21.3.07

Fabulações

A respeito dos comentários da caixinha do post Plano de Vôo, de ontem, questionando a suposta omissão do motivo da viagem da governadora Ana Julia à Belo Horizonte no artigo objeto do post, e sobre o suposto silêncio de Lucio Flavio Pinto sobre o convenio FUNTELPA/TV Liberal na época que o jornalista prestou serviços à estatal de tv paroara, escreve Lucio:

Caro Juvêncio:
O anônimo 8 x 23 estranhou que eu, escrevendo no Jornal Pessoal sobre a viagem da governadora Ana Júlia Carepa no jatinho da ORM Air até Minas Gerais, "não comente o motivo".
Estranho eu a observação, porque o motivo está dito no quinto parágrafo da matéria: "... no dia 9, quando Ana Júlia já estava na capital mineira para a festa de formatura do filho, depois de passar por Brasília".
Ganharíamos todos se as pessoas analisassem e interpretassem a partir dos textos e não de fabulações. Assim as polêmicas não precisariam ter sempre que recomeçar, em busca de um terreno mais sólido para o exercício da inteligência saudável: os fatos. Por esse mau hábito de leitura, um outro anônimo atribuiu meu alegado silêncio sobre o convênio da Funtelpa com a TV Liberal ao fato de eu ter recebido pagamentos da Fundação de Telecomunicações do Pará.
Se, ao invés de presumir (e, nesse caso, a boa fé é predicado), o anônimo fosse apurar os fatos, veria que denuncio a relação desde quando ela era efetivamente contrato e não convênio.
Uma das matérias do Jornal Pessoal, de capa, até deixou mal, em 1991, o então secretário de Comunicação Social do segundo governo de Jader Barbalho, fazendo-o deixar o cargo (exatamente quando eu ainda tentava montar o banco de dados sobre a Amazônia nos arquivos da Funtelpa, razão do pagamento, suspenso porque nunca condicionei meu jornalismo a qualquer outra eventual - e sempre efêmera - prestação de serviço). E a ação popular proposta em 1997 contra o já aí "convênio" teve como uma de suas provas matéria - novamente de capa - do JP, a primeira que saiu sobre a nova criatura, criada por esse espúrio compadrio Funtelpa/TV Liberal.
Matérias sobre o tema se contam às dezenas no Jornal Pessoal, desde que a publicação surgiu, em 1987. Para quem sabe contar, basta ir à coleção e contar.
Um abraço,
Lúcio Flávio Pinto

13 comentários:

Anônimo disse...

O fato é que o 8x 23 está deixando passar algumas de suas paixões. Definitivamente.

Anônimo disse...

8 x 23 disse ...

Ao jornalista Lúcio Flávio, peço desculpas pela troca de uma palavra: ...não "critique" o motivo ..., no lugar de comente. Muitas atribuições, preocupações e cansaço, você compreende, levam a gente a cometer esse tipo de "erro". Se não deve usar o jatinho, pra mim, pior e mais grave é pagar com dinheiro público uma viagem com objetivos exclusivamente pessoais, como foi o caso da festa de colação do filho. E isso, meu caro Lúcio, você não comentou. Ou melhor, não criticou.

Anônimo disse...

Podemos até discordar das análises de Lúcio Flávio Pinto, mas, negar-lhe atitude atual e pretérita quanto ao imoral Convênio Liberal-Funtelpa, é ignorar suas denúncias sobre o assunto no Jornal Pessoal.
Quem foi leitor assíduo dessas personalíssimas páginas jornalísticas teve acesso a todas as matérias sobre o assunto.
É pena, contudo, que em plena era da informação digital ainda não possamos ler o Jornal Pessoal on line, assim como acessar um arquivo de números publicados.
Penso que a UFPa, onde Lúcio é professor, bem poderia elaborar um projeto nessa linha de democratizar a informação jornalística produzida no Pará, especialmente de um jornalismo alternativo e de resistência, como o é, gostem ou não, o Jornal Pessoal, como também o foi nos tempos da Ditadura Militar o Resistência.

Anônimo disse...

Congratulações ao Lúcio Flávio, sempre correto nas suas análises, e ao Quinta por dar-lhe espaço.
LFP é , sempre, uma grande contribuição.
Aliás, "seu" Juve, aproveito esse espaço para fazer chegar ao LFP uma pergunta que há muito me faço:
Por que o LFP ainda não tem um blog?
Alguém tem dúvida do quanto seria útil?
Observador.

Unknown disse...

Obrigado, Observador.Mas esse comentário deixa o Lucio "em maus lençois"...eheh.
Já pensou se ele abre um blog?
Show de bola,hein?

Anônimo disse...

o jornalista Lúcio nem "comenta", nem "critica" a viagem da governadora pra BH, ele simplesmente diz que ela foi. só uma pergunta; de quando a quando ele trabalhou na FUNTELPA.

Anônimo disse...

8x23, será que você quer ler no Lúcio alguma coisa do tipo “isto é uma vergonha!”, ou “não podemos mais conviver com as pessoas que se locupletam do erário público!”? Acho que aí é esperar por obviedades que não ajudam na compreensão de algo maior e mais grave, que são as ligações entre os grupos de poder do nosso Estado. Está mais do que claro que o uso de verba oficial para fins particulares é condenável, sem precisar de maiores comentários. O rearranjo do poder no Pará, contudo, é que merece nossa especial atenção: A entrada em cena do PT como governo estadual não parece ter modificado substancialmente o jogo de forças no Pará. Eles sequer tiveram coragem de anular o tal “convênio” com as ORM. Isso aí é medo ou é aceitar as regras de um jogo viciado, em nome do poder? Acho que ganhamos mais quando temos a coragem, a exemplo do Lúcio, de sair do acessório para entrar nas questões fundamentais.

Anônimo disse...

Lúcio Flávio Pinto mantém coluna eletrônica em www.oestadodotapajos.com.br com publicação(simultânea)dos principais artigos/matérias do Jornal Pessoal.

Anônimo disse...

Caramba, como diz a Bia. Esse 8x23 foi legal. O reconhecimento foi imediato. O JP é para mim o terceiro jornal desde que surgiu.
Beijos, Cris Moreno

Anônimo disse...

matérias do JP não vale, a gente já as lê no Quinta e no JP impresso.

Blog do Lúcio já!!!

notícias e assuntos que ninguém publica, em tempo real, todo dia toda hora.Sensacional!!!
Show de bola mesmo!!
Observador

Antonio Carlos Monteiro disse...

Se Lucio fizesse um blog, seria a noticia mais alvissareira em tempos tão sombrios. Mas confesso pra vocês, que não troco meu jornalzinho, na cama e deitado, por nada.

Abraços

Carlos Barretto  disse...

Nem eu.

Unknown disse...

Ao Anônimo das 10:00.

O jornalista Lucio Flavio Pinto, por e.mail, responde à sua pergunta e faz outras considerações, a valorizar a calçada.

Caro Juvêncio:

Cá estou eu a ocupar espaço para atender aos pedidos de informação dos seus companheiros de calçada.

Primeiro para agradecer pela generosidade e acuidade dos que se manifestaram. Sem os bons leitores o jornalismo não vale a pena (ou qualquer outra coisa que se escreva).

Segundo: eu escrevi a matéria sobre o jatinho no dia 10, sábado. A edição do JP foi finalizada no dia 11 pela manhã. As informações completas sobre a viagem só estariam disponíveis no dia 13 (e ainda não inteiramente completas até hoje). Por isso, certas análises só poderão ser feitas no próximo Jornal Pessoal. Mas, infelizmente, o JP deu o “furo” do vôo da governadora. O Diário do Pará só entrou na história no dia 14, dia seguinte à circulação do JP, repercutindo-o.

Terceiro: decidi criar um banco de dados sobre a Amazônia em 1989, impressionado com a desmemoria da região, tanto por falta de acesso a fontes escritas quanto a testemunhos orais (pela morte natural ou assassinato de muitos “cabeças” e muitas cabeças). Francisco Cezar Nunes da Silva apoiou a idéia, na presidência da Funtelpa (ele pode se manifestar a respeito). Houve uma interrupção. Voltou com Mauro Bonna (que também pode testemunhar, querendo). Depois parou. Persistiu mais ou menos entre 1989 e 1992, mas não de forma contínua. As interferências políticas acabaram com o projeto. Mas espero que a Funtelpa tenha mantido a base para os que quiserem conhecê-la. E alguém a prossiga.

Quarto: o Jornal Pessoal nunca aceitou publicidade. Vive da venda avulsa – e quase tão somente em banca. Quem conhece o ramo e quem se informa a respeito sabe o que isso significa. Como fazer um site profissional sem apoio publicitário? E como se dedicar a um blog profissional sem viver dele, criatura que cresce escravizando o criador? Quem souber a prenda que m’a entregue (como se escrevia antanho).

Quinto: deixei de dar aulas na UFPA em 1997.

Um abraço a todos.

Lúcio Flávio Pinto