O post Cheia, de ontem, trouxe à ribalta o comentário de Artur Dias.
"aruá" ou "uruá", que conheço é um tipo de caracol, não uma broca. Quanto à crença popular de que a altura dos ovos delimita o nível da enchente, eu já conhecia de morar na Dr. Moraes, às margens do canal.
Freqüentemente, nos idos de janeiro a abril, ou mesmo junho, encontrávamos os ditos ovos grudados nas paredes das casas, em árvores, e outras superfícies verticais. o diabo foi encontrar, certo longínquo dia, ovos a cerca de um metro, na parede de casa, que tinha assoalho de meio acima do chão.
A sensação acho que foi a mesma sua, no porto.
Ter sido morador de margem de canal ainda gera preconceito de algumas pessoas, mas hoje me faz ver o quanto estávamos próximos de um ecossistema belo e complexo: tínhamos pavor das sucuris (só cheguei a ver uma, já morta e devidamente esquatejada, dentro de um bueiro), cobras diversas, maçaricos, socós, frangos d'água etc, fora os insetos, moluscos e diversos tipos de animais.
Penso que a cheia do canal nessa época, apesar de nos intimidar com seu gigantismo, trazia de volta do passado a real vocação desta enorme várzea que são as baixadas de Belém.
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