Os guseiros apresentaram ontem, em Nova Déli, o Fundo Florestal de Carajás, mecanismo que procura mitigar o impacto ambiental da matriz enérgita das siderúrgicas, que operam a partir do carvão vegetal.
Segundo avaliação dos gestores do Fundo, que será vinculado à Bolsa de Valôres, em 2015 toda a demanda do pólo será atendida pelo reflorestamento.
A iniciativa, tomada depois que a rosca apertou fortemente na direção das empresas - existem tres paralisadas pelo IBAMA - pode ser um avanço no processo de contenção da devastação florestal e de outros efeitos da atividade carvoeira como o trabalho escravo, a prostituição infantil e a violência, que resultam num enorme passivo social e ambiental na região.
Mas uma informação do site Pará Negócios, creditada ao presidente da Comissão de Meio Ambiente da Assembléia Legislativa, deputado João Salame (PPS) traz um novo ingrediente à questão: há cinco pedidos de licenciamento para instalação de novas guseiras na área.
Como será possível atender se apenas em 2015 o carvão que moverá o pólo deixará de impactar a floresta?
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O poster tem pena dos profissionais de comunicação que trabalham no setor.
Os guseiros teimam em não baixar a bola, e é impossível mantê-la nos níveis que eles desejam.
Não é uma questão de comunicação. É de educação mesmo, empresarial e política.
5 comentários:
Depois do carvão. Sem dúvidas, o maior problema deles é sua lastimável comunicação.
O tal fundo florestal é mais uma cortina de fumaça dos carvoeiros. Derrubam a mata nativa, transformam em carvão e plantam eucalipto e outras espécies exóticas, num processo artificial, prejudicial ao meio ambiente, destruidos da biodiversidade. Isso já aconteceu e acontece no Sul do País, com resultados catastróficos. E ainda recebem aplausos dos interessados pelo lucro imediato e as gerações futuras que cuidem do prejuízo. Isso se repete há mais de 500 anos no Brasil!!!
Olá Juvêncio,
Seria sensato não permitir a instalação de novas guseiras até que se encontrassem alternativas responsáveis, do ponto de vista ambiental, ao avanço puro e simples sobre as florestas.
Concordo com o anônimo: não é reflorestamento o que se tem feito no Brasil e se promete fazer no Pará.
É impossível fazer reflorestamento, latu sensu, na Amazônia. Devido a sua enorme biodiversidade a floresta recusa-se a renascer das cinzas. No lugar sapecado, pode-se fazer o que quiser para ver o que acontece: floresta de novo, jamais.
Aquilo que chamam de reflorestamento, não passa de mono plantio, que os neologistas da área chamam de floresta energética: isto tem sido um fracasso alhures e deverá ser aqui, mormente na Amazônia, que rejeita estes tipos de soluções exógenas.
Por isto, não se deve aceitar que está havendo mitigação de passivo ambiental com o virtual plantio, pois este não passará de nova matéria prima: as guseiras estão quebrando um monte de ovos para fazer o tal omelete do “desenvolvimento”, e precisam cuidar de limpar a sujeira que estão causando.
Parsifal Pontes
O desmatamento seja pra que objetivo for, madereiro, guseiro ou pecuário vem de longe. Esse assunto já estava passando da hora de vir à tona. Mesmo que só tenha vindo agora para beneficiar a Vale que quer vender o carvão mineral que irá trazer de fora em seus navios que até então vinham vazios e voltavam com o ferro, esse é o assunto da hora. Entretanto, temos que ficar atento para que, sob o pretesto de se preservar, não fiquemos impedidos de beneficiar aqui os nosso minério. Não pode ser a madeira? (e não deve mesmo). Então que se estude um saída como o fornecimento de gás, ou energia elétrica, ou biocombustível, ou seja lá o que for, até mesmo o carvão mineral que a Vale quer vender.
Olá, Parsifal.
Há controvérsias não é?
Vai pra ribalta, caro deputado.
Obrigado pela visita.
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