Prá muita gente do Baixo Tocantins, região de origem da família materna deste poster, é uma broca conhecida como "aruá" que define o nível máximo das águas no inverno.
"No lugar que ela coloca os ovos a água não chega, seu Juvencio", foi o que ouvi ontem, na banheira infecta que me trouxe da ilha do Marajó.
E no desembarque fez questão de me mostrar os ovos, grudados na parede no galpão 10 do porto de Nova Déli.
Tomara que ele esteja errado,ou o aruá.
A altura assusta.
6 comentários:
"aruá" ou "uruá", que conheço é um tipo de caracol, não uma broca. Quanto à crença popular de que a altura dos ovos delimita o nível da enchente, eu já conhecia de morar na Dr. Moraes, às margens do canal. Freqüentemente, nos idos de janeiro a abril, ou mesmo junho, encontrávamos os ditos ovos grudados nas paredes das casas, em árvores, e outras superfícies verticais. o diabo foi encontrar, certo longínquo dia, ovos a cerca de um metro, na parede de casa, que tinha assoalho de meio acima do chão. A sensação acho que foi a mesma sua, no porto. Ter sido morador de margem de canal ainda gera preconceito de algumas pessoas, mas hoje me faz ver o quanto estávamos próximos de um ecossistema belo e complexo: tínhamos pavor das sucuris (só cheguei a ver uma, já morta e devidamente esquatejada, dentro de um bueiro), cobras diversas, maçaricos, socós, frangos d'água etc, fora os insetos, moluscos e diversos tipos de animais. Penso que a cheia do canal nessa época, apesar de nos intimidar com seu gigantismo, trazia de volta do passado a real vocação desta enorme várzea que são as baixadas de Belém.
Obrigado, Juvêncio, por trazer de volta essa reminiscência de uma infância de medos e fascínios.
Puxa, Artur, obrigado a voce pelo emotivo comentário,e pela correção quanto à categoria do "bicho".
No início dos 60 morei na Praça Batista Campos e andava pela baixada da Dr. Moraes
Vai já subir prá ribalta.
Juvêncio,
Quando vc tocou em "broca" pensei estar vc usando a gíria para lanche, comida. Isto pq no interior de Cametá, minha terra natal, este molusco é muito consumido, inclusive, eu e o Galo Velho, meu tio, somos grandes apreciadores desta deliciosa iguaria.
Abraços,
Augusto
P.S. Ponha seu e-mail no post que te mando uma foto raríssima do uruá desovando, tirado no sítio do meu pai no mês passado.
Bacana, Augusto.
Quem sabe uma hora dessas eu não encontro voces por lá e sento na mesa...eheh.
O mail do blog é juvencioarruda@gmail.com.
Mande a foto que tentarei posta-la.
Abs prá voce e obrigado pela visita.
Juvêncio cadê a foto do aruá
Mariana
Publico amanhã, pois a foto chegou em tamanho muito grande e não sei reduzi-la. Vou pedir a meu filho que o faça.
Mas o Augusto não exagerou: a foto é sensacional e rara mesmo.
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