As marchinhas deste Carnaval podem embalar a subida de Johnny Alf, 77, para o andar de cima. Um dos maiores pianistas da bossa nova, com forte inluencia norte americana ( especialmente Gershwin e Cole Porter) harmonias delicadas, invariavelmente dissonantes, Johnny esteve algumas vezes em Nova Déli.
Em 1977 ficou 15 dias na cidade, onde fez alguns shows no restaurante O Outro, o antigo.
Junto com ele o violonista Everaldo Pinheiro, pai da cantora Andréa Pinheiro, o percussionista Dadadá e o então baixista Nego Nelson, que formavam a cozinha da casa.
Jovem, bonito e solteiro, o poster passava lá todas as noites, e era amigo da casa.
Num domingo fomos comer uma peixada, no Caixaparah, a publicitária Beth Mendes no comando do fogão.
Johnny levou um gravador e algumas fitas, com arranjos e composições inéditas. Voltamos de noite.
Tinha uma voz maravilhosa, ninguém cantava suas canções como ele. Sua voz saía pelos dedos, no teclado.
Parece que levou com ele um baterista daqui de Nova Déli.
E muitas saudades também, agora maiores.
14 comentários:
Primeiro Sivuca, depois Johnny Alf. E o mundo fica cada dia mais árido.
Conversei com o "filho" paraense de Sivuca, o Alcyr Guimarães sobra a subida do mestre.
E ganhei seu novo cd, com o Sivuca no meio.Genial o conterrãneo paraibano.
Cada um de nós morre um pouquinho, quando uma voz dessas desaparece. Mas, só pra amenizar a tristeza, faço um depoimento: das três qualidades cantadas e louvadas do poster - jovem, bonito e solteiro!!!! - ele só perdeu duas. Ainda é bonito.
PS: Diz pra Marise que eu não sou ciumenta!
Beijão.
Ahahah...só voce,Bia, querida.
Mas outras vozes virão, outras mãos estão sempre vindo, para aplacar a tristeza da perda.
Bjs prá voce e ótimo feriadão.
pô! quando crescer, eu quero ser que nem você, meu amigo juca. vou já botar um johnny na "vitrola". grande abraço. tô com saudade dos papos molhados no ranolfo.
Qual o que, ps querido.Nem aparace, nem telefona..rs.
Não tenho Johnny em cd, nem vitrola.Ouvi-o aqui pela web hoje.
Grande abraço, e prabéns pelo adulto trabalhoque voce está fazendo.Como sempre, aliás.
Ps = E cadê o Palmerinho? Tô sabendo que ele está atacando por aqui.
Olha, somente um dia longe
dos teus olhos
Trouxe a saudade de um amor
tão perto
E o mundo inteiro fez-se
tão tristonho
Mas embora agora eu te
tenha perto
Eu acho graça do meu pensamento
A conduzir o nosso amor discreto
Sim, amor discreto
pra uma só pessoa
Pois nem de leve sabes que eu
te quero
E me apraz essa ilusão à toa
(Ilusão à toa - Johnny Alf)
Essa é a melhor dele. Nem “Eu e a Brisa” , que tanto nos embalou, tem harmonia e construção melódica tão trabalhadas quanto. Um luxo só, Alf, que ouvi pela primeira vez numa vitrola que a socióloga Verinha, de São Paulo, em missao em Marabá no Projeto Rondon, me mostrou empolgada num sing 45 rotações. Ouvi e extasiei. Foi amor à primeira audiçao.
Depois desse namoro inicial, em 1972, procurava saber onde havia novos trabalhos dele. A quem também passei a pesquisar, como músico também que sou, suas origens.
Dois anos depois quando eu já morava em Santa Teresa, no Rio, sem querer deparei com Alf tocando seu maravilhoso piano (e cantando) no Casarão da Lapa, pertinho dos Arcos, meu lugar preferido para beber, respirar boemia e de vez em quando provar um cigarrinho que pralí levavam do Maranhao. Nao acreditava no que via. Ao vivo, Alf cantando tudo o que tinha direito.
Depois disso, passei a considerá-lo o melhor de todos da Bossa Nova. Melhor que Joao, um belíssimo íntérprete – é verdade! -sobreposto em banquinho com uma batida de mao direita no violão dificil de ser imitada. Mas nao criava, nao trabalhava harmonia e nem suas variações. Tão bom pra música universal que foram seus parceiros em shows Tom Jobim, Sylvia Telles, Baden Powell, Roberto Menescal, Alaíde Costa, João Gilberto, Dolores Duran, João Donato, entre outros.O jazz servia para cobrir a música que ele criava, um dia ele mesmo revelou. E isso dava para sentir nitidamente que ele era um pouco de todos os outros: Nat King Cole, Sarah Vaughan, Cole Porter, George Shearing.
Abs
“ Ah se a juventude que essa brisa canta / Ficasse aqui comigo mais um pouco / Eu poderia esquecer a dor...”
Calma. Pelo que dizem ele está clinicamente estável, o que significa que a pressão arterial, que motivou a internação no INCOR, está sob controle. Quanto à metástase não é das melhores notícias, mas há possibilidade terapêutica, dependendo do amplitude da disseminação da doença, da origem primária e de outras características tumorais.
Ele recentemente, creio, gravou um CD com inéditas. Penso que depois de um longo hiato, após o fantástico, arrasador e único "Olhos Negros", onde também comparece Gal Costa em excelente performance.
Hiroshi, caso sério.
Ilusão a Toa tb é a minha preferida.
Tb morei em Santa Teresa, na Dias de Barros 42, no Curvelo.
Tb bebi no Casarão e gostava daqueles cigarros maranhenses.
Tudo isso dez anos depois de voce, véio...ahahaha.
Grande abraço.
Oliver,voce anda trabalhando muito e aparecendo pouco, cumpadi.
Quando aposentares vamos abrir um boteco?
Peixe e jazz?...rs
Abs
Teacher! More and more priceless...
Um bom carná prá tí.
Eu de sócio com o discos...De jazz!? Podem vocês dois percustarem...Sou mais leve: Me digam o que querem?
Posso ser sócio? Procuro altas taxas de retorno! hhheheh
Vivo em ponte aérea, compadi. Ontem voltei de Salvador, justo na hora em que o santo ia servir o carurú! O Pelourinho tava fervendo de alegria.
Quanto ao bar... hum... bem melhor seria um sebo-cyber-cafe.
Comadre apareceu por aqui. Veio num pé e voltou noutro. Coisa de horas, só para participar de uma mesa redonda sobre previdência. Mal tive tempo de almoçar com ela. Correrias do dia-dia.
Pegou o vôo errado...rs.
Embora seja mais seguro passar o Carnaval em casa...eheh.
Pena que foi rápida a visita da comadre.Inda ontem falamos dela, eu e Puty.
Abs
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