27.9.07

Bagaço

O deputado estadual Carlos Bordalo, líder do do PT na Assembléia Legislativa, precisa ler o que diz o site de seu partido sobre o affair Pagrisa.
Basta clicar aqui.
E o site de seu partido precisa ler o que disse Bordalo a respeito do assunto.
Basta acessar o Quinta Emenda.
Bordalo está enterrado até as orelhas neste, digamos, canavial.

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Atualizada às 13:30.

Do deputado Carlos Bordalo, a propósito deste post.

A fundamentação ideológica só consegue se sustentar quando nossos argumentos se baseiam em uma realidade transparente para que o povo não seja ludibriado com foguetório denuncista. Junto com pirotecnia vem a cortina de fumaça que, por alguns minutos, impede uma boa visão e mantém nossa consciência quase que entorpecida, primeiro pela beleza dos fogos e depois pela ausência momentânea da realidade.
Desde que surgiu o caso Pagrisa, nosso gabinete tem buscado informações reais sobre a verdade dos fatos, inicialmente sem muitas informações, a uma situação que poderia perder o controle.
Um dia antes de nossa visita dos Deputados Estaduais à empresa, enviei uma equipe de técnicos e assessores para fazer uma verificação preliminar dos fatos e subsidiar nosso posicionamento político conversando com os trabalhadores que estivessem na empresa à época da fiscalização.
Nossos técnicos entrevistaram os trabalhadores do corte de cana e o que eles ouviram unanimimente é que os que aceitaram a demissão foram convencidos pelo medo. Medo que a empresa fosse fechada pelo Grupo Móvel de Fiscalização do MT e que, aí sim, eles ficariam sem seus direitos trabalhistas e não por que eles estivessem sendo mantidos à força, impedidos de ir e vir, em condições de trabalhado degradante. Não por que estivessem sem receber seus salários, ou por que estivessem sendo tratados como “escravos”, ou porque estivessem no meio do mato cobertos apenas por uma lona plástica sofrendo todas as adversidades do tempo expostos a um sofrimento desumano. Não foi isso que os nossos técnicos e assessores ouviram.
Eles entrevistaram trabalhadores que há mais de dez safras trabalham na Pagrisa e estão satisfeitos em não ter se entorpecido pela fumaça da pirotecnia e permaneceram na empresa. Eles conversaram com trabalhadores que mesmo cedendo ao medo, estão satisfeitos por terem sido readmitidos, retornando aos seus empregos e aos seus postos de trabalho.
Eles viram escola, posto de saúde, horta comunitária, espaço cultural, casas de trabalhadores e uma infra-estrutura que em nenhum momento remete a imagem de lonas plásticas no meio do mato com panelas sujas em cima de uma fogueira.
Até hoje sempre mantivemos a posição de defesa dos trabalhadores rurais e não seria nesse caso que iríamos nos permitir a sermos envolvidos sem a certeza de que essa trajetória iria ser comprometida
.

14 comentários:

Anônimo disse...

Meu partido continua fora da realidade, falando uma coisa enquanto as lideranças fazem exatamente o oposto. Sem surpresas, especialmente sendo o deputado quem é.

Unknown disse...

Oi,Alex, bom dia.
Tão grave quanto o posicionamento do deputado Bordalo é o silêncio de seu partido sobre sua atitude.
Mas vc bem diz: não surpreende.

Anônimo disse...

Juvêncio...
A fundamentação ideológica só consegue se sustentar quando nossos argumentos se baseiam em uma realidade transparente para que o povo não seja ludibriado com foguetório denuncista. Junto com pirotecnia vem a cortina de fumaça que, por alguns minutos, impede uma boa visão e mantém nossa consciência quase que entorpecida, primeiro pela beleza dos fogos e depois pela ausência momentânea da realidade.
Desde que surgiu o caso Pagrisa, nosso gabinete tem buscado informações reais sobre a verdade dos fatos, inicialmente sem muitas informações, a uma situação que poderia perder o controle.
Um dia antes de nossa visita dos Deputados Estaduais à empresa, enviei uma equipe de técnicos e assessores para fazer uma verificação preliminar dos fatos e subsidiar nosso posicionamento político conversando com os trabalhadores que estivessem na empresa à época da fiscalização.
Nossos técnicos entrevistaram os trabalhadores do corte de cana e o que eles ouviram unanimimente é que os que aceitaram a demissão foram convencidos pelo medo. Medo que a empresa fosse fechada pelo Grupo Móvel de Fiscalização do MT e que, aí sim, eles ficariam sem seus direitos trabalhistas e não por que eles estivessem sendo mantidos à força, impedidos de ir e vir, em condições de trabalhado degradante. Não por que estivessem sem receber seus salários, ou por que estivessem sendo tratados como “escravos”, ou porque estivessem no meio do mato cobertos apenas por uma lona plástica sofrendo todas as adversidades do tempo expostos a um sofrimento desumano. Não foi isso que os nossos técnicos e assessores ouviram.
Eles entrevistaram trabalhadores que há mais de dez safras trabalham na Pagrisa e estão satisfeitos em não ter se entorpecido pela fumaça da pirotecnia e permaneceram na empresa. Eles conversaram com trabalhadores que mesmo cedendo ao medo, estão satisfeitos por terem sido readmitidos, retornando aos seus empregos e aos seus postos de trabalho.
Eles viram escola, posto de saúde, horta comunitária, espaço cultural, casas de trabalhadores e uma infra-estrutura que em nenhum momento remete a imagem de lonas plásticas no meio do mato com panelas sujas em cima de uma fogueira.
Até hoje sempre mantivemos a posição de defesa dos trabalhadores rurais e não seria nesse caso que iríamos nos permitir a sermos envolvidos sem a certeza de que essa trajetória iria ser comprometida.

Deputado Carlos Bordalo.

Unknown disse...

Obrigado por sua atenção, deputado.

Anônimo disse...

Caro Arruda, considerando a figura análoga que é o parlamentar Bordalo, a trajetória que ele afirma o caminho é outro. Você lembra das ações do também parlamentar Beto, ex-sup. do INCRA? o caminho é o mesmo.
A propósito, se vc soubesse que sua casa neste dia seria invadida por bandidos, qual seria a sua atitude???
abraços...

Anônimo disse...

Que gracinha o deputado! Quanto a Pagrisa está lhe pagando para defendê-la com tanto ímpeto e galhardia? Quer dizer que as imagens feitas pelo Grupo de Trabalho foram forjadas, que o Ministério do Trabalho foi cooptado para prejudicar a Pagrisa, que os trabalhadores estão todos contentes com as condições em que vivem no trabalho, que o promotor encontrou dívidas dos trabalhadores com a empresa porque é corrupto? Só o deputado continua íntegro, o resto é puro "denuncismo", aliás como o mensalão, como os dólares na cueca, como as estrepulias do Renan e do Mares Guia, não é mesmo?

Anônimo disse...

É, o deputado Bordalo merece mesmo estar junto com os "senadores da extrema direita", como afirma seu partido. Afinal, um representante do povo que afirma que "os trabalhadores estão satisfeitos por não ter se entorpecido pela fumaça da pirotecnia e permaneceram na empresa" é o quê?. Mais escravagista, impossível.

Anônimo disse...

Ultimamente tenho ficado cada vez + tristes com nossos Políticos (tenho medo da depressão profunda etc..)Essa posicionamento do Dep. Bordalo é um acinte aos seus eleitores. Vergolhoso Deputado, Vergolhoso...

Anônimo disse...

Fala do dep. Bordalo:

"Até hoje sempre mantivemos a posição de defesa dos trabalhadores rurais e não seria nesse caso que iríamos nos permitir a sermos envolvidos sem a certeza de que essa trajetória iria ser comprometida."

Comentário:

Sobre os riscos que uma ação contrária aos interesses dos trabalhadores pode gerar sobre seus interesses eloitorais, cabe mencionar que: o cálculo de risco (publicidade de seu posicionamento contrário ao interesse dos trabalhadores) e o cálculo do retorno esperado do posicionamento adotado (so abenefícios obtidos com o tal posisiconamento) são produto da sua capacidade de cálculo e do seu ,aior (ou menor) apego ao risco.

Portanto, não nos cabe avaliar a consistência de sua decisão no caso Pagrisa.

O que surpreende é que um deputado tenha em sua assessoria uma equipe qualificada para a fiscalização das relações de trabalho.

Por falar nisso, solicito resposta a três perguntas:

a) qual a composição da "sua equipe de fiscalização"?

b) como obtiveram qualificação profissional para desenvolver tarefas desta natureza?

c) quanto trabalhos de fiscalização ou de auditoria de fiscalização sua equipe já realizou?

Encerro esta misssiva enviando meus cumprimentos ao caro blogueiro que coordena este espaço de debates públicos, ao nobre e atuante deputado e a sua aplicada equipe de fiscalização das relações de trabalho.

Ludovico Lamarca

Anônimo disse...

Juvencio,
Estes assessores do Dep Bordalo sao muito qualificados, hein? Alem de assessores parlamentares, sao fiscais capacitados e eficientes. Voce poderia perguntar pro Dep. se ele poderei ceder seus assessores pra investigar o acidente com o aviao da Gol? Nunca se sabe né, os caras com uma visita descobriram que a empresa nao estava irregular e desqualificaram o trabalho de técnicos treinados e experientes do MT. Quem sabe estes caras nao analisam a caixa preta, a mecanica da aeronave, a rota de voo etc... e resolvem este caso nun segundo. Para que esperar por técnicos se os assessores do Dep- Bordalo estao ai dando sopa?
Ricardo

Unknown disse...

Ricardo, é isso aí.Os assessores pagaram a conta.
Abs

Anônimo disse...

Juvêncio,
Considero um avanço a criação do grupo móvel de fiscalização do trabalho escravo. Tenho certeza que os trabalhadores rurais são os mais afetados pela ação da anlogia à escravidão. Mas, é preciso ter muito cuidado com tudo o que se defende as cegas!!!
Não parece estranho que de uma só vez mais de 1000 trabalhadores estivessem em regime de escravidão???
Será que na cidade de ulianópolis ninguém saberia deste fato: um parente... um amigo...????
Será que não há interesse em acabar com o grupo móvel se um agente com propósitos escusos trocasse os pés pelas mãos e aplicasse o termo "trabalho análogo ao escravo" sem a devida comprovação legal???
Acho que devemos ter calma e discutir o por quê da iluminada Secretária do Trabalho resolveu suspender o trabalho!!!
Quem será esse iluminado Fiscal que encarna a figura ilibada que não poderia errar nunca ou que seria incorruptível????
Hipocresia da braba....

Anônimo disse...

Hipocresia é ótemo. Mas passemos a coisas mais graves, respondendo à sua pergunta. As primeiras páginas do relatório do MTE relatam justamente que, de passagem pela região para fiscalizar outra propriedade, a equipe do Grupo Móvel foi alertada por insistentes denúncias sobre o que acontecia na Pagrisa, se dirigindo à empresa para checá-las. Portanto, a cidade de Ulianópolis sabe sim. Como sabem os funcionários mais qualificados da Pagrisa, que no mesmo relatório, em depoimento, confirmaram as barbaridades relatadas pelos "peôes" que cortavam a cana.

Anônimo disse...

Só mais uma observação para o "hipócreta" aí de cima. Os braçais escravizados, como sempre, vinham, a maioria, do Maranhão. Sem parentes por perto, portanto.