Observador atento e antigo da cena política paroara deu sua opinião para o blog sobre as razões da derrocada tucana.
Fez questão, naturalmente, de ressalvar que, a posteriori, tudo fica muito fácil de ser reconhecido, pelo tamanho dos " destroços da aeronave", diz ele.
Mas lembra que todos os erros abaixo descritos foram comentados e discutidos, em algum nível e em algum momento, no cuore da campanha tucana.
Foram sete erros, arrisca o observador.
1.Escolher Almir,e não Jatene.
Alega que teriam mais chances de vitória com Jatene, mais simpático aos olhos dos gestores municipais, e mais enxuto na memória dos eleitores.
2.Escolher Mário Couto ao senado, e não Luís Otávio.
Diz que Mário deveria ter se candidatado à Camara Federal , puxando uma bancada federal muito maior, pelo tamanho da teia que montou no interior. E uma parte do PMDB viria com LO.
3.Escolher a Valéria para vice, e não o Anivaldo Vale, como queria Dudu, ou um forte político do interior.
Considera que, apesar da boa imagem da vice, o interior poderia ser melhor contemplado, mais do que simplesmente as suplencias do senado.
4.Entregar a coordenação da campanha no segundo turno aos deputados eleitos, e não aos prefeitos.
Avalia que pela proximidade com a base, e no controle das máquinas municipais, a produtividade da campanha seria maior sob o comando dos alcaides.
5.Convocar os prefeitos do interior para dar uma "dura", em duas ocasiões.
Entende que o saldo dessas reuniões foi negativo. Ninguém gosta de "lavagem de roupa" em público. Que fosse chamado um por um, quem merecesse.
6.Colar em demasia a campanha regional à nacional.
Reconhece que a "onda Lula", que demorou mas chegou, tragou o tucano paroara, que não abriu mão da "dobradinha" com seu candidato a presidente.
7.Menosprezar a "fadiga de material", o inevitável desgaste após doze anos de governo.
Suspeita que os tucanos demoraram a "cair na real", que erraram em não alterar, a tempo, a rota na Secreteria de Defesa Social e na SESPA, focos de tensão e divisão de opiniões dentro da coligação.
Depois de ouvir com atenção a explicação do experiente observador, o poster perguntou pelos méritos da oposição. Ao que o observador olhou para seu TAG, e arrematou:
"Bem, isso é tarefa deles."
E arrancou em seu Corolla, já desadesivado.
20 comentários:
Égua, análise perfeita !
O grande problema dos tucanos e da maioria dos políticos que se encontram no poder é .ARRRRROOOOOGAAANNNNCCCIIIA!
Bom dia, três rapidinhas, antes de sair para o TRT:
1. Na reunião com o secretariado a primeira coisa que o Jatene pediu foi um compromisso de que ninguém ficasse falando que se "o candidato houvesse sido ele não teríamos perdido"! A partir daí ficou impossível que todos não passassem a pensar e avaliar a hipótese...;
2. O editorial de hoje em "O Liberal" trata das responsabilidades e comportamentos cabíveis aos vencedores e derrotados nas eleições, em tons e cores bem dignas. Bem ao lado, o Repórter 70, onde um dia pontificaram Newton Miranda, Leal, Rômulo Maiorana, Hélio Gueiros, e outros, age em sentido oposto;
3. Aproveitando: andam "caindo de pau" no Heathrow. Eu acho que se não fosse por êle a "peia" teria sido pior, o candidato tucano só não foi esmagado de plano nas urnas pela habilidade do seu marketing, que tentou mostrar só o melhor do candidato. Mas é "missão impossível" transformar jiló em cupuaçú.
Qualquer novidade eu já me reporto por aqui.
Juvêncio,
Gostaria que você explicasse com mais detalhe qual a real participação do Chico Cavalcante na campanha da Ana Júlia.
É que o "Diário do Pará" de hoje, credita à Double M todos os méritos da criação da marca, slogan e todo o material gráfico.
Quanto à mídia televisiva, não precisa explicar nada: todos sabemos que ela foi concebida, gestada e parida pelo Paulo Heineck. Já o programa de rádio levou a assinatura da Rejane Barros.
Depois de toda aquela polêmica quando de sua adesão às hostes de Ana Júlia, terá sido o Chiquinho reduzido à condição de um simplório papagaio de pirata?
Meu caro Anonimo das 10:26.
O que eu sei, e é muito pouco, já escrevi num comentário das 7:12 no post Papo Pro Ar,de ante ontem.
Se voce ler com atenção os comentários lá postados, poderá chegar a alguma conclusão.
Que, com certeza, não será a de que Chico foi um mero "papagaio de pirata" nesta campanhada 13.
Lembro ainda que a derrota é orfã e a vitória tem muitos pais.
É legítimo que muitos arguam para si os méritos e os louros(epa!)..rs
Fique certo que a Double M e a Vanguarda serão as agencias prioritárias no atendimento a conta do novo governo.
Fizeram por onde.
Mas, Juvêncio,
o que se diz no PT é que o Chico ficou confinado à campanha do Mário Cardoso.
Segundo esses terceiros, do início ao fim quem criou a campanha vitoriosa da Ana Júlia foi a Double M. E as peças pós-campanha parecem confirmar essas informações.
Nesse caso, como fica o "Chico Guerrilheiro"?
Rapá, só ele prá responder...ou o tempo...rs
Vamos ver quem chega primeiro.
O resultado dessas eleições é de uma tranquilidade sepulcral:
No caso do Lula,o povo queria mais;
No caso da Ana, não se queria mais o Almir!
Quer saber, deixa o velho descansar!
Aliás, as charges do A. Torres, do Diário, retratando o Almir são geniais.
rsrsrs.
Parabéns pelo Blog, Juvêncio. Linguagem bacana e informação com qualidade é que o jornalismo do Estado precisa.
Double/M? O que é isso?
Caro Juca,
Avisado por um leitor assíduo do seu blog dessa celeuma e do disse-me-disse provocado, resolvi interromper por alguns instantes minhas férias em Ibiza elucidar algumas dúvidas.
A Campanha de Ana Júlia e Odair Correa foi uma campanha multidiscipliar, envolvendo dezenas profissionais, atuando em cada uma das áreas. Mais de cinquenta profissionais de comunicação atuaram na campanha diretamente na produtora principal (Digital, do Fernando Pena) e pelo menos o dobro disso em outras áreas e espaços, inclusive em duas agências de publicidade (Vanguarda e Double M). Atribuir autoria a uma campanha assim é realmente uma tarefa inglória, mas vamos aos créditos.
O coordenador geral da campanha foi o Charles Alcântara, que agora assume a coordenação da equipe de transição. Charles é profissional da área tributária e um quadro do PT experiente, que já exerceu a diretoria geral da Sefin, na administração de Edmilson.
A Coordenação de Finanças foi exercida pelo vereador Edilson Moura, que cumpriu sua função com lisura, honestidade e seriedade, cumprindo seus compromissos de maneira irrefutável.
O coordenador de comunicação foi Paulo Heineck, que atuou integrando o conjunto das ações de comunicação (incluindo, no segundo turno, ações de comunicação dirigida e de casa em casa), as diferentes mídias e dirigindo a execução da estratégia. Paulo é um quadro político da DS (tendência à qual pertence Ana Júlia), mas além disso é profissional de marketing experiente, já tendo cumprido essa função em pelo menos oito campanhas em diferentes pontos do país. Já atuava na assesoria de Ana no Senado quando foi convidado por ela a assumir a coordenação de comunicação da campanha.
O diretor de TV foi o Alemão, que veio com a equipe de Paulo já tendo atuado em grandes produtoras do país. O redator principal foi o Giorlando Lima, baiano que atuou em Belém com a equipe de Duda Mendonça em 2004, na campanha em que Ana Júlia disputou a prefeitura de Belém. Giorlando veio para Belém a meu convite, saindo da campanha de Roseana Sarney, no estado vizinho, onde estava atuando.
Fui contratado como Coordenador de Estratégia, atuando junto com o Paulo Heineck na elaboração das linhas gerais da campanha. E cumpri, até onde sei, essa tarefa. No primeiro turno, acumulando a campanha de Rondônia, também assumi a redação do programa de Mário Cardoso, ao lado de David e Silvio Brasil.
O programa de Rádio da candidata do PT foi responsabilidade de Rejane e Kleber, mas também contou com a participação de Edgar Augusto, além de trilhas de diferentes músicos, dentre os quais Humberto Farias.
A coordenação de produção ficou a cargo de André Seguentin, paulista, também da equipe de Paulo, que compôs seu staff com profissionais locais gabaritados, como Mônica Marques, que atuara comigo na campanha de Rondônia.
A estratégia de mídia estadual ficou à cargo da Vanguarda Propaganda, tendo sido gerenciada por Lilian Palheta e Luciana Haber.
A Double M assumiu a mídia impressa, desenvolvendo a logomarca, a programação visual e as peças gráficas.
A Mentor, do Luis Paulo, criou e gerou conteúdo ao site da candidata, atuando ainda em ações de telemarketing ativo e passivo.
Ainda que parcial, porque aqui por certo devo ter esquecido de alguém, essa é uma tentativa de acabar com essa polêmica boba e sem propósito. No que me diz respeito, cumpri minha missão. A função para a qual fui contratado foi plenamente desenvolvida. Se alguém quer que eu torça os fatos para estabelecer com Heineck uma disputa de autoria, estará perdendo seu tempo. Torço para que a transição se dê da melhor maneira possível, com sabedoria e tranquilidade, que a equipe de governo tenha o mesmo norte estratégico da candidata e que o governo de Ana Júlia faça o Pará viver a mudança que tanto anseia.
Grande abraço,
Chico.
O oportunismo dessa análise torna-se evidente diante de um ponto crucial: por ela, não foi Ana Júlia e o PT os vencedores das eleições, mas sim Almir e o PSDB que perderam a eleição, dando assim ao acaso a vitória do PT. Não é bem assim. Ana e o PT ganharam porque marcaram, e ganharam de goleada, 9,82% de diferença. Não foi, como a vitória de Jatene, fruto do acaso, do montinho artilheiro, porque ganhar uma eleição para o governo por 1,4% dos votos é, pura e simplesmente, sorte. Não há mérito nessa vitória. Aí sim podemos dizer que não foi Jatene quem ganhou, mas o PT e Maria que, não sabendo costurar a aliança com o PMDB, deixaram a vitória escapar por entre os dedos. Mas ali o PSDB já demonstrava suas fragilidades. Essa história de dizer que se o Jatene viesse, se a Valéria não viesse, se o Luz Otávio isso... Nada disso salvaria esse resultado se o PT fizesse o tinha de fazer desde sempre: aliar-se com o PMDB para derrotar os tucanos. No Pará, três forças políticas predominam: PT, PMDB e PSDB. Nenhuma delas é capaz de vencer sozinha. Assim como Jatene levou em 2002 porque conseguiu atrair o PMDB para seu lado, agora o PT ganhou pelo mesmo motivo. Na estratégia traçada, Ana Júlia será governadora por dois mandatos e, depois, será a vez de Helder. E nada poderá ser feito para impedir esse destino se o PT fizer agora o que nunca fez: cumprir os acordos eleitorais.
Começou mal essa coisa da comunicação do governo do PT. E começou mal porque as pessoas não estão sabendo ficarem na sua. Assim, só para repor os fatos: não foi a Double/M quem criou "o slogan da campanha" de Ana Júlia. O slogan "criado" pela Coordenação de campanha (Charles Alcântara) e que a Double M colocou nos impressos não passou de papel amassado, como todo slogan feito antes que a partida inicie. O que vingou foi o adotado pela equipe de TV, a frente Heineck: "O Pará quer mudança". O slogan saiu diretamente de um grupo de Quali, a frase pronta, sem tirar nem por. O mérito do Heineck foi ter avaliado a frase com sua equipe (David, Giorlando, Chiquinho e Alemão) e optado por usá-la integralmente. O que está acontecendo nesse exato momento é que, com a ausência de Paulo Heineck de Belém, um certo Bob, que se anuncia como dono da Double M e namorado da assessora Joana Pessoa (aquela defenestrada da campanha de Ana Júlia por seu envolvimento nas denúncias da CPI da Biopirataria), está aproveitando para se vender como realizador disso e daquilo, fazendo até a imprudência de publicar anúncio pago nos veículos de comunicação "em homenagem" à governadora, criando para ela o constrangimento de ver-se obrigada a desautorizar esse tipo de prática, como fez por telefone logo que tomou contato com o anúncio. Esse amadorismo de querer "se mostrar", "aparecer" a todo custo é pernicioso para Ana Júlia e seu governo, que, ao que tudo indica, terão que conviver com esse tipo de saúva de fogo, que já quer roer a folha antes mesmo da árvore estar plantada.
Segundo um anônimo animado "do início ao fim quem criou a campanha vitoriosa da Ana Júlia foi a Double M. E as peças pós-campanha parecem confirmar essas informações". Pense bem, Anônimo: qual campanha a Double M já fez na vida dela? Qual a que ela participou, ao menos? Para síndico de algum prédio da Leal Moreira? Nunca fez. Não se ganha uma eleição como se peida, apenas por comer repolho.
O erro foi um só: ter a Ana Júlia do outro lado. Vocês todos são "o ó do borogodó!!!!!!!!!!!!"
"Papagaio de pirata"? É engraçado... Encontrei Chiquinho Cavalcanti em quatro ocasiões nesta campanha. Em todas, ele estava na companhia de Paulo Heineck, o gaúcho todo poderoso. Duas delas, no restaurante Avenida, na companhia de figuras políticas que tiveram papel relevante nessa disputa. As outras, em locais públicos da campanha, como a produtora Digital e o escritório político de Ana Júlia, na José Malcher. Não me pareceu, no contato e na postura, um subalterno ou, muito menos, um "papagaio de pirata" - apenas compondo o cenário. Ao contrário. Não tenho razões pessoais para defendê-lo porque não partilho de sua amizade, tenho por ele apenas admiração por seu trabalho, que acompanho de diferentes formas, como militante do PT e como curioso pelo tema da comunicação. Presente em campanhas do PT desde 1982, Chiquinho acumulou experiência e a colocou a serviço da campanha do PT de agora, o que foi inclusive objeto de vasta discussão neste blog. Como imaginar que o PT deixaria de aproveitar seu potencial, seu conhecimento, sua experiência. Contudo, era natural que Ana Júlia trouxesse para a coordenação de sua campanha um quadro de sua tendência. E o fez. Em todo o Brasil, os petistas fizeram o mesmo. Quem coordenou a comunicação da campanha de Lula foi Luiz Dulci, um quadro do Campo Majoritário, com Santana, profissional contratado, dirigindo a estratégia. Assim como era natural que Lula colocasse um quadro de sua tendência nessa posição, também o era que Ana Júlia colocasse Paulo Heineck na coordenação. Mas daí a queimar Chiquinho... Então, como disse um posters em outra discussão, por que pagá-lo, contratá-lo a peso de ouro? Sabe, Juca, tentar denegrir ou diminuir a presença e a importância de um profissional da terra, com vitórias e jornadas gloriosas nas costas, apenas para deitar loas nos estrangeiros de plantão é apenas e simplesmente demonstração de provincianismo. Agora a campanha passou e será, para quem puder contar, apenas histórias e versões. O que virá dirá, com certeza, mais a respeito de Paulo Heineck e Chiquinho Cavalcanti do que o que já foi dito e escrito aqui.
Eu sei quem ganhou a campanha, foi o peido fedorento do Vic, que afastou o eleitorado dos tucanos srsrsrsrsrr Ah, a Ana Júlia ganhou meio que na "sorte' mesmo, concordo, mas antes desse fator está a vontade do povo de realmente ver um Novo Pará, que não seja só de fachadas e obras, mas que tenha como prioridade o povo miserável desse estado rico que continua sendo sugado pelos poderosos e intelectualóides desumanos. se vai haver mudança? Se lá, pelo menos mudaram aqueles que estavam recebendo belos "motivos" há tanto tempo. Essa panelinha roda e deixa uma pequena esperança de que tudo pode ser melhor. Pior do que estava é quase impossível. A voz do povo é a voz de Deus!!!
Um novo fato para esquentar a polêmica que envolve a participação do Chico Cavalcante na campanha da Ana Júlia: O jornal "O Liberal" de hoje publica material publicitário da agência DAHÁS comunicação & marketing, assumindo os créditos da campanha vitoriosa da canditata petista.
Aí surge uma pergunta: por que a Vanguarda ainda não assumiu seus méritos na vitória.Aliás atitude contumaz da agência por qualquer vitòria ou prêmio recebido.
Caro Juca,
É de extrema cafonice inteletual querer se desvendar por trás de uma vitória como esta da Ana Júlia um "Rasputin". A petista derrotou o tucano por quase 10% de diferença. Os protagonistas disso saltam aos olhos: a soberania popular e a vontade geral canalizadas por 12 anos de experiência da sociedade com a gestão amarela, o apoio decisivo do PMDB após quase 10 anos de oposição ao neoliberalismo e a força acumulada pelo PT e sua candidata em 8 anos de Governo do Povo e sucessos/popularidade em pleitos ao senado, Câmara Federal e vereança.
A velha política do Pará morreu com a sua arrogãncia, sua disposição de sempre querer achar que sabe mais que o próprio povo e as intelectualices de colunistas de jornais. Está enterrada o modo tucano de pensar a política. O destino disso é incerto. Se o futuro será vermelho ou se haverá uma janela aberta para o retorno do PMDB e mesmo do tucanato dependerá da experiência que o povo fará com o projeto democrático e popular encarnado na liderança da Ana Júlia: o verdadeiro "novo Pará".
Abraços,
Tá certa a análise, Leopoldo.
Só faltou o empurrãozinho da onda presidencial, que não foi decisivo para a vitória, marcando apenas a maior diferença.
E o futuro, voce também tá certo, dependerá dos resultados do novo governo.
E por falar em futuro, a mamy volta?
Um abraço.
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