Por Lucio Flavio Pinto, no Jornal Pessoal , edição das bancas.
Automático
A prefeitura de Santarém programou anúncio de meia página na edição de O Liberal de 25 de dezembro. Na mesma edição a prefeitura Maria do Carmo Martins recebeu um elogio na coluna Repórter-70. O jornal podia tornar seu um antigo slogan de supermercado: pagou, levou.
Pressa falha
O pistoleiro Rayfran das Neves Sales, assassino assumido da missionária americana Dorothy Stang. deverá ser submetido ao terceiro julgamento em três anos. O segundo, realizado em outubro, que confirmou – novamente por unanimidade – sua condenação a 27 anos de prisão, foi anulado porque foram cometidos pequenos erros processuais durante a realização do tribunal do júri. Dois jurados que tecnicamente não podiam participar da sessão e um evidente cerceamento de defesa constituíram as causas inquestionáveis da nulidade. O impressionante é que essas falhas, embora evidentes, tenham passado pelo crivo da presidência do júri. O mérito da questão está decidido, o réu é assassino confesso, mas tudo terá que ser refeito para que haja uma sentença legal.
A pressa se revelou, mais uma vez, inimiga da perfeição.
Mas quando há previdência, ela não é inevitável. Talvez nem gratuita.
Desequilíbrio
O Pará coleciona indicadores quantitativos brilhantes e se esvai em índices sociais ruins ou mesmo vergonhosos. Agora se consolidou o que faltava: o Estado tem mais homens do que mulheres, que somam 3% a mais da população. É o resultado do faroeste geral em que o Pará se transformou, atraindo aventureiros, dispostos a tudo e capazes de tudo suportar, ainda sem poder trazer a família ou formá-la aqui. Por isso perdeu em graça e charme. E ganhou em tensão
3 comentários:
Juca, a respeito do caso Irmã Dorothy, posso testemunhar a extrema lisura do promotor de Justiça Edson Cardoso de Souza,do Tribunal do Júri, exemplo de honestidade, correção, competência e dedicação admirável na aplicação da Justiça. Eu o conheço de perto há mais de 15 anos e sei que já enfrentou e enfrenta situações difíceis justamente por sua retidão. Seu curriculum exibe os julgamentos de repercussão internacional que fizeram História no Pará por condenar mandantes (antes prendiam e condenavam, no máximo, os executores) dos crimes contra a vida, principalmente, de sindicalistas e pessoas pobres.
Os únicos mandantes de crimes envolvendo os latifundiários que estão presos são os da Irmã Dorothy e ainda não foram julgados. O resto nça há nenhum preso. Os de João Canuto foram a julgamento e condenados, recorreram para ficarem em liberdade e escafederam-se sem que o Estado mandasse capturá-los. Os de João Batista e Paulo Fonteles nunca foram a julgamento, são casos insolúveis do ponto de vista da condenação dos mandantes. Os dos 19 sem-terra também não.O do Dezinho não. O Expedito está em prisão domiciliar em Goiânia.Se fomos conferir quantos assassinatos houveram e quantos mandantes foram a julgamento e estão presos, vai aí uma longa distância.
Anônimo das 12:44 AM, como você mesmo admite, mandantes foram condenados. Se obtiveram liberdade através de habeas corpus, se fugiram e a polícia não os capturou, se conseguiram prisão domiciliar, isso está além das atribuições do promotor que os levou, sim, às barras da Justiça, juntou provas documentais, periciais e testemunhais e se empenhou com ardor no libelo acusatório. São vários órgãos envolvidos, cada qual com sua parcela de responsabilidade, eu sustento o que disse do promotor Edson Cardoso de Souza, o único a quem me referi e citei nominalmente.
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