A Coordenadoria de Comunicação Social contratou uma consultoria para avaliar a comunicação do governo do Pará. Esqueço-me do nome dos cavalheiros, ambos jornalistas da velha guarda da Portela, com experiência em redações de revistas nacionais (IstoÉ), e prefeituras petistas de grandes cidades paulistas.
Concluíram, ao que soube, entre outras coisas, que a governadora estaria assumindo o ônus das notícias negativas, enquanto aos secretários estariam cabendo os louros das atividades e ações positivas.
Recomendaram medidas para inverter o quadro detectado - estratégia já utilizada nos governos tucanos paroaras- e vão funcionar como uma espécie de filtro técnico do material a ser divulgado.
Na segunda reuniram-se com os secretários, e ontem com os assessores de imprensa do governo. E vão sentar praça em Nova Déli.
Se minha fontes estão corretas, a CCS acaba de marcar um gol. De placa.
A utilização de mediação profissional e independente entre a geração dos fatos do governo e sua publicização é fundamental para garantir a aderência de todos os produtos de comunicação ao plano de trabalho proposto pela coordenadoria.
O blog considera remota a possibilidade de várias agências interpretarem, na mesma direção e com a mesma acuidade, as pretensões e particularidades da política de comunicação de um cliente desta magnitude e complexidade.
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Decerto a consultoria vai sumir com a governadora de seus filmetes semanais, pelo desgaste acima mencionado, pelo que contém de controverso a aparição de mandatários de forma indiscriminada, resgatando as propostas do manual da coordenadoria, que prometia justamente o contrário, e recuperando, por assim dizer, uma prática do governo anterior, em que Jatene raramente falava ou aparecia no minuto do governo.
Aliás, na prática, muitas estratégias tucanas , objeto de intensas e continuadas críticas da antiga oposição, serão resgatadas agora. Ninguém reinventa a roda.
Mas a roda pode ser alinhada e balanceada.
Parece que é o que estão fazendo.
9 comentários:
Mas Juca, um chefe de governo sempre será responsável pelos deslizes como um todo. Disso ela não pode escapar. E nenhum governador escapará...qualquer chefe maior.
Mas, para balancear a roda precisava de mecânico de fora? Sei não...
Na época do Jatene foi assim? Nélio, Orly, Ney...são bons, não é verdade?
Deixaram marcas. O problema em nossa província é o "rótulo" que ganhamos, nós jornalistas. Esquecem por completo a competência profissional.
Bom dia.
Beijos..
Juca, o que fizeram com a CCS é uma prática muito comum quando novos governos assumem, ou seja, abandonam todos os bons projetos do anterior e tentam inventar a roda, somente para dizer que tudo começou a partir deles.
O trabalho que a CCS vinha desenvolvendo, tendo à frente o competente jornalista Nélio Palheta era mais um bom exemplo do governo Jatene a ser seguido(sobre a competência do Nélio, digo: dá licença, eu acho... com todo respeito aos demais internautas que visitam este blog e que, por conveniência ou despeito, tendem a esquecer a história dele dentro do jornalismo paraense).
Antes da criação da CCS, era um samba do crioulo doido, onde cada órgão queria mais era se destacar (não está errado, diga-se), só que agiam como se não fizessem parte de um governo, que tinha objetivos bem definidos, daí a importância da centralização dos trabalhos de todos eles na CCS. Os assessores tinham autonomia de trabalho e a CCS, entre outras coisas, caso faltasse, alinhavava os textos para dar uniformidade com as proposições políticas do Governo. Que bom que a CCS seguirá os passos do governo anterior, pois já não era sem tempo de meterem uma bola dentro. Torço por este governo e sei que uma das pedras no caminho dele é a área de comunicação e olha que não precisa nem ser sociólogo para fazer um estudo e detectar as falhas na área. Agora, difícil é aceitar que precisaram gastar mais dinheiro público para chamar gente de fora para dizer que eles necessitam fazer o que já vinha sendo feito desde a criação da CCS (Putz! É Phodda!), que diga-se, com essa estrutura, foi criada no governo Jatene.
Com isso, assinaram o atestado de incompetência do Dr. Fábio (250 mil revistas) de Castro.
Estratégia difícil de dar certo num governo do PT.Onde todos os líderes partidários se consideram parte governadores.Não imagino o Valdir Ganzer, ao anunciar uma obra qualquer,dizer que foi por ordem da Ana Júlia. Ao contrário, a obra será de sua única iniciativa, ou muito será será uma obra do PT.
No entanto, na possibilidade de algum problema na secretaria, ou na execução da obra anunciada, a culpa certamente recairá na governadora, ou muito no Charles Alcântara.
Essa história eu já vi de perto na administração do Edmilson em Belém.
Quando algo de bom acontecia,todos os petistas, inclusive a Ana Júlia, diziam ser obra do PT(governo de todos).Mas se algo de ruim acontecesse, foi culpa do Edmilson, da chefia de gabinete ou ainda da força socialista(tendência do Edmilson no PT).
Essa estratégia dá certo com o LULA, porque todos nós sabemos que ele é um sabão e deixa relamente a administração do País na mão de outros.Mas a Ana Júlia, quer governar, decide( Como o Edmilson), e dificilmente não assumirar os desgastes de seu governo quando for necessário.
Quer melhor exemplo agora , na exoneração dos "Priantes". Foi ela que foi para TV afirmar que se tratava de atos meramente nomais na administração.Enquanto isso, os demais secretários(inclusive o Charles) e seu Jader Barbalho se faziam de morto.
Realmente o governo está bem assessorado, afinal, jornalistas da IstoÉ são experts em manipular a realidade. Mas, quem sabe a consultoria não arruma um projeto para esse governo?
Sr Juvêncio,
por trás dessa notícia está uma indústria muito lucrativa e por certo obscura: a dos consultores de fora do Pará contratados a peso de Ouro para dar palpites para lá de óbvios, pueris, para os otários que hoje ocupam os cargos que antes foram ocupados pela tucanagem. Quem de nós, leitores dos fatos, não sabe que está ocorrendo, desde sempre, o que a douta banca de consultores "descobriu" por R$ 78.924,00 mais diárias e passagens aéreas, depois de reunir e reunir com secretários e com a governadora? Todo mundo sabe, Juvêncio. É estranho. Quer um exemplo: quem paga esse sem fim de consultores, como um certo Reineck, o pseudo marketeiro de Ana Júlia (que antes dessa bola dentro por arte dos adversários jamais havia ganho uma única eleição país afora)?. O estrangeiro não foi nomeado nada. Não está na folha de pagamento do Estado. Não está na folha do Senado. Mas vive fazendo ponte aérea BSB/BEL, hospeda-se nos melhores hotéis, viaja de primeira classe. Quem paga essa farra? É dinheiro do caixa dois? O MP sabe quem paga? O governo explica quem paga? Nada. Ninguém está nem aí. É a indústria, lucrativa, das assessorias remotas e das consultorias estrangeiras. Que dizem, depois das análises, o que até as pedras sabem. Mas como resolver? Claro, instalando em Belém um escritório da consultoria, que passaria, por uma alta soma em dinheiro, a dar conselhos aos índios incultos e despreparados que só sabem tocar apito e arremessar flechas em direção ao alvo que sempre se move e não os deixa acertar. Esse episódio relatado por você entristece mais ainda e prova, por a mais b, que esse governo não vai acertar nunca. Afinal, chama para traduzir a nossa realidade pessoas que não sabem a diferença entre fatos e flatos. Triste realidade patrocinada por essa malta de inePTos. Quanto a esse negócio de usar consultores externos para "ordenar" uma dúzia de agências que esse governo pretende um dia contratar, esqueça. Para dar ordens às agências é preciso ter autoridade de mercado. Quem aí tem isso? Pensou bem? Quem? A Double M? Bom, esqueça!
Muito obrigado por sua atenção.
Angelo Calmon, paraense e revoltado.
Cris, não se aborreça. O problema não é o rótulo de "tucano" que você e seus pares ganharam, porque quem é rotulado como "petista" também não tem espaço nesse governo. Nenhum espaço. Na comunicação, então, não há um único petista. Em uma penada, o Coordenador de Comunicação demitiu 19 jornalistas com histórico de atuação na esquerda, todos com currículos reconhecidos, passagem pelos melhores veículos de comunicação da região e compromisso político com o projeto partidário. Todos limados!!! O problema aqui é outro: a visão colonialista que essa gente trás do berço; a preferência que que têm por pessoas louras e de olhos azuis, o estereótipo do colonizador, que vem trazendo a luz e a sabedoria, que nos tirará das trevas e nos colocará no mundo culto, distante da aldeia ignara onde estamos vivendo. É o governo da inversão de prioridades: o melhor, aos de fora. Aos daqui, um lugar na platéia. Palmas para eles!!!
Carmem Ferreira
Sr.Angelo, não sei responder a agumas de suas indagações, nem confirmar algumas de suas acusações, parte das quais me permito discordar.
Na minha opinião, como escrito no post, o cliente é complexo e a alternativa tem sido adotada em outros governos, de outros estados, de várias legendas.
Obrigado por sua atenção.
Bem, Carmem, respeito sua opinião mas eu jamais trabalharia com profissionais que exigissem atestado ideológico ou naturalidade definida como pre requisito ou declaração de capacidade e competência.
Jamais!
O mérito e a lealdade profissional são os único critérios que admito na formação de equipes.
Assim montei vários grupos de trabalho, recusando liminarmente as tentativas de pressão para afastar ou demitir qualquer profissional por estes motivos.
Mas faço questão de registrar suas críticas
Obrigado.
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