Sinto alguma inveja dos meus pais. Da geração dos meus pais, entendam, que nasceu com o pós-guerra e cresceu num mundo próspero e ordenado. "Baby boomers", eis o termo, e com ele a certeza de uma carreira garantida, habitação barata, saúde para todos e proteção na velhice, com reformas que começavam, sei lá, por volta dos 50.
Esse mundo acabou e as gerações seguintes dificilmente irão conhecer idílio igual. Não são apenas as incertezas profissionais que definem o modo de vida dos infelizes abaixo dos 35. É também a certeza, pessoalmente dolorosa, que terei de trabalhar mais, e até mais tarde, para morrer mesmo a tempo de não desfrutar coisa alguma. Isso deprime. E, mais do que deprime, revolta. Por que raio terei eu de pagar o estilo de vida que os meus antecessores montaram com generosa ganância só para eles?
Mais um artigo de João Pereira Coutinho, na Pensata da Folha de SP.
2 comentários:
Juvencio, este trecho do artigo poderia ter sido escrito por um Alemao ou Frances. É pura verdade. Contudo, o que nao entendo é como isto é possível se vivemos num mundo infinitamente mais rico do que aquele encontrado e deixado pela geracao "baby boom"?
Juvêncio, para ilustrar o artigo do Pereira Coutinho, é interessante dar uma passada no seguinte endereço: http://www.ibge.gov.br/paisesat/
Dá pra comparar legal os índices de desenvolvimento humano, de urbanização, acesso a água potável e saneamento básico, expectativa de vida, dentre outros, entre países centrais e periféricos.
Abraços.
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