22.1.07

Morreu ou Não?

Da Bia, comentarista cardeal do blog, sobre o post Finado, mais embaixo.

Caro Juca:
só tenho acompanhado as patranhas da eleição da AL pelo seu blog.
Mas este post despertou uma enorme vontade de comentar não essas artimanhas, mas o fim do PSDB, do qual não me convenci - ainda - tanto quanto você.
O PSDB, desde a sua criação – da qual participei em1989 – foi um partido envergonhado. Envergonhou-se de ser derrotado dentro do PMDB - que passava a ser o mais fisiológico dos partidos da nossa vã democracia - envergonhou-se de assumir que seu papel era representar as camadas médias da sociedade e não os pobres – que ninguém representa até hoje! – e pensou que a saída de lideranças nacionais - como Covas e Almir Gabriel - seria suficiente para garantir que o novo partido ocuparia o vácuo deixado sem dono pelo antigo “PMDB popular”.
Daí vem o partido sem massas, sem povo, sem militância, o partido de “nomes”, currículos e caciques, o que não o desqualificaria por si só, se tivesse assumido e fortalecido a sua verdadeira vocação.
Assim, a derrota recente no Pará e em outros estados não fez o PSDB perder o rumo. Ele jamais conseguiu encontra-lo!
Em dezembro de 1992, quando me desliguei do partido, a razão era esta que está exposta acima. Para mim ela permanece tão válida, que jamais me “re-filiei” novamente.O dilema de Pirro - "a quem representar" prioritariamente - transformou o PSDB de potencial representante da social democracia no Brasil, num indisfarçável amontoado de interesses que são, em alguns momentos, mais vergonhosos e difusos do que aqueles que o PFL representa.
Resultado: o PT de Lula, Dirceu e Genoíno é que passou a ser - ainda que não reconheça isto nem sob tortura! - um simulacro de partido social democrata.
Não sei para onde caminhará o PSDB do Pará. Mas acredito que os interesses escusos de muitos e o ideário sincero de alguns vão mante-lo vivo. Não sei por quanto tempo. Na verdade, diretamente pouco me incomoda isto.
Incomoda-me, porém, a mediocridade da representação parlamentar que fomos - todos – “capazes” de criar em duas décadas: Jader Barbalho, Paulo Rocha, Domingos Juvenil, Alessandro Novelino, Luis Sefer, Zé Geraldo, Mario Couto, Flexa Ribeiro, etc...etc...etc... Contra isto é que há que se reforçar a vacina!

8 comentários:

Anônimo disse...

Como a comentarista, também fui, juntamente com meu irmão, um dos fundadores do PSDB no Pará, no qual me filiei antes mesmo de Almir e sua turma(Paulo Eucídio, José Homobono, Ronaldo Barata e outros tantos)tendo militado na juventude do partido até a malgradada aliança com o Hélio Gueiros, quando não mais aguentei a falta de uma identidade do partido, aquele tempo motivo, muito mais do que hoje, de chacotas. Concordo com parte do comentário, a me entristeço por ver um partido que principalmente aqui poderia ter sido uma alternativa real a maneira de fazer politica que existia e existe até hoje, mas que foi pelo PSDB, em doze anos de poder, elevada a quinta potência.
Concordo também que o PSDB não está morto, pois o País é prodigo em decretos de morte súbita, quase todos errados, visto o próprio Jader, Lula pós- mensalão, ACM (várias vezes)Paulo Rocha e outros tantos mais. Mesmo acreditando que o rumo do PSDB é o errado, espero que na derrota ache seu caminho, pois não acredito em democracia de Partido único. Nem sendo do partido que venceu.

Unknown disse...

Olha lá...obrigado pela participação no debate,Alex,também voce cardeal do blog.
Abs

Anônimo disse...

Bia, não tenho o (grande) prazer de conhecê-la.
Sua apreciação é correta e espelha muito bem a política partidária no Pará: infelizmente,decepcionante.
Parabéns pelo seu texto.
Observador Atento.

Anônimo disse...

Na lista que fez a Bia sobre a mediocridade da classe politica paraense seria interessante que ela mencionasse a grande contribuiçao do PSDB neste contexto.
Almir inventou o senador Pepeca, o Senador Duciomar, o Senador Mario Couto. (Todos o trairam com execao do colega Dudu eleito prefeito).
O jatene acabou de ressuscitar o Wandenquok.

Anônimo disse...

Prozac é um bom conselho pra ressaca política? Não sei. Mas, certamente, tanto deprê pode melhorar se a dona do post olhar para o Brasil como um todo. De A a Z, da direita à esquerda, verá que esta geração é pobre de líderes, salvos uns três ou quatro, no máximo, como projetos de. Portanto, não nos alugue com suas crises existenciais de adolescente secundarista.

Anônimo disse...

O cloridrato de paroxetina é um genérico da família Prozac, e eu tomo, sim, antes, muito antes da ressaca eleitoral.
Eleitoral, e não política. Porque o dia em que a ressaca política me abater, aí não há Prozac ou paroxetina que dê jeito. Aí, só cortando os pulsos (força de expressão, é claro!)
Mas, foi exatamente olhar o Brasil pós eleição 2006 - pois não há comparações "elogiosas" com nenhum outro estado, no meu comentário - que me fez destacar o nosso exemplo.
Se passei ao comentarista a idéia de que nós somos piores que os outros, lamento. Não foi o que eu disse.
Ao me ater ao Pará, o fiz porque é aqui que vivo há 30 anos, fiz parte dessa história - e não me isentei disso - e quem não enxerga o próprio umbigo, dificilmente divisa a própria sombra. E menos ainda o que está além dela. E, entre as minhas pouquíssimas virtudes, está a auto-crítica.
Quanto aos sonhos secundaristas, eu os conservei como bem disse o comentarista, como sonhos. Nesta idade madura em que já estou, eu vivo a realidade e as suas circunstâncias. Mas não abro mão de não concordar com ela.
Um abraço. Verdadeiramente fraterno.

Itajaí disse...

Não, por favor, compadre não corte os "porsos". Ressaca vem e vai embora, pois sabemos que esperança mesmo minguada ainda é grande. E vamos seguindo de enjoados que somos.

Unknown disse...

rs...sim, cumpadi, vamos de enjoados sim.Abs