ 12 milhões, e metade foi gasta com a complementação parcial dos equipamentos referidos no primeiro tópico do post.

7 comentários:

Anônimo disse...

É uma peça muito curiosa a resposta do ex-secretário de saúde do governo Jatene. E destaco especialmente sua idéia de amigos e do papel da mídia. Quanto aos repasses ao hospital, ao que parece quase todos honrados, só resta para mim duas possibilidades de conclusão: se os recursos foram repassados, como diz o secretário, a eficiência do modelo OS é um fiasco, ou, o que não creio, a direção do hospital é incapaz de conduzir o hospital com segurança administrativa.
Contudo, só uma análise jurídica e contábil do contrato, isenta de ânimos, será capaz de concluir em definitivo sobre o que ocorreu e está ocorrendo, atribuindo as culpas e inocências devidas. Portanto, tem razão o Juvêncio ao pedir a atenção do MPF sobre o fato em razão do Metropolitano ser unidade do SUS.

Anônimo disse...

Como diria a Natal Silva: Sumano, olha a enrascada que se meteu a CESUPA. Sem necessidade...

Anônimo disse...

Não foi sem necessidade, foi para viabilizar o curso de medicina. Precisam ter um hospital universitário e a saída foi o Metropolitano.

Anônimo disse...

A título de esclarecimento ao anônimo das 8:54 , na condicão de professor do CESUPA em disciplina básica da área da saúde, escalado para docente do novo curso de medicina e, portanto, conhecedor de seu projeto político- pedagógico,informo-lhe que não existe correlacão entre o curso e a administracão do Hospital pela ACEPA, mantenedora da instituicão de ensino. É certo que o CESUPA prima pela excelência de seus espacos para o desenvolvimento de atividades práticas , principalmente na área da saúde, uma reconhecida vocacão institucional, e que o Hospital Metropolitano muito bem preenche os critérios necessários, porém afirmo-lhe que o único Hospital que consta no projeto do curso é o Divina Providência, em Marituba, além do que a etapa hospitalar do curso somente iniciará em 2011, quando, acredito, o contrato já terá expirado.Saudacões

Anônimo disse...

Não falo como tem gente demais nesses blogs que acreditam em papai noel, fadas e curupiras. O brasileiro só se manifesta pra defender o seu bolso - o mais egoísta dos animais. O problema das obras tucanas é que NENHUMA é auto-sustentável. Até o Paulo Martins(cozinheiro e arquiteto) amigo de faculdade do PC da tucanagem já avisou que até o Hangar é insustentável.

Anônimo disse...

A CESUPA entrou nesse negócio mesmo foi pela grana: R$ 50,000.000,00 por ano. É mole ou quer mais?

Anônimo disse...

Está de parabéns o ex secretário Fernando Dourado em responder as indagações do quinta.
Esse é o dever de todo homem público. Principalmente aqueles que não tem nada para esconder.