Por Wanderley Guilherme dos Santos.
Os economistas prevêem um futuro de "grande moderação" no progresso material do país. É uma aposta, mas há outras. Ao que tudo indica, o importante salto à frente do país continuará atabalhoado como até agora. Iniciado com a desastrada e comprometedora gestão de Fernando Collor de Melo, seguida pelo tecnicismo insensível dos dois mandatos de Fernando Henrique Cardoso, teve modificadas as prioridades de classe com a eleição e reeleição do presidente Luiz Inácio. A gigantesca incorporação dos segmentos C e D da população ao mercado de consumo, por via do controle da inflação e das políticas sociais agressivas do atual governo, vai em breve revelar seu papel econômico de amortecedor dos estímulos externos negativos, rompendo com a rotina de os países subdesenvolvidos crescerem quando crescem os desenvolvidos e entrarem em crise juntamente com estes. O aspecto ideológico do fenômeno da globalização tende a ficar mais exposto. Em tudo, a mão invisível da democracia.
Na íntegra aqui
2 comentários:
Bom dia, Juca querido,
nada como um instigante post pra animar o sábado. Vamos lá.
Wanderley Guilherme dos Santos já foi muito bom. Encantou-se porém com a tomada do Palácio de Inverno em 2002 e perdeu em substância e clareza.
Ao afirmar que “... Os torneiros mecânicos brasileiros têm se revelado à altura das tarefas encomendadas, os letrados pedantes, não. Nestes incluídos os velhos e novos acadêmicos repetitivos e bolorentos.” faz chacota barata e generaliza o que não devia.
A justa crítica à senilidade atual de FHC embutida na chacota se perde na desqualificação de outros letrados que cumprem bem sua tarefa, à exemplo do Chico de Oliveira, fundador do PT e que dele se desligou em 2003 com uma carta aberta que até hoje nem o PT nem os fatos contestaram.
Se a chacota era só para os pedantes, ofendeu Marilena Chauí, filósofa de primeira grandeza, mas pedante e antipática (redundância?).
Aliás, a ascenção pública de WGS como ideólogo-defensor-intransigente-do-PT, só se deu após a saída do Chico.
Nesse papel de intransigente defensor do "governo do povo", pisa na bola solenemente. Quando declara que “... A oposição caiu cativa de um grupo suicida. Se pudessem, ateavam fogo às vestes e, com tal radicalismo, alimentam o temor do Executivo, engessando-o em uma parceria de efeitos negativos sobre o salto à frente”, parece apagar o recentíssimo – e longuíssimo – período em que o PT foi oposição. Irresponsável, coorporativista e canhestra.
E - pasmemos! - de brinde, nesse parágrafo, está a dizer: "viu, a culpa é de vocês, coitadinho do Lula, é obrigado a ser refèm do PMDB e isso atrasa a revolução".
Valei-me Santo Ambrósio!
O PMDB é o parceiro principal porque aparentemente acomodou-se à condição que o PT exige para fazer firula para a galera: um partido que não faz alianças, exige rendição!
Como para o PMDB aparentar isso é indiferente, desde que receba sempre seu grande quinhão, estão ali, na esplanada, como bons irmãos siameses. E o PMDB come como sabe, sem alarde. Que o diga a nomeação do grande Lobão lá e a da SESPA cá.
Mas como WGS é um rapaz atilado – inteligente, sem dúvida – antecipa no próprio texto as bobagens que lhe possam ser cobradas. Senão, para que serve este parágrafo: “...O produto democrático brasileiro não é de boa qualidade. Os Legislativos pós-Constituinte têm estado modestos em grandes figuras parlamentares, úteis para disfarçar a mediocridade rapace da maioria. A hegemonia governamental petista, surpreendentemente, deu meia razão à crítica oposicionista de que o partido não teria quadros, não os técnicos, que a oposição insinuava, mas operadores, hábeis parlamentares e negociadores - o que parecia marca do partido. Entregues as lideranças do governo a aliados ao PT, está o Executivo submetido a um estilo de administração política que esgotou a paciência do país. Talvez esteja próxima a hora de mandar o PMDB às favas e de trancar as portas do Estado brasileiro à desfaçatez da política predatória. Uma das condições indispensáveis para melhorar a qualidade do produto democrático brasileiro.”
Serve, á claro, como indulgência prévia, pois a podridão agregada ao governo Lula, que ele -e não eu- nomeia, o PMDB, servirá para explicar tudo num futuro próximo ou remoto. Agora quem ceva e apóia Severino Cavalcanti, Geddel Lima, Jader Barbalho, José Sarney, meninos que não sobrevivem à falta de ar do poder, é Lula. E enquanto o torneiro-mecânico redivive o próprio mito todos os dias, seus operaores fazem o que devem. Sim porque no texto há duas mentirinhas: o governo tem sim operadores excepcionais. E o melhor deles é do partido e não da base aliada. José Dirceu é o melhor – ou apenas o mais visível? – e sua entrevista à revista piauí é uma prova melhor do que qualquer explicação que eu queira dar. E sua saída da Casa Civil jamas significou sua saída do poder. Vaidoso como é, ele mesmo deix isso claro nas entrelinhas da sua entrevista de Poderoso Chefão.
Resumindo: Wanderley Guilherme dos Santos era melhor como filósofo puro. Li primorosos textos seus sobre desigualdades sociais. Hoje é um pedante vomitador de alvarás de consciência, quem sabe para si próprio. Como diz ele no artigo, o Tempo dirá quem tem razão.
Beijão
Bom dia, queridona.
Vou comentar o artigo de Wanderley.
mas hoje não. Hoje é com vcs, Suas Excias, os comentaristas.
Bjão.
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