14.1.08

A "Reação" dos Defensores de Bira

Depois de tres dias nas cordas, por assim dizer, é visível a reação dos partidários da candidatura do prof. Bira Rodrigues nas caixinhas dos diversos posts que abordam a questão. Todavia nada trazem de novo, a não ser a civilidade no trato do contraditório. Alvíssaras!
Publico abaixo alguns excertos, e comento. As colocações dos comentaristas estão em itálico.

Sobre A Diferença

Na verdade a diferença foi de apenas 0.6% se fosse utilizada corretamente a fórmula de proporcionalidade, deixando de fora do cálculo os eleitores que se abstiveram que chegaram a 50%.

Silvio, Ana e Bira tiveram quase a mesma votação e, trocando em miúdos, mudanças totais ou parciais somaram mais votos que o situacionismo representado por Bira.Então, a governadora tem todos os argumentos para nomear o professor Bira: as regras do jogo, os votos somados do sentimento de mudanã, o emparelhamento dos canditatos na votação e o projeto mudancista representado pelo professor Bira.

A votação de ambos, segundo as regras do jogo (proporcional) ou idealizações (diretas), demonstra que os três candidatos mais votados encontram-se emparelhados quanto ao número de votos, o que reforça a legitimidade de, respeitando-se as regras do jogo (o voto proporcional, a lista tríplice etc), escolher um reitor para a UEPA coadunado com um projeto diferente dos anteriores à frente do governo estadual.

Portanto, de acordo com as regras, o professor Bira pode sim ser nomeado pela governadora e com muita legitimidade, uma vez que os candidatos ficaram eleitoralmente emparelhados.

A respeito da esdrúxula tese do "empate técnico", "quase a mesma votação", "emparelhamento eleitoral" (rsrs..), um excerto do post Eleições na UEPA: A Diferença:
Conversa fiada. Empate técnico refere-se sempre à intenção de votos, nunca ao resultado final. Está relacionado, sempre, à margem de erro usada na pesquisa, e depende do tamanho da amostra utilizada na sondagem.A margem de erro, por sua vez, é o desvio amostral em relação a população pesquisada. Quanto maior a homogeneidade da população, menor a margem de erro.Afirmar, portanto, que houve empate técnico nas eleições da UEPA, é uma rematada bobagem.

Sobre Legitimidade

O projeto que o professor Bira é muito maior do que uma defesa de "reitor eleito é reitor empossado". Não vivemos mais na ditadura, sabemos exatamente quem e qual projeto é representado pelos candidatos.

Ao que se saiba, até agora, ditatura é exatamente o desrespeito às regras do jogo, e ao conceito aspeado pelo comentarista. As aspas, na verdade, são um espetacular ato falho do comentarista. Há vários deste tipo nas caixinhas. Escolhi apenas um.

Sobre Coerência

Olhem os discursos feitos cobrando "coerência" da governadora como são cínicos?

Coerentes mesmo são as pessoas que sempre estão contra os mesmos princípios, e sempre a favor de outros mesmos princípios. O cinismo está sempre no trânsito.

Coerência não está acima dos projetos envolvidos na disputa: O fundamental não é preservar uma idéia a vida inteira, mas uma forma de pensar.

Discute princípios quem os tem. Da boca, prá dentro. Coerência não é um modo de pensar, e sim de se posicionar ao longo da vida, independente e por sobre os eventos. É possivel mudar? Sim, os modos de pensar, não os de agir. Aí seria, exatamente, incoerência.

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Sinceramente, estou impressionado com a indigência dos argumentos pro Bira, que a cada dia tornam sua defesa mais patética. São apenas raciocínios que se repetem, prisioneiros dos fatos.
O blog vai continuar acompanhando a enrascada que parte de parte do PT tenta envolver a governadora, e tenta angariar mais partes também. Todas pudentas.
Distante de qualquer preferência, como já afirmado e demonstrado, e não contestado. Ainda podem fazê-lo, é claro, mas de forma preclusa, por assim dizer.
Não vou mais responder, por enfadonho, à estes argumentos, embora a caixinha continue disponível para quem quiser insistir.

10 comentários:

Anônimo disse...

Juca,

O cerne da celeuma é: as eleições da UEPA possuem um sistema de democracia: vale a proporcionalidade e a lista tríplice. Ambas são válidas para a tomada de decisão da governadora.
Se fossemos medir por princípios, valeria a argumentação em prol do voto direto e da posse do mais votado. Mas, o caso não é esse. As regras não são essas.
Logo, não pode se usar o argumento da posse de Silvio por ser o mais votado na proporcionalidade (sendo menos votado no voto direto) e desconhecer a existência da lista.
Porque, afinal, é tão justo empossar um canditato que não foi, de fato, o mais votado entre a comunidade acadêmica? Se é justo empossá-lo por ter mais votos proporcionais é justo empossar o Bira pela lista também.
Tendo a governadora não encerrada a herança tucana da proporcionalidade e da lista tríplice, a decisão dela, sabendo que nenhum dos dois foi o mais vota, na vera, será baseada em qual projeto está mais proximo dos objetivos do governo dela.
Qual a incoerência?

Anônimo disse...

Meio tendenciosa essa sua síntese não, Juca?
Mas, vamos aos argumentos dos "vencedores": Silvio deve tomar posse porque foi "o mais votado". Mais votado como? Na eleição proporcional, onde estudantes vale 1 e professor vale 6. Entretanto, ele não foi o mais votado de fato.Ana Cláudia Hage venceu no voto direto.
Então, Silvio pode argumentar que as eleições possuíam regras, neste caso a proporcionalidade. Regras devem ser respeitadas. Mas, ele esquece que nas mesmas regras há a lista tríplice. Logo, porque um candidato que foi menos votado no voto direto acha que pode se arrogar o direito de ser empossado sem análise da lista tríplice?
Como Ana Cláudia Hage não reivindica a posse por ser, de fato, a mais votado, dois menos votados disputam a vaga. Um, Silvio, com regras pela metade. Outro, com regras inteiras.

Unknown disse...

Sávio, disseste bem. O cerne são as regras. Nelas,valem a proporcionalidade e a lista tríplice.
Mas não está escrito em nenhum lugar que o princípio correto seria o voto direto, certo amigo?
Meus principios, só por exemplo, são contrários ao voto unversal ( e nçao direto como vc afirma).
Se o princípio não está consagrado no Regimento, que é a regra,só pde ser usado no condicional, se...se...se...
Em nenhum momento,Sávio, e olha que já escrevi laudas e laudas sobre o assunto, disse que a posse de Bira seria ilegal. O MP examina os documentos.Pode ser que sim. Também não estou discutindo corrupção de A ou B.
Dentro das regras, Silvio foi o mais foi o mais votado na eleição, o que tornba a sua candidatura a mais legítima, não a mais legal.
Isso só a Justiçla vai dizer.
E vamos ver como dirá.
Mas aí será um outro momento da discussão.Nos encontraremos lá, neste outro momento.
Com certeza.
Quanto a herança tucana, o argumento mais complicado a longo prazo - lembra-se das questões da hegemonia, de outro post? - ele parece embutir que um reitor tucano compromete um projeto de estado.
Qual é o projeto de estado?
Quais são, no programa do Gusmão, os indícios desta suspoeita.
responda rápido, por favor.
Sei que vc está na linha, feito um "chat". Diga também o que pode estar na interseção, entre o projeto de Gusmão e o projeto do estado.Nada? Pouco?
Ademais, parece que vc submstima os poderes da governadora,da secretparia Billa, do secretário Maurílio ( para onde desconfio que, ajuizadamente, a UEPA deverá ter algum tipo de vinculação).
Seguimos converesando, e avançando.
Valeu.

Unknown disse...

Das 3:23, vc pode julgar meus argumentos como quiser.Fique a vontade.Os meus estão no post.

Anônimo disse...

Juvêncio,

Não há qustionamento sério sobre a legalidade da posse do Bira.
Pelo que li, todos discutem sobre a legitimidade.
Me diga, sinceramente, o Bira não tem legitimidade perdendo apenas por 0,6%? E se levarmos em conta que a candidatura Ana Cláudia era oposicionista? Somando os dois, o voto foi amplamente mudancista.
Porque um candidato que detém de vantagem 0,4% é tão legítimo? Onde é essa fonte toda de legitimidade, na Birmânia ou na RDC? (não pela distãncia, mas pelo regime político)
Se excluirmos oa parâmetro "ideal", "utópico", "kelviniano" do voto universal, a enrrascada é ainda maior, pois o sujeito que se pretende reitor ainda por cima foi eleito onde os votos não valem uma consciência, mas havia consciência multiplicadas por seis. Sem falar do voto dos temporários etc etc.
Melhor que democracia formal é a democracia real:
Bira + Ana Cláudia = voto de mudança;
Regras do jogo: Vale proporcionalidade, vale lista tríplice
Política: Bira de esquerda, Gusmão neoliberal
Onde a governadora está se quivocando? Em 0,4%?

Unknown disse...

rsrsrs...pequena diferença...eheh

Anônimo disse...

O mesmo percentual qe o PSTU tem nas eleições. "Mui legitimo", entrega a prefeitura para eles, Juca!

Anônimo disse...

Rapá, quem disse que o Gusmão é neoliberal? Que besteira! Tô começando a ficar com medo desse pessoal...o Silvio sempre esteve e caminhou ao lado do projeto democrático e popular do PT, tanto é que foi candidato a vice-reitor de dois petistas históricos - Mário Cardoso e Nazareno. Ganhou como vice as duas eleições e não levou nenhuma. Agora, ganha a terceira, e não há de levar porque esse povo que não tem nenhum compromisso com o desenvolvimento da academia sai inventado história a torto e a direito um monte de "merda", falando de diferença mínima, de legitimidade por ser do PT. Que é isso? Parece a propaganda nazista...uma mentira contada 100 vezes acaba se tornando verdade!
A verdade é que o Silvio é militante do PT, tem acúmulo acadêmico e ganhou a eleição. Mesmo que fosse por meio voto, mas ganhou...é bom que o Bira volte pra CMB, pois o povo votou nele pra vereador e não pra reitor.

Anônimo disse...

Juvêncio, é inexplicável sua adesão apaixonada ao tucano Silvio Gusmão. Inexplicável, também, a movimentação de bastidores do reitor Alex Fiuza de Melo e do deputado tucaníssimo Nilson Pinto em prol do professor Silvio. Interesses inconfessáveis acompanham sempre a movimentação do deputado, chamado pelos íntimos de boto tucuxi - e não é pelo buraco na cabeça, não. O que torna tudo isso inexplicável é que NÃO EXISTE, gerimentalmente, ELEIÇÃO DIRETA PARA REITOR DA UEPA. O que insiste é uma CONSULTA à comunidade (que nesse caso estava inflada com mais de 700 temporários contratados pela turma de Palácios-Gusmão), que gera uma lista tríplice HORIZONTAL. Se o governante não tivesse o direito de escolher qualquer um da lista, não haveria lista. Proclamáva-se, simplesmente, o "mais votado" como reitor. Também não lembro da movimentação de Alex e Nilson pela posse de Mário Cardoso, o mais votado na eleição anterior. Ana Júlia não nomeará Silvio. A sobrevivência do tucanato terá que ser buscada à sombra de Duciomar e de sua reeleição improvável e na aposta de que ele, se eleito, saia, realmente, do cargo para concorrer ao governo, deixando em seu lugar um prefeito sem voto e sem cheiro de povo.

Anônimo disse...

Zé Carlos Lima e Bira Diniz foram fundadores do PT, amigos do presidente Lula, ícones dos primeiros passos do projeto democrático e popular e olha só onde estão. Passado não justifica ou absolve o presente. Silvio HOJE é um neoliberal, sócio do projeto tucano.